Loving can hurt sometimes escrita por Luna Lovegood


Capítulo 9
I'm falling even more in love


Notas iniciais do capítulo

Ai Senhor me ajude.
Eu acordei hoje pela manhã, pensando em como eu estava atrasada com a fic e honestamente um pouco insegura com o desenrolar da história, que já estava planejado na minha mente desde o dia em que postei o primeiro capítulo.
Ai eu entro no Nyah, para reler a fic ver se não estou deixando nenhuma ponta solta e me deparo com TRÊS maravilhosas recomendações. Não vou mentir, chorei quando eu as li. Quando a leitora Paloma fez uma recomendação meu coração parou de bater por um segundo de tanta felicidade, dessa vez eu simplesmente precisei de um desfibrilador!
Eu não consigo encontrar as palavras certas para agradecer à DaiSalvatore, Renata Lopes e Anapfelipe pelo carinho, consideração e amor pela história. Então apenas deixo o meu muitíssimo obrigada, que ainda assim não é suficiente para expressar o quão feliz eu fiquei com as palavras de vocês.
Um obrigada também a quem comenta, acompanha e favorita.
Espero que gostem. Bjs!



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Desperate for changing,

Starving for truth,

I'm closer to where I started,

I'm chasing after you

I'm falling even more in love with you,

Letting go of all I've held onto

I'm standing here until you make me move

I'm hanging by a moment here with you

Forgetting all I'm lacking

Completely incomplete

I'll take your invitation

You take all of me

(Hanging by a Moment - Lifehouse)

 

Felicity Smoak

A boca de Oliver traçava uma trilha de beijos da base do meu pescoço até a minha orelha, sua barba por fazer arranhava ao mesmo tempo em que arrepiava a minha pele me fazendo arfar em resposta. Suas mãos repousavam possessivamente na minha cintura, mas logo subiram às minhas costas em direção ao zíper do meu vestido. Seus lábios colaram-se aos meus ávida e desesperadamente, meus pulmões imploravam por ar, mas eu não eu não queria parar de beijá-lo, respirar não parecia tão importante quanto ter a boca de Oliver na minha.

Minhas mãos afoitas desabotoavam impacientemente a camisa dele, enquanto às deles delicadamente desceram as alças do meu vestido que caiu aos meus pés me deixando seminua a sua frente. Eu estava em desvantagem, eu estava quase nua, enquanto ele ainda estava vestido. Terminei de retirar a camisa dele e o puxei ao meu encontro, me deleitando ao sentir o calor da pele dele junto a mim. Eu o queria desesperadamente, tanto que chegava a doer.

Minhas mãos foram para o cós da calça dele e desabotoaram-na. Suas mãos subiam a linha da minha coluna e pararam sob a borda do meu sutiã desatando-o. Seus dedos se encaixaram nos dois lados da minha calcinha e então ele a desceu, abaixando seu corpo enquanto o fazia. Ele levantou-se do chão vagarosamente, se dando ao trabalho de acariciar e beijar minhas coxas, deixando um beijo atrevido numa parte do meu corpo que pulsava, ansiosa por senti-lo.

Oliver me empurrou com cuidado para a cama e terminou de se despir na minha frente. Mordi meu lábio inferior ao observar com volúpia a sua nudez. Oliver nu era definitivamente a visão do paraíso, ele me encarou parecendo ler meus pensamentos pecaminosos e sorriu, veio em minha direção cobriu meu corpo com o dele e me beijou tão intensamente que fiquei tonta, com suas mãos ele separou as minhas pernas e eu as enrolei ao redor do seu quadril, ele se posicionou entre elas, enquanto eu inclinava meus corpo em sua direção, nossas partes íntimas apenas se roçando, aumentando o desejo e quando Oliver finalmente movimentou seu corpo para frente investindo em mim e...

Acordei ofegante, com o coração acelerado e respirando pela boca.

Meu corpo todo tremia em desejo, e eu sentia o suor escorrer em minha testa, cada parte de mim em alerta e sensivelmente excitada. Aquele sonho tinha sido realmente vívido, eu ainda sentia os efeitos de apenas imaginar Oliver, eu queria fechar meus olhos e terminar o sonho, mas apenas girei o corpo na cama e olhei para o relógio no criado mudo, e desliguei o despertador o amaldiçoando por tocar justo na melhor parte. Nós estávamos quase... Balancei a cabeça, eu não precisava desse sonho para me deixar ainda mais desnorteada hoje. Eu sentia cada célula do meu corpo queimar, cada parte de mim ansiava, clamava desesperadamente por Oliver. Me levantei num pulo e fui direto para o banheiro tomar um banho gelado, eu precisava me livrar daquelas sensações que o sonho me provocara, ou seria difícil seguir viagem. Oliver disse que viria me pegar às nove horas e eu tinha pouco mais de uma hora para organizar tudo, e não parecer com uma adolescente com hormônios a flor da pele.

