Bad Dog escrita por Pale Moon


Capítulo 1
Começo


Notas iniciais do capítulo

Apenas imagem o Dragon assim:
https://lh3.googleusercontent.com/-dIatlBfdAa0/VXX3n74QS3I/AAAAAAAAHbs/lHjgY4lfJkA/s2000/Dragon%252520human%2525201.jpeg

Ou se você for do tipo de pessoa que gosta de imaginar o personagem, não veja o link e imagine :v

Boa leitura



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Capítulo O1

Castiel suspirou, parecendo estar exausto. Havia acabado de voltar do aeroporto; tinha ido até lá se despedir de seus pais, que vieram passar quatro dias em casa num momento de folga que conseguiram, mas como sempre, o tempo com eles passava rápido demais e logo já iam embora, para mais uma longa temporada distante.

E o ruivo, como sempre, se sentia extremamente para baixo logo após eles partirem. Claro, ninguém precisava saber disso. Jamais demonstraria isso para quem quer que fosse. Era um segredo seu, apenas seu.

Já tinha se acostumado com a solidão daquela casa vazia.

Ou melhor, nem tão vazia assim. O ruivo sorriu ao ser recepcionado pelo seu gigante e fiel amigo, Dragon, que abanava o rabo e subia nas suas pernas como se quase pudesse falar “bem vindo de volta”. É, Dragon enchia aquela casa. E era um dos poucos que o fazia rir, mesmo quando estava sozinho.

Castiel passou a mão pela cabeça do animal eufórico, sorrindo de leve, para logo em seguida ir para seu quarto, sendo acompanhado pelo seu animal de estimação. Tirou a jaqueta jeans, jogando pelo quarto de qualquer jeito. Esticou os braços, sentindo-se meio preguiçoso. Logo em seguida tirou o restante das roupas para tomar uma ducha rápida. Estava com sono, pois o voo de seus pais tinha sido o das 23 horas, e já era bem tarde. Após o banho, saiu apenas com uma toalha enrolada na cintura e buscou apenas uma bermuda qualquer, bem folgada, para dormir. Era uma noite de verão bem quente e queria dormir o mais relaxado possível.

Deitou-se em sua cama e pouco depois sentiu o peso de Dragon. Normalmente sua mãe reclamaria, pois Valérie sempre dizia para Castiel não deixar Dragon subir no sofá ou na cama. Mas ela não estava ali, e o ruivo cansou de desobedecer a essa e outras ordens dela. Então pouco se importou com isso.

Apenas fechou os olhos e dormiu, sentindo-se exausto.

●ᴥ●

O sol entrou pelas venezianas da janela sem dó alguma, os leves raios solares (já não tão leve assim) indo parar no rosto de Castiel, que dormia tranquilamente com um peso em cima de si. Resmungou qualquer coisa e passou a mão pelo rosto, abrindo os olhos aos poucos. Sabia que havia dormido demais e provavelmente estaria atrasado para a aula, mas foda-se. Nunca ligou para esses horários idiotas da Sweet Amoris mesmo.

Remexeu-se um pouco na cama, sentindo um peso sobre parte de seu corpo. Abriu um pouco mais os olhos, apenas um pouquinho, e se deparou com uma cabeleira negra espalhada pela cama, coberta quase por completo pelo seu lençol, deixando a vista apenas o topo da cabeça cheia de cabelos escuros. Franziu o cenho e voltou a dormir. Estava com sono ‘pra caralho, talvez ainda estivesse sonhando.

Mas a tal pessoa lhe agarrava de um jeito que fazia Castiel se sentir como um travesseiro. O ruivo abriu os olhos novamente, ainda meio bêbado de sono, resmungando qualquer coisa que nem ele mesmo foi capaz de distinguir o que era. Olhou mais uma vez para o dito cujo que lhe agarrava com os braços de um jeito bem possessivo, o abraçando com uma perna também e deixando a cabeça apoiada sobre seu peito. Franziu o cenho, ficando alguns segundos relembrando a noite passada. Até que...

