Predestinado escrita por Menininha Indefesa


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oii *-*
Desculpem a demora!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/619357/chapter/3

Os irritantes barulhos da maquina de hospital entranhavam-se nas orelhas de Ahron enquanto este permanecia em pé a observar a velhota, agora já consciente, que discutia com a neta. Para dizer a verdade, ele nunca tinha reparado muito em Rosie, até porque ela não era o tipo de mulher que normalmente lhe interessava: Era magra e pouco curvilinea, mas olhando melhor, Ahron percebia que o corpo pouco importava para a tornar atraente. Os olhos cinza claro que brilhavam como pérolas e os labios carnudos formavam a combinação perfeita, davam-lhe pureza.

Estava perdido em pensamentos quando percebeu que as duas mulheres o encaravam.

– Bem Ahron, acho que a minha avó quer falar contigo a sós. - dizendo isto, Rosie encarou chateada a avó - Peço só que lhe dês uma oportunidade de explicar tudo, e que acredites nela. E já agora, os meus pais não vão chegar, podes parar de perguntar sobre isso - e Rosie saiu, deixando um Ahron confuso para trás. Era verdade que passara a tarde a perguntar quando é que alguém chegaria para leva-la a casa, mas não entendeu o porquê desta reação da rapariga. E porque quereria alguém que o acabara de conhecer falar a sós com ele?

– Não te preocupes querido, ela só está um pouco triste por se lembrar dos pais. Aliás, ela fica sempre um pouco triste quando isto acontece - a velhinha sorriu triste - Acho que a culpa é minha, devia saber controlar-me...

– C-calma, a culpa não é sua...- ele falava meio atrapalhado - Acho que ninguém consegue controlar um ataque de ansiedade não é?

– A questão é essa mesmo filho, o que eu tive não foi um ataque de ansiedade.

– Não? - ele estava confuso. Os médicos tinham sido claros quanto a isso, Dona Clarinha, como fora carinhosamente apelidada, tinha sofrido um ataque de ansiedade, tal como alguns outros que já tinha sofrido.

– Não... - ela suspirou antes de continuar - Vou contar tudo desde o inicio, e depois você julga se acredita ou não, a escolha é sua.

* * *

Rosie esperava inquieta do lado de fora do quarto da avó. Tentara a todo o custo que a avó lhe contasse o que previra, mas Dona Clara estava irredutível: Não diria o que previu a não ser que Ahron assim quisesse. Quando nome Ahron lhe veio em mente Rosie sentiu sua cabeça pesar, no fim a culpa era dela! Se não tivesse aceite que o trabalho fosse feito em sua casa nada disto teria acontecido! Pensou um pouco no rapaz, apesar de não serem os melhores amigos Rosie não lhe desejava mal nenhum! Ahron era bonito, bastante bonito. Os olhos dele eram, para Rosie, o seu grande trunfo: grandes e profundos olhos onix que contrastavam perfeitamente com a sua pele alva. Ele lembrava bastante aqueles modelos famosos, era alto e misterioso. Os ombros eram largos e o corpo era magro mas ligeiramente musculado. Ela achava incrível que ele não saísse com varias meninas, porque com certeza, interessadas não faltavam!

Quando depois de algum tempo Ahron finalmente saiu do quarto de Dona Clarinha deparou-se com uma Rosie quase adormecida sentada perto da parede abraçada às próprias pernas. Ele caminhou inseguro até ela e abanou-a delicadamente. Ainda estava desconcentrado devido à conversa que tivera com a idosa, e nem percebeu quando a rapariga se levantou e o chamou repetidas vezes. Por fim já consada, Rosie estalou os dedos à frente da cara dele, fazendo-o despertar do seu transe.

– Terra chama Mamute! - ela sorriu e ele encarou-a com um olhar repreendedor pelo apelido. Mas de repente ela ficou seria - Então como foi? - ele olhou-a também serio, sabendo que se referia à conversa que tivera com Dona Clara - Foi assim tão mau? Sabes, ela não faz de propósito! Da ultima vez que previu algo passou a noite a chorar por achar que a culpa era dela. A minha avó apega-se muito facilemente às pessoas, então é ainda mais dificil para ela quando prevê a morte de alguém conhecido. Até hoje ela ainda se culpa pela morte de algumas pessoas... - Ahron interrompeu-a com um sorriso de canto

– Ei! Está tudo bem, eu não culpo a tua avó de nada! Até porque acho que o que ela previu é muito pouco provavel de acontecer! - ela suspirou voltando-se para ele

– Sabes que, até agora, ela nunca se enganou certo? - ele olhou para ela e suspirou de volta

– Bem, há sempre uma primeira vez para tudo.

Visto que já era bastante tarde e Dona Clarinha ia ter de ficar no hospital durante a noite só para percalção (afinal a idade não perdoa), Ahron achou por bem levar Rosie até casa. O silêncio que dominava ambas as partes já começava a irritar Rosie, e aquela pergunta não lhe saia da cabeça.

– Ahron, posso fazer uma pergunta?

– Já fizes-te uma pergunta. - ele riu da expressão irritada dela - Sim, podes!

– Qual foi a previsão que a minha avó fez? - ela olhou para baixo, meio envergonhada por lhe perguntar aquilo

– Como assim?

– Bem, tu sabes... Como é que ela disse que ia ser a tua morte? - apesar de a palavra morte ter saído quase que inaudivel, Ahron percebeu perfeitamente o que ela disse. Ponderou um pouco lembrando-se daquilo que Dona Clara lhe dissera e depois sobre a promessa que lhe fizera: Rosie só ia ficar a saber da causa da sua morte se ele mesmo lhe contasse. Depois sorriu, desta vez falsamente.

– Nada de especial. - e depois de a deixar em casa, repetia as mesmas palavras para si mesmo - Nada de especial, não vai acontecer...

* * *

No hospital, uma idosa estava sozinha. Sentada numa cadeira de rodas junto da janela, ela observava os dois jovens a caminharem pelas ruas enoitecidas. Uma solitária lagrima desceu por seu rosto errugado. Estava velha. Passou os dedos tremulos pelos olhos azuis molhados e pensou em toda a sua vida. Tinha sido feliz, talvez mais feliz que muitas outras pessoas "normais", teve os seus altos e baixos mas não se podia de maneira alguma queixar. Teve um marido maravilhoso, uma filha lindissima e uma neta que a amava mais que tudo. Pensou, pensou, pensou, e no final deu por si a pensar se já não estaria a viver demais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Por favor deixem a vossa opnião! ^-^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Predestinado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.