Goenji estava no meio de um círculo de fogo que estava chegando perto dele, pronto para arrancar-lhe a vida com o calor assassino. O ruivo ofegou fechando os olhos e tentou se concentrar no frio pródigo e intenso; o ar naquela noite mórbida manchada de sangue. Ele estava quase sem chakra, tinha algumas queimaduras em seu corpo, sentia o sangue escorrendo por sua testa enquanto seus olhos encaravam os frios azuis do outro lado das chamas, as controlando.

Jin não estava livre de ferimentos. O garoto tinha o ombro direito deslocado e sentia o ar lhe faltando aos pulmões, enquanto sentia vários ossos de seu corpo partidos ao meio, e sentia dor... Muita dor, todavia não poderia se dar ao luxo de perder em uma batalha como essa, contra seu inimigo que antes fora um amigo... Ele não queria, mas por seu pai ele mataria, até a última alma armagurada deste campo de batalha imundo.

Jin estava preso em seus pensamentos e não viu quando Goenji pulou flutuado sobre a muralha de fogo envolta dele e socou a face de Jin fazendo-o voar longe. Goenji voo atrás e chutou duas vezes ao ar a coluna de Jin que gritou e cuspiu sangue, o ruivo chutou o estômago do Wurochiha de cabelos brancos, fazendo-o cair sobre a neve cortante.

Goenji fez os ares contornarem o corpo de Jin que mantinha os olhos arregalados enquanto sentia seu corpo flutuando, todavia a dor era muito forte para o mesmo sequer cogitar a hipótese de erguer-se e lutar novamente. Porém com as mãos em punho ele evocou o fogo do chão e sorrindo irônico Jin lançou as bolas de fogo contra o gelo onde Goenji estava em pé.

O único barulho que se ouviu fora o gelo rachando e o corpo de Goenji caindo dentro das águas gélidas. Jin caiu novamente ao gelo frio, porém seu sorriso se desmanchou ao ver a face pálida, o rosto com ferimentos em sangue puro ainda mais vermelho do que o normal, os lábios arroxeados de Goenji e trêmulos fez algo estranho se dobrar dentro de Jin.

Goenji tremia com os olhos lagrimando pelo frio cortante. Parecia como centenas de facas entrando em contato com seu corpo, o garoto mal conseguia respirar e muito menos ter forças para sair dali sozinho; simplesmente ele fechou os olhos e deixou-se afundar dentro do rio congelado, para baixo da neve, para longe de tudo, dos olhares de pena, das lamúrias, ele escolheu morrer...

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Jin colocou as duas mãos dentro o peito sentindo uma dor insuportável, primeiramente pensando ter sido atingido por algum golpe. Todavia erguendo o olhar e percebendo que a possível morte de Goenji... Um amigo, que ele nunca deu o devido valor em ter.. Jin não aguentaria mais uma perda:

–Ora...Mas que maldição filha da puta!-gritou Jin pulando dentro do rio sem pensar duas vezes.

O contato da água gélida contra seu corpo fez-o perder o ar, e em seguida ele concentrou seu chakra com força total, deixando suas mãos doendo e queimando enquanto aquecia a água fria e impiedosa.

O garoto de cabelos brancos fechou os olhos avistando ao fundo o corpo inerte de Goenji flutuando, o Wurochiha revirou os olhos nadando mais rapidamente em direção ao corpo do amigo. Enquanto as lembranças dos momentos que passou com Goenji e Daisuke preenchiam sua mente.

""-Idiota! Idiota! Idota!-gritava Goenji correndo em direção a Daisuke que se encontrava no chão com a testa toda ralada pelo golpe que Jin havia dado no mesmo. Lutar contra Dasuke era algo mas fácil do que poderia ter se lembrado, mas admitia que havia descontado no garoto de longa franja algo que e não deveria:-Sua ameba de merda, se você matou ele eu castro você!

–Não perca seu tempo ruivo asno, não matei o inútil do Daisuke. Não está vendo que o cara está acordando.-falou Jin cruzando os braços e sorri de lado vendo a expressão de pura fúria de Goenji:

–AHH! Maldito!Quem você chamou de asno?!-gritou Goenji deixando Daisuke cair novamente no chão, e rapidamente tratou de levantar o amigo:-Deus! Daisuke, foi mal... Mas levanta, né homem! Defenda sua honra!

–Ele me chamou de inútil?!-indagou Daisuke meio tonto ainda:

–Vou embora. Vocês não valem meu precioso tempo.-falou Jin se afastando com as duas mãos no bolso sorrindo enquanto escutava os gritos de Goenji e os xingamentos de Daisuke."

Jin fechou as mãos em punho colocando mais foça em suas pernas para chegar até o garoto, temendo que o mesmo já tenha partido.

"-Sabe que eu e o Daisuke poderíamos ter morrido naquele penhasco de merda e você nem ao menos se importou com isso?!-gritou Goenji.

Jin e sua equipe estavam em sua tenda se preparando para dormir, depois do dia cansativo de treinamento. O garoto de cabelos brancos sentia-se esgotado e ainda ter que escutar a voz insuportável de Goenji a respeito do acidente enquanto subiam nas montanhas, era algo que realmente o estava irritando ainda mais:

–Eu os salvei não salvei?!-indagou Jin frio e com raiva encolhendo os ombros nus enquanto dobrava sua blusa em cima da cama:

–Salvou?! Salvou?! Takeshi teve que quase ter te matado para você ir nos salvar!-gritou Goenji, enquanto Daisuke estava sentado em sua cama com a cabeça baixa:

–Mas eu fui! Saiba que Takeshi não me obriga a fazer nada!-gritou Jin sentindo o chakra de fogo lhe envolvendo:

–Ele teve que te arremessar no penhasco pra você ter nos salvado! Obrigou sim!-gritou Goenji:

–Escuta aqui seu idiota, eu poderia muito bem ter subido sozinho e deixado vocês dois para trás e socar a cara do Takeshi de formas bem diferentes e dolorosas uma da outra... Mas não! Salvei vocês dois!-gritou Jin:-Um simples obrigado já bastava.

–Espere sentado, babaca.-murmurou Goenji saindo da tenda deixando Jin e Daisuke sozinhos.

Jin se sentia desconfortável, mas sabia que não iria deixar os dois componente de sua equipe morrerem em um penhasco, sabia o que tinha de ser feito, todavia a voz de Takeshi lhe ordenando aquilo soou muito mais do que ele poderia ter suportado de sua cota de humilhações. Era sempre assim, ele se esforçava e sabia o que fazer, mas Takeshi sempre se intrometia e tentava fazer com que ele aparecesse despercebido e odiado por todos:

–Arigatō.-murmurou Daisuke se erguendo e indo na direção da saída da tenda.

Jin sentiu-se constrangido, porém encarou a figura cabisbaixa do garoto e longas franjas que acreditava ser um fardo para a equipe. Não soube certamente o motivo que o levou a fazer tal ato, mas quando viu já havia feito:

–Não se sinta assim seu besta! Poderia ter acontecido com qualquer um, é mais forte do que pensa.-murmurou Jin, logo se arrependendo e rezando para que Daisuke não houvesse escutado.

E para o alívio de Jin o garoto apenas sorriu de lado saindo da tenda sem dizer mais nada."

Jin chegou até Goenji e o pegou pelos dois braços começando a subir até a superfície, já que não aguentava prender a respiração por muito tempo.

Impulsionou as pernas com mais força para levá-los até superfície, o garoto Wurochiha tentava fazer com que as águas agora quentes aquecessem o corpo gélido e assustadoramente inerte de Goenji. Os cabelos ruivos do garoto estavam ainda mais vermelhos a contraste de sua pele pálida e fria.

Jin temia não chegar a tempo.

Goenji morreria.

Mas, por que, com todos os demônios, ele se importava?!

Não sabia. Só sabia que se o ruivo morresse a insanidade o levaria a ser igual a seu pai, e por algum motivo isso o assustava. Porque servi-lo era uma coisa, tonar-se igual a ele era algo totalmente diferente.

Jin utilizou todo fogo que seu corpo possuía em chakra para impulsionar ele e Goenji para cima. E foi o que ele fez. As chamas deixaram os pés de Jin e fizeram com que ele e Goenji saltassem, literalmente, para fora do rio congelado.

Jin caiu de bruços e seu corpo teve um choque térmico grande em contato com a neve extremamente fria, já que seu corpo estava quente. O garoto de cabelos brancos tossiu algumas vezes se arrastando, por conta do cansaço e das tremuras até Goenji que se encontrava desacordado e para desespero de Jin, mal respirava.

Jin chegou perto de Goenji o colocando de barriga para cima, deixando o rosto gélido, machucado e pálido a mostra. O garoto reprimiu as lágrimas e um arrependimento mórbido lhe causando náuseas:

–Nani... Koreha... Korehanandesuka?!-murmurou Jin tremendo encostando sua mão na testa de Goenji onde havia ali um machucado aberto:-O que é isso que está acontecendo comigo?! Eu fiz isso! Por que me arrependo?! Com todos os demônios!

Jin começou a empurrar o corpo desacordado e frio de Goenji, começando a se desesperar. O garoto sentia as lágrimas começar a cair de seus olhos, só se recordava de chorar assim quando o seu tio Mitsuo matou o cachorrinho de Takeshi e ele chorou como um bebê.

Mas Goenji, assim como o pequeno cão, não acordava:

–Você não vai fazer eu enlouquecer, seu estúpido! Acorde maldito! Anda!-grita Jin chegando a socar o corpo do ruivo:-Chikushō,-me o samashimasu! Goenji!

Jin sentindo apenas uma pequena fagulha acesa de chakra dento de si, coloca em um toque de desespero as das mãos espalmando no peito do garoto ruivo e começa a faze o chakra sair de suas mãos em cima do corpo do garoto. Estava o aquecendo, estava fazendo ele de alguma foma retornar... Não poderia está morto. Havia uma chance. Tinha que haver uma chance.

O corpo de Goenji estava repleto pelas chamas, todavia as mesmas não eram tão potentes ao ponto de queima-lo, mas estava sendo quente o bastante para o aquecer. Jin via a cor no rosto do garoto reaparecendo, mas ainda não via seu peito subir e descer pela respiração.

Ele não respirava:

–Oh, não! Mas que merda!-gritou Jin socando o chão de neve afazendo sua mão se cortar.

O garoto via a cor retornando ao corpo e Goenji o aquecendo, mas não via a respiração, não ouvia seu coração... Ele iria morrer! Jin ergueu as mãos respirando fundo o ar, deixando entrar em seus pulmões, e em seguida os liberando pela boca.

O garoto parou o gesto, vendo o ar saindo de sua boca, e em seguida encarou o rosto e Goenji. Jin fechou os olhos apertando os punhos amaldiçoando aos deuses pela ideia que haviam lhe dado:

–Kuso! Kuso!-gritou Jin chegando próximo do rosto de Goenji:-Não acredito que vou fazer isso. Só posso ter perdido o juízo.

Jn abriu a boca de Goenji e colocou a sua por cima, encostando ambos o lábios, o Wurochiha de cabelos brancos deu seu ar ao amigo ruivo. A mão de Jin socava o peito de Goenji com força, tentando reanimar seu coração, enquanto as lágrima desciam e ele rogava aos céus para não permitirem ele ter matado seu primeiro amigo:

–Sā! Sā! Sā!-murmurava Jin retirando sua boca da de Goenji em seguida repetindo o mesmo gesto.

Não soube quanto tempo ficou fazendo aquilo:

–GOENJI!-a voz familiar de Ran rompeu o silencio arrebatador que se instalava em meio a agonia de Jin:

–Droga!-bradou Jin erguendo o olhar, porém em seguida viu Goenji começando a tossir com o corpo tremendo levemente, enquanto o garoto cuspia e vomitava com o corpo arquejando.

Jin sorriu de leve e ele em seguida se ergueu fechando as mãos em punho e limpando os lábios com uma delas. Encarou Goenji abrindo as orbes castanhas fitando com os olhos arregalados a figura de Jin em pé a sua frente e sorrindo de lado cinicamente:

–Na-Nani...?!-murmurou Goenji ofegante tremendo levemente:-Você... V-Você.. O que você fez?

–Ha...-riu pelo nariz Jin e em seguida ficou com o semblante frio:-Eu sabia que era mais forte do que você, babaca!

–V-Vo-Você me... Salvou?!-indagou Goenji ainda não sendo capaz de acreditar:

–Pense o que quiser.-falou Jin e em seguida o garoto de cabelos brancos saiu correndo em meio a neve em direção ao campo de batalha retirando sua espada.

Jin se sentia feliz, mesmo desapontando seu pai. Mataria a todos que Kabuto mandasse, mas não poderia matar um único amigo em sua vida.

Goenji se sentou sentindo corpo mais relaxado, e um incômodo frio ainda. Colocou a mão na testa sentindo o ferimento, viu o rio onde provavelmente Jin o tirara de lá... E viu rastros de chamas pelo seu corpo, pequenas, porém aquecedoras chamas:

–Watashi wa nai to omoimasu...-murmurou Goenji sorrindo de leve:-Não posso crer.

–GOENJI!-gritou Ran caindo ao seu lado, em um rasante de voou. Maa Goenji não tirou seus olhos das chamas em suas mãos:-Temos um problema! É uma armadilha!

–Nani...?! Fale com calma, estúpido. Acabei de voltar dos mortos.-alou Goenji:

–Deus Goenji! Tadashi acabou de ser mandado para lá!-gritou Ran em desespero:

–Como é que é?!-gritou Goenji se erguendo com certa dificuldade e foi ajudado por Ran:-O que está dizendo?!

–Kabuo o matou! Era tudo uma armadilha!-gritou Ran e uma corda se enrolou no corpo do garoto de topete e em seguida Goenji fora segurado e ameaçado com uma espada em seu pescoço.

Dois homens estavam amarrando e os levando presos:

–Korehanandesuka?! Fukō!-gritou Goenji:

–Você não entende, Goenji! Vão matar a Hana! E depois o Imperador!-gritou Ran:-Seremos levados a ruína! A desgraça!

Ran gritava se debatendo.

***

Hana fechou os olhos de Cho.

A pequena borboleta se foi deste mundo, deixando Hana com a dor da perda lhe dilacerando.

A menina mal havia visto o momento exato que Takeshi, Riki e Daisuke atravessaram o muro o quebrando com um leão gigante em fogo vermelho sangue com o corpo de Tadashi na boca o estraçalhando, pulando logo em seguida e por puco não parando bem em cima dos garotos. Ela não via mais nada, ela não ligava mais para nada... Era como se sua alma tivesse ido embora com Cho.

Hana apenas ficou de joelhos com as lágrimas deslizando por seu rosto, o corpo de Cho ainda perto dela, enquanto ela ouvia os gritos dos demais homens do exército de Kabuto chegando com os garotos acorrentados, enquanto via o corpo estraçalhado de Tadashi. Alguns vomitavam, enquanto outros choravam como verdadeiros garotinhos e não homens de verdade que apenas encaravam o céu escuro:

–Hana! Hana! Hana!-a voz estridente e desesperada de Riki preencheu os ouvidos de Hana, que levemente ergueu os olhos embaçados pelas lágrimas até o amigo que se debatia e agredia o homem que o segurava.

A menina nem ao menos se mexeu:

–O que aconteceu?! O que está acontecendo?!-gritou Goenji:-O que é isso?!

O ruivo havia visto o corpos de Tadashi e Cho no chão:

–M-Mitsuo... Matou Cho!-gritou Hotaru caindo de joelhos, enquanto acorrentavam suas mãos atrás de seu corpo:-Ele a matou! Desgraçado! Desgraçado! AHH!

Os olhos de todos os garotos caíram na figura jazida sobre as pernas de Hana que encarava a neve sem qualquer emoção. Takeshi sentiu seu coração tomado por algo doloroso, como se uma faca fincasse dentro dele... A imagem da garota linda que se declarou para ele estava ali imóvel e irreconhecível em cima de Hana:

–Mitsuo!-gritou Kabuto, desfazendo o enorme leão e em seguida foi se aproximando do irmão que estava imobilizado na neve.

Os demais garotos estavam com os olhos baixos em sinal de respeito pelas mortes, todavia Hana estava procurando Takeshi que estava com os olhos desolados sem o brilho que antes tinham fazia seu peito acelerar. Kabuto retirou Mitsuo e foi caminhando em passos lentos até Hana que nem ao menos ergueu o rosto para fita-lo:

–Ela morreu... Uma pena. Uma moça tão linda! Ela sim, seria perfeita para Takeshi e não uma ninguém como você.-falou Kabuto chutando o corpo de Cho para longe de Hana que apertou os punhos e abaixou ainda mais o rosto. Não queria que ele a visse chorando, sua dor era somente sua:

–Cale a boca miserável!-gritou Takeshi se debatendo, machucando seus pulsos que estavam presos por correntes atrás de seu corpo:

–Por que? Ela já sabia Takeshi... Ela sabe que você teve sua noite inesquecível com a mulher que jaz morta aqui. E sabe que... Ela poderia está grávida!-gritou Kabuto:-Seria uma grande honra, ver o clã crescendo e com uma mãe boa!

O soluço de Hana ecoou por todos os lados, enquanto ela curvava o corpo para frente em posição fetal segurando o peito,como se algo estivesse lhe causando uma dor crucial. Takeshi estava com os olhos arregalados, enquanto seu corpo se retesou e o peito queimou em fúria, o semblante do garoto viajou até o corpo da mulher jazida morta... Grávia?! Essa palava ecoou por sua mente, e por um lado poderia fazer sentido, mas a remota chance disso está ocorrendo causava uma dor muito maior. Seria um filho. Seu filho:

–Você não cansa de ser egoísta, Hana?!-indagou Kabuto chutando as costas de Hana fazendo-a cair na neve, porém ela não mostrou resistência. Apenas viu o olhar de Takeshi desolado e sentiu como se uma espada estivesse cravada em seu peito:-Por sua culpa ela morreu. Lembra-se do pobre Shiro... Morto por sua incompetência!

A garota apenas ergue a cabeça observando Kabuto. O encarou com os olhos tomados pela fúria calva e aprisionada, todavia Kabuto sentiu como o próprio Chang estivesse o encarando daquela foma.

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O homem sacou a espada chutando novamente o corpo sfrido de Hana, fazendo-a ficar de barriga para cima. A menina não mostrou resistência novamente, havia cansado... Havia desistido.

Kabuto sem nem ao menos desviar ambos os olhares dos da garota ele cravou a espada atravessando o tórax de Hana:

–AH!-exclamou Hana abrindo a boca e arregalando os olhos, enquanto as lágrimas escorriam. A espada atravessou seu corpo, ela sentia sua carne sendo cortada pelo metal frio, sentia o quente sangue a deixando:

–NÃO! NÃO!-gritou Riki se debatendo e tentando chegar até Hana, o garoto chorava vendo a situação da menina.

Kabuto sorriu irônico retirando a espada e a atravessou novamente no corpo pequeno da menina:

–PARE!-gritou Riki.

Takeshi só se deu conta do que estava acontecendo, quando percebeu todos os garotos sendo açoitados com chicotes tentando chegar na figura feminina caída e com uma espada atravessando seu corpo. O Wurochiha somente acordou olhando os olhos repleto de lágrimas de Hana em dor.

O garoto emanou fogo e matou o homem que segurava a corrente apenas chutando a garganta. Takeshi foi correndo com as duas mãos amarradas nas costas com algumas lágrimas de ódio quentes deslizando pelo seu rosto, os olhos tão azuis quanto que Hana pudesse imaginar.

A menina não ligou está toda ferida, com a espada ainda em seu corpo, vendo os lindos olhos de Takeshi... Aquele azul profundo tinha o dom de deixá-la calma e confortável.

Takeshi recebeu o chicote firme e forte nas costas, mas não parou. Ficando de joelhos o garoto se rastejou na neve fria e cortante até a menina deitada o encarando delicadamente:
–Por que tenta, Takeshi?!-indagou Kabuto socando a espada novamente no tórax de Hana, já completamente ferido:-Dessa vez, ela não vau vai sobreviver...

–Não...-murmurou Takeshi:-AHH!

O chicote ressoou novamente e Takeshi caiu de bruços, ainda se arrastando:

–Ela não...murmurou Takeshi olhando fundo nos olhos repletos de dor da garota.

O garoto chegou próximo a ela encostando ambas as testas. Ela chorava, ele sentia as lágrimas deslizando, ele queria chorar e gritar para pararem de feri-la, queria fazê-la sua e arrancá-la daquela guerra. Queria desesperadamente tê-la:

–Por que... Por que me tira tudo o que eu mais amo, pai?!-os olhos de lamuria de Takeshi encarou os de Mitsuo, fazendo o homem desviar o olhar pela intensidade dos do filho:
–Tirem ele daqui!-falou Kabuto e outro homem o tirou de cima de Hana que chorava, enquanto ofegante encarava os olhos aflitos de Takeshi indo pra longe e os gritos dos demais garotos:-JIN!

O garoto de cabelos brancos apareceu com sua postura fria e encarou o garotos que lhe mantinham um olhar acusatório, menos Goenji que o encarava em uma súplica muda para ele não fazer absolutamente nada, porém Jin sabia que salvá-lo não queria dizer que iria ir contra seu pai. Nunca:

–Sim.-falou Jin friamente:

–Leve a garota até a cadeia de rochas e a deixe lá, meus lobos irão achá-la e degustaram muito de seu sabor, eu tenho certeza.-falou Kabuto:

–Maldito! Maldito!-gritou Riki:

–Não faça isso Jin! Por favor... Não faz isso!-gritou Daisuke:

–Poupe sua voz, Daisuke.-falou Hideo:-Já o perdemos para Kabuto.

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Jin ignorou as vozes e se aproximou do corpo da garota e sentiu uma leve pontada encarando a face retorcida de doe, enquanto as lágrimas caíam. O menino fez menção de erguê-la em seus braços, mas Kabuto o parou segurando seu pulso chamando a atenção de todos:

–Não irá se sujar carregando ela.-falou Kabuto frio:-Arraste-a até o local.

–Nani... Pai, ela já está acabada. Não fará diferença.-falou Jin:

–Para mim fará. Vamos, leve logo ela daqui.-falou Kabuto se voltando para os demais garotos:-Vocês irão caminhar conosco até a cidade Imperial! Onde meu plano estará completo e minha vingança feita!

A risada maquiavélica e insana ecoo por todos.

Jin apenas encarou firme os olhos brancos de Hideo que franziu a sobrancelha. Ele olhou o corpo frágil e todo machucado de Hana e em seguida com os pés ele tocou a mancha de sangue na neve branca; o garoto Hideo viu como sangue estava manchando a neve, ele apenas assentiu sério.

Jin fechou os olhos e apertou as mãos, pegando no pulso da garota repleto e sangue, por está e cima dos ferimentos no tórax. Ele a viu fechar os olhos deixando mais lágrimas caírem, encarou o rosto de Kabuto sorrindo desumano e o olhar e cima de si e por último o olhar forte e repleto de ódio de Takeshi em cima de si.

Ele o odiaria, mas não poderia fazer nada.

Não ainda.

Jin começou a arrastá-la

Os gritos e debates de Takeshi aumentavam, enquanto os gemidos sôfregos de Hana aumentavam à medida que ele a arrastava em meio a neve. Apertou com força levando o corpo de Hana com as manchas de seu próprio sangue manchando seu caminho, o vermelho vivo em contraste com o branco e delicado do gelo, realçava a agonia a menina.

Que os deuses o perdoassem, por tamanha crueldade.