Espera. Havia voltado do aeroporto sozinho e ido dormir. E, espera de novo. Era um cara que estava deitado na sua cama, o agarrando? MAS QUE PORRA É ESSA, AFINAL?!

Sua mente enfim conseguiu processar o que se passava, notando que tinha um desconhecido o agarrando e dormindo na sua cama. Sentou-se de súbito na cama e empurrou aquele ser desconhecido, vendo-o cair e soltar um murmurinho dolorido. E então, pode notar que era um garoto mais ou menos da sua idade, e nu.

Garoto. Desconhecido. Na sua cama. Nu. Completamente nu.

– Mas que porra é essa?! – Gritou para o garoto de cabelos negros e repicados, que parecia assustado, passando a mão na cabeça e tentando entender a situação.

O outro olhava para o dono da casa com um olhar meio perdido. Passou a mão no rosto, bocejando e coçando os cabelos negros e repicados, que iam até seu ombro. O garoto estava completamente despido e parecia não sentir vergonha alguma disso. Era um garoto alto (quase da altura de Castiel, talvez), com madeixas negras bem escuras e olhos castanhos claros. Tinha a pele branca e parecia bastante sonolento. Era um belo rapaz de uma aparência realmente atraente e um jeitinho levemente desleixado.

– Por que me empurrou...? – Perguntou com sono, de um jeito manhoso. Sua voz não era nem fina e nem grossa. Era uma voz um pouquinho rouca, na medida certa e agradável de ouvir.

– Como assim “por que”? Quem é você cara, o que ta fazendo na minha cama, e... Arg! Você ta pelado! – A cabeça de Castiel parecia rodar. Quem era aquele maníaco?!

O garoto desconhecido ergueu uma sobrancelha e virou um pouco o pescoço, tentando compreender aquela pergunta que, para si, parecia bastante óbvia.

– Ué. Sou eu, o Dragon. – Declarou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Castiel ainda ficou por alguns segundos em silêncio, tentado compreender aquilo, com uma cara de “oi? Que”.

– Você? O Dragon? Meu cachorro?

– Sim! – O outro respondeu animado, abrindo um largo sorriso na mesma hora.

O ruivo começou a gargalhar. Tipo; começou a rir muito, gargalhar alto mesmo. Que piada mais ridícula era aquela?!

– Que ridículo! Quer que eu acredite que você é o meu cachorro? Sério mesmo? – Que tipo de pervertido era aquele cara?

– Mas eu sou o seu cachorro! – O garoto de madeixas negras franziu o cenho e fez um beicinho irritadiço pelo o fato de seu dono estar duvidando de si.

Castiel caiu na gargalhada mais uma vez, até notar novamente a situação complicada e constrangedora que se encontrava. Veja bem, tinha um ser completamente desconhecido ali, diante de si, nu, que acordou na sua cama juntamente consigo. Castiel parou de rir ao pensar nisso e passou a mão discretamente pelas costas até a própria bunda, sentindo um alívio gigante ao notar que estava tudo no lugar. Não to sentindo nada de anormal, amém!

– Você não pode ser o meu cachorro, cara! Que tipo de maluco é você, afinal?! – O leonino se perguntou se era algum maníaco pervertido. Sei lá, existe cada fetiche louco por aí, e vai que esse maluco desconhecido gostava de ser chamado de cachorro... Credo! Como esse cara conseguiu entrar na sua casa, afinal?!

– Mas eu sou o Dragon! – O garoto se levantou, não demonstrando vergonha alguma ao ficar com sua nudez ainda mais exposta. Era possuidor de um corpo alto e muito bem trabalhado, magro na medida certa. Seus olhos agora pareciam bastante tristes e as orelhas estavam meio baixas. E foi só então que Castiel notou um par de orelhinhas de cachorro sobre a cabeça do outro, tipo aquelas tiaras de otaku. Mas essa era muito esquisita. Pareciam orelhas de verdade, até se mexiam e...

