Broken - Emison escrita por Anna LittleLiar


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Oie amoras :3

Então... pra num cumpricar a vida... eu vou deixar o capítulo da primeira vez delas como um capítulo a parte. Então no caso esse é o penúltimo :)

:* Boa leitura



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POV ALISON

As últimas semanas vêm sido completamente maravilhosas. A cada dia que se passa eu me sinto mais confiante e segura pra sair de casa, e aos poucos... voltar a minha rotina de um ano atrás. Emily, claro... tem parcela fundamental nessa minha melhora... sempre me incentivando, porém nunca pressionando. O sorriso que ela abre quando eu sugiro algum passeio mais ‘movimentado’ é simplesmente perfeito. Ela me faz sentir cada vez mais feliz. Aliás, ela é essencial para que eu me sinta feliz.

E aqui estou eu, cantando alegremente com minha irmã mais nova e minha namorada em seu carro, indo pra casa após uma noite amplamente divertida e regada de fast food e pizza.

Emily: Chegamos! – disse ao encostar seu carro em frente a minha casa.

Aria: Em, você não vai descer? Quero te mostrar a boneca que a Ali me deu! – disse animada.

Emily: Já está tarde, meu amor. – Aria fez bico. - Mas eu prometo que da próxima vez a gente vai brincar bem muito com a sua boneca nova! – sorriu para a pequena, que sorriu de volta, acenando com a cabeça.

Aria se despediu de Emily e eu pedi que ela entrasse em casa, e avisasse a nossa mãe que eu não iria demorar.

Emily: Você gostou do passeio? – perguntou se ajeitando no banco, ficando de frente pra mim.

Alison: Adorei! – respondi sinceramente. – E a Aria também. Obrigada por levá-la.

Emily: Não precisa agradecer, adoro aquela pulguinha... Mas amanhã queria sair só com você... digo... não exatamente... – pausou. – É que a Han me chamou pra passar na casa dela amanhã a tarde, disse que ia preparar fondue e tudo mais. – explicou. – Sinto que ela tá ficando com alguém e quer fazer um encontro duplo. – sorriu.

Alison: Amanhã à tarde eu ia ao shopping com a minha mãe, comprar um vestido pra usar na sua apresentação... mas não tem problema, eu posso ir outro dia, afinal ainda tem tempo. – dei de ombros.

Emily: Putz! – pôs a mão na testa, dando um tapinha. – Esqueci de dizer a você... a data da apresentação foi adiantada.

Alison: Não me diz que vai ser daqui a dois dias?! – perguntei preocupada.

Emily: Não... não... relaxa. – passou a mão o meu ombro, me tranquilizando. - Vai na próxima semana. Dia 21.

Sabe quando a gente tá fazendo um castelo de areia... Que você usa de toda a sua paciência para montar alicerce por alicerce, torre por torre... e quando acha que está estável, firme... e a uma distância segura do mar... uma onda inesperada varre tudo o que você se esforçou pra construir numa fração de segundos? Pois é... meu castelo acabara de ser destruído.

O momento chave para Emily dar um enorme passo rumo a sua brilhante carreira profissional... a data mais aguardada por ela, era também numa infeliz coincidência... o dia que se completava um ano que parte de mim havia morrido... um ano que eu havia sido quebrada... e bastou eu pensar que estava melhorando, que estava finalmente me reconstruindo e deixando tudo de ruim pra trás... que o destino joga a realidade na minha cara.

Ali? Ali?

Alison: Oi… desculpa... o que? – sentia meus músculos enrijecidos, e um leve tremor involuntário em várias partes do meu corpo.

Emily: Perguntei se você tem algum compromisso dia 21. – me fitou da cabeça aos pés. - Você ficou pálida de repente, aconteceu alguma coisa? – perguntou num tom preocupado.

E agora? O que eu faço?

Eu não podia simplesmente soltar isso em cima dela, a Emily não merece mais um dos meus problemas, principalmente quando pode influenciar negativamente algo que ela almeja tanto.

Alison: Nada demais... – dei de ombros. – É só que... acho que vou estar naqueles dias e... tenho uma cólica bem chata nos dois primeiros dias. – desconversei. – Mas nada que um remedinho não resolva. – forcei um sorriso.

Emily deu de ombros também, puxando-me para um abraço. É, acho que ela acreditou. Obvio que eu estava me sentindo mal em mentir para ela, mas acredito que será para um bem maior. Eu serei forte, vou passar por cima disso... e verei com meus próprios olhos, a minha namorada receber várias notas dez dos mais renomados profissionais de fisioterapia desse país.