Tomei meu banho, o que não ajudou nem um pouco a me livrar dos meus pensamentos pecaminosos, embora tenha reduzido um pouco o calor do meu corpo. Fiz uma mala pequena e coloquei apenas o essencial lá. O dia estava absurdamente quente, então resolvi vestir uns shorts com uma regata branca fresquinha.

Eu estava nervosa. Quase neurótica para ser honesta, eu sentia um misto de ansiedade e medo com aquela viagem.

Eu estava hiperventilando. Oh, Deus!? Porque eu estou agindo como uma adolescente apaixonada? Me perguntei em pensamento. É só uma viagem. De quatro horas. Em um carro. Com Oliver. Sem ter para onde fugir. Suspirei. Nada daria errado se eu me controlasse e não ficasse pensando na imagem de nós dois nus numa cama. Mas esse era o problema, a minha atual falta de controle.

Oliver foi extremamente pontual, o que não foi uma surpresa. A surpresa foi ver que o seu semblante estava mais leve e esperançoso e ele tinha no rosto aquele sorriso que ele apenas dava para mim. Ele vestia jeans escuro e uma camisa de malha branca que marcava todos os seus músculos, seus cabelos estavam um pouco úmidos dizendo-me que ele tinha saído do chuveiro a pouco. Ele havia feito a barba  também, fiquei contente em perceber que ele havia se cuidado, e não parecia com o homem entristecido que e entrou ontem no apartamento de  Sara ontem. Ele parecia bem melhor, eu deduzia até mesmo quase feliz, eu não tinha muita certeza já que seus belos olhos estavam escondidos por trás de óculos escuros, que o deixavam ainda mais charmoso.

Deus! Deveria ser pecado um homem ser tão lindo assim.

Nos cumprimentamos timidamente e eu desviei o olhar, eu ainda não estava em condições de encará-lo. Não depois daquele sonho, e daquelas imagens vívidas que ficavam rondando em minha cabeça. Oliver nu, sua boca me beijando, seu corpo forte sobre o meu... Respira Felicity, apenas se lembre de como respirar! Eu dizia baixinho para mim mesma quando Oliver me lançou um olhar intrigado, não entendendo o meu comportamento.

Ele abriu a porta do carro para mim, eu entrei e respirando fundo em uma tentativa inútil de tentar me acalmar e pensar em coisas que não me excitassem, aquelas quatro horas de viagem até Central City seriam longas, eu não conseguiria disfarçar se ficassem cobiçando Oliver a todo o momento. Mas assim que as portas se fecharam e Oliver e Oliver deu partida, eu percebi o quando estava encrencada. Eu poderia desviar os olhos e encarar seguramente a paisagem do lado de fora, mas o que fazer com o perfume dele que não me ajudava? Parecia impregnado em cada parte daquele carro e nublava meus pensamentos, me impedia de ser racional. Eu passei a controlar a minha respiração em um ritmo constante, de modo a tomar pequenas doses da droga viciante que era o cheiro de Oliver Queen.

Evitei qualquer contato visual com ele e mantive meus olhos seguramente direcionados para a paisagem que passava pela janela ao meu lado. Mas não observando realmente. A maior parte do tempo, por mais que eu tentasse evitar, eu fiquei pensando naquele sonho, nas sensações...

Eu me assustei quando Oliver parou o carro no acostamento, retirou os óculos escuros, soltou o cinto e se virou na minha direção me encarando com aqueles incríveis olhos azuis como um oceano calmo em dia de tempestade.

— Felicity — ele disse meu nome daquela forma pausada que fazia meu coração palpitar. — Qual é o problema? Eu fiz algo errado? Nós saímos há mais de meia hora e você não disse uma só palavra! — eu percebi no tom da voz dele um misto de preocupação e medo.

— Eu tenho certeza de que eu conversei com você! — me defendi desviando os meus olhos dos deles. Eu já não conseguia mentir, mas mentir para Oliver e fazer contato visual ao mesmo tempo seria suicídio.

