Incesto escrita por SweetBee


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou de volta depois de uma crise existencial... mentira, só estava sem inspiração e talvez sem energia espiritual, estou me recuperando bem, só preciso de uma pedra super comum - téparece - Lápis Lazuli auhsau se alguém tiver, me mande.
Estão sentindo esse cheiro de queimado? eu tô hehe

Comentem ^^



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— Reatar? – perguntou incrédulo.

Manuela abaixou a cabeça olhando para as mãos entrelaçadas em volta da alça da bolsa. O rapaz cruzou os braços esperando alguma reação típica dela, como gritos e tapas em seu corpo, ela estava muito quieta para ser a velha Manuela.

— Eu sinto muito por tudo, não devia inventar coisas sobre a Pamela e nem magoá-la – respirou fundo erguendo a cabeça novamente – por favor, Vicente, eu amo você.

— Manu eu – passou a língua pelos lábios buscando as palavras certas, apesar de tudo, não queria magoá-la – eu não quero reatar o nosso namoro, mesmo que quisesse não ia durar muito mais, você mesma sabe que nossa relação estava degastada, sequer nos beijávamos com a mesma intensidade.

— Eu sei Vicente, mas ainda sou apaixonada por você, nunca deixei de ser.

Ele fechou os olhos sentindo-se completamente esgotado, era mais difícil do que pensava terminar um relacionamento de anos, se pudesse dizer o que realmente estava acontecendo: estou apaixonado pela minha irmã e vou pedi-la em namoro.

Encarou a moça à sua frente analisando seu rosto, parecia outra pessoa, sem a maquiagem forte e a expressão predadora, o cabelo continuava impecável, seu cabelo sempre estava assim.

Pamela contava até dez antes de abrir a porta e ver a ex-cunhada ali conversando com seu irmão, se a conhecia o suficiente, sabia que a qualquer momento ela se lançaria nos braços do rapaz beijando-o avidamente no intuito de leva-lo para cama. Era bem capaz de Vicente ceder, aquela garota parecia ser algum tipo de bruxa no quesito sexo, mas se isso acontecesse seria a prova de que todo esse tempo a menina só estava sendo usada.

Não Pamela, pare de penar besteira.

Abriu a porta do banheiro sendo alvo do olhar mais assustador que Manuela poderia lhe lançar, franziu a testa indo direto para o quarto. Seja lá o que estivesse acontecendo ali, a menina preferia ficar longe até que ela fosse embora e tudo se resumisse a ela e Vicente de novo. O que seria muito difícil já que sempre paravam para discutir do nada, como se já fossem um casal juntos há muito tempo.

Riu sentando-se na cama enquanto ouvia os gritos histéricos de Manuela sobre quando ela chegou ali. Não era mais novidade que tudo mudou no momento em que pôs os pés no apartamento do irmão, toda a tensão dele sobre ela, os carinhos de irmão que logo foram substituídos por carinhos de homem. O toque de Vicente a incendiava, sempre queria mais, mas ao mesmo tempo sabia que não podiam ir além daquilo, aconteceu muito rápido, ela sequer conseguia se lembrar de quando se apaixonou por ele.

Amor meu grande amor, não chegue na hora marcada.

Assim como as canções, como as paixões, e as palavras.

Me veja nos seus olhos, na minha cara lavada.

Me venha sem saber, se sou fogo, ou se sou água.

Balançou a cabeça para espantar aqueles pensamentos românticos e apaixonados que a faziam rir feito boba, não era hora para aquilo, havia uma ex-namorada neurótica e sinistra conversando com o seu amor, bem ali do outro lado da porta.

Meu amor. É tão estranho pensar nele assim. Estranho de um jeito bem – pensou deixando as costas baterem no colchão. Pegou uma mecha do cabelo virando a cabeça para o lado, lembrando-se da noite em que consumou o seu amor por Vicente, foi tão natural e inesperado, sem dúvida ela não poderia ter uma primeira vez mais perfeita que aquela. Seu irmão foi um verdadeiro príncipe, cuidadoso e carinhoso – com uma dose de Vicente, claro – foram feitos um para o outro. Pamela com toda a sua insegurança e timidez, e ele tão... Vicente.

— Ela já foi – assustou-se com a voz do rapaz.

Ergueu o corpo apoiando-se nos cotovelos para vê-lo em toda a sua beleza entrando no quarto. Pelo seu jeito parecia ter sido uma discussão difícil, claro que foi, afinal de contas se trata de Manuela.

— Você tá bem? – perguntou sentando-se nos calcanhares olhando para ele.

— Em parte sim – respondeu dando um meio sorriso enquanto se sentava a seu lado – entendo como ela deve estar sofrendo, me sinto mal em saber que sou o culpado, mas também não posso continuar com ela só para não vê-la daquele jeito.

