Diga Adeus à Inocência escrita por Mahfics


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho... Foi mal



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/622472/chapter/13

Saímos da sala. Malic faz questão de me deixar na porta da minha e serve de guarda-costas, afastando qualquer um que se aproxime de mim. Enquanto voltávamos, pensei sobre o que ele me falou em contar a história, talvez eu adote esse método.

– Como você está? – Amiony se aproxima de minha carteira.

– Estou bem e você? – minto e dou um sorriso.

– Também. – ela senta na carteira a minha frente – Há muitos repórteres atrás de você, né?

– Sim – suspiro – Achou que vou falar com eles.

– Falar o quê? – ela ergue uma sobrancelha.

– Contar a história. – dou de ombros – Não é isso que eles querem?

– Sim, mas você não sabe quem é o cara.

– Não tem problema – sorrio.

No final do período perguntei para a coordenação da escola sobre ceder uma sala para eu fazer a tal entrevista para os repórteres e contar a história para os histéricos de plantão na faculdade, a coordenadora aceitou e então consegui colocar a ideia de Malic em prática.

– Vocês tem mais alguma dúvida? – faço questão de encarar cada um na sala.

– Ele falou alguma coisa com você? – uma menina levanta a mão e pergunta.

– Como eu disse antes e irei repetir: não houve qualquer comunicação entre nós. – repito.

Alguns repórteres anotam nos bloquinhos de papel ou gravam a entrevista.

– Você disse que tem medo dele estar te testando até o limite – uma repórter me encara e aproxima o gravador – e, com certeza, se for esse o seu caso, ele irá ver essa entrevista, certo?

Meneio a cabeça positivamente.

– Então, você tem algum recado para ele? – ela ergue sua fina sobrancelha e me encara.

Encaro-a por um tempo, pensando em alguma resposta. Um recado para ele?

– Não estou me escondendo – me aproximo do gravador -, estou bem aqui.

A repórter dá um pequeno sorriso de lado e aperta o botão do gravador, parando a gravação. Todos os outros me encaram e o silêncio, pela primeira vez, se instala no lugar.

– Bom, já acabamos. – levanto – Obrigada por comparecerem e terem compreendido.

Pego minhas coisas e saio da sala, Malic está me esperando do lado de fora mexendo no celular.

– Terminei. – aviso.

– Vamos? – ele guarda o celular e se aproxima.

– Pra onde? – franzo o cenho. Não me lembro de ter feito planos com ele.

– Jantar.

Dou de ombros e sigo-o pelo corredor. Quando chegamos no pátio lembro que vim de carro.

– Vamos em dois carros? – pergunto pegando a chave do meu.

– Não acho que seja necessário. – ele me encara – Vamos com o meu.

– E o que eu faço com o meu? Vou precisar dele amanhã.

Ele me encara por alguns segundos, parecendo pensar em alguma solução para nosso pequeno problema.

– Você promete me seguir?

– Não confia em mim? – sorrio de lado, desafiando-o.

– Minha mãe me ensinou a não confiar em meninas bonitas. – ele lança uma piscadela.

Rio.

– Sua mãe estava certa. – digo saindo da escola e indo até meu carro.

Entro em segundos, arremessando minhas coisas no banco e saio da pequena rua. Paro em frente ao portão da universidade e espero Malic sair com seu carro.

Seguimos por toda a avenida principal e vamos parar na parte nobre da cidade. Há mais prédios que qualquer outro estabelecimento aqui, o que me remete a pensar em escritórios e domicílios. Paramos em frente a deles. Malic faz sinal para eu continuar o seguindo para a garagem do edifício.

– Lar doce lar. – ele diz saindo do carro.

Desligo o carro e desço.

– Sua casa. – deduzo em um murmúrio.

Ele não diz nada, apenas anda até o elevador e aperta o botão. Esperamos em um silêncio constrangedor até que finalmente o elevador chega. Para a minha surpresa ele é panorâmico e é possível ver a cidade inteira por ele. Quando ele para no andar indicado, damos de cara com uma porta de madeira escura.

– Um por andar? – encaro-o pegar a chave no bolso.

– Sim.

Entramos. As paredes são de vidro e o chão de mármore preto, fazendo as luzes refletirem por todo o lado no apartamento.

– Onde estão seus pais? – pergunto seguindo-o pelo recinto.

– Meus pais viajam por causa da empresa. – ele dá de ombros.

Mordo a lateral de meu lábio inferior e pego meu celular, preciso avisar minha avó onde estou e o que estou fazendo, assim ela não dará a louca novamente.

– Oi vó. – murmuro.

– Onde você está?

– Jantando com os meus amigos, não vou demorar.

Ela fica em silêncio.

– Que bom que está socializando.

Reviro os olhos.

– Vou sair para jantar também, então pode curtir a noite.

– Tudo bem.

– Tudo bem.

– Beijos.

Desligo o celular e procuro por Malic.

– Então, quantas meninas você trouxe para cá? – me aproximo do balcão da cozinha.

– Algumas prostitutas. – ele diz distraído.

Encaro-o sem reação.

– Estou brincando. – ele ri – Apenas algumas meninas.

Reviro os olhos e sorrio.

– Idiota. – resmungo – Conseguiu impressiona-las?

– Depende – ele se aproxima de mim -, impressionei você?

– Não. – falo convicta.

– Ótimo, então eu impressionei as outras.

Sorrio e mexo em meu cabelo.