Oh Deus.

– V-Você não pode ser o meu cachorro, cara. – Repetiu novamente, dessa vez mais para si mesmo do que para o outro. Parecia incerto do que falava, mas, bem... Aquela tiara não provava nada! – É claro que você não é o meu cachorro! – Voltou a falar, levando dois dedos até a própria boca e assobiando. Sabia que esse chamado era infalível, Dragon, seu cachorro de verdade apareceria ali em questão de segundos, todo eufórico.

Mas tudo o que aconteceu, numa fração de segundo, foi o outro garoto erguer as sobrancelhas e fitá-lo com um olhar extremamente feliz, para que no segundo seguinte se jogasse, literalmente, em cima do garoto de cabelos falsamente ruivos, de um jeito bem impetuoso. O garoto exclamava uma expressão jubilosa, numa euforia sem igual.

Castiel resmungou qualquer coisa e caiu de bunda no chão de seu quarto, tendo um garoto desconhecido e nu lhe agarrando e lambendo sua bochecha. Ah, fala sério!

Assobiou uma segunda vez só para ter a certeza que Dragon viria até ali, já no desespero e na esperança que seu pastor de beauce aparecesse e lhe salvasse daquele garoto escroto.

Mas ele não apareceu.

Logo Castiel empurrou o outro, com uma careta no rosto. Limpou a bochecha lambida e se levantou, olhando assustado para aquela criatura na sua frente como se ele fosse um ET verde e cabeçudo. Bem, ele era quase isso. Só não era verde e tosco, mas era quase um ET.

– V-você não pode ser o Dragon! – Exclamou para si mesmo, os olhos cinza arregalados.

– É claro que eu sou o Dragon! – Murmurou chateado novamente, fazendo outro beicinho e continuando sentado no chão. Cruzou os braços e suspirou, coçando a cabeça e bagunçando ainda mais os cabelos repicados e escuros. Em seguida suas orelhas se mexeram, levantando ainda mais como se tivesse acabado de ter uma ideia genial. – Pode perguntar qualquer coisa. Qualquer coisa. Eu sei tudo sobre você.

– Você não é o meu cachorro, caralho! – Gritou o ruivo, passando a mão nos cabelos compridos num ato de quase desespero.

– Pode falar qualquer coisa. – Praticamente ignorou o surto de seu dono, coçando novamente a cabeleira negra, atrás das orelhinhas que se mantinham de pé. – Tipo aquela vez em que você trouxe a Debrah para casa e ficou beijando ela no sofá, mas não passou disso porque você ficou nervoso por nunca ter feito isso, e-

– Ok, chega! – Castiel o interrompeu, constrangido. Lembrava-se daquele dia, e porra, ninguém sabia disso (além da ex, claro). E ela nem sabia os motivos que o levaram á parar naquela noite. Sentiu até o rosto queimar só em lembrar daquilo, pois era algo extremamente vergonhoso.

– Ou aquela vez que você ‘tava passeando comigo e foi dar uma cantada em uma garota que passeava com um poodle, mas que quando ela se virou de frente ela era um garoto-

– OK, CHEGA! – Castiel gritou antes que ele começasse a falar ainda mais coisas. Aquilo tudo era muito constrangedor e nunca tinha falado ‘pra ninguém, só mesmo Dragon, seu cachorro, saberia dessas coisas. Principalmente esse lance com a Debrah, na qual não conseguiu ir até os finalmentes com a morena porque ainda era virgem, e, bem... Porra, isso era ridículo, jamais contou para alguém! Lembrava que quando a levou em casa, Dragon quase atacou a ex e teve que prendê-lo no quintal, porém, ele continuou latindo irritado para ela, e Castel usou isso como desculpa para não entrar no clima. É. Ridículo, algo que ninguém, NINGUÉM deveria saber.