Ele está feliz, mas ao mesmo tempo alguém está infeliz por causa dele. O equilíbrio é confuso.

Pamela tocou seu ombro deslizando a mão para sua nuca na tentativa de aliviar parte da tensão de seus músculos. Vicente fechou os olhos sentindo a pele fria da menina tocando a sua.

— Não é culpa sua – disse ajeitando-se atrás dele, pondo a outra mão em seu ombro para iniciar uma massagem – aliás, não podemos nos culpar pelo sofrimento dos outros se não tivemos a intenção de machuca-los. Não dá pra fazer todo mundo feliz e estar bem ao mesmo tempo, e ao contrário é o mesmo jeito.

Ele sorriu ouvindo as palavras da menina.

— Mas é ruim ver alguém sofrendo, Pam. E eu sei que você sabe disso.

— Eu sei, e tento não me culpar quando não é minha culpa – desceu as mãos para seus braços, entrelaçando os dedos nos seus – a felicidade do outro não depende só de nós, esse outro precisa estar aberto para recebê-la.

Vicente franziu o cenho olhando para ela.

— Andou falando com algum Guru indiano?

Ela deu de ombros apertando seus dedos.

— Bem que eu gostaria.

Talvez ela esteja sentindo que eu a estou enganando.

— Vou tomar banho – anunciou levantando-se - porque não descansa um pouco? Tenho certeza que se cansou muito com o seu amigo.

— Vai começar? – ergueu a sobrancelha cruzando os braços.

— Estou brincando – riu inclinando-se para beijar seus lábios - pode conversar, jogar e até morar com ele, não vou mais sentir ciúmes – disse mordendo seu lábio inferior – confio em você.

Pamela sorriu com aquilo – mesmo achando muito estranho.

— E porque isso agora? – perguntou passando o indicador por sua testa indo até os lábios enquanto ele a admirava.

— Manuela era muito ciumenta comigo, veja o que aconteceu conosco. Não quero acabar te perdendo.

— Vicente – a menina se afastou um pouco para olhar no fundo dos seus olhos – você sempre fala que tem medo de me perder, acredite em mim, você não vai.

Ele ergueu o canto dos lábios esboçando um sorriso mínimo. Se ela soubesse por que ele se sentia tão inseguro em relação aos dois permanecerem juntos por mais tempo, havia tanta coisa envolvida, tanta coisa a ser revelada que o fazia parecer um grande canalha diante da menina.

Vicente ajoelhou-se diante dela, envolvendo suas mãos nas dele, olhou por um instante aqueles dedos pequenos e finos que ainda eram infantis, seguindo para seus braços alvos com a mesma marca que Ana tinha no antebraço, aquela que a menina sempre ficava admirando antes de dormir quando era criança.

— O papai dizia que puxei à minha mãe – disse quando ele tocou a marca escura.

O rapaz piscou algumas vezes voltando a olhar para seu rosto.

— Você deve sentir muito a falta dela – comentou apertando seus dedos.

Pamela limpou a garganta ajeitando-se na cama, começava a achar tudo aquilo muito estranho, seu irmão principalmente.

— Não sei, não convivi muito com ela então... Tecnicamente nem sei como é ter uma mãe – riu sozinha com o que disse – mas vamos parar com essa conversa. Você não ia tomar banho?

“Nem sei como é ter uma mãe” as palavras ficaram dançando na cabeça de Vicente como se quisessem fazê-lo sentir culpado por estar escondendo uma coisa dessas dela.

Afinal, você realmente a ama?

Seu subconsciente ria da preocupação dele, e não deixava de estar certo, pelo menos em partes. Não podia esconder dela.

— Pamela a sua mãe... A sua mãe ela – respirou fundo sentindo um nó se formar em sua garganta – ela era muito boa.

Pousou a cabeça em suas pernas sentindo-se um fracassado, era tão fácil, apenas dizer a ela que sua mãe estava viva.

Mais uma vez aquela conversa seria adiada.

Sem dizer mais nada ele se levantou, deu as costas à menina e foi para o banheiro, tudo o que precisava era de um banho frio para ordenar os pensamentos e quem sabe tomar coragem para dizer a ela tudo o que sabia.

Pamela ficou sentada assistindo o irmão desaparecer pela porta, sem entender absolutamente nada, Vicente andava estranho desde que, bem, desde quando ela não sabia exatamente, mas era há muito pouco tempo, cerca de uma semana. Respirou fundo tentando não pensar muito sobre isso, queria mesmo era cair naquela cama e dormir como nunca, o dia havia sido bem puxado e pelo que sabia, amanhã também seria. Seu pai estava voltando com tudo pronto para a mudança, Vicente certamente ficaria uma pilha de nervos com isso e quem sabe não conseguia convencê-lo a ir morar na nova casa. Não, seria uma missão impossível.