— Você sabe que murmurar um “oi” e assentir com a cabeça não é considerado realmente uma conversa. — ele devolveu, e eu pude sentir uma pontada de tristeza vindo da voz dele. Ele estava magoado com a minha distância.

— Oliver... — comecei, sem saber exatamente o que dizer.  Ele estava certo, eu tentei deliberadamente me manter o mais afastada dele possível. Eu não conseguia lidar racionalmente com essa proximidade ainda mais depois do sonho daquela manhã. Mas dizer:  me desculpe, eu tive um sonho erótico com você e isso está me deixando louca, estava completamente fora de cogitação.

— Não... — ele meneou a cabeça sem me olhar — Apenas esqueça, isso foi uma péssima ideia. Eu não deveria ter pressionado essa viagem, não deveria ter imposto a minha presença assim se você não a quer. Droga! — bateu as mãos  com força  sobre o volante parecendo frustrado — Eu disse a mim mesmo que te daria o tempo necessário para pensar, não importa o quão longo ele fosse.  — ele respirou como se se acalmasse — Sinto muito se não te dei o espaço que precisa. — Oliver voltou suas mãos para o volante segurando o com força.

— Sinto muito que eu precise de espaço. — eu disse, mesmo sabendo que tudo em mim dizia o contrário, eu não precisava de espaço, ou tempo, eu precisava de Oliver.

— Não é sua culpa. — deu de ombros— Acho melhor não voltarmos. Eu pedirei Sara para ir com você. — ele determinou com o olhar preso no horizonte.

Eu não queria Sara.

— Não é necessário, Oliver. — eu disse com suavidade, tocado inconscientemente seu braço. Aquele toque pareceu acordá-lo e ele olhou diretamente dentro nos meus olhos. Aquele mar azul parecia transbordar sentimentos, parecia ter tanto a dizer.

— Felicity é sim, eu não vou pressionar. Você me disse que queria deixar a conversa sobre nós em suspenso, e nós vamos. Até tudo isso passar ou assim que você se sentir pronta. — sua voz era suave e compreensiva — Eu não vou a lugar algum, eu esperarei.

Ele disse tudo isso segurando a minha mão. Imediatamente fui invadida por aquela sensação de conforto, todo meu corpo se acendeu, meu coração se alegrou com aquele contato.

Oliver apenas suspirou e continuou.

— Se ajuda, pense em mim como seu amigo, alguém que está preocupado com você e quer apenas te ajudar. Hoje nos concentraremos em recuperar as suas lembranças e descobrir quem está tentando te machucar. Esqueça o resto. E por favor, me deixe te ajudar. — me disse com a expressão cheia de expectativa.

Tive vontade de me jogar nos braços dele naquele momento e beijá-lo até meus pulmões implorarem por ar. Mas me controlei. Oliver conseguia ser convincente quando queria, não havia uma forma de eu negar nada a ele quando ele me pedia daquele jeito. E, além disso, ele estava certo, eu devia me focar no psicopata que tentara me matar.

A presença de Oliver era confortadora. Depois dessa pequena interrupção eu relaxei, e realmente curti a viagem. Embora ainda ficasse com cenas daquele sonho perambulando pela minha cabeça de tempos em tempos, geralmente quando Oliver me olhava de canto de olho e deixava escapar um meio sorriso sexy.

Conversamos um pouco sobre tudo, Oliver me atualizou um pouco sobre algumas coisas que eu perdi naqueles três anos, era bom que não houvesse uma barreira, ele não estava me escondendo mais nada e eu gostei disso. Nós falamos sobre Thea, a empresa, aos poucos começamos a falar de alguns momentos nossos. Conversar com Oliver sempre foi fácil, era bom ver que quando abaixávamos nossas defesas, isso continuava igual. Paramos  para comer em um Big Belly Burguer que encontramos na estrada, rimos tanto que eu senti que fossemos apenas um casal qualquer indo viajar. Mas nunca falamos nada relacionado a briga de três anos atrás, era como se nenhum de nos quisesse estragar aquele momento com essas complicações.

Chegamos ao hotel uma hora da tarde, fizemos o check in e subimos para o quarto. Oliver abriu a porta e eu me deparei com uma suíte de casal linda. Meus olhos se fixaram na grande cama no centro do quarto e imediatamente imagens tentadoras teimaram em aparecer na minha cabeça. Concentre-se Felicity. Olhei para  Oliver e para a cama e imediatamente minhas bochechas queimaram, denunciando a linha do meu pensamento.