Definitivamente aquele cara era seu cachorro. Ou era alguém capaz de ler mentes de animais, era a única lógica plausível.

Castiel passou a mão nos fios rubros, colocando-os para trás e respirou fundo. Olhou para o relógio de ponteiros que tinha em seu quarto e notou que estava realmente atrasado, e acabaria perdendo a segunda aula desse jeito. Não que realmente se preocupasse, mas não queria ter uma diretora chata pegando no pé de seus pais, falando tudo para eles. Castiel era independente perante a lei, mas sua mãe vivia de conversinha com aquela velha, e bastava àquela maldita falar qualquer porcaria a seu respeito que sua mãe descontava na sua mesada. E definitivamente não estava a fim de reduzir ainda mais os seus gastos.

– Droga; preciso ir ‘pra escola...! – Resmungou e começou a andar pelo quarto, se convencendo naquele momento que aquele cara era realmente seu tão amado Dragon. Pegou algumas roupas e jogou em cima da cama, respirando fundo. Tinha que sair o mais rápido possível, mas não julgava seguro deixa-lo em casa, sozinho. Ele poderia acabar saindo. Destruindo sua casa. Ou, pior, contar coisas extremamente vergonhosas a seu respeito pra alguém; vai saber! Realmente não era uma boa ideia deixá-lo só.

– Vista essas roupas, eu vou tomar banho e vamos sair! - Falou num tom imperativo, entrando no banheiro da suíte com algumas roupas nas mãos e fechando a porta. Nunca tinha necessidade de fechar a porta de seu banheiro, mas com Dragon daquele jeito... Melhor não arriscar.

Tomou um banho e escovou os dentes o mais rápido que conseguiu. Ao sair do banheiro, já vestido, notou que o “cão” apenas olhava para as roupas postas sobre a cama. Franziu o cenho irritado ao ver que o outro continuava pelado.

– Ainda não se vestiu?! – Perguntou com a expressão raivosa.

– Eu não sei me vestir! – Resmungou, cruzando os braços e olhando para o ruivo – Você tem que me vestir, ué.

– QUE?! – Perguntou como se aquilo fosse a coisa mais ridiculamente esquisita que escutou na vida. E era.

– Então vou sair assim. – O moreno fez um bico emburrado, cruzando ainda mais os braços na altura do peito.

Castiel ficou puto de raiva com aquilo. Com ódio, com vontade de mandar aquele cãozinho mimado ir tomar num lugar nada agradável e mandar ele se foder. Mas... Se ele era mesmo o Dragon, não podia fazer aquilo. É. Sem contar que havia sido o próprio Castiel que o acostumou daquele jeito, cheio de mimos. Agora que parava para repensar sobre todos os momentos da sua vida com o cachorro, notava que quase sempre acabava fazendo tudo o que ele queria. Bastava olhar naqueles olhos castanhos de cachorro pidão e acabava cedendo por qualquer coisa, desde dar ração antes do horário até deixá-lo subir nos móveis.

O ruivo revirou os olhos enquanto resmungava, acabando por se deixar levar por aqueles olhos castanhos de cachorro pidão, que pareceram não mudar nada, e o ajudou a se vestir, por mais que falasse o que ele deveria fazer por meio de resmungos, com a sua carranca que lhe era característica. Vestiu uma samba-canção preta no outro, dizendo-lhe para vestir a calça jeans da mesma forma, e em seguida o ensinou como vestir a blusa de mangas, com capuz para cobrir aquelas orelhas. O ajudou a calçar o all star cinza, e logo em seguida o ensinou como escovar os dentes, já que ele havia acabado de acordar também.

– Vamos logo, já estou atrasado! – Reclamou ao colocar a mochila nas costas e sair andando do quarto, pegando as chaves de casa e passando pela sala, chegando até a porta e notando que o moreno havia ficado parado.