[...]

No dia seguinte Pamela acordou mais cedo que o irmão, depois de ontem à noite o que ela mais queria era agradá-lo.

Quando Vicente foi dormir, não disse nada, apenas se deitou e ficou encarando o teto até pegar no sono, sem beijo de boa noite, sem abraços ou qualquer outra demonstração de carinho. Aquilo a incomodou um pouco, mas logo se aconchegou em seu peito e também dormiu, todos tinham problemas ou se cansavam com algo, talvez Vicente estivesse pensando sobre o trabalho ou a conversa com Manuela, enfim, não queria pensar muito.

Tomou um banho rápido e correu para a cozinha para fazer o café da manhã, não que tivesse algo em mente, mas tentaria fazer alguma coisa comestível que não o fizesse passar mal no decorrer do dia.

— Frutas, vamos comer frutas – disse a si mesma enquanto abria a geladeira.

Pegou algumas maçãs e uma manga, levou para a pia para descasca-las e ouviu a porta do quarto abrindo.

Sorriu apanhando a faca para começar seu trabalho.

Vicente coçou os olhos olhando ao redor vendo a porta do banheiro aberta, sinal de que ela não estava no banho, para a rua, com certeza Pamela não iria sozinha para a rua tão cedo. Ouviu a porta da geladeira batendo e começou a caminhar para a cozinha, como era seu dia de folga ele teria tempo para se matar as saudades que estava da sua pequena, e quem sabe contar a verdade de uma vez. Parou na entrada vendo a garota descascando uma manga enquanto sorria.

Pamela soltou a faça virando-se na direção do rapaz, ele estava com uma regata preta e uma cueca boxer verde. Ele ficava tão lindo com pouca roupa, e ela ficava tão tarada quando ele estava com pouca roupa.

— Porque acordou tão cedo? – perguntou se aproximando da menina, envolvendo sua cintura com os braços – não queria ficar na cama comigo?

Ela riu lavando as mãos.

— Só queria fazer algo para você – respondeu virando-se para ele.

— Então pode parar, vou à padaria e quando eu voltar, faremos juntos – deu-lhe um beijo na testa afastando-se a passos lentos.

Uma boa chance para pensar um pouco em como diria a ela, escolher as palavras certas, prever como ela reagiria ao ouvir tudo aquilo.

Vai dar tudo certo, Pamela é uma garota fantástica, vai entender tudo perfeitamente.

Quando terminou o seu banho, Vicente deu um beijo no rosto da menina e saiu do apartamento já pensando no que diria quando voltasse. O sol fraco bateu em seu rosto dando mais um pouco de coragem, Pamela merece saber mais do que ninguém, era um segredo que doía carregar, ontem enquanto conversavam, as palavras tinham um toque de solidão que só ele percebeu, a menina sentia falta de uma mãe, e essa lacuna só Ana poderia preencher.

Olhou no celular batendo os dedos na tela pensando um pouco, respirou fundo digitando uma mensagem para a mulher.

Vou contar tudo à Pamela daqui a pouco. Provavelmente a levarei hoje para te ver.”

Um sorriso brotou em seus lábios, estava fazendo a coisa certa.

Não demorou muito e já estava no elevador do prédio, comprou algumas coisas a mais, planejava não sair durante o dia para cuidar de Pamela, já esperava uma crise de choro e raiva dela que infelizmente ele não podia impedir, mas podia ajuda-la com o conforto de seus braços.

— Pensei que não fosse mais voltar – Pamela disse sentada no sofá com as pernas cruzadas.

Vicente sorriu encostando a porta entrando com as sacolas e parou abrindo os braços.

— E não mereço um beijo por ter voltado?

Ela mordeu o lábio levantando-se correndo para abraça-lo.

Enroscou-se em seu pescoço selando seus lábios nos dele, Vicente agarrou sua cintura enquanto pedia passagem com a língua que foi prontamente cedida pela menina. Ele caminhou com ela até que a parede os parou, Pamela sorriu antes de capturar os lábios do irmão novamente, sentiu falta dos seus beijos calorosos – considerando que o ultimo fora no dia anterior pela manhã.

— O que deu em você? – perguntou arranhando sua nuca.

— Saudade.

Soltou as sacolas apertando a menina impulsionando-a para cima, Pamela entrelaçou as pernas em sua cintura enquanto ele atacava seu pescoço e mordia seu maxilar. A menina segurou seu cabelo afastando-o um pouco, olhou em seus olhos e sorriu antes de voltar a beijá-lo.

— Mas que porra é essa, Vicente?

Ambos olharam para a porta assustados com o grito do homem, Vicente soltou o corpo de Pamela quase que instantaneamente fazendo-a despencar de pé, estava tão assustada quanto ele.

— Pai – sussurrou com os olhos fixos no homem furioso parado na entrada.


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