Diga Adeus à Inocência escrita por Mahfics


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que fiquei fora muito tempo, mas tenho um bom motivo para isso. Só peço que me desculpem. Para compensar essa minha demora, fiz um capítulo razoavelmente grande e sim, contém cena "caliente" e se você não curtir esse tipo de cena, pule para o final.
Obs: é a primeira vez que escrevo esse tipo de cena, então gostaria que tivessem paciência comigo se a cena não tiver lá essas coisas. Por isso peço a opinião de vocês, se gostaram ou não... Essas coisinhas.
Em resumo: O que estão achando da história?
*irei responder todos os comentários que ainda não respondi*



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Enlaço seu pescoço e volto a beijá-lo. Tudo bem, tenho 18 anos e sei muito bem o que quero da minha vida, não sendo apressada. Estou sendo apressada? Mal conheço Malic e já estou indo para cama com ele – isso é ser apressada. Respire. Ser virgem não é uma doença e não tenho que fazer as coisas rápidas só para me livrar desse “rótulo”, tenho uma vida inteira pela frente e uma série de caras legais para conhecer. Gosto do Malic? Gosto, mas não chego a amá-lo e minha mãe diz que tenho que transar com o cara que eu amar. Mas e se eu nunca amar ninguém? Nada me impede de ser uma velha dona de uma floricultura e de um canário, tudo é possível na vida. Irei me arrepender? Não sei. Tem toda a questão do cara certo e não tenho todas as informações de que Malic será o cara certo para isso. Ficamos algumas vezes e depois paramos de nos falar. E se ele parar de falar comigo depois disso? E se ele só quiser isso.

Suas mãos me despertam quando tocam a pele de minhas costas. Meu coração quase sai pela boca e minha respiração fica ruidosa, ofegante. Não existe saliva em minha boca.

– Você está tensa. – ele sussurra, seu hálito quente bate de encontro ao meu ombro e me causa arrepios.

– Não – solto o ar -, está tudo bem.

– Está mesmo? – ele ergue uma sobrancelha – Não quero te forçar a dormir comigo, mesmo que eu queira dormir com você. Você tem seus princípios.

Coro. Ele quer isso.

Um perto no peito me sufoca e meu coração bate descontroladamente, não consigo regular minha respiração. Está tudo bem? Quero mesmo fazer isso? Sem nenhum arrependimento? Não quero apressar as coisas e não quero ter a sensação de fazer isso. Sem remorso?

Encaro os olhos amarelos; eles me lembram os olhos de um tigre – intenso, insano, penetrante. Busco fôlego, mas não perco nosso contato visual. Preciso de uma resposta, ele precisa de uma resposta, nós precisamos de uma ação. Beijo-o. Não sei o que estou fazendo, só estou fazendo.

Malic ergue o corpo, me erguendo junto. Estico os pés para tocar o chão, rompendo o beijo, puxo o ar com força para dentro dos meus pulmões e suspiro. É agora. Tenho certeza. Sua mão toca levemente a ponta dos meus dedos, dando um delicado puxão, o que me incentiva a dar um a passo à frente. Olho em seus olhos; brilhantes, ardentes... excitados, mas acima de tudo, seguros do que estavam fazendo – totalmente ao contrário dos meus.

Ele começa a me guiar pela sala, pelo corredor imenso que leva aos quartos até parar em frente a uma porta de madeira branca. Engulo em seco. Está é minha última chance de desistir e correr para a minha casa, me encolher e ficar embaixo das cobertas. Medrosa. Sempre fui. A porta é aberta e esse simples ato paralisa meu corpo inteiro.

– N-não sei o que estou fazendo. – gaguejo – Não consigo nem respirar.

Ele ri.

– Do que está rindo? Não fiz nenhuma piada! A situação é grave, Malic, muito grave. – repreendo-o.

– Se você ficar tensa, a situação não será nada prazerosa. – ele se aproxima de mim.

Um nó se forma na boca de meu estômago e meu corpo trava na mesma posição. Fico gélida e posso sentir o meu empalecer.

– Relaxa – ele sussurra – e goza.

Nunca levei essa expressão no sentido tão literal quanto agora. Minhas bochechas esquentam e meu pescoço engrossa, a única coisa que consigo fazer é sorrir. Sou guiada para dentro do quarto e me impressiono com sua organização.

