A Cruzada escrita por DemonKingley


Capítulo 14
Miguel & Erika - Reunião entre lideres


Notas iniciais do capítulo

Atrasado, peço desculpas... Eu achei que tinha colocado para postar pelo programador, mas não foi --'

Então ai vai um capítulo com revelações



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Vergonha, nervosismo, curiosidade… Eu senti tudo isso no momento que aquela mulher entrou no quarto, Miguel parecia calmo, mas ao mesmo tempo frustrado.

— Quem é ela Miguel? — eu perguntei vestindo minha calça.

— Minha mestra, serviu comigo em meus tempos de Unya, porem acabo se exilando após o extermínio de Alarhu.

— Alarhu? Aquele país que desapareceu em uma noite?

— Sim, ela não aguentou aquele genocídio e foi embora no dia seguinte. Estou surpreso em ver ela.

Saímos do quarto e a encontramos lá fora. Fumava um cigarro e usava uma calça jeans normal, enquanto sua camisa por baixo ficava pouco acima de seu umbigo e seu casaco era grande e chegava até suas pernas.

— Você cresceu bastante Miguel.

— Você ta igual velhota.

— Você não muda esse seu jeito né? — ela respirou fundo e olhou para ele com mais seriedade. — Irei direto ao assunto, Sra. Margareth avisou Goldrach que você viria e pediu para você comparecer a uma reunião diplomática no castelo. Eu tentei conversar com você o dia todo, e o incrível é que você não me notou.

— Não fico de olho de coroas — ela deu um cascudo nele. — Se bem que você ta bem inteira. Ah, aquela velha desgraçada, — provavelmente estava citando Margareth — no fim ela só me usou para vir aqui.

— Não leve para esse lado, vocês terão algumas surpresas na reunião — a senhora balançou seus cabelos e jogou o cigarro no chão, pisando em seguida. — Posso garantir que vocês irão gostar.

Nesse momento um dragão passou voando sobre a cidade indo em direção ao castelo, em cima dele estava o capitão da Anarquia, porem não tinha intenções assassinas, o dragão pousou e ele desceu de lá arrumando seu cabelo.

— Acho que eu precisarei ir mesmo — disse Miguel bufando. — Eu irei, Erika vem comigo, tem algum problema mestra?

— Não, não tem problema nenhum e por favor, me chame pelo nome, Ligya.

Miguel com a roupa que estava foi até o castelo, os portões se abriram nos dando entrada para o castelo e lá dentro o rei de Goldrach apareceu.

— Fico feliz que o senhor tenha comparecido — disse o rei, ele tinha um enorme casaco com pelagens que cobria todo seu corpo, uma coroa vermelha com detalhes em ouro e em sua mão direita um cetro com uma enorme jóia dourada em cima.

— Eu que agradeço pelo convite vossa excelência — ele falou, foi cortês e com um tom serio, mas é inegável que no fundo, ele estava querendo arrancar a cabeça do rei.

— Venha, estão todos te esperando na sala de reunião.

Caminhamos pelo castelo em um enorme corredor, abrimos a porta que dava acesso para a sala onde nos encontramos com várias pessoas. Algumas conhecidas como o capitão da anarquia e o Rafael, outros desconhecidos.

— Olá Miguel, é um prazer rever você — falou o ruivo, que por sinal sempre me impressionava tamanha semelhança comigo, mesmos cabelos, mesmos olhos e nos diferenciavam pela idade.

— Quem é esse pirralho aqui? — disse um homem barbado, cabelos castanhos e pele morena. — Por que só tem crianças para discutir assuntos sérios aqui?

— Deixe de ser chato seu troglodita — disse uma mulher loira com olhos azulados.

— Eu ainda não entendo para que tanta gente nessa sala — disse o rei elfo, aquele cujo Miguel tem medo.

— Ótimo, agora estão todos aqui. O rei dos elfos, o chefe do clã do fogo, a chefe do clã da luz, o representante de Anya, o Füher de Drunger e por fim eu, o rei de Goldrach.