– Como se sente depois de falar tudo?

– Bem. – suspiro – É como tirar uma ancora das costas. As pessoas vão entender por que eu não falava sobre, pois não há o que falar sobre o que aconteceu naquele beco e agora irão entender o medo e paranoia que tive por alguns dias.

– Você ainda tem medo dele? – ele me encara de canto de olho.

– Sim. – aperto minhas mãos – Tentei passar uma mensagem de confiança e mostrar que ele não me atingiu, mas no fundo ainda tenho medo dele e do que ele pode estar planejando contra mim e se ele está fazendo isso, mas também não posso demonstrar que estou tão atingida, talvez assim ele saiba que não atingiu suas expectativas, sei lá, acho que não devia ter desafiado assim, nem sei onde eu estava com a cabeça, talvez todos aqueles olhos me passaram coragem o suficiente para dizer. E se agora ele vier mostrar o que estava planejando? E se por causa disso ele vier atrás de mim de novo? Ai meu Deus...

Seguro minha cabeça com as mãos e encaro o balcão, fiz merda.

Mãos fortes abraçam minha cintura e lábios quentes tocam meu ombro, sinto um arrepio quente passar por minha espinha, respiro fundo e seguro em suas mãos. Subo minha mão livre por seu braço vagarosamente até chegar em sua nuca e finco meus dedos em seu cabelo. Sua respiração quente me causa arrepios.

– Você tem que esquecer. – ele murmura em meu ouvido – Esqueça ele.

Mordo o lábio inferior.

– É impossível.

– Nada é impossível.

Ele me solta e roda a banquete em que estou sentada, ergo o rosto para encará-lo.

– Eu estou aqui. – ele aproxima seu rosto do meu.

Afasto.

– Como se você fosse me proteger. – rebato.

– Mas posso de fazer esquecer.

– Quero beber alguma coisa. – limpo a garganta.

Ele ergue uma sobrancelha e se afasta com um sorriso de lado.

– Tenho vinho. – ele abaixa e abre a porta de uma pequena adega.

– Pode ser. – giro a banqueta novamente.

Respiro fundo e tento controlar a minha pulsação. Não vai acontecer nada que eu não queria, se controle e mantenha a sanidade.

– Preciso ir ao banheiro.

– Segunda porta a direita.

Levanto em um salto e quase corro para o cômodo, entro e tranco a porta.

Não vai acontecer nada que eu não queira.

Estou corada e ofegante, até demais. Jogo água no rosto e no pescoço e regulo minha respiração. É muito cedo para acontecer isso e depois de tudo o que aconteceu na minha vida, não tenho clima, não vai ter clima. Não sei o que tenho que fazer! Precisa ter pesquisado pelo menos algumas coisas... Ai meu Deus... Pesquisar? Sou tão patética, minhas pesquisas iriam dar em pornografia.

Estou com um sutiã azul e... Uma calcinha rosa. Solto o ar e fecho os olhos. Calma Bianca.

Jante e vá embora.

Abro a porta e saio um pouco de quando entrei e encontro Malic me aguardando com duas taças. Sorrio e pego uma.

– Um brinde. – murmuro e bato levemente minha taça contra a dele.

– A quê?

– Á nós. – sorrio e dou um gole.

Ele concorda e faz o mesmo. Balanço o liquido da taça e o encaro, ficamos em silêncio.

Se controle.

– É muito bonito aqui. – me afasto e caminho pela sala – Muito relaxante olhar a vista.

Posso escutar seus passos atrás de mim.

Paro em frente a uma janela e olho a vista, dou mais um gole e fecho os olhos. Balanço a taça sutilmente e tento pensar em outras coisas, me transportar para outro lugar, tento evitar pensar no momento presente. Dou outro gole e noto que acabei com a minha bebida, olho em volta e coloco meu copo em cima da mesa de centro. Levo um susto quando vejo Malic sentado no sofá.

Ele levanta e caminha em minha direção.

– Minha terapia. – ele olha pela janela para um ponto fixo.

Fico ao seu lado e observo a rua abaixo de nós. É como estar em uma fortaleza, você pode ver tudo ao seu redor, mas nada pode tocar você.

Ele coloca a sua taça ao lado de minha.

– Está com fome?

– Não e você?

Ele dá de ombros.

– Não.

Dou um rápido sorriso e voltamos a olhar para fora.

Mantenha a sanidade.

Mordo o lábio inferior e o encaro. De perfil ele é ainda mais bonito e assustador, tem um quê selvagem. Os olhos amarelos encontram os meus. Perco o ar e sinto minhas bochechas esquentarem, minhas mãos soam frio e minha garganta seca. Puxe assunto.

Em um segundo eu estava o encarando e no outro estava o beijando. Malic me pressiona contra a janela de vidro, finco os dedos nos cabelos de sua nuca e dou um leve puxão. Suas mãos passeiam por meu corpo e espalmam meu quadril e costas. Mordo seu lábio inferior e abro os olhos, encarando-o.

Seus lábios deslizam por meus dentes e sutilmente depositam beijos em meu pescoço até a alça de meu sutiã, onde sessam. Minha garganta seca e não consigo me mover, meus musculo se tensionam. Seus lábios sobem novamente para meu pescoço. Sorrio e empurro-o até o sofá.

– Me faça esquecer. – murmuro e sento em seu colo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não consegui por imagem nesse capítulo, não sei o porquê, mas nenhuma ta salvando...