Guerreiros escrita por L M


Capítulo 59
Suspiro


Notas iniciais do capítulo

Ola!! Quero agradecer a todos que comentaram no capítulo passado, fiquei muito feliz!!!
Enfim, boa leitura. Ah, leitores novos sejam bem-vindos! :)



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Takeshi perdeu Jin ao longe e xingava o maldito por arrastar o corpo sem dó daquela que ele amava. Os guardas fizeram uma fila entre todos os garotos amarrados e unidos pelas correntes em seus pulsos, e os encaminharam para uma carruagem de metal, já gasto, negra com uma única janela de grade.

Os guardas ordenaram que os garotos retirassem suas coisas, e mesmo a contra-gosto, alguns como Hideo, Takeshi e Hotaru até apanhando para fazer o solicitado, eles retiraram suas camisas de armadura e fiaram com as finas e rasgadas roupas de baixo. Conforme passavam para a dentro da carruagem velha, eles recebiam as chibatas nas costas formado um x e vergão de sangue arroxeado.

Takeshi foi jogado dentro da carruagem por último, a dor em suas costas não era nada comparado a dor quando viu os lobos serem libertos seguindo o cheiro de sua Hana. O garoto abaixou a cabeça colocando as mãos na mesma, para tentar retirar os penamentos ruins e a dor que se alastrara em seu coração que já estava pulverizando, ficando apenas cinzas. O fogo de sua família amaldiçoada, o havia matado. Ele era apenas um corpo sem alma sem absolutamente nada vagando sendo torturado; a morte seria a melhor saída para ele, porque caso Hana se fosse, ele iria arás dela; mesmo que para isso ele vá parar no próprio inferno, o que não faria tanta diferença do que já está vivendo gora.

Takeshi respirava fundo nervoso, já não tinha mais chakra. Suas mãos foram arrancadas de sua cabeça com violência e prendidas a uma corrente de ferro que se encontrava fundida ao maço de madeira velha da carruagem. O garoto estava com os olhos rubros, a maldição do que seu pai fizera estampava-e em sua face como uma amostra de seu desespero e ódio.

Riki gritava se debatia enquanto tentava, sem sucesso escapar da carruagem e salvar Hana. Takeshi entendia seu desespero, mas tinha suas dúvidas, ele se sentia um fracasso, sentia-se como uma árvore sendo cortada pelo machado, vendo com dor o cabo do machado sr de madeira. Sentia-se impotente perante a forte dor:

–Não! Larguem-me!-gritava Riki:-Malditos! Soltem-me, seus miseráveis! Não! Não! Não!

Riki puxava os pulsos com as correntes, fazendo força. Os demais garotos viam seus pulsos se ferindo, até Norio segurá-lo com certa força e fazê-lo sentar. O moreno apenas abaixou o rosto, deixando minúsculas lágrimas caírem em suas mãos trêmulas. Takeshi apenas desviou o olhar, não poderia julgá-lo por estar desesperado, dentro de si seu coação já estava sendo nocauteado:

–Que beleza! Estamos presos aqui, sendo reféns, Hana está a caminho da morte, perdemos a Cho e o capitão Tadashi! Está tudo dando errado!-gritou Hotaru socando suas mãos nas grades da caruagem:-Seus desgraçados,miseráveis! Vão vê quando eu sair daqui... Se algum milagre acontecer.

https://www.youtube.com/watch?v=XPaA8ATKCuM

–Pare com isso! Ainda há esperança.-falou Daisuke:

–Talvez haja ainda para nós...-murmurou Riki com a voz arrastada e rouca pelo choro. O garoto limpou os olhos em sua roupa rasgada que se encontrava por baixo da armadura que fora tirada de seu corpo:-Mas para a Hana, eu duvido muito de que ela vá retornar para família como havia previsto.

–Nohara...-murmurou Kohaku:

–Não, sensei... Eu devia tê-la impedido quando ela apareceu do nada na janela do meu quarto. Não sei o que deu em mim para deixá-la fazer isso, eu... Bom, acho que me coloquei no lugar dela.-falou Riki sorrido triste:-Ela ama o pai, Chang-sama só queria a proteger e sei que ele nunca a feriria de propósito. Ele não poderia vir, iria morrer na primeira emboscada, talvez nem aguentasse os treinos árduos. Ela por amor ao pai e a família se colocou em risco vindo no lugar do próprio pai. Sabe, ela tinha cabelos longos e pretos que batiam até na cintura e vivia com um vestido longo que a mãe a fazia usar e saía comigo para caminhar todos os dias... Vê-la com o cabelo curto, fez algo entro de mim saber que ela não voltaria atrás. Não ela.

Takeshi ouvia tudo em silêncio com os olhos fechados, as mãos cerradas tremendo de ódio, enquanto ele tentava, inutilmente, não prestar atenção nas palavras dolorosas de Riki:

–Achei que pudesse protegê-la!-falou Riki chorando:-Perdemos tanta gente. E-E-Ela está acabada pela morte de Cho, sr. On, eu tentei tirar isso dela, mas eu não consegui porque também sou humano e sofro, sinto a dor da perda, sinto o baque na minha cabeça.. Sei que se eu não consigo dormir bem a noite, que dirá ela, meu Deus. Uma menina! Minha amiga que agora está sendo arrastada para a morte. Não dá... Não dá! Mas que inferno!

–Riki, Shite kudasai...-murmurou Goenji:-Por favor...

–Não! Por que isso tinha que acontecer com ela?! Hã?! Era a que menos merecia!-gritou Riki.

Seguiu-se um silêncio incômodo apena quebrado e insuportavelmente interrompido pelos soluços que Riki tentava controlar saindo de sua garganta. Era um pedido mudo de socorro, para alguém salvá-la.
Takeshi deixou apenas uma única lágrima escapar de seus olhos cerrados, porém nesta única lágrima foi-se toda a força dele, foi-se tudo o que ele estava lutando, foi-se tudo o que ele se tornou para todos enquanto estava com ela.

–Já chega!-bradou Hideo se erguendo:

–O que vai fazer?-indagou Ran:

–Se for gritar, já te digo com antecedência que não vai acontecer nada. Essas pragas parecem é rir da minha cara enquanto faço isso.-falou Hotaru:

–Porque é uma coisa idiota, por esse lado eu os dou razão.-falo Hideo:

–Porra cara, a gente já vai morrer. Já é certo, essa merda! Vamos juntos de mãozinhas dadas para o ouro plano espiritual. Você ao invés de chorar seus lamentos, xingar o universo, dar a cara de quem fez isso, amaldiçoar os céus... Sei lá! Invés de fazer coisas normais que alguém faria, você quer agir como se nada estivesse acontecendo?! Quer agir normalmente e pior ainda, insultando a minha pessoa?!-esbravejou Hotaru:

–Não sou um homem de lamentos, sou um homem que agi.-falou Hideo friamente:

–Ah... Soshite, dono yō ni sore o okonau nodarou ka?-perguntou Hotaru erguendo:-Posso perguntar como pretende fazer isso?

–O que nós aprendemos quando estávamos naqueles treinamentos?-perguntou Hideo se voltando pra todos:

–Que nunca havíamos apanhado tanto na vida até aquela época.-falou Hotaru:-E daí?!

–Não, asno!-falou Daisuke:-Aprendemos a não desistir.

–Masani!-falou Hideo:-Nunca aprendemos a lutar, isso estava em nosso sangue. Como um soldado, apendemos a dar o nosso máximo, lutar como se fosse nossa última vez e acima de tudo nunca desistir. A situação está bem complicada...

–Está uma merda.-falou Hotaru:

–Mas ainda há esperança! Para a Hana também, Riki.-falou Hideo se virando para o garoto que ergueu a cabeça mostrando os olhos verdes inchados:

–Como?-perguntou Takeshi ainda com os olhos cerrados, porém escutando tudo o que fora dito:

–Confiem em mim.-falou Hideo sorrindo abertamente, mostrando os dentes e um olhar forte nas íris brancas:

–Ele tá sorrindo...-murmurou Goenji o encarado:

–Yarimashita! Hoje eu aguentei tudo de impossível que o universo mandou, as surpresas foram tantas que daqui a pouco só faltam dizer que sou irmão do Ran. Mas você sorrindo do nada e desse jeito... Fazendo esse olhar que me faz te seguir aonde for, isso com com certeza é o ponto alto do dia de hoje, olho sem melanina!-bradou Hotaru:-Pois bem, estou com você! Qual é o plano?

***


https://www.youtube.com/watch?v=AXLfg2ry_F4

Ela já não sentia o próprio corpo.

O vento frio lhe envolvia de tal modo, que parecia a própria morte a abraçando com pena e chorando em cima de seu corpo machucado e acabado. O pulso erguido com as mãos frias de Jin envolvendo a pele marcada, enquanto com a outra mão ela colocava em cima dos vários ferimentos em seu abdômen. Os olhos queriam se fechar, mas o medo não a deixa concluir isso; o medo súbito da morte a levar estava castigando seus últimos fios de sanidade.

Cho morrera em seus braços. Ela morreu tentando salvá-la, como Shiro havia feito. Mas por que, com todos os diabos, isso tinha que repetir com ela?! Por que mais pessoas tinham que morrer por ela, a culpa a castigava e os últimos fios de sanidade estavam próximos do fim completo.

A neve fria e como agulha, feria suas costas, mas a dor já não era sentida. Ela estava lá, maltratando seu frágil corpo, ela estava ali... Hana sabia, porém o desgaste e os ferimentos eram tantos, que a horrenda dor física já não conseguia por si só fazer a garota desesperar. Não, havia muito mais o que fazer Hana perder a cabeça no momento. E nem mesmo o frio, neve, seu corpo arrastado sem dó eram capazes por si só de fazê-la perder o que a muito ela tentou manter ileso, e que estava por um triz de ir.

Os flocos de neve caíam do céu negro rodeado pelas estrelas brilhantes, naquele paraíso congelado. Era sim dádiva um cenário lindo, como um quadro de pinturas antigos, todo ao redor branco, acima o negro com pequenos fleches de luz que eram as estrelas, a neve caindo macia e fria e reinando a noite horando em silêncio estava a Lua. A mesma Lua que Hana via de sua casa, sentada no telhado, a mesma que Hana dizia adeus todas as manhãs; neste instante essa lembrança não passava de algo longe e turvo, como se nunca tivesse acontecido. Talvez, fosse reflexo e consequência da morte iminente vindo próximo a si, talvez estivesse esquecendo de tudo, talvez e só talvez... Fosse sua última vez.

Eles pararam.

Hana sentiu a neve fria parar de ferir sua pele, a menina ergueu o rosto machucado, sujo de flocos com rastros de lágrimas que deslizavam incansavelmente. Jin estava de costas para a mesma e Hana sentia a tensão em seu corpo, sentia-o tremer sobre sua mão pálida com os finos dedos roxeados pelo frio:

–J-Jin...?-sussurou com a voz quase falhando sumindo pelo espaço tênue entre seu rosto e os ouvidos do Wurochiha de cabelos brancos.

O garoto largou a mão de Hana e ela por um momento achou que era ali que ficaria esperando a morte. Porém ela sentiu braços fortes e quentes envolverem seu corpo pequeno e frágil, ela sentiu sair da neve fria e ir para um lugar quente.

Abriu lentamente os olhos e encarou os azuis claros e frios que eram os olhos de Jin lhe fitando. Ele a havia pego no colo, colocando seu casaco de armadura por cima do corpo da menina que apenas manteve os olhos presos nos dele. Como falar estava fora de cogitação, ela apenas o olhou profundo:

–, Ochitsuite kudasai. Acalme-se.-murmurou Jin encostando sua testa na testa de Hana e a apertando junto ao seu corpo, tentando passar calor para a garota que parecia um cadáver já. Jin odiava como essa comparação apertava seu peito e feria algo dentro dele que ele não sabia, mas doía como o inferno:-Por que...?! Por que estou sentindo isso? Porque não consigo apenas te arrastar e não me importar com a dor que esteja sentindo?! Diga-me Haruo! Diga-me seu maldito! De qualquer maneira você consegue me derrotar, e agora tocou a forma de uma garota que não me deixa machucá-lo. Está a usando como um escudo humano, seu infeliz!

Hana encarava afoita os olhos dele abrirem e fecharem com força, enquanto a voz rouca e desesperada ecoava por todo o cenário deprimente. Enquanto a neve caía, ambos unidos pelo abraço de seus corpos e a Lua iluminando tudo.Talvez seja uma forma de evitar o inevitável, porém não sabia por quanto tempo poderia ser feito:

–Teishi shimasu.-murmurou Hana tentando fazer a voz passar pela muralha construída em sua garganta que a inibia do ato:

–Não fale nada, sua idiota! Não tem consciência de como está o seu estado, qualquer coisa que disser ou fazer pode piorar! Que maldição!-gritou Jin retomando a caminhada com as mãos tremendo, Hana as sentia:-Saiba menina... Que não a odeio. Eu odeio o Haruo, é para matar ele que estou fazendo isso.

–Matará... A... Nós... Dois... Então...-murmurou Hana e Jin fechou os olhos com força:

–Watashi wa shitte imasu.-murmurou Jin baixo o suficiente para somente Hana ouvir:-Eu sei... Yurushi. Perdão.

Hana não sabia ao certo o quanto Jin havia caminhado, na verdade, ela já não possuía a noção de tempo. Só sentia o frio ter diminuído e por consequência as dores em seu corpo aumentaram, fazendo-a arfar de vez ou outra, enquanto gemia baixo e sentia as gotículas de água abandonando seus olhos fechados. Ela sentia algumas vezes a mão trêmula e sem jeito de Jin retirar o excesso de lágrimas de seu rosto. Mas, por que isso agora?!

Ele iria matá-la! Deveria odiá-lo com todas as forças, ou rezar para uma avalanche matar os dois de uma vez , de um modo indolor para ela e assim ela se vingaria dele. Mas se vingar do que?! A cabeça de Hana estava doendo, como se várias pedras tivessem batido com violência contra a mesma; nem mesmo ela sabia ao certo o que pensar agora. Mas só tinha certeza de que não conseguiria odiar o garoto de cabelos brancos, não no momento, não agora, talvez começasse a entender seus motivos.

Eles pararam novamente.

https://www.youtube.com/watch?v=74WHGKwvww0

Hana sentiu Jin ficar ainda mais tenso do que antes e isso a perturbou, ela já sabia o que iria acontecer ali, ela sabia o que aconteceria com ela, todavia ninguém está preparado par encarar sua própria cova. Talvez ninguém nunca esteja pronto realmente para isso.

Jin a colocou no chão, e Hana sentiu seu corpo todo doer por conta de novamente as feridas entrarem em contato com o frio nebuloso da montanha. Jin pegou sua corda e Hana fechou os olhos deixando algumas lágrimas descerem; Jin recuou alguns passos e socou o chão em seguida gritando com força, assustando Hana:

–Teishi... Yamete... Sugu ni teishi!-murmurava Jin tremendo socando a terra coberta e neve, o corpo todo parecia sofrer de uma convulsão:-Não se atreva! Não ouse me fazer sair de meus objetivos porque ser que você se esconde dentro de uma pobre menina, Haruo.

–Ficou maluco...-murmurou Hana fria, sem expressão, apenas os olhos lacrimando fixados na figura de Jin impotente e notavelmente com medo:

–Não vai me enfeitiçar, como enfeitiçou todos... Eu sei que você está dentro da garota. Sei que é uma técnica de seu clã... Você não poderia ser, não pode ser uma mulher!-gritou Jin tremendo encarando os olhos de Hana pela primeira vez:

–P-Por que não...?!-perguntou Han ainda deixando lágrimas saírem de seus olhos:-Não aguenta a verdade que me machucou?

–Damare! Damare! Damare!-gritava Jin batendo no chão:-CALE A BOCA!

–Você não aguenta a verdade.-falou Hana:

–Não! É você... Seus olhos... É o Haruo!-gritou Jin se aproximando segurando o rosto de Hana com as duas mãos fazendo seus olhos se encontrarem:

–Não...-murmurou Hana já não aguentando os ferimentos.

O corpo dela tombou para baixo e caiu na neve fria, as lágrimas inundando seus olhos e escorrendo pelo rosto. Ela queria implorá-lo para que não deixasse ali para morrer, queria gritar de medo, queria rogar aos céu misericórdia...Mas do que isso adiantaria?! Ser fraca e covarde no momento de sua morte, já seria humilhação o suficiente, mesmo que não fizesse tanta diferença pelo simples fato de que na morte, não interessa o que você é, quem você foi, como será de que jeito será... No final, os olhos se fecharão para nunca mais se abrirem novamente e você partirá. Não importando nem o orgulho, muito menos o que aconteceu. Sem som, sem nada...

Porque a morte, caro guerreiro, é o descanso da alma.

Hana sentiu a corda áspera em contato com a sua pele e em seguida sentiu seu corpo subindo. Jin havia amarrado os pulsos da menina atrás das costas e em seguida amarro-a n apedra mais alta e revestida de branco pela neve, enquanto o vento batia e lamentava ambos os destinos.

Hana não tocava com os pés o chão apenas encarou sem muito o que fazer o rosto de Jin que a encarava frio, todavia os olhos estavam no mais completo abismo oco do pânico:

–Watashi wa anata o yurushimashita.-murmurou Hana com um meio sorriso doloroso. Algumas lágrimas caíram, talvez seja isso que o garoto precise. Ela conviveu com ele, e não queria que ele ficasse louco, não por culpa dela; por mais que no fundo da consciência ruim de Hana a voz grite que ele merecesse:-Eu te perdoou, Jin-kun.

Jin arregalou os olhos. O peito ficou tenso e um pouco mais leve, todavia a dor do ato ainda o castigava, ele sentia ímpeto de tirá-la dai, curar suas ferida e levá-la para algum lugar bonito, onde com certeza ela merecia esta, e não naquela situação vivendo aquilo. Ninguém deveria viver isso, porém ele pensava na garota.

A mente confusa ainda tentava pregar na cabeça de Jin que aquele era Haruo, mas por aluma razão, Jin gostava daquele garoto insuportavelmente legal agora uma menina... Que estariam mortos:

–Watashi wa mōshiwake arimasen.-murmurou Jin baixo e saiu sem olhar para o corpo amarrado na pedra que em breve estaria estraçalhado pelos lobos famintos. Algumas lágrimas escorreram por seu rosto:-Desculpa.

E ele se foi.

Desaparecendo no horizonte de gelo da montanha, sumindo por entre a noite.

E Hana ficou lá. Sozinha. Esperando um destino que a castigaria.

https://www.youtube.com/watch?v=0EeV8WyfEXU
Passou um tempo desde que Jin a abandonara.

O vento estava cada vez mais frio, e o ar já não estava sendo o suficiente para Hana que tremia e mal conseguia respirar. O sangue que se acabava em seu corpo, fazia sua respiração ficar insuficiente, enquanto ela começava a sentir dor no peito, bem no local onde batia seu coração forte, mas já cansado de lutar.

Ele aguentou até bem mais do que qualquer outra pessoa aguentaria.

Hana estava fria, o fogo de dentro dela já não existia. Seu chakra havia sido esgotado, e não havia mais a chama viva pra aquecê-la, nem nunca haverá.

Ela fechou os olhos com dor e quase não respirando, mal estava consciente do que estava acontecendo. Mas sustentando um mínimo sorriso presa aquela pedra, coberta e quase se sufocando com seu próprio sangue que se esvaia as poucos; ela foi se lembrando daqueles que possuem um lugar importante dentro dela.

Ela não precisava de nenhum maldito chakra para aquecê-la, ela tinha as lembranças. E não a nada mas poderoso do que esses poucos momentos que por obra divina não nos deixa esquecer.

Ela lembrou da mãe vestindo ela e Natsume para ir até a casamenteira, de como a mãe esta orgulhosa e sorria emocionada de vê-las tão lindas naquelas vestimentas. Lembrou-se do pai beijando suas testas desejando sorte, lembrou-se do pequeno Raiden que sentia ciúmes das irmãs, todavia sempre esteve lá para fazer Hana sorrir; avia suas avós que mesmo quase não aparecendo amava-a como igual, como avós contavam historias, mimavam, faziam o mundo ser menos feio.

Anata no kazoku... Sua família.

Havia também os amigos que ela conquistou, apesar da imensa loucura que fizera, todos eles estavam guardados no coação dela. Riki, seu melhor amigo, que sempre esteve com ela, e agora Takeshi... Aquele por quem seu coração se aquecia automaticamente.

Ela ergue a cabeça para os céus:

–Se alguém puder me escutar... Os meus últimos lamentos... Deuses que protegem minha família... O-Os dê f-f-forças... S-Sei que foi uma loucura, m-m-m-mas não m-me a-ar-arrependo.-murmurava a garota chorando:-Se alguém me ouve... Por favor não me abandone agora... S-Sinto medo... Por favor... Aquele que é maior que o homem, maior té do que a própria morte, olhe por mim e fique comigo... Guarde a minha alma e que ela vá em paz quado a hora chegar. Amém.

Uma pequena oração acalentou o coração apavorado da menina que ergueu os olhos encontrado as íris amareladas dos lobos correndo em sua direção.

Chegara a hora.

Os lobos corriam velozmente com as bocas abertas, mostrando seus dentes pontudos que brilhavam em meio a horizonte sem fim. Era o horizonte branco e montanhoso de neve, enquanto os lobos negros coloriam como a sombra da sedenta morte se aproximando.

Hana chorando, não tirava o olhos enquanto os lobos se aproximavam a cada momento, o medo a sucumbia, não tinha para onde correr. Era isso! Ela morreria sendo comida por lobos, o que o destino aguardava para a garota era isso?!

–AHHH!-gritou Hana forte no momento em que o lobo maior pulou para dar o bote em sua garganta. Ela desviou os olhos, fechando-os. Tremendo e chorando forte ela esperava a mordida que a levaria de vez.

Mas o que ela ouviu não fora seu grito e sim o do lobo caindo sem a cabeça a seus pés. Um cavalo negro havia parado ao lado dela, enquanto a figura de um homem sem camisa com as costas fortes e largas machucadas de marcas de chicotes e um x em vergão arroxeado com sangue seco. Ele segurava sua espada longa prateada com o cabo negro e nela jazia o sangue do animal, enquanto ele estava com a cabeça abaixada.

https://www.youtube.com/watch?v=NiuHu-KqhH4

Hana viu os longos cabelos castanhos contra o vento e no momento em que ele abre os olhos se virando para ela, Hana parecia perder todo o ar que lhe faltava. Era a visão e um anjo que se assemelhava, Hideo estava com os olhos ainda mais brancos, em contraste com a Lua que ilumina e a neve que jazia em todas as partes. Ele usava apenas a calça negra e as botas da armadura, enquanto seu peito forte marcado pelo chicote estava a mostra, seus cabelos soltos e desalinhados corriam com o vento e a mão segurando firme o cabo da espada:

–Hana!-ele disse forte se virando para frente, como um escudo para protegê-la:-Daijōbu furai? Não se preocupe, irei protegê-la.

–Hideo...-ela murmurou sorrindo aliviada, enquanto retornava a baixar a cabeça pela enorme dor que se desenvolvia como praga em seu corpo.

Hideo estava cercado por vários lobos, sabia que não poderia sai dali, o cheiro de sangue de Hana e ainda a poça formada no chão branco pelo líquido viscoso que saía de dentro da menina estava excitando o lobos à caça. Isso era com toda a certeza ruim, ele estava sem chakra e teria que usar apenas uma espada, sem armadura e lutar contra oito lobos, já que um estava sem a cabeça no chão.

E é assim que os demais ficarão, pensava Hideo sorrindo de lado se preparando para lutar.

O primeiro lobo atacou e assim todos foram para cima de Hideo que servia como um escudo a Hana. Hideo saltou para frente e cravou a espada dentro da boca do maldito primeiro lobo que estava atacando, em seguida virou o corpo para o segundo que se aproximava de Hana; o garoto de olhos perolados apenas cravou a espada na coluna do animal que uivou alto o suficiente para doer os tímpanos de Hideo.

Com a espada cravada e atravessada na coluna do animal, Hideo tomou impulso e foi rodando o corpo chutando as faces do lobos sedentos por sangue, enquanto o lobo com a espada morria agonizado aos poucos. Hideo retirou a espada e foi para cima os demais que faltavam, um pulou nas costas de Hideo arranhando seu ombro esquerdo, enquanto o garoto mordia a língua para não grita. Não, de forma alguma morreria por um bando de lobos, tentando salvar Hana, não iria deixar que Hotaru vencesse a aposta que ele sabia que o loiro havia feito com Goenji.