As paredes são azul escuro, o que dá um contraste com os detalhes em gesso branco. A cama não tem pé, dando a impressão que ela flutua – causada pelas luzes led cravadas em sua madeira. Uma parede do quarto segue o mesmo conceito que a da sala; inteira de vidro.

– Você quer que eu feche as cortinas? – ele solta de minha mão e caminha pelo quarto, permaneço imóvel.

– Acredito que não existe nenhum bisbilhoteiro no vigésimo andar. – murmuro e posso ouvir sua risada.

O que eu faço agora? Deito na cama e espero? Isso é tão arcaico. Posso tirar os sapatos. Sim. Tirar os sapatos parece uma boa, nunca ouvi dizer de ninguém que transa com tênis.

Inclino o corpo para retirar meus tênis e sou impedida por suas mãos.

– Eu vou fazer tudo hoje – ele sussurra ao pé de meu ouvido -, apenas sinta.

Ah! Eu estou sentindo; sentindo meu estômago revirar, meu coração quase parar. Não se preocupe, estou sentindo tudo.

Mordo o lábio inferior.

Ele estende a mão para mim e a única coisa que posso fazer é pegá-las.

Ficamos parados em frente a sua cama, posso sentir as batidas de meu coração na cabeça. Minhas mãos soam fim e no meio da penumbra do quarto, posso notar seu sorriso de lado e seus olhos felinos me encarando. Estamos a alguns passos de distância um do outro, meu corpo inteiro está arrepiado.

Então ele vem até mim devagar; seguro, sensual, com olhos brilhantes. Meu coração volta a palpitar mais rápido. O sangue pinica minhas veias e o desejo se agarra a minhas entranhas. Ele para. Minha respiração para. Meu coração quase voa pela minha boca. Ele é tão lindo.

– Tem ideia do quanto você é gostosa? – ele estica a mão e toca em meu rosto, descendo a caricia até meu queixo – Tem ideia do quanto eu te desejo?

Lá se vai o ar de meus pulmões. Meu corpo esquenta, até em lugares que nunca achei possível. Ele se inclina e me beija, suas mãos descem até a barra de minha camiseta, então ele se afasta.

– Vamos tirar sua blusa. – ele sussurra e segura delicadamente na barra de minha camiseta.

O contato de seus dedos em minha barriga me causa os mais intensos calafrios. Ergo um pouco os braços para ajudá-lo e não deixo de encará-lo. Assim que ele termina o ato, dobra minha camiseta na metade e a taca no chão. Lá se vai minha primeira peça. O sutiã azul me cai como uma luva, o que me deixa mais confiante.

– Ah, minha Angel. – ele suspira – Sua pele é tão convidativa a beijos.

Coro. E tento manter o máximo de contato visual que consigo. Meu rosto é envolvido por suas mãos e mais uma vez sou beijada.

O beijo é exigente, intenso e obstinado. Seus lábios reivindicam os meus, suas mãos percorrem o meu corpo; uma para na curva de meu ombro e a outro continua pela linha de minha coluna, passando pela cintura e parando em minha bunda, onde ele aperta delicadamente minha nádega. Suspiro sob seus lábios e agarro a barra de sua camiseta. Meus músculos se contraem e meu corpo esquentam mais que o normal. Os hormônios – ou seriam meus sentimentos? – correm à solta por todas as minhas terminações nervosas, não sou mais capaz de responder por mim.

Timidamente minha língua encontra a sua e mais vez é impossível conter meu suspiro. Passo a mão por dentro de sua camiseta e levo-a as suas costas, onde deposito leves arranhões que tem efeito imediato sobre Malic, que dá um pesado suspiro – o que me encoruja a continuar.

Então como um choque que paralisa meu corpo, sinto sua ereção contra o meu corpo. Meu coração para e todo o sangue do meu corpo vai para a minha cabeça. Meu deus. Meu lábio inferior é contido por seus dentes, afasto um pouco o meu rosto e tento buscar ar. Sem pânico. Respira.

Achei que ele iria me forçar a deitar, porém não o faz, eu procuro pela cama sozinha. Por ela ser baixa demais, praticamente sento no chão para me deitar. Arrasto o corpo para o meio da cama e permaneço apoiada sobre os cotovelos, observando-o.

Malic está parado a minha frente, uma bela visão. Vagarosamente ele retira sua camisa e revela seu abdômen – não é a primeira vez que o vejo sem camisa, mas dessa vez é diferente, mexe automaticamente com o meu íntimo e interior. Ele ajoelha e se aproxima de mim, curva o corpo e beija minha barriga na altura de meu umbigo então desce, lateralmente até minha cintura. Ofego.