– Não vai colocar a coleira em mim? – Perguntou num tom quase inocente ao ver que seu dono abria a porta para saírem. Sempre que saia com Castiel ele colocava a coleira em seu pescoço.

O ruivo achou aquela indagação, no mínimo, embaraçosa. Sentiu as bochechas adquirirem um tom quase igual aos cabelos, mas franziu o cenho e decidiu ignorar aquilo. O que ele estava pensando, afinal? Que ia colocar uma coleira nele e sair por ai o arrastando por uma corrente?

– Claro que não! – Resmungou e respirou fundo, querendo arrancar paciência de onde não tinha. – Vamos logo! – Puxou o outro pelo pulso para saírem de uma vez.

Aquilo, definitivamente, estava sendo a coisa mais bizarra que estava fazendo na sua vida.

●ᴥ●

Pular o muro do colégio foi fácil, já que era acostumado a fazer isso quando chegava na hora do intervalo. E como estava com um garoto desconhecido que não estudava na Sweet Amoris, resolveu entrar por ali, para não ter problema nenhum com o porteiro. Por sorte, Dragon também o acompanhou com facilidade, e logo ambos já estavam andando pelos corredores.

Mas eis o maior problema: A hora do intervalo. Não tinha como escondê-lo.

Bem, de toda forma não ia dar para esconder Dragon em nenhum lugar mesmo, pois conhecendo seu cachorro do jeito que conhecia, sabia que ele faria uma algazarra louca e não ficaria quieto onde quer que ele esteja. Respirou fundo e olhou para o moreno, que parecia animado ao observar o local no qual desconhecia. Afinal, ele nunca havia visto os corredores da escola de seu dono.

Tudo o que Castiel queria, naquele momento, era encontrar Lysandre. Era seu melhor amigo, e ele talvez pudesse lhe ajudar de alguma forma, sabe-se lá como. Só sabia de uma coisa: Não dava para aguentar um Dragon desse jeito sozinho!

Andava em passos rápidos com o moreno ao seu lado, ignorando os olhares curiosos das pessoas (em especial, das garotas) sobre si e Dragon. Queria achar logo o Lys, antes que alguém resolvesse vir indagar quem era o “novato”. Todavia, ao virar o corredor, encontrou seu amigo falando com o insuportável do representante. Soltou um resmungo qualquer e se aproximou do albino, com uma cara de poucos amigos.

– Hey Lys! – O chamou com o semblante meio sério.

Os dois garotos olharam para o ruivo e, inevitavelmente, para o garoto que o acompanhava. Nathaniel estava justamente perguntando para o albino se ele sabia se o delinquente viria para a aula hoje, e caso não viesse, estava pedindo um favor: Que o próprio Lysandre entregasse mais uma das infinitas folhas de ausência para Castiel. Mas parece que não foi preciso pedir tal favor.

– Estávamos justamente falando sobre você, Castiel. – O albino sorriu educado para o amigo, parecendo ignorar a carranca mal-humorada do ruivo.

– E sobre o seu atraso... – Nathaniel alfinetou, cruzando os braços e olhando com descaso para o delinquente.

– Que seja; eu preciso falar com você Lys, urgente! – Falou puxando seu amigo pelo ombro, querendo falar com ele o mais rápido possível, ignorando a presença escrota do representante.

– Espere Castiel, você precisa pegar uma autorização por chegar atrasado! E... – Olhou para o moreno ao lado do guitarrista, com um semblante curioso, erguendo uma sobrancelha. – Bem, você precisa de uma autorização para andar na Sweet Amoris. Desculpe incomodar, mas você é algum aluno novo transferido?

Castiel revirou os olhos. Como sempre o loiro estava fazendo aquilo que fazia de melhor: Enchendo a porra do seu saco.

– Não enche, representante!

– Desculpe, mas não posso deixar seu amigo andar pela escola sem um passe, são ordens da coordenação.

