Can You Save Me? escrita por Whispers Of Hope


Capítulo 7
Broken Inside


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente!
Capítulo novo para vocês...não esqueçam de deixar seus comentários!



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Todo esse tempo

Eu não posso acreditar que eu não pude ver

Me mantive no escuro

Mas você estava lá na minha frente

– Bring Me To Life (Evanescence)

POV´S Violetta

Sei que faz um tempo que não escrevo aqui, mas algo aconteceu, infelizmente não foi algo bom. Minha irmã, assim como todos da minha família, partiu há sete dias e eu ainda não consegui lidar bem com isso. León, Francesca e Angélica ofereceram suas casas caso eu quisesse ir passar uns dias ou talvez até mais mas, eu preferi ficar em casa, me agarrando a cada lembrança boa que tenho com mamãe, papai, Marco e Alice. Agora estou em meu quarto, no meio de fotos, bilhetes ou qualquer coisa que me faça lembrar deles, revirei tudo, até minhas caixas de recordações e foi em uma delas que achei você. Já notou que só escrevo sobre morte? Mas escrever aqui, me faz voar para um tempo onde eu escrevia somente sobre amigos, paixões e decepções. Ah como eu queria que sempre fosse assim!

Mas na vida que tenho, isso é impossível.

Fazem dias que não saio de casa e não falo com ninguém. Fran me conhece e sabe disso, por esse motivo, falou para León que era para me deixar sozinha até que eu estivesse “bem” para enfrentar as coisas, fiquei sabendo sobre isso por uma mensagem que ela me mandou há dois dias.

Podem me achar louca mas para cada canto que olho há uma lembrança de alguém que me deixou e com isso, eu não aguento e quero chorar, chorar como se isso fosse resolver algo mas, eu mais que ninguém sei que não irá acontecer. Eu me importava e me importo muito com todos, talvez esse seja o problema.

“Quando você se importa com uma pessoa, se machucar faz parte do pacote”

A que parecia ser a última lágrima, escorreu sobre meu rosto e caiu na folha do diário bem onde estava escrito a palavra “machucar”,era ironia do destino, eu sabia que era. Fechei o diário e o guardei novamente na caixa, talvez eu iria voltar a escrever nele daqui uns dias pois poderia acontecer algo que eu deveria escrever. Fui até o banheiro e me olhei no espelho, eu era um reflexo de como a casa estava: completamente bagunçada. Depois de tudo, não me importei com essas coisas, me alimentava apenas por insistência de minha avó, que indo contra todas as minhas regras de luto, ligava para mim quase sempre.

Eu conhecia as tão “famosas” fases do luto, elas eram: Negação, Raiva, Negociação, Depressão e Aceitação. Eu me encaixava melhor na depressão no momento, pois era em tudo que eu conseguia pensar. Fui tirada de meus pensamentos pelo som de três batidas na porta, parece que alguém mais violou as minhas regras de luto, em passos lentos fui até a porta e a abri, me deparando com alguém que eu não pensava que iria ver mais.

– Clement...- minha voz saiu quase como um sussurro enquanto ele olhava para mim um pouco assustado, sim eu admito, aqueles não foram os melhores dias para a minha aparência.

– Oi Violetta – ele engoliu em seco- Fiquei sabendo do que aconteceu e vim aqui para te dizer que pode contar comigo, sei que não nos conhecemos direito mas eu espero que um dia isso possa acontecer e você passe a confiar em mim para o que precisar- sorriu e me fez pensar que aquilo era algo sincero.

– O- obrigada – sorri em retribuição aquele ato sincero que vinha dele- Gostaria de entrar?

– Não, não, muito obrigado. Eu até aceitaria seu convite e ficaria mais um pouco mas tenho algo a fazer, se precisar é só chamar okay? – sem esperar minha resposta, depositou um leve beijo em minha bochecha e saiu um tanto que apressado.

Fechei a porta e voltei para o lugar de onde eu já estava acostumada a ficar, o sofá. Ali era onde eu ficava por segundos, minutos, até por horas e não me importava pois já havia tempo desde que deixei de me importar com essas coisas. Eu sei que devia parar com isso, voltar a viver mas, eu simplesmente não conseguia, afastei todo mundo que tinha por perto e agora estou completamente sozinha, outra vez.

Suspirei e olhei para um canto qualquer da casa, até que vi um papel jogado no chão, minha curiosidade foi maior e me fez ir até onde o papel estava. Ele estava dobrado ao meio, abri-o com cuidado e ao olhar para aquilo, mais lágrimas nasceram em meus olhos. Era um desenho feito por Alice. Onde estava eu e ela em um lugar lindo, que ela dizia ser onde viveríamos um dia, lembro-me perfeitamente quando ela me deu o papel que agora estava em minhas mãos.

Era um dia dos quais tudo estava em preto e branco para mim, me bateu uma tristeza do nada e como sempre fez, Alice percebeu e fez aquele desenho para mim tentando com que eu ficasse bem. E repassar aquele momento em minha cabeça, foi o bastante para que mais lágrimas rolassem por minha face. Novamente se deu por ouvir batidas na porta, não me dei ao luxo de ir abrir pois eu não conseguia, só me dei conta que León havia vindo até ali e entrado porta adentro quando senti seus braços ao meu redor, me confortando, como sempre fez e faz até agora.

"Porque no final, quando você perde alguém, cada vela, cada oração, não vai compensar o fato de que a única coisa que lhe resta, é um buraco em sua vida onde alguém que você se preocupava costumava ser."


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Notas finais do capítulo

Obrigado à quem ainda está acompanhando a história, agradeço desde já os comentários.
Beijos e até o próximo capítulo!