Incesto escrita por SweetBee


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Aloha gente ^^ estou feliz hoje haha não sei o motivo, mas estou.
Feliz ano novo :3
Espero que gostem hahaha que gostem muuuuito :3



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Dois dias após o encontro...

— Se eu fosse um pássaro e pousasse em sua janela, você me prenderia ou me deixaria livre? – Panela perguntou enquanto desenhava círculos no braço do irmão.

Estavam sentados na areia da praia – bem distante de onde o pai morava. A garota encostada em seu peito admirando o mar enquanto brincava com a pele do outro. Mais uma vez ele devia a Camila, a garota havia deixado a menina com ele enquanto ia fazer as matriculas na escola de balé, finalmente Sérgio deixara a mais nova voltar a dançar, mesmo que isso lhe lembre a ex-mulher, o verdadeiro e único amor de sua vida.

Vicente beijou o topo de sua cabeça e riu apertando-a contra seu peito.

— Essa pergunta não faz sentido algum – comentou arrancando uma risada da garota – mas se você pousasse em minha janela, te daria alimento e água para que todos os dias voltasse e me deixasse te ver. Isso responde a sua pergunta?

Pamela assentiu respirando profundamente enquanto pensava em outra pergunta e esperando o irmão fazer a dele. O rapaz tocou seus dedos um pouco pensativo.

— Se encontrasse uma lâmpada mágica, quais seriam seus três desejos?

Ela parou o que fazia e fitou o mar novamente, pergunta bastante curiosa, interessante também. Mordeu o interior da boca refletindo sobre ela, tantas coisas que queria e todas com a mesma importância, talvez três desejos não fossem mudar completamente sua vida, mas era o bastante para fazê-la a garota mais feliz do mundo. Vicente sentiu a namorada ajeitarsse em seus braços e os abriu permitindo-a se virar para ele.

— O primeiro seria que toda essa confusão passasse que não tivéssemos que nos encontrar as escondidas, que pudéssemos passear de mãos dadas sem correr o risco de o nosso pai aparecer e estragar tudo – sorriu pondo o cabelo atrás da orelha – o segundo acho que você já imagina, eu queria a minha mãe de volta, sei que ela morreu e... Ela está num lugar melhor e provavelmente arrancando os cabelos por nossa causa.

Vicente engoliu em seco vendo a expressão, antes divertida, desaparecer por alguns segundos do rosto da menina. Tocou seu rosto fazendo-a olhar para ele.

Me desculpa Pam, eu não devia estar fazendo isso com você. Talvez fosse tarde demais para se arrepender por não ter contado nada, mas em que momento imaginaria estar passando por isso? Estava pronto para lhe contar toda a verdade, disposto a arcar com as conseqüências da omissão. Mas o que seria do homem sem os obstáculos em seu caminho para mostrar que a força de vontade não devia nunca ser esquecida?

— E o ultimo – continuou tomando fôlego – eu iria pedir para você e o papai fazerem as pazes – Vicente suspirou tencionando os músculos - ou pelo menos manterem uma relação civilizada. Eu sei que é egoísta pedir isso, mas não aguento mais vocês dois brigando simplesmente porque um respirou primeiro.

— Não é egoísta querer ser feliz – comentou tentando esconder o desconforto – nem pedir para algo que está te incomodando parar.

— Só que não depende de mim – falou olhando em seus olhos.

— Me desculpa, mas isso não vai acontecer. Eu e ele temos problemas desde sempre, você deve lembrar de como aquela casa era um inferno, mesmo que eu tente nada vai mudar.

— E porque não vai? Vocês nunca tentaram-

— Ele não me ama, Pam – Vicente a interrompeu fazendo-a se calar – quando a minha mãe me largou em seus braços quando eu tinha cinco anos, ele começou a vê-la em mim, como se eu tivesse culpa de tudo, eu era só uma criança.

Ela engoliu em seco tentando encontrar as palavras certas, palavras essas que não encontraria, estava preparada para tudo, menos para aquilo.