Ter seus lábios em contato tão direto com minha pele é tão sensual e inexplicável. Levo as mãos até seu cabelo e puxo-os devagar, na tentativa inútil de diminuir minha respiração ruidosa.

Os olhos amarelos são direcionados a mim novamente assim que ele chega ao cós de minha calça, em modo de provocação. Mordo o lábio inferior com força e fecho os olhos, estou pegando fogo.

Ele para qualquer movimento pendente, inclina-se e roça o nariz em minha coxa até chegar no vértice de minhas pernas. O sinto. Ali.

Na mesma posição, volta a atenção para os meus pés. Tirando o meus sapatos e meias, depositando um beijo em cada um. Me contorço. Volto a me apoiar nos cotovelos para ter visão de suas ações, estou ofegante – de mais puro desejo. Ele volta a se inclinar sobre mim e deposita um leve beijo em meus lábios e então agarra o cós de minha calça e a retira; rápido e preciso. Arfo e contenho um gemido de êxtase. Estou deitada em sua cama, de calcinha e sutiã.

Deito e ele deita por cima de mim, nossos corpos ficam pressionados novamente.

– Você é muito bonita, Angel. – ele beija meu pescoço – Mal posso esperar para entrar em você.

Merda. O jeito que ele fala, o tom de sua fala, as suas falas, elas têm contato direto com todas as terminações do meu corpo, principalmente lá.

– Agora – ele beija a minha clavícula -, vamos te dar prazer.

Isso ainda não é prazer?

Ele fica de joelhos e desabotoa sua calça, despe-a e a joga por aí no quarto. Contorço-me de desejo e me seguro para não agarrá-lo. Com um movimento rápido e preciso, abre minhas pernas.

– Vamos ver o que podemos fazer. – sua voz é macia.

Se inclinando, volta a beijar a lateral de minha cintura e vai subindo os beijos, parando um pouco depois de meu umbigo. Não consigo conter meus suspiros. Delicadamente, deita ao meu lado e continua o trajeto com a mão, acariciando minha pele com a ponta dos dedos. Agarro o lenço sob mim e arqueio o meu corpo em direção a sua mão. Sou capaz de gritar por mais contato. Os pelos de minha nuca se arrepiam. Ele para em meu seio, envolvendo-o.

– Tão macio. – ele murmura, puxando o bojo do sutiã para baixo e liberando meu seio, que, no entanto, continua contido pela armação do bojo. Vagarosamente, ele passa a mão por meu sutiã e repete a mesma ação no outro seio. Aperto ainda mais o lençol em minha mão. O sangue sobe para minhas bochechas novamente e tenho vontade de tampar minha cara com o travesseiro.

Meus mamilos endurecem sob seu olhar contínuo e então, inesperadamente, seus lábios se fecham envolta de um enquanto seus dedos rodeiam o outro. A ação me pega de surpresa e quase me faz ter espasmos. Gemo. É impossível conter meus gemidos. Malic troca de seio e a sensação me faz querer gritar.

– Você é muito sensível. – ele murmura.

Ele volta a me beijar, ainda estou ofegante por seu ato anterior. E mais uma vez sua pega se surpresa; Malic escorrega sua mão por minha barriga e envolve minha intimidade, seu dedo escorre pelo fino tecido da calcinha e me toca – ali. Arqueio meu corpo e solto um gemido. Ele fecha os olhos e prende a respiração por alguns segundos.

– Você está tão molhada. – ele sussurra contra o meu pescoço – Merda, eu preciso de você.

Sem avisar, ele insere o dedo. Grito quando ele insere novamente e de novo. Ele movimenta o dedo mais forte ainda. Grito em meio a um gemido e arqueio meu corpo cada vez mais, pressionando meu peito contra o seu.

– Olha para mim. – ele pede.

Abro os olhos. Os olhos amarelos estão olhando para mim, penetrantes e brilhantes. Uma força descomunal pressiona o meu corpo, tenho espasmos e não consigo conter meu grito, que é abafado por seus beijos.

De repente, ele fica de joelhos na cama, arranca minha calcinha e a joga longe, retira sua cueca box – que tem o mesmo fim de minha calcinha, e sua extensão se mostra, livre. Puta merda. Será que? Vai... Como?