Abri os olhos e imediatamente bateu um desespero. Eu não fazia ideia de onde estava, apenas sentia uma forte dor na parte de trás da minha cabeça, e meus braços atados à uma fita adesiva bastante espessa. A última coisa que eu lembrava era de ter saído do supermercado.

– Acordou, florzinha? Desculpa, acho que bati na sua cabeça com muita força. – gargalhou sombriamente.

As lágrimas já brotavam e eu não conseguia formular nenhuma palavra. Queria pedir ajuda, queria gritar. Mas eu estava com um nó na garganta.

– Se você gritar eu corto a sua língua, tá me ouvindo? – se aproximou. – Vamos começar a brincadeira...

– NÃÃÃÃÃOOO!

Abri os olhos e percebi que estava em meu quarto. Foi um pesadelo. De novo.

Não é novidade alguma que eu tinha pesadelos com aquela noite, e às vezes até situações misturadas. Mas há três dias... desde o passeio com Emily e Aria, eles ficaram ainda mais frequentes e assustadores. Não contei nada pros meus pais, mas eles já deviam imaginar que com a data chegando, eu ficaria mais fragilizada e consequentemente alguma crise poderia surgir.

Dei graças a Deus que Hanna cancelou o ‘’encontro duplo’’ naquele dia... não tinha cabeça pra sair de casa, mas também não queria recusar, estragando o programa de todas. Emily andava bastante ocupada com os ajustes finais de sua apresentação e nós conversávamos apenas por telefone... fato que me ajudou bastante, já que ela com certeza iria notar algo estranho em mim, se nos víssemos nesses dias.

Ella: Minha filha! – adentrou o cômodo rapidamente. – Você esta bem? Precisa de algo?

Alison: Não, mamãe. .. foi um pesadelo... – suspirei pesadamente. – De novo. Me desculpe te acordar.

Minha mãe deu-me um olhar compreensivo, sentando na beirada da cama, segurando uma de minhas mãos, beijando-a em seguida.

Ella: Ali, isso é porque amanhã vai fazer um ano do…

Alison: Sim. – a interrompi. – Eu to meio estressada… mas é só isso... uma recaída... – tentei tranquilizá-la. – Depois passa.

Ella: Quer conversar? – acariciou meu rosto. – Tem algo que eu possa fazer por você? – perguntou docemente.

A relação com minha mãe estava cada vez melhor... O contato físico não era mais uma barreira. Posso até dizer que estávamos muito perto de retomar a ligação que tínhamos antes do incidente. Mas havia certas coisas que eu ainda guardava pra mim, como isso...

Alison: Não, mamãe. Vou ficar bem... só preciso de um tempo. – sorri fracamente.

Minha mãe não insistiu, apenas deixou o quarto, dizendo que estaria lá embaixo caso eu precisasse de alguma coisa. Resolvi ler um livro, na tentativa de mudar o foco dos meus pensamentos... e até que funcionou, porém bastou meus olhos pesarem… que tudo voltou dolorosamente

Para!

Para por favor! – implorei desesperada. – Eu não aguento mais!

Meu corpo inteiro doía. Sentia um misto de ardência e dor entre as minhas pernas. Queria sair dali, queria morrer!

O homem mantinha a expressão assustadora, porém não tirava do rosto aquele sorriso vitorioso e ao mesmo tempo sujo.

– Eu vou parar quando eu quiser. – com a mão direita segurou meu rosto com força. – Continua caladinha que é melhor pra você!

Despertei assustada e ofegante... com corpo completamente suado e o coração batendo freneticamente. Uma angústia sem tamanho se apossava de mim, e eu não consegui fazer outra coisa a não ser chorar.

Não sei exatamente o motivo de eu estar chorando. Pelo trauma e as lembranças recorrentes... por estar tendo uma recaída e acabar destruindo todo o progresso das últimas semanas... não ser forte o suficiente para colocar isso de lado e apoiar Emily num dia tão importante como será amanhã. Era muita coisa ao mesmo tempo. E eu não estava dando conta... eu não iria dar conta.

E agora...

Como eu vou falar que eu vou perder um dos momentos mais importantes da vida dela? Como eu iria contar para Emily que eu não iria assistir a sua apresentação, porque tudo o que eu sentia era medo.

Medo de sair de casa e acontecer de novo...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
XOXO



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