Make me Smile escrita por Fanny


Capítulo 21
O Que Foi Guardado Na Memória, Se Torna Eterno


Notas iniciais do capítulo

Presente de natal para vocês ♥ Mais um capítulo de MMS e dessa vez ela foi mais centrada em Loki e Lila *-*
Mas não se esquecem, o casal principal é Stila ♥

Enfim, espero que gostem mesmo, fiz com muito carinho - e preguiça também -, e amor. Boa leitura ^^



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Quando Lila abriu os olhos soube instantaneamente que não estava em Nova York. O lugar que estava não era algo tão comum aos seus olhos. A decoração era rústica e antiga, com um toque de realeza. As cores de tons fortes como dourado, preto e vermelho. Sua cama possuía um espécime de cortininha de tom vermelho vinho aveludado, e tinha algumas poltronas espalhadas sobre o quarto. Os travesseiros eram macios demais, tudo aquilo era bonito demais. E tudo que está bom demais, deve-se desconfiar.

A porta foi semiaberta revelando uma mulher de vinte e poucos anos de idade, suas vestes eram simples, o cabelo loiro era prendido em um coque perfeito, sua feição era de cansaço. Em suas mãos, depositava uma caixa prata e verde. Ela curvou-se em uma reverência antes de entrar e fechar a porta com cuidado.

– Quem é você? – questionou Lila intimidadora, com os olhos semicerrados.

– Perdoe-me senhora, fico feliz que tenha acordado. – respondeu ela amigavelmente e doce. – Meu nome é Ágda, sou sua criada e dama. Príncipe Loki mandou trazer esse vestido para que possa usá-la durante o jantar.

– Jantar? Ótimo. – murmurou Lila. – Onde estou e o que aconteceu?

– A senhora chegou faz três dias, com um ferimento grave na barriga e inconsciente. Foi levada para a sala de cura, onde as médicas cuidaram do ferimento. Após isso,foi trazida para o quarto, onde cuidei de Vossa Alteza. – explicou com cuidado. Lila balançou a cabeça, entendendo. – Irei preparar o banho.

Antes que Lila pudesse resmungar, Ágda já entrava em uma porta onde deduziu ser o banheiro. Ela saiu do mesmo lugar dez minutos depois, indo até a morena. Assim que Delilah colocou os pés no chão, sentiu uma pontada imensa na barriga e que se não fosse pela outra mulher teria se espatifado no chão. Continuou dando alguns passos com ajuda, ainda sentia dor, mas era suportável. Andou até a banheira, dispensando Ágda, afinal não gostaria que alguém a visse tomando um banho.

Despiu-se, amarrou o cabelo em um coque, e entrou na água sentindo os músculos do corpo relaxar. Porque ela estava em Asgard? Será que o médicos de Nova York não teriam dado conta do ferimento? Era grave demais? E o Soldado, não deveria tê-la matado? Muitas perguntas se passavam na mente de Lila naquele momento. Ficou aproximadamente uns dez à quinze minutos no banho, saiu vestindo a roupa íntima branca que a criada deixara. Vestiu o roupão, voltando ao quarto.

Ágda fez questão de abrir a caixa revelando um lindo vestido, ela se virou para que Lila pudesse vesti-la. Delilah estava um pouco envergonhada, afinal, não gostaria que alguém visse as cicatrizes que seu corpo trazia. Seria estranho, muito estranho. Assim que a mulher se virou, foi ajudá-la a fechar os cordões das costas. Era um vestido incrivelmente maravilhoso, Lila não admitiria nunca em voz alta, mas Loki tinha bom gosto. Era um tomara que caia, com mangas compridas. Acima da cintura o tecido era escamado em tons de dourado e preto, com algumas pedrinhas dourados incrustada. Abaixo na cintura, o tecido era torneado em uma estampa simples, na lateral uma fina camada de seda preto, dando um caimento espetacular.

Lila foi praticamente ameaçada a sentar em frente uma penteadeira, onde tinha algumas magníficas joias, perfumes e outras baboseiras que a morena odiava.

– Tem certeza que é necessário? – resmungou ela.

– Sim, é necessário senhora. – Ágda soltou um riso, era a primeira mulher que não gostaria de colocar joias.

– Porque me chama dessa maneira? Não tenho sequer uma superioridade, sou uma simples mulher chamada de Delilah em Midgard. Me chame de Lila, apenas. – pediu, enquanto observava a criada pentear seus longos cabelos negros com as pontas naturalmente onduladas.

– É uma questão de respeito, Alteza. Aqui em Asgard a senhora é muito respeitada, é conhecida como Singrid a Deusa Psíquica. – explicou enquanto borrifava o perfume adocicado sobre a pele de Lila.

