Os olhos castanhos de Dylan permaneceram em mim mais propriamente na direção da minha boca onde aquele maldito sorriso não se desfez. Desviei o olhar e pigarreei me virando para a frente e fitando Fred e Carrie se beijando na primeira fileira de cadeiras.

– Isso dá tédio né? – ele puxou assunto e eu o olhei com o canto dos olhos, ele me olhava esquisito.

– Sou acostumada a segurar vela. – suspirei.

– Nós podíamos imitá-los – ele sugeriu pousando sua mão sobre meu queixo e o virando em sua direção.

– Como você é abusado. – revirei os olhos e tentei me levantar, mas uma mão pesada e forte me segurou na cintura me puxando para junto de seu corpo.

– Eu sei que você gosta! – ele falou aproximando seus lábios de minha boca e alisando carinhosamente a extensão do meu corpo.

– Me larga! – eu disse conseguindo me soltar e me levantando, reuni a força e a coragem que eu pensei ter perdido naquele dia e lhe depositei um belo e forte tapa , fazendo com que seu rosto virasse.

– Ai! – ele disse acariciando o lugar onde estava vermelho, ele levantou tomado de raiva e me fitou enraivecido, eu não temendo nem um pouco sustentei seu olhar.

– A gatinha ficou brava! – ele sussurrou sinico e percebi seus punhos cerrados, naquele momento temi levar um soco na cara... Ele chegaria a tanto? – Você está precisando de um psiquiatra sabia!

–Quem precisa é você seu pervertido! – eu berrei em resposta, despertando a atenção do casal que se beijava a poucos metros de nós. Carrie se afastou de supetão e subiu os degraus em direção a nós, Fred correu em seu encalço e pela cara dele já havia entendido a situação.

– Nanda o que você ta fazendo? – ela perguntou espantada.

– Esse pútrido tentou me agarrar! – falei tomada de raiva.

– Pútrido? – Fred e Dylan disseram em uníssono para mim que revirei os olhos.

– Pútrido é tarado. – Carrie explicou a Fred.

– Essa garota é louca, não sei onde que eu tava com a cabeça. – Dylan passou por mim e acabou por passar a mão no meu bumbum.

– Eu não to acreditando que você fez isso! – eu berrei sentindo o sangue ferver dentro de mim, eu era antiquada o suficiente para achar isso uma afronta contra mim.

Parti para cima de Dylan depositando o que para mim eram fortes tapas em seu braço, ele desviava e gemia quando eu conseguia acertar.

– Para Nanda! – Carrie tentou me segurar, mas Fred a puxou para trás.

– Está divertido – ele sussurrou para ela – Deixa só mais um pouquinho!

– Só mais um pouquinho? – Carrie se soltou de Fred e me segurou – Você vai deixar ele todo roxo.

– Claro essa florzinha ai todo mundo machuca. – eu disse provocativa a ele que me fitou incrédulo com o que eu disse.

– Garota você vai ver a florzinha! – ele ameaçou irado vindo em minha direção, se Fred não o tivesse segurado ele teria me dado um belo soco no nariz.

– Vamos Nanda, por favor! – ela disse me puxando para fora do ginásio, ela me levou para o banheiro na tentativa de que eu me acalmasse.

– Não dá pra ficar calma com ele! – eu soquei a porta e minha mão doeu instantaneamente me fazendo gemer.

– Calma! – ela falou séria – Desculpe-me Fred e eu achamos que vocês fossem ficar de novo.

– Você já sabia? – perguntei espantada.

– Dylan é melhor amigo de Fred e bem agora eu sou a namorada dele. – ela falou e eu liguei os pontos. Droga Dylan! Porque você foi contar? Não seria mais fácil termos esquecido o que aconteceu?

Claro que ele não esqueceu, afinal se tivesse esquecido não teria tentado me beijar daquela maneira. Estúpido!

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Depois que o sinal bateu, eu e Carrie retornamos a sala e Fred estava a esperando, depois de alguns beijos e uma quase detenção os dois adentraram a sala e Carrie se sentou ao meu lado.

– Dylan está furioso. – ela falou baixo para que a professora de Matematica não ouvisse – Parece que seus dedos deixaram uma marca e tanto. – eu e ela não conseguimos segurar o riso, o que incomodou a professora.

– Algum problema garotas? – ela nos perguntou antipática.

– Nenhum professora, estávamos discutindo sobre... A matéria. – Carrie inventou uma desculpa.

– Sei. – a professora suspirou – senhorita Johan distribua estas folhas, por favor.

– Eu?

– Não conheço mais nenhuma senhorita Johan desta sala. – ela respondeu estressada e um burburinho se formou por causa da resposta, senti meu rosto esquentar.

Fui de carteira em carteira entregando as malditas folhas com exercícios simples nos quais eu não demoraria nem dez minutos, e ao chegar à carteira de Dylan ele me encarava com os olhos iluminados pelo ódio.

– Boa sorte! – eu sussurrei para ele provocativa, que só não revidou por causa da professora.

Voltei para minha carteira e tratei de fazer os exercícios imediatamente, não demorou muito para que eu terminasse e fosse dispensada.

E de aluno em aluno, todos saíram da sala e como sempre os atletas ficaram para o fim, e quando o sinal soou Dylan ainda não havia saído. Eu sabia disso porque fiquei sentada no corredor sozinha, afinal Carrie e Fred foram namorar.

– Ah! – a professora abriu a porta e me fitou no chão – Você me poupou um trabalho e tanto em procura-lá, entre. – me levantei e fui em direção a porta, em frente à mesa da professora Dylan estava em pé fitando o chão e não parecia nada contente.

– O que a senhora deseja? – perguntei mudando meu olhar dele para ela.

– O senhor O’brien não é nem um pouco bom matemática. – ela suspirou – E a senhorita foi à melhor da sala, não errou nenhuma das questões.

– São questões simples devo dizer – a interrompi – E acredito que a numero 9 deveria ser mais trabalhosa. – Dylan que se encontrava ao meu lado bufou e mexeu a cabeça negativamente, passando despercebido pela professora que analisava a questão na qual eu havia citado.

– A senhorita é simplesmente a melhor aluna que eu já tive. – ela sorriu – Mas já esse ai – ela se referia a Dylan – não sabe praticamente nada, acredito que só chegou ao ultimo ano devido ao esporte. – Dylan cerrou os punhos e se segurava para não revidar uma resposta.

– Talvez ele só... Precisa-se de ajuda. – intervi, porque eu estava o defendendo? Alguém chama um psiquiatra pra mim?

– E é ai que você entra! – a professora disse entusiasmada, enquanto eu não entendia nada. – A senhorita irá ajudar Dylan a aprender matemática! E não pode recusar caso queira ir pra faculdade.

O QUE? Essa mulher só pode estar biruta!

Eu não posso nem recusar se não irei ficar no terceiro ano até os 34, que droga!

Porque esse tipo de coisa só acontece comigo?