— Pelo que eu soube, a minha mãe nunca quis ter filhos, quando descobriu que estava grávida ficou sem saber o que fazer, ele a forçou a me ter – fez uma pausa como se vasculhasse sua memória em busca de mais informações – lembro de uma vez, eles estavam brigando por que ela não queria mais nenhum bebê, que por ser muito nova nem sabia como cuidar de mim, então ele lhe deu um tapa e enquanto apertava seu pescoço disse: enquanto for minha mulher vai ter quantos filhos eu quiser. No dia seguinte ela se foi e nunca mais a vi.

Pamela estava chocada, ouvia alguns comentários sobre seu pai ser violento com as ex, mas nunca ouviu um relato verídico, ainda mais de alguém que era uma criança quando presenciou tudo. Não sabia se sentia raiva ou pena do homem que lhe criou, tão mesquinho e insensível. Tocou a mão de Vicente timidamente imaginando como ele se sentiu durante todos os anos que teve que conviver com o homem que foi culpado pelo seu abandono, olhou para o irmão vendo a tristeza em seus olhos, ela aproximou-se beijando seus lábios com ternura, tudo o que ele precisava naquele momento. A menina lhe fazia sentir diferente, era como um anjo envolvendo-o com suas asas nos momentos de desespero.

— Eu sinto muito – disse abraçando-o fortemente ouvindo seu coração se acalmar aos poucos.

— Já passou meu anjo, sei que não tive culpa de nada e é isso que importa – acariciou suas costas apoiando seu queixo em sua cabeça – agora entende porque o odeio tanto?

Pamela assentiu contra seu peito.

— Desculpa por ter tentado forçar a reaproximação – falou levantando-se novamente – e agora sei por que agia daquela forma quando falava dele como se fosse um herói.

Ele tocou seu rosto e sorriu. A garota sentiu-se aliviada por vê-lo sorrindo, pelo menos não parecia tão triste quanto antes.

— Só se me der um beijo.

— Então vou começar a me desculpar mais vezes – disse rindo enquanto deitavam na areia.

— À vontade.

O sorriso cafajeste de Vicente voltou enquanto inclinava-se para beijar a menina, Pamela riu lembrando-se de como adorava esse jeito dele, hora sério, hora irritado e no mesmo instante sendo Vicente. Essa deveria ser uma nova emoção, tipo: estou um pouco Vicente essa manhã.

— Crianças, voltei!

Ele parou de beijá-la resmungando alguma coisa sobre tempo, segurou a mão da menina ajudando-a a levantar enquanto Camila aproximava-se sorridente.

Pamela esticou-se para beijá-lo novamente, quando estava perto dele seu corpo agia de maneira estranha, como se ele tivesse uma espécie de imã.

— Eu até gosto de vocês dois se pegando, mas controlem essas línguas, okay? – Camila jogou-se ao lado deles abrindo a bolsa exageradamente grande para Pamela.

— Você não ia desaparecer por um tempo?

— Algum problema comigo, Vicente? – perguntou incomodada com o tom usado pelo rapaz – posso voltar pra casa, mas a Pam vai comigo.

Ele estreitou os olhos para ela ouvindo a risada da menina.

— É um prazer tê-la por peto – sorriu voltando-se para a garota em seus braços e beijou seu rosto.

— Fez a nossa matricula?

Camila sorriu puxando dois papéis de dentro da bolsa, dando gritinhos de felicidade.

— Acredita que lá também tem aulas de tango? – falou entregando um deles para a menina – então você vai ficar na sala ao lado da minha. Sinta-se feliz e demonstre isso, caso contrário eu acabo com a sua felicidade.

— Desde quando faz ameaças? – perguntou analisando a lista de acessórios que precisaria comprar.

— Desde que descobri que estou grávida sim, eu estou grávida! – gritou puxando outro papel dali de dentro.

Pamela sorriu contente pela amiga e a abraçou.