– Me conhecia, antes disso tudo? – perguntou curiosa, enquanto Ágda entregava dois anéis que Lila colocava sobre a mão direita.

– Sim. Todos a conheciam, por mais que raramente a via na cidade. A Alteza morava em uma cabana um pouco distante daqui, mas todos ouviram suas histórias. – contava alegremente, enquanto Lila colocava o par de brincos esmeraldas. Ágda voltou a realidade, ajudando a colocar o colar que Delilah estava antes mesmo de vir para Asgard. – Ouvi uma história que uma vez a senhora bloqueou um exército inteiro de Skrulls em Nidavellir com seu poder.

– Bom, eu não sei e nem faço ideia do que é isso. Não tenho minhas memórias ainda. Mas, de qualquer forma, obrigada. – Lila riu com a empolgante forma que Ágda falava.

– Me perdoe, Alteza. – ela se desculpou envergonhada.

– Sem problemas.

– A senhora está incrivelmente linda. – elogiou-a. Rockwell ficou meio sem graça, não era tão elogiada dessa maneira. – Irei levá-la até a Rainha Frigga, ela pediu que queria vê-la assim que terminasse.

– Ahn... Claro. – assentiu com a cabeça.

Delilah entrou em infinitos corredores dourados. Encantou-se com a mulher que observava a cidade de Asgard abaixo dela, em uma sacada. Assim que ela virou-se, a criada fez uma reverência, indo embora em seguida.

– Se aproxime, querida. – pediu gentilmente. Lila fez o que à mesma pediu. – Ah, quanto tempo Singrid. Está tão bela. Caso não se lembre de mim, sou Frigga, mãe de Thor, Loki e Balder.

– É um prazer.

– Creio que esteja confusa, eu estaria se fosse você. Enfim, o feitiço que Amora lançou sobre Asgard fora quebrado, todos se lembram sobre você, principalmente eu. E ela está presa em uma cela isolada, não se preocupe. – sorriu, e Lila franziu o cenho de forma engraçada como se Frigga lesse sua mente. – Acredito que seria bom se você fosse à cidade, todos nossos Asgardianos estão felizes por ter você de volta. Sua casa, seus pertences, tudo está intacto. Pelo jeito nenhuma das suas irmãs mexeram em seu antigo quarto. Queria convidá-la para um passeio, amanha de manhã.

– E quanto a minha memória, Sif disse que tinha uma mulher que traria tudo a tona novamente. E caso a senhora não se importe, gostaria que me chamasse de Delilah.

– Claro que sim. – Frigga deu um sorriso doce, como uma mãe. – Sif não mentiu, há uma mulher que pode trazer suas memórias e o nome dela é Urd. É a guardiã do passado, mora e vive protegida pelos ramos de Iggydrasil. Vamos até lá quando estiver recuperada totalmente. – ela voltou a olhar para a cidade. – Sei que quer recuperar as memórias e ir embora de Asgard o mais rápido possível, Delilah. Sei que este não é mais seu lugar. Mas saiba, que quero lhe mostrar como era sua vida antes daquela tragédia com suas irmãs. Um passeio?

– Tudo bem. – ela se deu por vencida. – Frigga, como sabe tanto sobre mim? E como eu era?

– Você tem seus truques e eu tenho as minhas. – ela sorriu- Vamos, Odin está a sua espera na sala do trono.

Lila acompanhou Frigga pelos corredores, tentava puxar a manga do vestido para cobrir as mãos. Sentia-se totalmente deslocada naquele lugar, olhando toda hora para os lados com receio de que algo estaria prestes a acontecer. Parou em frente ao uma enorme porta de madeira, com detalhes magníficos. A mulher podia notar que estava um burburinho lá dentro, confirmou seu pensamento quando ouviu a estrondosa voz de Loki.

– Me coloque nas celas novamente, Pai de Todos, não é isso que deseja?

A porta foi aberta, revelando um velho de tapa-olho sentado em um trono. Lá estava Loki e Thor de um lado, - esquerdo – e podia-se notar Sif e outros três homens do outro lado. Todos fizeram silêncio assim que a viram. Frigga começou a andar na direção de Odin, fazendo Lila despertar.

– Singrid... - começou o velho.

– Delilah. – corrigiu seca, interceptando sua frase.

–... Espero que tenha sido bem hospitalizada.

– Eu fui, muito obrigada.

– Pretende ficar assim que recuperar as memórias? – questionou ele. Lila permaneceu em silêncio. Por mais que fosse desse lugar, agora não era mais a mesma coisa.