— Por favor vossa excelência, não me chame de Füher, apenas Júlio esta bom. — disse o capitão da anarquia bebendo uma taça de vinho.

— E então, podemos começar? — disse a chefe do clã da luz.

Eu estava em pé atrás da cadeira de Miguel, Rafael estava atrás do homem moreno, foi uma situação estranha nos encontrarmos em meio a uma reunião diplomática e sendo assim não trocamos uma palavra.

— É inegável que esse continente esta em uma guerra que esta devastando mais do que devia. Drunger vem avançando descontroladamente, destruindo fronteiras e conquistando cidades estados. Devemos parar com essa batalha — disse o rei de Goldrach.

— Piada, a guerra devastou milhares de orcs — disse Julio. — Vocês deveriam agradecer que eu os esteja usando, estou limpando suas rotas de comercio recrutando orcs e os deixando em vantagem em determinados pontos.

— Você é uma pessoal realmente horrível Julio, de certo modo é verdade, mas suas investidas descuidadas estão atrapalhando os negócios de Anya com os países vizinhos — Miguel falou, ele cruzou suas pernas e braços e encostou-se a cadeira em uma posição mais relaxada.

— Me desculpe Miguel, mas meus objetivos continuarão em peso. Quero explorar outro continente em busca de poder e conhecimento, deus Unya já renasceu e tudo que eu preciso no momento é tomar o país de Anya para nós.

— Entendo, parece que não a nada que possa evitar esse confronto no continente — disse a chefe do clã da luz. — No entanto eu acho que os objetivos de unificar os países desse continente antes de explorar um outro continente é mais nobre. Eu escolherei lutar ao lado do país de Anya.

— Já eu entendo o contrario, se Unya esta em Drunger, não tenho motivos para escolher o lado perdedor, nós do clã do fogo iremos apoiar Julio nessa batalha.

— Goldrach não irá se envolver em nenhuma guerra com a condição que não entrem em nosso território nessa batalha sem sentido de vocês, mas manteremos nossa aliança com Anya — o rei falou.

— Nós, os Lumières ficaremos felizes em servir o país de Anya, Miguel, contemos com a sua colaboração.

— Eu como rei Elfo, manterei meu tratado com Anya.

Aquela mulher loira, que acabará de abaixar sua cabeça disse um nome conhecido por Miguel, um nome que eu mesmo já escutei, um nome muito curioso para todos. Miguel arregalou seus olhos, mas manteve sua postura e abaixou sua cabeça agradecendo.

— Ótimo, perfeito — disse Julio com um sorriso no rosto. — É assim que eu gosto, passarei por cima de todos vocês e os esmagarei! — ele ergueu sua mão e a fechou. — Se preparem, em breve conhecerão o terror do poder da Anarquia ao lado de Unya.

A reunião acabou e todos os lideres saíram.

— Rafael, faz bastante tempo não é? — eu falei para ele. — Como está?

— Um pouco desolado, novamente terei a chance de derrotar Miguel… — ele falou, em seguida deu uma forte risada. — E vocês como vão?

— Vamos bem — eu sorri. — Mas agora eu acho que as coisas vão começar a esquentar. Você sabia não é mesmo? Sobre os Lumières e Miguel.

— Mas é claro que sim, alguém nobre como eu sabe de muitas coisas. Nossas famílias são rivais, e meu objetivo primário era matar Miguel no começo de tudo. O seu pai me pagou para seguir vocês e disse que eu poderia tentar matar Miguel quando eu bem entendesse… Mas depois de o ver cortar uma montanha com um graveto e em seguida levar uma surra, eu vi que era impossível.

— Então no fundo você era um traidor…

— Sim eu sou, mas é verdade também que sua beleza me encanta e que eu faria de tudo para ganhar um beijo seu — ele sorriu e em seguida se ajoelhou beijando minha mão. — Prometo que um dia derrotarei Miguel e me casarei com você.

— Vai ficar só na promessa — disse Miguel levantando Rafael pela camisa. — Erika é minha.

— Hum… Vejo que estão bem próximos, bem que Elaine disse que isso iria acontecer.

— Cala boca. Agora que é meu inimigo, na próxima vez que o encontrar irei te matar.

— Claro, eu digo o mesmo — Rafael sorriu. — Até mais.

— E você Miguel, não pretende falar com ela? Digo, a mulher dos Lumières.

— Pretendo, estou indo nesse exato momento — ele caminhou até a mulher. — Gostaria de conversar mais seriamente com você.

— Sim, e como posso ajudar? — disse a mulher.

— Me chamo Miguel Lumière, irmão mais novo de Gabriel Lumière, você é da minha família certo?

— Sim — ela olhou Miguel com um rosto espantado, parecia nervosa e com medo, mas respondeu corretamente. — Eu seria sua irmã mais nova — ela abraçou Miguel. — Quem diria que nos encontraríamos assim. Vamos para outro lugar para conversamos corretamente.

Caminhamos até um lago na cidade de San Lorenzo e nos sentamos. Lá tínhamos visão para as estrelas e conseguíamos ver o lindo castelo desse país.

— Por onde posso começar… Acho que primeiramente me desculpar pelo que meu pai fez com você e seu irmão.

— Pode me contar tudo desde o começo por favor?

— Sim, nós, os Lumières, passamos por uma crise interna muito grande e o rei de Unya na ocasião ajudou nossa família. Como pagamento meu pai deu seus filhos homens para Unya para que os mesmos fossem parte do poder militar. Eu fiquei sabendo que Miguel e Gabriel eram da Anarquia… O que esta fazendo em Anya?

— Longa história.

— Onde está Gabriel?

— Eu o matei a quase vinte anos.

— Não estou entendendo… — Por quê?

— Isso é irrelevante, se não me falha a memoria você se chama Mirian correto? Poderia me contar mais sobre as magias de Antares? Gabriel usou uma e estou interessado nelas.

— Nossa magia é original e única exclusiva do grande Antares, apenas os membros Lumières tem a capacidade de utliza-las corretamente. Como você é um dos nossos, acho justo você ter esse direito.

— Então me diga por favor.

— Não direi — ela segurou em meus braços. — Cada Lumière tem sua própria magia de Antares, onde o mesmo guiou você e seus caminhos até aqui. Sua magia já foi descoberta, você só precisa do gatilho. Nossa alteração de realidade, nossa criação é exclusiva de cada pessoa, você deve descobrir o seu modo.

— O que seria esse gatilho?

— Algo como… Uma frase que descreva seus sentimentos, sua vida, algo como soltar para fora tudo que você pensa e acha. Miguel, você como um Lumière consegue. Bem, tenho que ir, estou muito atrasada, nossa mãe vai me matar. Você quer vir?

Miguel nesse momento olhou para cima e observou as estrelas, ele pareceu pensativo e em seguida olhou para mim e deu um leve sorriso.

— Não, com isso consegui juntar todas as peças… Obrigado Gabriel, eu entendi sua mensagem. Agradeço seu convite, mas acho que agora vou aproveitar meu tempo de folga com a Erika.

— Entendo, você são namorados?

— Noivos pra ser exato, ela é a ultima herdeira de Anya em nosso reino. Sou um homem de sorte eu acho.

— Com certeza. Erika correto? Cuide bem de meu irmão, faça aquilo que minha família não fez. Por gentileza, faça ele um grande homem.

— Um grande homem ele já é, embora prefira se esconder atrás de uma casca infantil, é uma grande pessoa — eu segurei na mão dele. — Diga para todos que Miguel é o mais forte.

— Pode deixar. Adeus irmão, nos encontraremos em breve.

— Espera, antes pode me contar mais sobre nossa família? Digo, como ela é?