— Relaxe, Felicity, eu não vou ficar aqui com você, eu me lembrei que precisa de espaço —  Oliver disse, suas palavras me deixando mais decepcionadas do que deveriam — Mas também não vou ficar tão longe assim, meu quarto é logo na frente e estarei aqui sempre que precisar. — ele disse com um sorriso  que não tocou os olhos.

Uma pequena parte de mim ficou decepcionada por não dividirmos o mesmo quarto. Tudo bem, confesso, foi uma grande parte de mim. Uma imensa parte de mim. Eu inteira.

— Descanse um pouco, eu passo aqui daqui a pouco para irmos até a Palmer Tech. — Oliver falou fechando a porta atrás de si e me deixando ali sozinha.

***

O prédio da Palmer Technologies ficava bem no Centro de Central City, apesar de ser cercado por diversos outros prédios eles se destacava pela magnitude e arquitetura moderna. O nosso plano era dar uma volta na empresa e de preferência ir até a minha antiga sala e ver se isso trazia algumas lembranças de volta, considerando que eu já havia me recordado de algo pequeno, talvez estar naquele lugar pudesse me ajudar a lembrar de algo mais. Mas logo ao chegar percebi que teríamos alguns problemas, a entrada só era liberada para funcionários e visitantes autorizados.

Talvez eu tivesse que mudar os planos, só um pouquinho. Me dirigi a recepção com Oliver ao meu lado e encarei a garota de cabelos negros e olhos azuis.

— Bom dia, Helena. — eu cumprimentei cordialmente, lendo o nome dela no crachá.

— Bom dia, senhorita Smoak! — a moça era simpática  e me devolveu o cumprimento — É muito bom vê-la novamente.

— Sim, é bom vê-la também! Depois de tanto tempo de férias, eu quase me esqueci do rosto de alguns de vocês — falei entusiasmada, me sentindo esperta pela ideia que tive — Acredita que eu estava vindo para o trabalho e esqueci o meu crachá? —  Tagarelei orgulhosa da minha recém adquirida capacidade de mentir.

— Engraçado, eu achei que membros da diretoria não usassem crachás. — ela disse estreitando os olhos claros e me analisando com suspeita.

Oliver disfarçou o riso com uma tosse claramente se divertindo com a situação.

— Agora usam, você não recebeu o e-mail informando? — eu disse tentando usar um tom de autoridade, que provavelmente não estava funcionando, visto que Oliver estava tendo uma crise de “tosse”.

— Sinto muito. — a garota disse um pouco cabisbaixa dessa vez, enquanto me liberava.

— Ah... Pode liberar a entrada do Senhor Queen, ele está comigo. — eu falei com confiança. Eu devia ser boa nessa coisa de Vice Presidente.

— É claro que eu libero. — a moça concordou piscando excessivamente seus cílios longos na direção de Oliver e o entregando um crachá de visitante. Oh, ela não me enganava ela estava querendo liberar era outra coisa para ele! Fiquei irritada com seu flerte descarado, e puxei Oliver pela mão o afastando rapidamente da garota. Caminhamos até o elevador que não demorou a chegar, e para nossa sorte estava vazio.

— Devo supor que você sabe em qual andar era a sua sala? — Oliver me perguntou erguendo as sobrancelhas enquanto entrávamos.

Merda. Eu não tinha pensado nisso. Eu estava preste a apertar todos os botões até descobrir em qual andar eu trabalhava quando alguém me interrompeu.

— Senhorita Smoak... — escutei um jovem gritando o meu nome e correndo em minha direção. — Gelei. Que droga, descobriram a minha pequena mentira assim tão fácil?

— Feche a porta — Oliver sussurrou ao pé do meu ouvido. Eu deveria ter feito isso imediatamente, mas o hálito quente de Oliver me enviando arrepios pela pele me desconcentrou, meus reflexos congelaram e o rapaz acabou entrando no elevador.

— Oi... Jerry — eu disse depois de ler seu nome no crachá que ele ostentava orgulhosamente sobre o peito.

— Você voltou! — o jovem disse efusivamente, seus olhos brilhavam em animação — O Senhor Palmer vai ficar tão contente! Ele ainda não conseguiu encontrar alguém para substitui-la! Eu na verdade nem acho que ele estava procurando, ele tinha certeza de que você voltaria logo. Você está indo para a sua sala? Ou vai falar com o Senhor Palmer antes? — me perguntou com olhos ansiosos.

