Acordei inspirada. Estava perdida em pensamentos sobre os rapazes. Precisava fazer uma nova eliminação, mas antes precisaria dar um fim de uma vez por todas no assunto com Ean. Hoje haveria o Jornal Oficial, mas não queria deixar para mandar o Ean embora só à noite. Então pensei em um jeito de conseguir notificar a mídia sobre a punição pelo ato infrator dele, resumir toda a história e mandar o Em para longe do palácio o mais rápido possível. Se tudo correr bem, estarei salva.

Neena preparou meu banho e me ajudou a escolher uma roupa para o café da manhã e para a entrevista que prepararia para essa manhã ainda. Escolhemos um vestidinho bege cheio de pregas na saia. Ele chegava ate um pouco mais baixo que meus joelhos e eu coloquei um casaco abertinho rosa claro para me proteger do vento frio que batia.

Enquanto descia as escadas em direção ao Salão, encontrei com meus pais e meus irmãos. Fiquei feliz em ver que minha mãe estava bem e que meu pai não estava com cara de preocupado ou de nervoso. Isso já melhorou todo o começo desse dia problemático.

–Bom dia, amada. –minha mãe foi quem me viu primeiro e logo veio me receber com um abraço.

–Bom dia, mãe, pai, garotos. –sorri para eles e cheguei ate meu pai. –Precisamos resolver algumas coisas importantes hoje, certo?

–Sim, querida. Você tem algum plano em mente, não é? –ele ofereceu o braço e eu o segurei. Minha mãe já havia voltado a seu lugar segurando o outro braço dele e prestando atenção no que falávamos.

–Sim, já pensei em tudo. Hoje teremos o Jornal Oficial, correto? –ele assentiu com a cabeça, então continuei. –Então, eu prefiro que mantenhamos Ean no palácio o mínimo que Fo possível. Sendo assim, pensei que poderíamos marcar uma entrevista com Gavril, explicamos o ocorrido e a punição que Ean estará sujeito. Daí poderemos exilá-lo rapidamente. –disse com convicção.

–É um planejamento incrível. Nós podemos marcar com Gavril logo depois do café, tudo bem?-meu pai disse sem interjeições que demonstrassem que ele não concordava com alguma parte do que eu havia dito.

–Claro. Te encontro no escritório assim que acabarmos. –entramos no Salão e os rapazes pareciam mais tranqüilos do que nos últimos dias. O dia começou muito bem.

***

Assim que terminei o café da manhã, liguei para Gavril e resumi o porque de eu precisar de uma entrevista urgente o mais rápido possível. Ele me certificou que não demoraria mais que uma hora para chegar.

Subi para o escritório e avisei a meu pai sobre Gavril.

–Querida, precisamos resolver de uma vez por todas qual será a punição desse garoto. –ele disse e eu assenti com a cabeça. Ele tinha mais o que falar. Ele puxou uma cadeira perto da que ele estava e acenou para que eu tomasse o lugar, segurou minha mão e prosseguiu. –Eu estava pensando e... a Seleção é sua e acho que tudo o que ocorre tem de ser resolvido do seu jeito, não vou ficar te obrigando a tomar as decisões que eu fui obrigado a tomar por meu pai. Quero que o povo sinta como é o seu jeito de cuidar das coisas, o seu discernimento, com isso, o seu governo. –ele disse olhando no fundo dos meus olhos. Eu sorri. Era tudo o que eu mais queria ouvir dele. Ele acredita em mim, confia em mim.

–Eu concordo plenamente com você. Sendo assim, eu creio que o que eu gostaria de fazer seria expulsar Ean do palácio e proibi-lo de voltar. Obrigá-lo a fazer horas de trabalho comunitário. E a pedir desculpas à nossa família e à Erik em rede nacional. Acho que para ele, vai ser o suficiente. –eu disse e meu pai concordou com a cabeça.

–Se você está tão convencida de que é o suficiente, não serei eu a negar. Então é isso o que você quer, é isso o que será feito. –ele sorriu. Uma criada bateu à porta e nos avisou que Gavril tinha chegado.