POV ALISON

Quando Emily disse que a surpresa que havia preparado pra mim era deliciosa, minha ansiedade para chegarmos à sua casa só fez aumentar. Passei o caminho todo pedindo mais dicas, porém Emily foi irredutível e não me contou mais nada.

Entramos pela porta da cozinha, pude ver seu pai... que mais parecia um padeiro em serviço... usando um avental branco e completamente coberto de farinha. O balcão estava tomado por massas para pizza recém preparadas e vários recipientes com diversos recheios para as pizzas. Até o Chris que mal ficava em casa estava lá ajudando a preparar os recheios. Os dois sorriram para mim, e eu não pude fazer mais nada a não ser dar-lhes o meu maior sorriso.

Emily: Noite da pizza! – exclamou. – Em homenagem a você. – olhou pra mim.

Não contive a alegria e saltei para seus braços. Emily cambaleou e quase caiu para trás, tamanha a força que eu me joguei em cima dela.

Alison: Obrigada, obrigada, obrigada! – dizia sem parar, deixando beijos molhados por todo o seu rosto.

Emily: Não foi nada. – separou o abraço, deixando nossos rostos bem próximos. – Mas ainda bem que você gostou.

Alison: Eu adorei. – juntei nossos narizes.

Uma das melhores coisas do mundo era sentir a respiração dela no meu rosto. Eu tinha a real sensação de respirá-la. Pode parecer estranho... mas é algo maravilhoso.

Alison: Eu te amo.

Emily: Te amo, ninha.

Chris: Vocês podiam parar essa melação e vir aqui se sujar de verdade. – falou num tom divertido, arrancando risadas de todos... menos de mim, que morri de vergonha e enterrei o rosto no pescoço de Emily.

Emily: A gente vai sim. Né amor? – afastou meu rosto do seu pescoço, e fez uma carinha pidona.

Alison: Aham. - sorri. – Vamos lavar as mãos. – completou, me agarrando pela mão, indo em direção à pia.

…

Wayne: Muito bem! Vamos colocar as pizzas no forno. A minha vai primeiro porque eu sou mais velho. – disse sorridente.

Chris: Cabem duas pizzas no forno, pai. E a minha vai com a sua. O casal 20 fica pra segunda remessa. – deu língua pra Emily, que retribuiu.

Emily: Não tem problema, deixaremos o melhor para o final. – disse orgulhosa, sentando no balcão e trazendo-me para ficar de costas pra ela, entre suas pernas. – O que você colocou na sua pizza, Chris?

Chris: Hoje eu não quis inventar… então coloquei o mesmo que o papai. Queijo mussarela, cheddar, azeitonas e pepperoni.

Emily: Na minha tem isso tudo... mais calabresa, presunto, tomate, bacon, parmesão... – ia continuar falando, mas todos já caíram na gargalhada. Pelo jeito a Emily não queria pizza e sim um x-tudo.

Chris: Alison, e a sua... o que tem nela?

Alison: Ah, a minha também está simples. Só tem queijo e abacaxi. – dei de ombros.

Chris: Abacaxi? Ousada. – comentou sorrindo. – Da próxima vez eu misturo doce e salgado também.

Alison: Deveria. É muito bom.

Emily: Adoro agridoce. Vou querer uma fatia da sua pizza. – disse me virando de frente pra ela.

Alison: E quem disse que eu vou te dar? – sua cara fechou. 3 segundos depois ela fez uma cara ameaçadora e eu já sabia o que significava.

Emily: Corra, Montgomery. Corra!

Saí correndo em direção à porta da cozinha e Emily veio atrás de mim. Pude jurar que ouvi o Chris dizer ‘’Emmy, se você a matar eu fico com a pizza dela’’… mas eu estava bastante ocupada correndo pelo quintal, pra poder prestar atenção em qualquer outra coisa. Mas eu nunca fui atleta, então fui pega facilmente por Emily, que se jogou na grama comigo embaixo dela.

Emily sentou na grama, segurando meus braços, enquanto eu estava deitada, fazendo força pra levantar... mas claro que não consegui… ela era bem mais forte que eu.

Emily: Quer dizer que você não vai compartilhar da sua maravilhosa pizza com a sua namorada? Ah, que feio Alison... – disse zombeteira.

Alison: Minha namorada já tem a pizza dela. – disse séria, ou pelo menos tentei. – agora deixa eu levantar.

Emily: Resposta errada. – fez aquela cara de novo. Quando dei por mim já estava sendo atacada por cócegas, e mal podia respirar.

Alison: Tá... Tá bom… – ela parou e me encarou. – Eu divido com você. – suspirei

Emily: É assim que eu gosto. – abriu um sorriso vitorioso.

Alison: Espera! Tenho uma condição.

Emily: Você não está em posição de fazer exigências, Senhorita Montogomery. Mas diga… qual sua condição?

Alison: Acho que você vai gostar dela. – sorri de canto. – quero um beijo.

Emily: Não gostei dessa condição. – aproximou o rosto do meu. – Eu adorei!

Emily deu início a um beijo lento, calmo... repleto de carinho... como ela sempre faz. Suas mãos que prendiam meus braços, agora faziam carinho no meu corpo. Passei meus braços ao redor do seu pescoço e ela se inclinou mais, aprofundando o beijo. Sua língua quente e macia fazia um caminho majestoso dentro da minha boca e eu suspirava com tanto êxtase que apenas aquelas carícias causavam em mim. Nesse momento eu me sentia totalmente normal... uma adolescente… cheia de hormônios e apaixonada. Mordi levemente o lábio de Emily e foi a vez dela de suspirar em minha boca. Uma de suas mãos deslizou pela minha perna e parou no meu bumbum, que foi levemente apertado. Num gesto rápido, me levantei e bati a cabeça com Emily, que gemeu colocando a mão na altura dos olhos.

Emily: Ali... meu amor, desculpa... foi... eu não… desculpa. – falou atrapalhada e ainda com as mãos no rosto.

Alison: Tá tudo bem, Em... não foi sua culpa... eu só fiquei surpresa... relaxa.. – me aproximei. – Vai, tira essa mão do rosto... tá tudo bem... eu estou bem. – segurei sua mão e a tirei do rosto, revelando um corte no supercilho esquerdo. Suspirei pesadamente, sabendo que a culpa havia sido minha.

O corte que agora estava sem a pressão da mão de Emily começou a jorrar sangue, deixando toda a sua face vermelha.

Alison: Em... – falei, já chorosa. – Desculpa... eu sinto muito.

Emily: Meu amor... não chore, não foi nada demais. Acontece... – sorriu de canto. – Está tudo bem.

Alison: Não está! Você parece aqueles personagens de filmes de terror, cobertos de sangue. Meu Deus, e a culpa foi minha! – Eu falava desesperada e Emily agia como se estivesse tudo ótimo. Até rindo ela estava.

Emily: Calma, Alison. Foi só um corte bobo. Acho que nem vou precisar de pontos. – colocou a mão no rosto de novo.

Alison: Se o corte foi profundo você vai precisar de pontos sim. Vem, vamos limpar isso. – peguei sua mão e caminhamos pra dentro da casa.

Chris: WOW EMILY! A ALISON É MAIS DURONA DO QUE EU IMAGINEI. – deu risada quando viu a irmã com o rosto cheio de sangue. E mais uma vez eu fiquei morta de vergonha.

Emily: Cala a boca seu idiota. – sentou no sofá da sala, e eu ao seu lado. - Anda, vai buscar o kit de primeiros socorros.

…

Emily: Acabou? – resmungou enquanto eu terminava de colocar o curativo adesivo no corte.

Alison: Prontinho. Pelo menos foi superficial. – suspirei aliviada. – que bela noite da pizza ein? – ironizei

Emily: Ah, não seja boba. Tudo continua maravilhoso. Isso foi apenas um imprevisto... uma história pra contar aos nossos netos. – apertou meu nariz de leve. – Vem... vamos comer

Segui Emily de volta até a cozinha com um sorriso bobo no rosto. ‘’contar aos nossos netos’’ ... algo que há meses atrás eu nunca pensei que podia acontecer, realmente torna-se plausível. Emily é um verdadeiro presente em minha vida. Ela se preocupa comigo, é atenciosa, carinhosa, amorosa... e irritantemente linda. Somos duas mulheres mas e daí? Ela me faz feliz, e é isso o que importa.

Emily: Ali! – estalou os dedos na minha frente. – Em que mundo você está? – perguntou sorrindo.

Alison: Desculpe... eu me distraí com umas coisas. – sorri sem jeito.

Emily: E eu posso saber que coisas são? – levantou as sobrancelhas

Alison: Não senhora. – fez bico. – Mas era algo bom, na verdade ótimo. – desfez o bico, presenteando-me com um belo sorriso.

…

E no final... Emily tinha razão. Tudo foi maravilhoso! Nos empanturramos de pizza, conversamos, brincamos... Chris continuou fazendo piadas sobre eu ser lutadora de UFC, coisa que me matava de vergonha, mas divertia a todos... principalmente Emily. Após limparmos a bagunça na cozinha, nós subimos para seu quarto... eu fui tomar banho na suíte de Emily e ela no banheiro do corredor.

Terminei meu banho, vesti meu pijama e logo deitei na cama. Peguei meu celular e vi um sms da minha mãe, dizendo que tinham chegado bem de viagem e perguntando como andavam as coisas por aqui. Estava digitando a resposta quando Emily entra no quarto. Ela vestia um pijama de panda... era muito fofo porém muito curto e apertado. Suas pernas torneadas à mostra me faziam voltar a algo que nem sempre eu me dava conta. Minha namorada é extremamente gostosa.

Emily: Ali? Ainda tá com fome? – sentou ao meu lado na cama.

Alison: Não. Por que?

Emily: Por que você tava me olhando como se eu fosse um hambúrguer e você estivesse há 3 dias sem comer. – comentou sorrindo.

Alison: Desculpe. – corei

Emily: Não precisa se desculpar por isso. É normal... e eu me sinto bastante lisonjeada. – Deitou-se, ficando de frente pra mim. – Falando nisso, me desculpe você por aquilo no quintal... eu me excedi um pouco... me deixei levar, e eu sei que você não está pronta... eu só... me desculpe, isso não vai mais acontecer. – disse séria.

Alison: Não diga isso. Vai acontecer sim... um dia. Eu quero que aconteça. – disse sinceramente. – Eu fiquei mais surpresa com o fato de eu ter gostado do que me sentido mal ou estranha. Mas é verdade, eu ainda não me sinto pronta, digo... pro sexo... mas... pode ter certeza que a pessoa que estará comigo, quando chegar a hora será você.

Emily: Fico feliz em saber disso. – sorriu. – Agora vamos dormir... vem. – abriu os braços e eu não hesitei em encaixar meu corpo no seu... adormecendo tranquilamente logo em seguida.