– Sente-se. – ele pede, obedeço de imediato. Ele se aproxima de mim novamente e leva as mãos as minhas costas, abrindo o feixe de meu sutiã e liberando a pressão de meus seios. Malic termina sua ação com um beijo em meu ombro.

Volto a deita e a encarar o teto. Céus. Escuto um barulho metálico, ergo a cabeça novamente e noto que ele está abrindo um pacote de camisinha. Mordo o lábio inferior. Ele volta a pairar sobre mim, me encarando profundamente.

– Você tem certeza?

– Absoluta.

– Me desculpa.

– Pelo – antes que eu possa terminar de falar, Malic tira a minha virgindade. Grito com o belisco interno que sinto e me agarro a ele, mordendo seu ombro e cerrando os olhos.

Ele fica parado, regulando sua respiração pesada e áspera, porém, é incapaz de conter o próprio gemido.

– Você é tão apertada. – ele fala com certe dificuldade – Está tudo bem?

– Acho que sim. – continuo abraçada a ele, tentando me acostumar com a sensação intrusiva de tê-lo dentro de mim.

Ele solta o ar dissonante e o movimento de seu corpo causa ondas internas por meus nervos. Finco as unhas em suas costas e ele arfa.

– Vou começar a me mexer. – ele avisa, deslizando extremamente devagar para trás. Tenso, fecha os olhos e geme, tornando a me penetrar. Gemo e arranho suas costas para aliviar minha tensão.

– Mais uma vez? – ele murmura, com a voz rouca.

– Sim. – murmuro ofegante.

Ele repete o mesmo movimento e torna a parar. Gemo novamente. O corpo o aceitando. Eu quero isso.

– De novo? – ele beija meu pescoço.

– Por favor. – suplico.

E então ele se mexe, sem parar. Apoiado nos cotovelos, seu peso é notável em cima de mim, me pressionando. Os movimentos são lentos e cuidadosos, deixando eu me acostumar com sua ação intrusiva ao meu corpo.

– Você é minha. – ele morde o nódulo de minha orelha – Só minha.

Suspiro e beijo-o.

À medida que me acostumo com a sensação, mexo meus quadris timidamente ao encontro do dele, dando a deixa para ele acelerar. Gemo, e ele continua com o movimento incessante de vaivém; mais depressa. E eu tento acompanha-lo, respondendo aos seus estímulos. Segurando minha cabeça entre suas mãos, inicia um beijo urgente, intenso, exigente. Gemo sob seus lábios e finco ainda mais forte minhas unhas em sua pele – não por dor, por êxtase. Os movimentos ficam mais fortes e rápidos. Seus dentes puxam meu lábio inferior. Arqueio o corpo.

– Olhe pra mim – ele morde meu pescoço – Angel.

Tenho espasmos, meu corpo enrijece. Abro os olhos e busco pelos olhos amarelos. Arfo. Meu deus. Não sabia que a sensação podia ser essa... tão boa... tão intensa. Não consigo pensar. Só existe essa sensação.

– Goze pra mim. – ele sussurra, sem fôlego. Tenho mais alguns espasmos e meu corpo parece explodir em pedaços, grito em meio a um gemido e sou abafada por seus beijos.

Com mais dois movimentos, Malic geme meu nome e se impele com força e depois se imobiliza.

Ainda estou ofegante, tentando regularizar a minha respiração. Meu coração está disparado. Sorrio debilmente. Foi incrível...

Malic também tenta regularizar sua respiração, mantendo os olhos fechados. Acaricio seu rosto com as costas de meu dedo. Os olhos amarelos são abertos, mantendo uma expressão sombria, mas meiga.

– Machuquei você? – ele beija minha testa e sai de dentro de mim devagar.

Faço uma careta com a nova sensação estranha.

Mordo o lábio inferior e viro para encará-la. Os olhos amarelos estão intensos e até um pouco exigentes. Não consigo parar de sorrir, estou leve. Não sabia que só sexo podia causar todas essas sensações ao mesmo tempo. Espreguiço-me e afago seu rosto.

– Você ainda não me respondeu.

Passo uma perna por sua cintura e lanço-me para cima dele. Deito a cabeça em seu peito e deixo meus cabelos caíram por seu ombro. Suspiro.

Ele está tão bonito com o cabelo escuro todo desgrenhado. Passo os dentes por meu lábio. Tocá-lo é tão inebriante. Sua pele quente contra a palma de minha mão, subindo e descendo ao ritmo de sua respiração.