— Meus parabéns. Espero que ela puxe ao Edu – riu voltando a se sentar.

— Parabéns, espero que agora você comece a se comportar como gente – Vicente lhe parabenizou recebendo um olhar fulminante da outra.

— Vocês são hilários, Patati e Patatonta – os dois riram beijando-se novamente – sinto muito acabar com esse momento lindo, mas nós temos que ir Patatonta, Gustavo já está no carro esperando para a ceninha.

— Que ceninha? – Vicente perguntou olhando para o rosto da menina.

Esse era um detalhe que o rapaz não sabia, para que seu pai não desconfiasse desses passeios, a ideia de ambas foi fingir que ela e o menino estavam se conhecendo melhor, e também fingir que se gostavam – pelo menos Pamela fingir. Ela suspirava e sorria por Vicente enquanto Carla pensava se tratar de Gustavo.

— Melhor eu ir logo, meu pai não pode desconfiar de nada – comentou levantando-se.

— Pamela, me responde – pediu fazendo o mesmo.

A menina olhou para Camila que fingiu nem estar ali, desviando os olhos para qualquer lugar.

Estava ferrada.

— Não é nada meu amor – sorriu passando os braços por sua nuca, esticando-se para tocar seus lábios – besteira da Cacau.

— Espero mesmo que seja apenas mais uma das besteiras dela – comentou sério – não gosto da ideia de ter você pra cima e pra baixo com esse imbecil.

— Oi, mais respeito com o imbecil que ele é meu irmão.

Vicente olhou para a ruiva e para a irmã percebendo algo estranho no ar, a menina estava nervosa demais para seu gosto.

— Por acaso estão fingindo que – fez cara de nojo – estão apaixonados?

Por acaso você é mutante? – Pamela pensou sentindo-se a pior das pessoas.

— Olha só, a Pampers só está aqui com você tão à vontade graças a isso.

Ele bufou afastando-se da menina. Pamela olhou para trás buscando alguma coisa para falar enquanto o rapaz mordia o lábio e balançava a cabeça num típico sinal de irritação.

— Isso é idiotice – explodiu assustando a menina – e depois, vocês vão se beijar? Ele vai te tocar? Você é minha, não quero aquele moleque tocando no que é meu.

— Vicente – Pamela se aproximou – está com ciúmes?

— É claro que estou com ciúmes – ela riu – isso não é engraçado, Pamela.

— Claro que é – falou aproximando-se novamente. Tocou seu rosto delicadamente e ele virou irritado – bobo. É você que eu quero, sempre vou querer.

— Eu sei – era impossível resistir aos olhos pidões da garota, o erro de Vicente foi olhar diretamente para eles – só não gosto da ideia. Promete que não vai beijá-lo?

Ela assentiu puxando-o para um beijo apaixonado e demorado.

— Tchau meu amor – disse afastando-se.

Ele apenas sorriu acenando brevemente, ainda não conseguia pensar em outra coisa além dos dedos enxeridos de Gustavo tocando a pele da sua menina, a vontade que tinha naquele momento era correr para a casa de Sérgio e contar sobre os encontros e dizer que não iam se afastar só por um capricho dele, mas havia muita coisa envolvida, não podia esquecer-se.

Ficou observando as duas se afastarem aos poucos até que não pudesse mais vê-las, era hora de voltar para casa e organizar a bagunça que ele mesmo fizera. Puxou o telefone do bolso enquanto virava-se na direção do estacionamento e discou para o nome que permanecia falso em sua agenda, Heloísa.

Jogou-se no banco do motorista irritado por não ter sido atendido, precisava falar com ela o mais rápido possível, antes que desistisse ou perdesse a coragem de encontrá-la novamente. Desde o dia em que visitou a casa do pai às escondidas não conseguiu entrar em contato com a mulher, em alguns momentos pensou que ela houvesse partido novamente, isso o fez gelar, Ana não podia sumir novamente, pelo menos não antes que ele contasse tudo à Pamela, e também a ela sobre o romance com sua filha. Apesar de saber que não era uma boa ideia, Vicente não podia esconder uma coisa dessas da mãe da garota, mesmo que ela mereça o troféu de mãe do ano por ter voltado.

