Love The Shadows escrita por Jocy Di Ângelo


Capítulo 1
Desentendimento e circulo de cogumelos


Notas iniciais do capítulo

Bom,essa é minha primeira fic,espero que gostem e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617819/chapter/1

Eu estava voltando para casa depois de mais um cansativo dia de escola. Pra minha sorte este é meu ultimo ano escolar. Senti uma gotinha de água cair no meu rosto, olhei pra cima e vi nuvens cinzentas se formando no céu.

– Droga! –resmunguei.

Acelerei o passo até chegar ao ponto de começar a correr igual uma doida tentando fugir da chuva. A chuva estava muito forte pra continuar tentando fugir dela. Pra minha sorte tinha uma cafeteria perto de onde eu estava. Entrei na cafeteria sentindo um cheiro gostoso de café. Sentei numa mesa afastada de todo mundo, a garçonete veio na minha direção pra pegar o pedido, eu simplesmente pedi um capuccino.

Enquanto eu esperava a moça com meu pedido e a chuva parar, fiquei pensando nos possíveis castigos que minha mãe me vai por quando eu chegar em casa. Eu nunca me levei bem com minha família, meu pai trabalha muito, o dia todo pra simplificar. Minha mãe não me da uma atenção desde que eu era pequena e pode chamar de birra ou coisa normal, mas com meu irmão caçula, Mike, eu não me levo bem mesmo.

A moça me entregou o pedido, agradeci e ela foi atender um casal. Eu olhei o casal por uns cinco segundos. Eu nunca me apaixonei por nenhum garoto. Na verdade, um garoto já se apaixonou por mim, mas minha amiga era apaixonada por ele então fiz questão de ignorar o garoto até desistir de mim. Agora os dois são um belo casal. Olhei o relógio na parede da cafeteria, 14:37, se eu não voltar pra casa agora meus pais seguramente vão chamar o FBI.

Corri pro caixa e paguei o capuccino. A chuva tinha diminuído um pouco,comecei a correr tropeçando em tudo que era possível, incluindo: Meu próprio pé,uma pequena rachadura no chão, um gato, etc. Quando finalmente cheguei em casa fiquei com medo de abrir a porta, mas tinha que encarar minha mãe de todos modos.

– Samantha Parkison Grace! Onde você acha que esteve todo este tempo? –gritou minha mãe.

–Calma Merydin, a menina pegou uma chuva grande enquanto vinha. –disse meu pai sem olhar pra situação.

–O que ta acontecendo? –disse Mike descendo as escadas.

A família toda reunida, na sala de estar. Olhei meus pés molhados pelas poças de água que encontrei no caminho. Mike só olhava os rostos de meus pais esperando uma explicação, meu pai não tirou o olho do jornal por nenhum segundo e minha mãe estava me olhando com um pé batendo no chão impaciente.

–Me desculpe! –foi a única coisa que consegui dizer naquele momento.

–Garota, vá já para seu quarto e só saia de lá na hora do jantar! –disse minha apontando para as escadas.

Simplesmente obedeci. Subi as escadas e fui direto pro meu quarto. Joguei minha mochila num canto qualquer e me joguei na cama. Não me importava muito se eu molhasse tudo, sou eu que lavo mesmo, mas de todo jeito, levantei e fui em direção ao banheiro. Liguei a água para deixar a banheira enchendo, tirei minha roupa e entrei. A água morna me deixava relaxada, me faz esquecer de tudo e todos. Tomei muito ar e afundei minha cabeça, às vezes me pergunto se um dia eu morrer vão sentir minha falta, mas também não sou uma suicida.

Comecei sentir o ar indo embora dos meus pulmões, sai da banheira peguei uma toalha, me enrolei nela e fui para meu armário. Não tinha muita opção de roupa então peguei uma calça jeans rasgada, meus converse pretos, uma blusa branca com um desenho de um corvo e um casaco moletom roxo. Sequei meus cabelos na frente do espelho. Olhei atentamente meu rosto: Olhos roxos, cabelos castanhos, pele clara e bochechas levemente rosadas. Suspirei e deixei meu corpo cair na cama. Fechei meus olhos cansados e tomei um cochilo.

Eu estava numa floresta estranha. As flores eram lindas porém estranhas, elas brilhavam, alguns animais pequenos passaram correndo por mim, mas eles não eram normais, não para mim.

–Tem alguém ai? –disse com a esperança de alguém me ouvir.

Minhas esperanças foram desaparecendo quando somente tive o som do vento como resposta. Comecei a sentir frio, olhava para todos os lados tentando encontrar uma pelo menos uma alma penada naquela floresta, mas foi bem pior: O que parecia ser um homem vestindo uma túnica preta com vermelho dos lados e uma mascara estranha e assustadora veio a meu encontro. Não conseguia me mover, meus pés viraram gelo sob mim.

–Quem é você? -perguntei, mas minha voz não era mais do que um sussurro.

Aquele homem veio em minha direção, eu estava assustada. Ele levantou o dedo indicador até sua boca em sinal de silêncio. “Shhh”.