– Acredito que Asgard não é o meu lugar. Não sou a mesma pessoa. Tudo mudou, Pai de Todos. Eu tenho outra vida, completamente diferente, tenho uma família.

– Entendo. – pausa. – Assim que se recuperar, mandarei os guardas a levarem até Urd. Pode ir.

– Licença. – Lila disse, lançando um olhar intimidador ao velho. Caminhou até os guardas, saindo daquele local. – Conversa empolgante, contarei ao Nick que usar tapa-olho também é moda em Asgard. – ela caminhou sem rumo, passando por alguns guardas. Acabou saindo em um jardim.

Lila se encantou com as flores de todos os tipos. Tocava-os com delicadeza enquanto caminhava pelas largas passeatas. Havia um chafariz a alguns metros. Caminhou até ele, inclinando-se na sua base superior, vendo a água cristalina cair. O vento balançava seu cabelo fazendo alguns fios teimosos tampar seu rosto.

– Acredito que não deixou uma boa impressão á Odin. – comentou Loki. A morena se virou, topando com o Deus. Ele mantinha uma postura séria, com as mãos atrás das costas. Os lábios finos sempre carregados com um sorriso sarcástico.

–Era minha intenção. – constatou ela, encarando-o. – Não fui com a cara do velho.

– Bem vinda ao meu mundo. – ironizou ele. – Porque quer tanto suas memórias, sendo que será perda de tempo? Como mesmo disse, não pertence mais a este lugar. - Loki nunca demonstraria, porém Lila sabia que ele era apaixonado por Singrid, não ela.

– Eu quero ter lembranças boas, Loki. Meu passado na Terra não é uma das melhores. – ela fitou-o, passando outra mensagem que foi captada com sucesso. – Eu sinto muito, não sou ela.

– Eu sei que não. – alegou ríspido e rude. A mulher suspirou, olhando um novo canteiro de flores. Suas preferidas, tulipas vermelhas. - Mas ás vezes os velhos hábitos nunca mudam. – ela arqueou a sobrancelha. – Singrid tinha mania de morder o lábio, assim como você.

– Como ela era?

– Diferente. – Loki disse. – Venha comigo.

Delilah ponderou que aquilo fosse má ideia, mas resolveu arriscar. Caminhou ao lado no Deus por longos minutos, até parar em um local mais longe do castelo dourado de Asgard, um estábulo que abrigava alguns cavalos. Loki andou até o final do corredor, tocando o seu belo cavalo negro. Quando o Deus virou-se para chamar Lila, viu-a caminhar até o estábulo onde havia uma égua lindíssima, branca como a neve. Lila tocou o animal com delicadeza, rindo como uma criança que descobriu o mundo.

– Crystal. – a morena virou-se para o moreno, franzindo o cenho. – Crystal é o nome dela. Era sua, quer dizer, ainda continua sua.

– Posso andar? – Loki assentiu, curvando os lábios em um sorriso. Essa era sua Singrid.

Um dos guardas que ali tinha, preparou ambos os cavalos. Delilah foi a primeira a subir em Crystal – com certa dificuldade-, que assim que saiu ao ar livre, relinchou fazendo-a rir. Começou a correr no bosque que ali havia, desviando de algumas árvores durante o trajeto. Sentiu uma brisa balançar seus cabelos e fitou Loki á alguns metros, com seu belo cavalo, que as havia ultrapassado.

– Está me desafiando? – questionou autoritária e intimidadora. O moreno apenas sorriu com zombaria. Ela abaixou-se para mais perto da égua, acariciando o pelo da mesma. – Então Crystal... O que acha de mostrar que não somos fracas?

Rockwell acreditou que aquilo deu certo, porque a fêmea simplesmente começou a correr, alcançando Loki, que enrugou a testa fingindo indignação. Delilah logo parou, com um sorriso vitorioso, vendo o Deus se aproximar lentamente. Ela sabia que ele havia deixado-a ganhar nesse desafio idiota.

Loki desceu do cavalo e se aproximou da moça para ajudá-la a descer.

– Não vou te machucar. – apressou-se em dizer, avaliando Lila que suspirou. – Confia em mim?

– Não. – falou rapidamente, observando um sorriso irônico nos lábios do moreno. Mesmo assim, apoiou-se nos ombros largos de Loki, e seu corpo estremeceu ao sentir suas mãos frias tocar sua cintura. Laufeyson desceu-a do animal, deixando-os cara a cara. Lila tentava negar, mas presenciou a cena em que Loki fitava seus lábios. – Você não é mau, não é o vilão que todos dizem, Loki.