— Gabriel seria o mais velho, depois vem você, eu e duas irmãs gemeas, nossa mãe esta doente e nosso pai morreu a doze anos. Temos dois tios e dez primos, nosso clã é bem extenso, porem só nós da família principal podemos utilizar a magia de Antares corretamente.

— Entendo, obrigado.

— Vou indo, até mais!

Nossa volta para nosso quarto? É, Miguel parecia feliz, embora não demonstrasse, dava pra sentir a aura alegre que emalava dele, era como se ele tivesse alcançado seu objetivo nessa viagem. Quando chegamos em nosso quarto ele se jogou na cama.

— Esta cansado? — eu perguntei me sentando na beirada da cama. — O que faremos agora?

— Ficaremos aqui em San Lorenzo. Nos casaremos em duas semanas, não precisamos ir pro campo de batalha por enquanto, vamos só ficar juntos.

— Certo, ficarei com você — eu segurei a mão dele e beijei a cabeça do mesmo. — Mas antes irei tomar banho.

Banho, eu entrei no banho, estava precisando depois de mais um dia cansativo desses. Miguel parecia estar mais aberto em relação a mim, embora ele nunca tenha dito que me ama, eu estou mais confiante em nossa relação… Nunca pensei que aquele que um dia eu odiei, hoje aceitaria me casar com ele sem nenhum problema. Peguei minha toalha e sai do banheiro onde avistei Miguel dormindo, coloquei uma roupa normal e me deitei ao lado dele, um sono eu tive, uma boa noite nós tivemos.

Erika, como vai? — disse uma voz em meus sonhos. — Parece que vai indo tudo bem.

— Quem é você?

Eu? Eu sou o universo, sou uma estrela, posso ser chamado de magia quando na verdade sou o tempo, posso ser Miguel, posso ser seu pai, eu posso ser nada, mas também posso ser tudo, do mesmo jeito que eu posso ser você.

— Você é tipo uma divindade? Um deus? — eu falei, eu não sabia o que estava acontecendo, era um sonho, isso é obvio, mas aquela sensação me parecia muito real. Tudo que eu via em minha frente era a escuridão, e uma voz ecoava por lá.

Divindade… É, não gosto de ser chamado de deus, no entanto pode me chamar como bem entender.

— Por que esta em minha cabeça?

Porque eu quis. Eu posso, eu quero. Tem muito tempo que eu venho tentando conversar com você, porem seu controle de magia por ser fraco limitava nossa conversa.

— O que quer comigo?

Apenas quero dizer que você, Erika, é uma escolhida por mim. Para me divertir nesse jogo terrestre, e eu quero que use seu poder quando a hora chegar.

— E quando é isso?

Você vai descobrir.

Eu levantei da cama, pensei ter um pesadelo, sai de meu quarto em busca de ar, pois estava com uma forte dor de cabeça e já não mais aguentava ficar trancada em um quarto. Caminhando pela rua, olhei para cima percebi que tinha muitas nuvens e que provavelmente iria começar a chover, pensei em voltar para casa para não me molhar e no meio do caminho uma magia de gravidade me pressionou contra o chão.

— Quem esta ai? — eu perguntei tentando ficar em pé. — O que você quer?

— Sou um dos renegados, não precisa de mais explicações.

Aquele jovem garoto, tinha muito provável a minha idade, tinha olhos pretos, seus cabelos eram escuros e muito grande, usava um sobretudo preto e tinha uma espada em sua mão direita. Eu não entendi nada sobre ele ser renegado, apenas bati minhas mãos uma na outra e em seguida as coloquei no chão fazendo um circulo magico para reverter a magia do inimigo me deixando mais livre.

— Veio me matar? Todo mundo que vem atrás de mim normalmente quer me matar…

— Acho que a resposta é obvia! — ele gritou e em seguida saltou em minha direção com sua espada. Eu estava completamente desarmada, então corria enquanto desviava buscando chegar em um lugar aberto, pois aquele garoto saltava por entre as casas dificultando muito minha visão. Cheguei no parque da cidade, lá não continha arvores e junto a uma brisa fria começou a chover.

— Qual o seu nome? Digo, você tem um né? — eu perguntei adotando uma postura ofensiva.

— Tiago — ele disse enquanto fincava sua espada no chão assim como meu pai faz. Ele abriu suas duas mãos e criou duas esferas de luz, dela saia um barulho insuportavel, ele arremessou ambas as esferas em mim, eu como minha especialidade criei um escudo que me protegeu de ambas criando uma forte cortina de fumaça. Eu aproveitei a pouca visibilidade e corri na direção dele e com minha perna esquerda o chutei, onde o mesmo se mostrou veloz e conseguiu se defender, eu sem dar tempo para ele respirar puxei sua espada do chão e o ataquei, porem ele segurou meu braço. Ele me encarou com seus olhos negros por um tempo e em seguida me chutou me arremessando alguns metros, uma forte magia saia do corpo do garoto que parecia ser bem próxima da do Miguel, eu fiquei assustada, mas sabia que não podia fugir, eu não podia correr. Ele lançou uma forte rajada de magia em minha direção onde eu fiz um escudo que não me foi útil, o escudo foi destruído e me deixou gravemente ferida. Minha roupa estava rasgada, meu braço esquerdo estava quebrado e minha perna direita também, eu me levantei ainda que dolorida e encarei meu inimigo que pegava sua espada do chão.

— De onde você é garoto? — eu perguntei a ele, eu ouvia um forte ruido e pouco conseguia me concentrar, sem falar da dor que eu estava sentindo.

— Sobreviveu a esse golpe? — ele disse ignorando completamente minha pergunta. — Realmente é filha daquele homem

— Você conhece meu pai?

— Como eu não conheceria o homem que arruinou a minha vida! — ele me atacou, eu tirei meu tapa-olho e encarei o inimigo, eu vi que minha chance de vitória era nula, a menos que eu lutasse com a intenção de aniquilar o inimigo sem me importar com meu corpo, eu coloquei uma magia na minha perna e em meu braço para poder continuar na luta, pois lutar com um braço e uma perna quebrada é bem complicado. Eu dei um mortal para trás para me esquivar do ataque de Tiago e o chutei no rosto o fazendo cair.

Com o poder de meu olho, eu conseguia ter previsões e utilizando elas corretamente eu conseguia me esquivar com uma certa facilidade e acertei outro chute nele o fazendo cair. A dor que eu sentia em meu braço e perna estava me tirando a concentração e Tiago aproveitou um momento de descuido me deu um soco no rosto e eu revidei o soco no rosto do mesmo. Ambos fixaram o pé no chão e novamente nos socamos, ele acertou de novo meu rosto e eu acertei o peito dele o fazendo cuspir sangue no momento.

— Três costelas — eu falei. — Na próxima vez será pior.

— Não brinque comigo! — gritou Tiago, enquanto pegava sua espada que novamente estava no chão e colocava uma enorme magia nela, sua espada brilhava com uma magia azul, era algo parecido com o que Loki fez anteriormente, ele começou a correr em minha direção, eu não aguentei a dor em minha perna e acabei por cair sentada, sua espada estava muito próxima de mim e eu vendo assim tentei fazer algo que já vinha treinando, se eu posso criar flechas… Por que não poderia criar espadas ou algo parecido usando minha magia? Eu criei correntes e prendi seu braço direito deixando sua espada a um centimentro de mim e criei uma espada para perfurar o peito do inimigo que me encarou enquanto cuspia sangue.

— A vitória é minha — eu disse.

— Droga, não posso perder assim! — ele disse com uma voz tremula. — Não depois de tudo que eu passei, eu estava tão perto… Não posso! — ele abriu sua boca e uma luz começou a sair de lá. Eu percebi que morreria se aquilo encostasse em mim, tentei correr, tentei fugir, mas minha perna me impediu e a luz me atingiu.