Hideo cravou a espada na cauda do primeiro que ousou ir até Hana, em seguida sentiu mordidas pelos braços ombros, enquanto o garoto encolhia o pescoço para não deixar os malditos tentarem mordê-lo ali, porque sabia que seria fatal e não seria nada bom, ainda mais nessa altura do campeonato.

Hideo puxou o lobo pela calda om o apoio da espada e em seguida, rapidamente, cravou a espada no peito do animal. Enquanto impulsionava o corpo e pulou para longe das feras. Faltavam quatro ainda e ele já se encontrava ofegante e com malditas mordidas espalhadas por seu ombro e braços. Já não bastava a merda do chicote o deixar com cicatrizes:

–Mas que porra.-xinou o garoto preparando a espada:-Kuso! Kuso!

Porém Hideo parou ao ver Hana com a cabeça baixa absurdamente pálida e sem se mover. Pensou o pior e já ficou com ódio, não poderia ter chegado tão tarde. Não... Ela não poderia está morta, ele pensava desesperado:

–Filhos da puta!-gritou Hideo indo para cima dos quatro que faltava.

Hideo socou a cara do primeiro, fazendo-o cair esfregando o focinho na neve, enquanto cravou a espada com tudo na cabeça de outro. Sentiu as pernas serem puxadas e mordida por outro que o agarrou e o fez cair na neve. Outro se colocou em cima dele enquanto fora morder o pescoço, Hideo colocou a espada na frente dos dentes do maldito animal.

Outro mordeu seu ombro, enquanto o último cuidava de sua perna dolorosamente:

–AH!-gritou Hideo, rapidamente dobrando o cotovelo e socando os olhos do lobo.

Puxou a perna chutando a cabeça do outro lobo pisando em cima em seguida. Pegou impulso e jogou a espada em direção ao lobo que corria até Hana . A espada, perfeitamente, pegara no pescoço do bicho o matando.

Hideo pulou com tudo em cima da cabeça do outro, matando o lobo pelo crânio quebrado.

Faltava um.

Apenas um.

Mais onde, com todos os demônios, estava o maldito!?

Foi tudo muito rápido, o lobo pulou em cima da cabeça de Hideo que caiu de costas na neve fria que apenas machucava ainda mais suas costas nuas. O garoto de olhos perolados segurou firme a boca do lobo trazendo o rosto do animal para frente do seu, ambos os olhos se encarando. O lobo mordeu a mão de Hideo que gritou e a retirou ensanguentada e viu o animal lambendo seu sangue pulando em seguida em cima de si novamente para dar mordida fatal.

Hideo o agarrou pelo pescoço e o colocou em posição de quebra em seus braços. O lobo se debatia e mordia, enquanto Hideo quebrava seu pescoço. O garoto só parou assim que escutou o barulho do pescoço quebrado e o animal ficar mole.

Hideo jogou o bicho longe, enquanto levantava ofegante e repleto de mordidas, xingou baixo correndo até Hana. Ele cortou a corda com a espada e viu a menina pálida e gelada cair em cima de si.

Hideo chegou perto dos seios dela e colocou o ouvido escutando o coração bater vagarosamente, em uma batida lenta, quase não aguentando mais segurar. Sufocante e desesperador:

–Oh, meu Deus!-gritou o garoto subindo em cima do cavalo, colocando-a a sua frente próxima ao seu corpo.

Hideo começou cavalgar até onde o doutor On o mandou ir com ela, porque ela estava exatamente da forma como o homem disse que estaria quando a encontrasse e isso o preocupava, porque o doutor On havia dito com todas as letras que seria difícil dela aguentar mais algum tempo.

Mas Hideo rezava pedindo a todos o deuses que a dessem força, porque ela não poderia morrer.

Pelo menos, não ainda.

Não ainda.


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Notas finais do capítulo

Ufa!!! Foi o capítulo mais difícil de escrever, enfim espero que tenham gostado!!:)
Comentem! :D