"Metade do mundo não consegue compreender os prazeres da outra metade." Jane Austen.
"So one last time
I need to be the one who takes you home
One more time
I promise after that, I'll let you go
Baby I don't care if you got her in your heart
All I really care is you wake up in my arms
One last time
I need to be the one who takes you home" - Ariana Grande, One Last Time.

Tensão essa palavra podia me definir no momento, nos corpos estavam colados naquela parede e eu sentia sua respiração em mim.
– Me desculpe, mas acho que você está bêbado! – Eu disse tentando o afastar, mas como ele era duas vezes maior e mais forte, me puxou pela cintura e me trouxe para si.
– Eu sei que você quer tanto quanto eu... – Ele disse aproximando sua boca da minha, mas eu me virei rapidamente antes que eu caísse na tentação de beijá-lo.
– Isso é errado... – Eu comecei a falar e ele riu.
– Não me diga que vai fazer aquele discursinho de que isso é errado ou pá pá pá quando na verdade está morrendo de vontade de me beijar! – Ele respondeu sem soltar suas mãos de minha cintura, então ele aproximou seus lábios vagarosamente dos meus e quando eles se colaram fomos despertos por gritos estridentes.
– Socorrooooooooooooooo! Socoroooooooooooo! – Diana gritava e Peter rapidamente se recompôs e saiu em direção à praia, eu disfarcei e fiz o mesmo.
Quando cheguei à praia a cena que eu vi me assustou, Maria estava deitada no chão com os cabelos louros manchados de sangue, entrei em desespero e empurrei pessoas até chegar a ela.
– O que aconteceu? – Eu perguntei angustiada e Diana me encarou com seus olhos azuis.
– Aconteceu que você deixou sua amiga que não sabe nadar sozinha no mar! – A vaca leitura respondeu e eu revirei os olhos, era isso mesmo? Ela estava pondo a culpa em mim.
– Não dê ouvidos a ela Jey! Essas coisas acontecem o tempo todo! Não é como se ela tivesse levado um tiro! – Peter me defendeu e Diana bufou de raiva.
– Por que está defendendo essazinha? Já está de caso com ela? Me poupe Peter! Ela tem idade pra ser sua filha! – Diana continuou e dessa vez quem perdeu a paciência foi Peter.
– Ela não é essazinha, a única que pode ser chamada assim aqui é você! Eu não tenho um caso com ela e quem eu me relaciono ou deixo de me relacionar não é da sua conta! – Ele respondeu furioso e a loira se levantou.
– Não tenho de ficar escutando suas babaquices! E você queridinha? A única coisa que ele pode querer de você é arrebentar o seu hímen, se é que você tem algum! – Ela disse caminhando em direção ao estacionamento.
Sentia minhas bochechas queimarem, mal conseguia encarar Peter sem lembrar das palavras de Diana, talvez fosse isso mesmo que ele quisesse ou talvez ela seja doida de pedra, qualquer uma das opções me assustava, a minha maior sorte foi que Maria estava desacordada e não havia escutado uma palavra se quer daquela conversa vergonhosa.
– Ela acordou... – Peter falou enquanto Maria abria os olhos.
– Agora me explica, o que aconteceu com a senhorita aqui? – Eu perguntei
– Eu estava nadando quando bati em uma pedra e perdi a consciência por sorte mamãe viu tudo e gritou por socorro – Ela respondeu se levantando e se sentando.
– Nossa! Então esse é o motivo do sangue todo! – Eu observei e ela sorriu de lado.
– Mas pera aí? Onde está a mamãe? – Ela perguntou e eu e Peter coramos ao mesmo tempo.
– Sua mãe teve problemas e já foi pra casa – Peter respondeu em um tom firme que transparecia verdade.
– Minha mãe voltou para Nova York? Mais tão rápido! – Ela reclamou e abaixou a cabeça, agora eu pude perceber como a figura materna de sua mãe faz falta para ela.
– Não sabia que sua mãe morava em Nova York! – Eu exclamei sem pensar e ela sorriu de lado como se eu tivesse acreditando no que estava dizendo.
– Sim, ela mora, minha mãe é estilista – Ela disse toda orgulhosa da mãe, eu sentia pena de Maria por ela não saber a imbecil que sua mãe é.
– Que interessante! – Eu disse fingindo interesse e Peter parece ter notado pelo olhar que me lançou.
– Sabe, eu acho mesmo que delirei enquanto estava dormindo, eu pensei ter escutado você e a mamãe discutindo sobre algo... E a Jade estava no meio... – Maria falou com seu pai e eu gelei no mesmo instante.
– Garanto que foi só sonho querida! – Peter disse dando tapinhas no ombro de sua filha única.
– É claro que foi! – Ela garantiu e eu respirei aliviada.