– Parece que eu corri uma maratona. – murmuro – Mas eu correria de novo.

– Correria? – ele ergue uma sobrancelha, sugestivamente.

Arqueio o corpo sobre sua barriga e aproximo meu rosto do seu.

– Sim. – murmuro contra seus lábios.

Sua mão acaricia a lateral de minha barriga.

– Para. – rio e afasto sua mão.

– Você tem cocegas? – ele repete o movimento.

Rimos e o movimento de nosso riso provocou reações interessante na maneira como estávamos posicionados, dando um fim à conversa.

Acordo com uma luz fraca em meu rosto. Estreito os olhos e suspiro, que horas são?

Malic está dormindo ao meu lado, com o braço jogado em minha cintura. Saio da cama vagarosamente e pesco minhas roupas pelo chão, vestindo-as à medida que vou encontrando. Pego minhas coisas na sala e chamo pelo elevador. Dou uma rápida olhada no meu celular e noto que há mais de 20 chamadas perdidas de casa da vovó. Merda.

Paro o carro em frente a garagem. Entro em casa o mais silenciosamente que consigo entrar, não há ninguém na sala ou cozinha, deve ser cedo até para minha vó acordar. Subo a escada em pequenos pulinhos e vou direto para o banho – já fiz muita coisa, não vou conseguir dormir de novo.

Entro no box mesmo que a água não tenha esquentado. Estou com uma pequena marca roxa perto de minha clavícula – graças a deus é coberta pela blusa. Mordo o lábio inferior e lembro da noite passada, o que faz minhas bochechas esquentarem. Meu corpo reclama com algumas dores musculares.

Saio do box e enrolo meu cabelo na toalha. Procuro por uma roupa descente no armário e início minha maquiagem; rímel e base. Seco o cabelo e estou pronta, só falta enfrentar a fera. Respiro fundo e vou até o quarto de minha vó, empurro a porta e noto, para minha surpresa, que ela não dormiu em casa. Onde ela dormiu?

Meu celular vibra com uma mensagem, anunciando que eu tinha recados na caixa postal. E após escutar o último, descubro que minha vó resolveu dormir na casa do namorado dela. Que safada.

Pego as coisas para aula e vou comer alguma coisa, enrolo um pouco no computador e revejo algumas matérias dada pelo professor, apenas para procurar dúvidas e matar o tempo. Até que deu certo; arranjei dúvidas e o tempo passou rápido.

***

O tempo na faculdade tem o incrível poder de voar ou eu que estava voando pela manhã. As aulas matinais passaram voando e quando eu vi, já estava no intervalo.

Amiony conseguiu me convencer de ir até a lanchonete comprar um café decente para ela conseguir acordar depois de passar a madrugada acordada. Mesmo contra a minha vontade, fui. Quero encontrar com outra pessoa agora, mal tive tempo de conversar com ele de manhã, sai quase que fugida da casa dele e na entrada só encontrei o Matthew.

– As provas vão começar semana que vem, estudou? – Amiony fala enquanto espera o café esfriar.

– Tirei umas dúvidas, mas nada muito profundo. – dou de ombros – Vou tentar pegar sério hoje.

– Você está diferente. – ela sorri – Radiante e sorridente, um pouco avoada demais.

Sorrio.

– Não acho. – minto – Continuo no meu normal.

– Sei... – ela me encara de rabo de olho de dá um gole no café – Cacete.

Franzo o cenho.

– Queimei minha língua. – ela tenta, inutilmente, abanar a língua.

Enquanto ela se recupera da queimadura, olho em volta para procurá-lo pelo pátio.

– Segura pra mim. – ela coloca o copo de café na minha mão.

Olho em volta mais uma vez e encontro o grupo de amigos dele, forço um pouco mais para tentar encontra-lo no meio deles e, como uma facada pelas costas, o encontro sentado no banco com uma menina sentada em seu colo, beijando a lateral de sua boca em meio a uma risada ou outra.

O mundo não existe mais. Tudo ficou em silêncio na minha cabeça, só existe ele, ela e eu. O copo de café cai de minha mão e posso escutar Amiony resmungar sobre isso. As lagrimas deixam minha visão turva.

Minha alma jaz no chão, morta. Mas meu corpo insisti em continuar em pé e ver a cena se repetir milhões de vezes na cabeça, morri milhões de vezes.

Ele só queria aquilo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado.