Sixteenth Moon escrita por Nath Schnee


Capítulo 7
Sexto Capítulo – 12 de Setembro


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, PESSOAL!
Como vão? Como sempre o capítulo chegou no dia 25, e também de costume estou aqui agradecendo a:

Little Hathaway,
Taw,
Lorde Snowfaun,
Eden
Evah
kirimi (pela recomendação *-*)
E Mah (filhaaaa kkkkkkkkkkk ok, parei)
... pelos comentários nos capítulos passados.

Dessa vez não há novidades na capa ou história, apenas peço perdão por ter tido tantos erros no capítulo passado, revisei pelo celular e acabou resultando naquilo...
Também devo pedir desculpas pelo fato de que acredito que o capítulo acabará — ou o próximo irá começar — sem sentido. Digamos que eu me empolguei com a escrita e não soube onde separar tudo...
Enfim, vamos logo, certo?



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Estilhaçada


N
ada.

Não havia sonhado com nada, nem Ethan, nem minha Décima Sexta Lua. Era a primeira vez em no mínimo cinco meses que eu dormia bem sem acordar em meio a lama, sem minha viola de arco tocar sozinha, sem ter arranhões nas mãos nem nada. Eu tivera um sono prolongado e sossegado.

Contudo, isso não me impedira de pensar em Ethan.

O quão longe de mim ele ficaria? O quão sozinha eu aguentaria ficar?


Depois de tomar banho e colocar a roupa para a escola, que consistia em um vestido meu cinza e o All Star surrado de sempre, desci para tomar café-da-manhã. Novamente encontrei com meu tio já na mesa. Macon estava novamente lendo o jornal, eu levei um tempo para ver que era em francês. Perguntei-me quantas línguas ele sabia. Muitas, acreditava.

— Bom dia, Lena. — cumprimentou, tirando-me de minha distração.

— Bom dia, tio. — sentei-me à mesa.

Ele se voltou ao jornal, mas não deixou que a conversa morresse ali.

— O tempo estava tempestuoso ontem, não acha?

Traduzindo, "O que houve para perder o controle sobre seus poderes?" Tentei me concentrar no meu lanche.

— É... Irritei-me ontem, na escola. Como o senhor sabe, eu acabei perdendo ainda mais a paciência quando o rabecão deu problema. — eu estava constrangida.

— O rabecão já está funcionando novamente, se for para a escola hoje. No entanto, há algo que ainda me confunde com tudo o que aconteceu.

Embora tivesse parado de comer, não respondi, apenas esperei pelo que viria.

— Se meu carro estava no meio do caminho, como veio para casa?

 

Fiquei em silêncio por mais um tempo, sem saber como responder. Eu não fazia a menor ideia de como ele reagiria a notícia de que um garoto me deu uma carona. Hesitei antes de formular as palavras que achei serem as melhores.

— Um garoto viu o rabecão na estrada e parou para ver se eu precisava de ajuda. Ele foi bem gentil, na verdade, ofereceu ajuda para que eu viesse até aqui, não queria que eu ficasse na chuva. — Percebi que falei até demais e me calei de repente. Ainda tinha esperança de ele estar distraído o suficiente para não ouvir o que eu disse.

Meu tio abaixou o jornal para olhar para mim. Eu não conseguia ler sua expressão.

— Quem era o rapaz? — Sua voz soava cuidadosa.

É. Ele não estava distraído.

— Ethan Wate. Nós temos aula de inglês juntos.

Algo passou pela expressão de tio M. Foi tão repentino e rápido que não pude descobrir o que era. Ele voltou ao seu jornal logo depois.

— Não acho que o carro vá quebrar de novo.

Eu não sabia se ele estava mudando o assunto ou estava dizendo que não aconteceria de novo. Nós terminamos o café em silêncio — apesar de ele não comer — e eu peguei minha mochila para sair. Eu não sabia ao certo se fora ele ou qualquer Conjuro da Casa que consertou o carro, mas eu não me importava. Apenas dirigi até a escola.


Cheguei lá no horário de todo mundo, o que não me deixou confortável. Os garotos fingiam que eu não existia e as meninas olhavam para mim, cochichavam e davam risadinhas.

Risadinhas maldosas.

Eu deveria imaginar que estavam planejando algo, mas queria apenas ignorar. Talvez fossem me deixar em paz pelo menos por aquele dia.

Quem dera...

Cheguei a sala apressada, entrando na mesma hora que mais alguns alunos e não percebi que uma pessoa parou de andar repentinamente. Esbarrei contra suas costas sem querer e a lâmpada em cima de nós queimou, jogando faíscas para cima da gente.

Ele se abaixou. Eu não.

Já acontecera acidentes assim antes e eu estava acostumada.

Encarei o confuso garoto a minha frente.

— Você está tentando me matar de novo, Ethan? Pela segunda vez em dois dias? — Isso poderia ser um Record para um simples adolescente sulista.

A sala ficou em silêncio total e pela primeira vez eu não estava tão tensa.

— O quê? — Ele falava como se estivesse reaprendendo as palavras.

Falei lentamente para que entendesse.

— Eu perguntei se você está de novo tentando me matar. Será a segunda vez em dois dias.

— Eu não sabia que você estava aí.

— Não foi isso o que você disse ontem a noite?

Pude perceber que ele ficara tenso com essas últimas três palavras. Eu tinha que admitir que deveria ter dito de um outro modo, mas já era tarde.

Ele ficou vermelho, mas não era o único se sentindo em meio a um palco com holofotes.

— Desculpe. — murmurou, ficando ainda mais vermelho. — Quero dizer... — A voz dele ficava engraçada quando envergonhado. — Oi.

Constrangê-lo era divertido, mas eu continuei andando. Ignorei o que ele dissera na noite anterior e coloquei o livro na mesma carteira em que sentei a semana toda, bem em frente à Sra. English. No lado do olho normal.

Aquele era meu jeito de ensiná-lo que ninguém diz a Lena Duchannes onde ela pode ou não ficar. Principalmente se você for de Gatlin. Seus direitos de mandar em mim eram ainda mais menosprezados.

Ele se sentou ao meu lado e eu teria sorrido mais se não me segurasse.

Pensei em puxar assunto, mas o clube "anti-Sobrinha do Velho Ravenwood" se aproximou e sentou ao lado do garoto. Emily Asher, Charlotte Chase e Eden Westerly, todas juntas, sentadas nas primeiras fileiras junto comigo e Ethan.

Elas realmente estavam planejando alguma coisa.

Nem mesmo sentar em frente a professora me ajudaria.

A professora olhou para nós desconfiada, torci para falar algo, mas apenas voltou a verificar sua papelada.

— Ei, Ethan, olá. — Eden se virou para Ethan e sorriu como se ele estivesse envolvido no que quer que fosse que estivessem fazendo comigo. — Como vai?

Ethan a observou por um momento, sua expressão séria, como se já previsse algo assim.

— Não queremos deixar você ficar aqui tão sozinho — Charlotte riu.

Pelo pouco que eu pude observar, ela não era uma garota que conseguiria entrar na equipe de líderes de torcida sem um bom esforço. Era evidente que tinha pelo menos uns cinco quilos a mais do que o desejado para uma. Provavelmente era o tipo de pessoa que fazia perpétuas dietas sem sentido para perder aqueles quilinhos infantis e nunca conseguia. Ela parecia tentar disfarçar com sua roupa, mas não adiantava muito. Eu não precisava ver.

Todas aquelas garotas eram previsíveis.

— Não dá pra esse livro ficar mais entediante, dá? — Emily reclamou. Aquilo era uma disputa de território. Ela obviamente não estava ali para responder à Sra. English. Estava ali para evitar que Ethan continuasse ao meu lado. — Como se eu fosse querer ler sobre uma cidade cheia de doidos. Aqui já 'tá cheio disso.

Abby Porter, uma garota que sentava no lado do olho normal como eu sentou ao meu lado e me deu um sorriso fraco. Retribuí o sorriso e pensei em dizer algo simpático em relação à aula, mas a expressão dela mudou para surpresa e medo e eu segui a direção que ela olhava. Emily havia lhe lançado um olhar que dizia que a tão famosa hospitalidade sulista não se direcionava a pessoas como eu. Abby pegou sua pasta do Conselho Estudantil e afundou-se nela, me evitando. Ela não enfrentaria Emily.

A Asher se virou na cadeira, avaliando-me do topo do meu cabelo preto sem luzes, passando pelo meu rosto pálido sem bronzeado artificial ou não e seguindo até a ponta das minhas unhas pintadas de preto no lugar de rosa. Eden e Charlotte se viraram nas cadeiras para ficar de frente para a Asher, de costas para mim. Essa era a maneira delas me tratarem com desdém, indiferença e frieza. Tentei ignorar e abri meu caderno de poesia. Comecei a escrever, era tudo o que eu podia fazer para me acalmar. Mesmo fingindo distração, pude ver Emily começar a digitar em seu celular, eu não precisava Conjurar para saber o assunto.

Ethan olhou desconfiado ao redor e colocou uma revista — De... O que era aquilo? História em Quadrinhos? — dentro do caderno e ficou tenso enquanto tentava ler.

Surfista Prateado.

E pensar que eu estava tentando não me importar com ele...

— Senhoras e senhores, vocês estão sem sorte. O resto das luzes vai permanecer aceso, então a aula vai continuar. Espero que todos tenham lido o livro ontem à noite. — A Sra. English escreveu freneticamente na lousa o assunto daquele dia. — Vamos tirar um minuto para discutir sobre uma situação muito presente no enredo de O Sol é para Todos. O conflito social em um ambiente de cidade pequena.

Peguei-me escrevendo sobre o assunto.


Conflitos sociais em cidade pequena?
A professora deveria prestar atenção nessa cena.
Talvez ela até sentisse pena,
Pois isso já está se tornando uma arena.

— Alguém sabe dizer o porquê de Atticus Finch estar disposto a enfrentar a limitação de pensamento, o racismo e a mesquinharia em favor de Tom Robinson?

— Eu aposto que Lena Ravenwood sabe responder isso. — avisou Eden, sorrindo inocentemente para a Sra. English.

Olhei para os meus poemas em silêncio. Eles não pareciam ter significado naquela hora. Lena Ravenwood...? Por que eu não estava preparada para aquilo, mesmo não estando surpresa?

— Cale a boca — Pude ouvir Ethan sussurrar. — Você sabe que o nome dela é outro.

Mordi a lateral interna da minha bochecha. Eu tinha que me acalmar.

— Podia muito bem ser. Olha com quem ela mora, aquela aberração. — retrucou Charlotte.

Soltei a caneta permanente que segurava quando percebi que começava a tremer. O que eles viam de errado em minha família, afinal?!

— Cuidado com o que 'cê fala, Charlotte. — A voz de Emily era uma mistura de escárnio e seriedade, como se acreditasse completamente no que dizia, mesmo sabendo que era absurdo. — Ouvi dizer que eles são, tipo, um casal.

Elas queriam ouvir dos colegas que eram casadas com o tio também? Como podiam ser tão grotescas?

— Já chega. — A Sra. English virou a cabeça para eles e o silêncio predominou.

Tentei me arrumar na cadeira, afim de não demonstrar tensão, mas acabei fazendo barulho mais alto que o planejado quando a arrastei no chão. Ethan se inclinou para frente, como se pudesse virar uma parede e fisicamente evitar que o que elas diziam chegasse a mim.

Você não pode.

Lá estava eu, transmitindo meus pensamentos, usando Kelt, para alguém que nunca mais escutaria. Ridley e eu éramos capazes de fazer isso, trocar pensamentos, conversar mentalmente. Não que fosse algo como Telepatia, ler mentes, etc. Podíamos fazer entre nós e apenas isso. Não existiam "cochichos", existia isso, existia o Kelt. Agora não havia quem me escutasse, mas eu ainda insistia, como se estivesse falando comigo mesma.

Ethan se assustou e se sentou ereto, olhando ao redor. Pensei que alguém tinha jogado uma bolinha de papel ou coisa parecida, mas não havia nada por perto, nem ninguém para irritá-lo. Ele olhou para mim, que tentava me esconder com o caderno.

Ele pareceu ignorar e sua expressão mudou para desânimo e culpa. Pude ouvir — ou imaginar — na minha mente ele pensando:

Talvez não a odiassem tanto se não fosse por mim.

Peguei a caneta de volta e a segurei com força. A culpa não era dele.

Odiariam, com ou sem você por perto. Elas sempre odeiam.

Eu queria transmitir para ele. Mas ele era Mortal, nunca que iria ouvir o Kelt.

Enquanto eu apenas imaginava estar conversando com alguém mentalmente, Eden, Charlotte e Emily continuaram com seus tiros certeiros. Continuei escrevendo, tentando manter o controle.

— Harper Lee parece estar dizendo que você não pode realmente conhecer alguém até que você "dê um passeio em seus sapatos". O que vocês entendem com isso? Alguém?

Senti vontade de revirar os olhos, mas me segurei. Apenas pensei:

Harper Lee nunca morou em Gatlin, professora. Como espera que entendam algo assim?

Ethan segurou uma gargalhada. Emily o encarou confusa. Era realmente estranho que ele começasse a rir no meio de uma aula assim. Levantei a mão, decidida a falar algo que estava em minha mente, e que não era o Kelt.

— Eu acho que isso significa que você não pode pular automaticamente para o ódio, tem que dar uma chance às pessoas. Às vezes você não faz a menor ideia do que é andar com os sapatos dela. Não acha, Emily? — Olhei para Emily e sorri.

Emily me retribuiu com um olhar de repugnância. Eu duvidava que qualquer outra pessoa já tivesse enfrentado ela. Talvez eu fosse mesmo uma aberração.

— Você é uma aberração. — sussurrou em resposta.

Você nem faz ideia.

Ela não podia imaginar o quão perto da realidade ela estava. Ela não podia imaginar o quão perigosa eu poderia ser se perdesse o controle. Ela não podia imaginar qual era o poder de uma Natural. Ela não podia imaginar o quão perto da morte ficava enquanto me provocava daquela forma. Afinal, se eu fosse mesmo para as Trevas como sentia, ela não podia imaginar o quanto de ódio eu poderia sentir.

Peguei minha caneta e escrevi em minha mão, apesar de já saber qual era a quantidade de dias. 151. Cento e cinquenta e um dias para evitar agir como estava com vontade de agir naquele momento. Talvez depois da Invocação, não importando o lado que eu fosse, eu tivesse liberdade para revidar como quero. Mas por ora, como eu não queria realmente ir para as Trevas, eu tinha de me controlar. Eu tinha de pensar naquele número.

Ethan estava olhando diretamente para mim, mas logo voltou ao seu gibi. A professora insistia em sua desperdiçável aula.

— Vamos falar sobre Boo Radley. — Ela escreveu o nome na lousa e circulou. — Ele estava deixando presentes para as crianças Finch. Por que vocês acham que isso está acontecendo?

Emily se pronunciou primeiro alto o suficiente apenas para eu e os outros escutar sem que a professora intervisse.

— Ele é tipo o Velho Ravenwood. Provavelmente 'tá tentando enganar as crianças pra então matar elas. Depois ele esconde os corpos no rabecão bizarro dele e leva pro cemitério da cidade pra enterrar.

Cale a boca.

Pude sentir um aperto em meu peito, fechei em punhos as minhas mãos trêmulas. Controlei a respiração. Elas não sabiam nada sobre tio Macon. Elas não deveriam julgar. Era ridículo como se achavam superiores e perfeitas enquanto na verdade não passam de... de Mortais!

— Ele tem um nome estranho também, igual Boo Radley. Alguém lembra qual é? — perguntou Charlotte, como se imitasse a professora.

Elas não pararam.

— Você está certa, é aquele nome bíblico assustador que ninguém mais usa. — concordou Emily.

Pude me sentir começar a perder o controle. O nó no meu estômago estava aumentando.

— Emily, por que você não dá um tempo? — reclamou Ethan.

Emily semicerrou os olhos para Ethan.

— Ele é esquisito. Todos eles são e todo mundo sabe.

Mandei calar a boca.

O aperto, a frustração, a angústia... tudo estava aumentando assim como minha dificuldade em me controlar. Tudo queimava por dentro como um incêndio em uma floresta de folhas secas, tudo crescia como um furacão que chega ao continente: destruidor, mortal e incontrolável. Era como se tudo o que fazia as tempestades chegarem quando eu estava irritada, todo o meu poder, lentamente ascendesse em direção ao lado de fora, eu sabia que quando saísse, seria tarde demais para eu tentar reverter os estragos. Concentrei-me em um ponto em minha frente. Eu não podia perder o controle. Tinha que manter a calma.

Manter. A. Calma.

Ethan olhou ao redor como se procurasse por algo. Ele estava bem estranho, mas nem isso estava importando para mim. Eu estava com a sensação que a sala diminuía de tamanho, as paredes se aproximavam. Eu estava claustrofóbica, apesar de nunca ter tido tal fobia. Tudo o que eu queria era sair dali, ir para qualquer lugar onde elas não estivessem presentes.

Levantei-me e fui para o fundo da sala, na estante sob a janela, fingindo apontar o lápis. Tentava fugir a todo custo daquele lugar, daqueles comentários... Eu não queria perder o controle, mas estava atingindo meu limite. Comecei a apontar, mas minhas mãos estavam trêmulas, e até mesmo segurar aqueles objetos já era difícil.

As líderes de torcida ainda falavam sobre meu tio.

— Melchizedek, é isso. — Lembrou Eden.

Parem.

Continuei apontando em silêncio, contrariamente ao caos do meu peito.

— Minha avó diz que é um nome maligno. — disse Emily.

Fechei os olhos por um instante e continuei apontando.

Parem, parem, parem.

O comentário que veio em seguida fez o caos sair de dentro de mim.

— Combina bem com ele.

JÁ CHEGA!

Foi quando tudo o que havia por dentro saiu. O caos explodiu. Pude sentir plenamente quando minhas fortes emoções imediatamente se transformaram em poder e fizera tudo acontecer. A janela explodiu, estilhaçando-se contra mim e a fileira deles. Os vidros quebrados atingiram a todos da primeira fileira e eles se levantaram com um pulo. Todas as garotas gritavam histéricas. Pude ouvir a Sra. English tentar acalmar a todos, mas eu não entendia suas palavras.

Olhei para minhas mãos. Minha respiração estava irregular, meus batimentos pareciam ter parado em um momento e agora se aceleravam.

Uma das minhas mãos estava não apenas trêmula como a outra e sim também sangrando. Eu não sentia dor. Não estava olhando para o ferimento ou o tremor. Estava olhando além. Estava olhando para dentro de mim. O que eu havia feito? Eu perdi o controle! Poderia ter ferido alguém ou pior...! Eu estava me tornando o monstro que Ridley se tornou...?!

Minha respiração continuava presa na garganta. Até meu Kelt parecia mais baixo do que o comum.

Eu não pretendia...

Olhei ao redor. Todos estavam histéricos ainda, mas começavam a desviar seu olhar para mim. Para a única que, de acordo com a mente deles, poderia ser a culpada.

Dessa vez eles estavam certos.

Meus olhos arderam, as lágrimas chegando.

— Lena...

Pude ouvir Ethan me chamar. Era como eu o chamava nos sonhos, mas dessa vez eu não estiquei a mão. Apenas corri. Corri tanto quanto conseguia, corri sem me importar com as minhas coisas na sala, com a escola, com as pessoas, com Ethan, sem me importar com qualquer coisa. Apenas corri. Não me lembro de quando peguei a chave do rabecão, de quando começou a chover, de sair da escola a toda velocidade com o carro, de me distanciar o máximo possível daquele inferno. Mal me lembro de parar em Ravenwood, ofegante e aterrorizada, e encarar a casa. Lembro que não entrei.

Apenas segui para o jardim secreto ao lado da mansão, queria estar como ele. Escondida. Em segredo. Sem ninguém me ver, sem ninguém me perturbar.

Queria estar em paz com o monstro que eu era.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim... Tive trabalho nesse capítulo, acho que ninguém sabe de verdade o que ela sentiu... Certo?
Eu coloquei uma rima no capítulo... Já aviso para não esperarem por mais! Sou péssima nisso...
Espero que tenham gostado, esperarei reviews ou visualizações dos meus fantasminhas
:3
Até! ♥



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