Um grande clarão seguido de um forte calor nos atingiu naquele momento, eu não conseguia ver nada, eu tentava falar, porem minha voz não saia e tudo que eu conseguia pensar ou ter em minha mente era Miguel.

— Opa! — ele disse aparecendo em minha frente. Eu abri meu olho direito e observei o homem que com uma mão parava o ataque adversário. — Quase que eu não cheguei.

— Chegou bem na hora, Miguel — eu respondi com um sorriso enquanto perdia a consciência.

— Calma ai — ele me segurou. — Me desculpa por não vir antes, tentei vir o mais rápido que pude, mas eu tive que ajudar uma velinha no meio do caminho e acabei me atrasando.

— Que desculpa mais esfarrapada...

Ele deu um sorriso e encarou o adversário que se mantinha em pé mesmo com uma espada enfiada em seu peito. O inimigo muito respirava, saia muito sangue de sua boca e sua fisionomia era de alguém esgotado, estava pálido, e ainda assim levantou sua espada e novamente tentou nos atacar e mesmo que mal conseguisse ficar de pé ergueu sua espada para Miguel que com sua mão a quebrou em pedaços e deu um soco em Tiago que finalmente desmaiou.

— Que cara durão… — disse Miguel.

— Pois é… Vamos levar ele, quero fazer algumas perguntas.

— Se é o que deseja.

Ele me colocou em suas costas e carregou Tiago com seu braço esquerdo, chegando em casa ele amarrou o inimigo em uma cadeira e começou a fazer os curativos em mim, enfaixou meu braço e minha perna e em seguida colocou algo parecido com pregos nas partes feridas.

— Vejo que aprendeu truques novos — eu falei.

— Muito tempo com Mikaela, aprendi alguns truques.

— Entendo.

— Sabe Erika, me desculpa — ele falou, em seguida ele abaixou sua cabeça se mostrando insatisfeito com algo. — Eu não consegui proteger você.

— Se você tivesse me treinado como eu tinha pedido antes, eu provavelmente não estaria nessa situação — eu coloquei minha mão sobre o cabelo do mesmo. — Mas isso serviu para você ver que não sou uma donzela em perigo, eu posso lutar, eu sou forte, então peço que confie mais em mim.

— Confiar, quanta baboseira! — gritou Tiago se debatendo na cadeira. — O que farão comigo, me torturar para obter respostas?

— Torturas? Fisicamente? Eu não gosto disso — disse Miguel caminhando na direção de Tiago, ele segurou o cabelo do mesmo e o levantou pelo cabelo. — Eu sou bom em qualquer tipo de tortura, tanto física como psicológica… Erika, saia do quarto por favor.

— Nem ferrando, eu tenho perguntas para ele também.

— Que seja.

Miguel soltou Tiago e deu alguns passos para trás. Ele pegou a espada de meu pai e a fincou no chão, uma aura negra começou a ficar no local e essa aura negra parecia esmagar o coração de uma pessoa… Acho que é isso que ele tentou dizer antes.

— Mas que droga é essa — disse Tiago respirando fundo, ele parecia estar sofrendo somente com aquela aura que rodeava o local.

— Quem é você… Pra que veio atrás da Erika?

— Vingança pelo que ela e seu pai fez! — ele gritou. — Me chamo Tiago Saint-Claire.

Eu arregalei meus olhos e encarei o menino, mesmo ele se dizendo Saint-Claire, eu jamais o vi antes, fiquei curiosa para saber mais sobre o garoto.


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Notas finais do capítulo

Esclarecendo duvidas

Drunger = Seus costumes são tipicamente alemães, irei explorar mais futuramente.
Füher se pronuncia ''Fiurrer'', mas se quiserem pronunciar ''Fuher'' vocês podem, liberdade de vocês.

Se tiverem alguma outra duvida, podem perguntar.

Agradeço para quem leu, para os especiais que comentam, os fantasmas, amo todos igualmente (mentira) E espero que não tenham morrido.



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