Abri meus olhos desesperada, eu estava de volta em meu quarto, em minha casa. Fiquei sentada na cama, tenho sonhado com isso a alguma semanas, não quero contar para meus pais porque eu eles me chamariam de louca ou me iam ignorar como sempre fazem. Olhei pro despertador no criado ao lado da minha cama, 20:21, escutei minha mãe minha mãe me chamando desde o andar de baixo. Lavei meu rosto e me dirigi para a cozinha.

-Samantha, como quem você estava falando? –perguntou Mike. Meus pais me lançaram um olhar de: “Como assim falando com alguém?”.

-Ah, com ninguém Mike, eu estava tendo um sonho. –respondi.

-Ah, ta bom. –ele olhou para seu prato servido e começou a comer rápido.

-Hey, com calma! Você vai ter uma dor de barriga se comer muito rápido. –disse minha mãe.

-Ok mamãe. –ele sorriu amarelo e voltou a comer.

-Então, Samantha, com o que você andou sonhando? –disse meu pai sem olhar para mim.

-Vocês vão me chamar de louca se eu contar. –disse.

-Você já é louca. –disse minha mãe.

-Meridyn, por favor, deixe a menina continuar. –pediu meu pai.

-Bom, eu estava numa floresta estranha e aparecia um homem do nada e quando ele pedia silencio, tipo Shhh, eu acordo. –expliquei.

-Hahaha –riu minha mãe- Sério? O que você anda vendo Samantha? Contos de fadas?

-Eu gosto de fadas, principalmente o Peter Pan. –disse Mike.

-Bem, legal esse sonho. –foi só isso que meu pai disse.

-Garota boba. –e esse é o tipo de mãe que eu tenho.

-Hey, Samantha, talvez se você pedir ajuda pro Peter ele te ajuda a parar de sonhar com esse homem. –disse Mike.

-Mike, quantas vezes eu disse, o Peter Pan não existe e muito menos fadas! –disse já cansada de tudo aquilo.

-Samantha! –repreendeu-me minha mãe.

-Mentira! –gritou Mike, com lagrimas nos olhos.

-Samantha, por favor, você sabe como é Mike. –disse meu pai.

-Não chora meu pequeno. –minha consolava Mike.

-Eu acho que o Mike tem idade suficiente pra aprender que fadas não existem e muito menos finais felizes! –disse.

-Samantha chega! –gritou minha mãe levantando da mesa.

-Eu estou falando a verdade! –me levantei também. –Isso de final feliz não existe e nunca vai existir.

-Samantha, o que você esta dizendo? –meu pai também se levantou.

-Estou dizendo que final feliz não existe,porque se existisse vocês nunca me ignorariam,me odiassem e muito menos... –nesse instante minha mãe me deu um tapa na cara fazendo o silencio reinar.

-Cala a boca! –gritou ela- Eu pensei que tinha te educado melhor.

-Educado? Educado? Você nunca me deu atenção, me chama de louca, quando eu mais precisava você nunca me ouvia. –falei com lagrimas correndo pelos meus olhos.

-Você? É assim que você chama sua mãe?

-Que mãe? Eu não vejo nenhuma mãe! A única coisa que eu vejo é uma mulher que me odeia, um homem que não liga pra mim fica fora o dia todo e um pirralho que ainda acredita nessas besteiras de fadas. –eu não tinha controle sobre minha boca. Falava sem pensar.

Mike chorava me olhando, minha mãe me olhava incrédula e meu pai me olhava surpreso. Eu não agüento mais um minuto nessa casa! Comecei a correr como se não existisse um amanhã porque agora não existe mais! De longe escutei o grito de meu pai me chamando, mas não olhei para trás. Noite estava fria, a chuva se intensificava cada fez mais. Minha visão estava completamente borrada pelas lagrimas. Cheguei numa floresta, a chuva tinha parado por causa das copas das árvores.

-O que foi que eu fiz? –falei secando as lagrimas. –Por que eu falei aquilo? Por que eu piorei as coisas?

Andava pela floresta um pouco iluminada pela luz da lua cheia. Não adianta mais voltar para trás, que cara eu ia aparecer lá em casa agora? Se é que aquela ainda é minha casa. Caminhei até não poder mais agüentar meus pés. Me sentei numa grande pedra que estava por perto. Suspirei, e olhei pra cima, a lua cheia brilhava lindamente no céu escuro. Fechei meus olhos, mas uma luz me obrigou a abrir-los novamente. Atrás de uns arbustos, uma luz branca brilhava. Curiosa, me levantei da pedra pra ver do que se tratava. Afastei os arbustos e me encontrei com um circulo perfeito de cogumelos brilhando.

-Mas o que é isso? –entrei dentro do circulo de cogumelos. Pequenos vaga-lumes começaram a girar ao meu redor e uma luz branca tomou conta de lugar.

Depois, não lembro o que aconteceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

HEY PESSOAL!
Espero que tenham gostado, até... o próximo cap.