– O que alguns chamam de maldade... Eu acredito que seja uma reação apropriada, a um mundo cruel e injusto. – alegou, desviando o olhar para o chão. Loki se afastou da moça, que o seguia com o olhar. – Sinto muito.

– O quê? – a voz da mulher saiu quase que num sussurro.

– Eu não estava lá quando precisou de mim. Eu prometi te proteger, e falhei. – ele continuava caminhando lentamente, de costas. Lila revirou os olhos e soltou um bufo de ódio, entretanto passou a segui-lo. – Era eu para apoiá-la naquele momento difícil. – os olhos esmeraldas fitou os braços finos e delicados, e em um gesto instintivo, Lila escondeu os braços. – Infelizmente o Soldadinho chegou primeiro e tomou meu lugar.

– Talvez o destino sentenciou isso, talvez não...Fôssemos um casal verdadeiro.- a morena decidiu argumentar.

– O que foi guardado na memória, se torna eterno. Mas não se preocupe, talvez o Capitão tenha se tornado seu primeiro amor nessa vida em Midgard, como tecnicamente você seu período de envelhecimento é menor do que qualquer humano, até lá eu pretendo ser seu último amor.

[...]

Depois de toda ‘’declaração’’ Lila e Loki voltaram para o castelo. Toda aquele mensagem ainda matutava na mente de Delilah Rockwell, porém decidiu esquecer daquilo por algum momento. E na tentativa de abandonar os pensamentos, Lila ria com o famoso charme de Frandal. A moça se encontrava num local de treinamento dos guerreiros, onde todos se apresentaram com muita animação.

Pelo o que a mulher estudou dos guerreiros, Frandal era o galanteador barato, porém um ótimo guerreiro perito em espadas; Volstagg era o comilão da turma, sempre animado e com um sorriso no rosto; já Hogun era reservado em seu canto, falava pouco, mesmo assim um grande amigo. E Sif, enfim... Ela era a durona, assim como Natasha.

– Vejo que está se dando bem, Delilah. – Thor se aproximou, com um largo sorriso no rosto. Ela apenas assentiu, confirmando. – Posso falar com você?

– Sem problemas. – despediu-se dos guerreiros, acompanhando Thor pelos corredores do castelo. –Algum problema?

– Soube que esteve com Loki hoje, nos estábulos... - Lila sabia onde aquela conversa iria dar.

– Não, não vai ser dessa vez que serei sua cunhada, Grandão. Eu já disse e irei repetir; eu não sou Singrid. – respirou fundo, estalando os dedos pelo nervosismo. – Admito, eu e Loki temos uma ligação forte, porém deve saber que eu e Steve... Você sabe.

–Você o ama. – ele abriu um sorriso.

– É, por ai. – a morena soltou um riso. – Eu tenho certa dificuldade com essa coisa de amar, amor, eu te amo... É estranho. Estou me acostumando. E francamente, é mais estranho ainda falar sobre um assunto desses com o Armário loiro, Deus dos Trovões, fala sério.

Thor riu com a frase da moça.

– Você está sendo um ótimo amigo, obrigada. – ele apenas balançou a cabeça. – Como está Jane Foster?

– Jane está bem. – respondeu.


[...]
Midgard| Torre Stark, atualmente - 15:44 P.M
(Como o período de tempo em Asgard e Terra são diferentes, aqui já se passou uma semana)

– Por favor, alguém manda o Salsinha parar de fazer um buraco na minha torre? – Tony rolou os olhos, bebendo mais um gole de uísque. Nate andava freneticamente.

– Uma semana, já faz UMA SEMANA! Não era para ela demorar tanto. Será que aconteceu alguma coisa? Será que ela ainda não acordou? Será que ela teve um infarto? Ela é nova demais para morrer. – Nathan falava apressadamente, fazendo alguns vingadores rirem, como Natasha e Clint.

– Nate... Relaxa. – a ruiva tentou acalmá-lo, o que era em vão.

– Eu nunca deveria ter concordado com isso, não deveria ter deixado Lila ir para Asga-sei-lá-o-que. – ele argumentou.

– Nem o Picolé está mais preocupado que você. – concluiu o bilionário, olhando o Capitão que estava pensativo.

– Eu acredito que não, Tony. – Bruce contraditou o amigo.

Steven Rogers estava consequentemente pior. Em sua cabeça, passavam milhares de coisas que pode ter acontecido com Delilah Rockwell, era preocupante. Pior ainda, era saber que Lila estava com Loki.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Reviews? Recomendações? Favoritos? Enfim, se quiserem me deixar algum presente de Natal, não será nenhum incômodo aushuahsuhs
Feliz Natal pessoal



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