No quesito mãe desnaturada nós estamos empatados, Pam.

Assim que entrou no estacionamento do prédio ele sentiu seu celular vibrar, parou o carro ansioso para atendê-la.

— Ana – disse aliviado.

Algum problema com a Pamela? – perguntou preocupada – eu estava no meio de uma aula.

Vicente respirou fundo.

— Ela precisa saber de tudo o mais rápido possível – a mulher prendeu a respiração do outro lado – não é justo escondermos isso dela por mais tempo, e se eu contar com calma ela vai entender.

Vicente – suspirou. Ana estava apavorada com a ideia de a menina saber tudo de uma hora para outra, não imaginava que o rapaz fosse tomar coragem de falar novamente – vai ser tudo muito confuso pra ela, se fizéssemos do meu jeito

— E correr o risco daquele cara sair como o mocinho? Ana, a Pamela já sabe o que aconteceu entre ele e a minha mãe, está com um pé atrás em relação ao pai. Confia em mim, vai dar tudo certo.

Como tem tanta certeza? Pelo que você me contou a Pamela é muito frágil, como acha que vai ficar tudo bem?

— Porque eu vou estar com ela, não vou sair do seu lado em nenhum momento. Eu a amo.

Houve uma pausa, um momento de silencio entre ambos.

Eu sei que ama, mas ela precisa de mais apoio do que um abraço de irmão, ela vai precisar dos amigos. A minha filha não merecia estar passando por isso – terminou com a voz embargada.

— Não Ana, eu a amo de verdade – respirou fundo – não é apenas amor de irmão.

[...]

— Não acredito que você esqueceu o celular na escola – Camila resmungou enquanto estacionava novamente na frente da escola de dança.

Pamela desceu do carro ainda rindo da briga dos dois, achava brigas de irmãos as melhores coisas do mundo, conflito de ideias e a maneira como demonstravam amor. Deve ser por isso que irmãos brigam tanto, para não guardarem mágoa por muito tempo e aquele sentimento acabar afastando os dois, então brigam como cão e gato para extravazar no momento e logo depois estarem numa boa.

A beleza de ter uma família.

Os três entraram no lugar, Pamela pela primeira vez, achou tudo muito bonito e organizado, olhou para a placa na entrada mais uma vez e franziu o cenho.

— O que foi? – Gustavo perguntou parando do seu lado e olhando para o mesmo lugar.

— Asas de anjo – disse quase num sussurro ao ler o nome do lugar.

Vasculhou sua mente procurando de onde conhecia aquilo.

“Ela parece um anjo com essas asinhas.” Disse sua mãe abraçada ao marido enquanto a menininha pulava sorridente brincando com o irmão pouco depois da apresentação.

— Vem logo Pampers, a mulher que me ajudou está aqui – Camila surgiu novamente puxando a menina.

Pamela cambaleou ainda sem voltar totalmente a si, aquela realmente era uma coincidencia digna de filme. Ainda pensando sobre isso olhou para o amigo que a analisava preocupado, sorriu sem graça e voltou-se para frente.

Camila caminhava apressada na direção de uma das funcionárias que estava de costas, ela se virou sorridente entregando o celular para ela. Olhou para os outros dois e acenou voltando a falar com a ruiva. Pamela sorriu vendo a amiga conversando com a outra, pareciam se conhecer à longa data, o que era muito bom, invejava essa facilidade da outra em fazer amizades depressa.

— Heloisa você cuida de tudo pra mim – Pamela virou o rosto instantaneamente na direção da voz. Seu coração acelerou enquanto ela mexia na bolsa – tenho que resolver um – a mulher parou assim que levantou a cabeça na direção dos garotos – meu Deus.


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Notas finais do capítulo

Surpresa? haha