– Mas o Castiel não é meu amigo. – Finalmente o garoto de madeixas escuras se pronunciou, chamando a atenção dos dois que discutiam e de Lysandre, que apenas sentia dor de cabeça em prever mais uma briga entre aqueles dois. – Ele é meu dono ~ - Dragon falou após ter a atenção de todos sobre si, abraçando Castiel que estava ao seu lado, colocando ambos os braços ao redor do pescoço do ruivo com um sorriso bastante travesso nos lábios.

Lysandre ficou estático com a declaração, não entendendo nada do que se passava no local. Será que estava escutando coisas?

Já Nathaniel... O loiro olhou para aquela cena, ergueu uma sobrancelha a principio, para logo em seguida dar um meio riso cheio de escárnio. Franziu o cenho e ficou observando aquilo com uma expressão estranhamente desconhecida, de total descontento.

– Dono...? – O loiro perguntou, cruzando novamente os braços e olhando para aquela situação com bastante ódio. Seus olhos dourados pareciam que iam fuzilar alguém.

Já Castiel olhou para o seu “cachorro” com uma cara de muita raiva, num misto de irritação e vergonha.

– Porra, eu mandei você ficar calado! – Gritou para o moreno, que fez uma careta ao escutar aquilo.

– Não mandou não! – Resmungou, ignorando o olhar perdido do garoto de cabelos esbranquiçados e do loiro metido.

– Ah claro... Entendi. – Nathaniel falou, olhando para aquela ceninha patética que acontecia diante de si. – Sinto muito Castiel, mas o seu namoradinho não pode ficar andando pela escola se não for um aluno da Sweet Amoris. – Falou de forma direta e mal humorada, com uma vontade insana de esganar aquele garoto sem vergonha.

– Vocês não estão entendendo, droga! – Castiel já não sabia o que dizer, como explicar. Não que Nathaniel precisasse de uma explicação, mas além de Lysandre também estar vendo aquela situação esquisita, o seu cachorro parecia não ter noção nenhuma de espaço pessoal e de como agir feito gente. Tentava se afastar, mas o moreno lhe agarrava de um jeitinho bastante alegre, o abraçando pelo pescoço enquanto Castiel buscava alguma saída para aquela situação tensa.

– Pelo contrário, estamos entendendo perfeitamente. Agora, se você puder se soltar dele e pedir para ele se retirar, pois a Sweet Amoris é um local para os estudantes daqui. – O loiro continuou seu sermão, olhando feio para ambos.

Lysandre apenas observava aqueles três. O jeito que o tal garoto desconhecido agarrava Castiel, a forma que o seu amigo tentava, de algum jeito, justificar o que estava acontecendo, e o olhar irritadiço do representante diante daquela cena.

Oh céus...

– Vocês não estão entendendo, caralho! Ele é o Dragon! – Castiel exclamou de uma vez por todas. Afinal, aquela parecia ser a sua única saída no momento: Contar a verdade. Por mais que Lysandre e Nathaniel tivesse lhe fitado como se fosse um louco que acabou de fugir do hospício.

Continua...


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Notas finais do capítulo

TA, EU SEI QUE DEPOIS DESSA FIC EU POSSO SER MANDADA PARA O MANICÔMIO, MAS ESSA IDEIA ME VEIO DEPOIS DE FAZER VÁRIOS DESENHOS DO DRAGON VERSÃO HUMANO E... :'D -q

Enfim, mereço pedradas por essa nova comédia? Deixem a opinião de vocês nos comentários, preciso saber o que acharam dessa minha nova maluquice :'3

Ah, e eu já pensei em todo o final da fic. Ela terá três capítulos apenas, mas não vou dar um prazo de quando postarei os outros dois, pois a minha prioridade é a fanfic Overdose de Loucura. Porém, essa aqui também vai ser atualizada logo logo, tudo depende de vocês sz

Isso é tudo, pessoal o/