Predestinado escrita por Menininha Indefesa


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi ^-^
Peço desculpa pela demora!
Aqui está o segundo capítulo



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– Então Ahron, esta é a minha casa, fica à vontade! - apesar das palavras proferidas pela rapariga, Ahron pode compreender através do seu olhar que não era exatamente isso que ela desejava. Já eram 15 horas e 30 minutos quando ambos chegaram a casa de Rosie. Apesar do clima tenso que era mantido entre ambos, eles não se odiavam. Longe disso, eram apenas indiferentes um ao outro. Rosie é totalmente normal. Não tem muitas amigas mas para compensar faz muito facilemente amizade com garotos. Já Ahron é o típico garoto misterioso que gosta de provocar. Garotas nunca foram um problema para ele e amigos muito menos, mas por ser mais reservado em relação a alguns assuntos não fica com varias meninas. E até porque ser playboy nunca fez o seu estilo. O rapaz lembra-se bem da figura da mãe, que, no leito da morte lhe dissera para nunca usar o coração de uma mulher, que descobrisse e amasse apenas uma, e que quando a encontrasse a protegesse do mundo porque ela seria o mundo para ele. Ahron mantinha-se fiel às palavras da mãe, porque sabia que eram verdadeiras. E teve ainda mais certeza disso quando chegou aquela pequena casa. Era uma casa simples mas calorosa, toda decorada com naprons e fotografias em todas as comodas. Mas o que lhe chamou a atenção foi uma fotografia de dois jovens. Pareciam simples: o homem era loiro e usava uma camisa meio desgastada e a mulher usava um vestido soltinho e um chapeu a cobrir os longos cabelos castanhos e cacheados. A fotografia parecia velha, mas ainda emitia a felicidade daqueles dois. Emitia amor, o mais puro simples e bonito amor, Ahron sabia disso, e sabia também que era isso que queria para si mesmo.

Enquanto observava a casa, o rapaz não notou a presença de uma senhora que se aproximava. Já era idosa, mas tinha os mais belos olhos azuis que ele já vira, não por serem azul-bebé mas por terem um brilho de bondade enorme, tal como a mulher na foto tinha.

– Tu é que és o Ahron? - ele concordou com a cabeça enquanto a velhinha sorria gentilmente - Eu sou a avó da Rosie, chamo-me Clara. Ah, e por falar nela, ela foi ao jardim buscar umas laranjas e volta já! Podes sentar-te se quiseres filho.

– Ah, obrigado. Eu vou esperar por ela aqui. Muito prazer em conhece-la Dona Clara. - por impulso a mulher tocou no ombro do rapaz, arrependendo-se em seguida. Flachs passaram vezes sem conta pela sua cabeça e a palides apoderava-se cada vez da sua face errugada. Prever outra morte não era algo que quisesse. Não... Não era outra morte, Dona Clara já havia visto aquilo, e a verdade atingiu a velha mulher como um verdadeiro dejá-vu. Ela já havia de fato previsto aquela morte, há cerca de 16 anos atrás.

" - Mãe! Mãe, vem depressa, eu acho que a minha bolsa estourou! - ao ouvir aquelas palavras, a mulher de cabelos castanhos correu ao encontro da filha, que na altura teria cerca de 27 anos, faces rosadas e bonitos olhos azuis, assim como os de sua mãe. Dona Clara teria em volta de 54 anos e era aida uma mulher muito bonita. O corpo sempre fora magro e os cabelos, apesar de já começarem a perder o brilho, continuavam com os jeitos naturais que uma vez tiveram. Algumas rugas já eram visíveis na sua face mas o brilho do seu olhar escondia qualquer vestígio de velhice que nela se pudesse encontrar. Ao chegar perto da filha que estava deitada no chão , a mulher deu um gritinho. A sua neta! A sua querida e tão esperada neta estava para nascer! Chamou uma ambulância e depois de chegar ao hospital esperou. Esperou horas e horas para ver o pequeno sorriso da sua netinha, e, enquanto esperava e andava de um lado para o outro tropeçou sem querer, numa mulher que transportava uma criança ao colo.

– Peço desculpa! Sabe como é, esta ansiedade está a matar-me! - Dona Clara sorriu enquanto a mulher sorria em concordância

– Sim é verdade, ainda há cinco meses era eu que estava nessa situação! - a mulher respondeu-lhe, erguendo a criança que trazia ao colo - Mas a espera valeu a pena! - e sem querer, como um movimento involuntário, Clara tocou levemente da face gordinha da criança, e aquela sensação familiar apoderou-se dela. Era semelhante a um dejá-vu, só que muito mais forte, uma especie de memoria do futuro. Uma morte, a morte daquela pequena criança, que, apesar de tão pequena já tinha o seu destino traçado. E quando tudo acabou, apenas alguns segundos mais tarde, Dona Clara retirou rapidamente a mão da face da criança, como se esta queimasse, e na verdade queimava. Queimava de culpa e de arrependimento.

– É, vale mesmo... - e saiu forçando um sorriso.

A criança não ia morrer pequenina, aliás, aquela era a primeira (e talvez a unica) visão que não aconteceria nas proximas horas. Na visão a pequena criança era já um homem quase feito. Tinha cabelos negros rebeldes e olhos onix penetrantes. Podia tentar avisar a mãe daquele menino do destino cruel que o esperava, mas acreditariam nela?

E então Clara sorriu. Não, não acreditariam."

– Dona Clara, sente-se bem? - Ahron percebia bem a palides que a pele da velhota tomava, enquanto esta apenas sorria. De repente um estrondo foi ouvido, e uma Rosie desesperada corria ao encontro da avó.

– Avó! Não! Por favor diga-me que não fez isso! Não pode! - o desespero começava a tomar conta da face da rapariga, afinal, ela conhecia muito bem as crises que a avó tinha quando "sem querer" previa a morte de alguém - Oh meu Deus! Oh meu Deus! O que é que eu faço agora?

– Liga aos teus pais, sei lá! Mas faz alguma coisa! - Rosie pegou no tronco da avó para a deitar no pequeno sofá da sala, enquanto Ahron apenas olhava sem reação a cena que presenciava. Talvez a senhora tivesse apenas problemas cardiacos, pensou, mas percebeu que se assim fosse Rosie não teria ficado tão histerica com a situação.

– Ei rapaz, - ele caminhou lentamente até o leito da idosa - apenas me chame "Vovó"... - e depois sorriu antes de cair na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Até a proxima, beijos ^-^



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