— Não, eu não voltei. — neguei e senti Oliver respirar mais aliviado atrás de mim — Eu só quero pegar algo que eu deixei na minha sala. — eu disse, não queria iludir o rapaz, ele parecia tão contente por me ver ali.

— Oh. — seu semblante esmaeceu, ele tinha ficado claramente decepcionado com minha resposta — É uma pena sentimos muito a sua falta. — ele disse apertando o botão para o 18º andar.

— Você pode apertar o botão do meu andar, acabei me esquecendo. — falei.

— Eu acabei de apertar!

— Oh desculpe! Eu preciso trocar esses óculos. — eu disse corando.

Acontece que Jerry era meu assistente executivo, por isso íamos para o mesmo andar! Eu só percebi isso quando mesmo sabendo que eu não tinha voltado, ele se ofereceu para pegar um café para mim. E mesmo eu negando, dizendo que não precisava se incomodar ele disse que iria buscar um com leite e açúcar extra.

A sala da vice-presidência era maior do que meu antigo apartamento. Paredes pintadas de azul, móveis modernos, algumas pinturas abstratas nas paredes e o símbolo da Palmer Technologies estava em todos os lugares: girando na proteção de tela dos computadores, nas portas, nos móveis e até mesmos nos vasos de flores. Achei tudo meio egocêntrico para ser sincera.

Oliver se sentou em um sofá de couro que havia em um canto mais distante da sala, disse que não queria me atrapalhar. Mas seus olhos me fitavam com expectativa todas as vezes que eu fechava os olhos e tentava me concentrar em algo.

— Se lembrou de algo? — ele perguntou ansioso.

— Ainda não. Eu só tenho essa sensação estranha de que conheço esse lugar... — Andei por toda a sala tocando nos móveis a espera de qualquer lembrança, nem que fosse um mero dejá vu. Encostei meu corpo à mesa retirei os óculos e massageei as pálpebras, suspirando cansada desse branco na minha mente.

 Se lembre! Dei a ordem ao meu cérebro, e para a minha completa surpresa a lembrança veio.

“Eu estava naquela mesma sala sentada na cadeira, porém de costas para a porta encarando a gigantesca janela que tinha vista para a toda a cidade, eu pensava na reunião que teria mais tarde naquele mesmo dia e na pilha de contratos para rever e assinar que estavam sobre a mesa, girei a cadeira fitando o computador a minha frente, inconscientemente peguei uma caneta vermelha que estava ali mordiscando-a, lembranças do que parecia ser uma outra vida teimavam a aparecer na minha mente, eu deveria ficar satisfeita quando meus pensamentos foram interrompidos por alguém que entrara na sala sem se anunciar. Escutei o som de saltos altos reverberarem no chão cada vez mais alto a medida que a pessoa se aproximava, apertei a  caneta vermelha com força na minha mão, a raiva era de mais.

— Felicity, você precisa me ouvir. senti meu corpo gelar ao som daquela voz que eu não ouvia há três anos, ao mesmo tempo em que uma fúria grande tomava conta de mim.

Ergui os olhos e encarei friamente a pessoa que estava na minha frente, embora meu corpo fervesse de raiva pelo atrevimento dela em aparecer aqui.

— Algumas pessoas não entendem o significado da palavra não. Quantas vezes eu terei que dizer que eu não quero ouvir nada de você. eu disse já alterada e me levantando da cadeira. As inúmeras ligações recusadas não foram o suficiente para te fazer entender? Aquela simples presença me tirava do sério Esquece. Vou ligar para os seguranças, e talvez pedir uma ordem de restrição ameacei impaciente, já tirando o telefone do gancho quando a pessoa se aproximou o desligando.

— O que você...”

Minhas lembranças foram interrompidas por um homem alto de pele clara, cabelos e olhos negros e o porte elegante que abriu a porta da sala num rompante.

— Eu sabia que você iria voltar. — um Ray Palmer muito feliz disse enquanto entrava na sala e seguia na minha direção, e ignorando completamente a presença de Oliver, que a essa altura já estava de pé.

Fui pega completamente de surpresa quando uma das mãos dele me puxaram pela cintura, e a outra se colocou atrás da minha cabeça, me puxando para ele juntando nossos lábios um beijo delicado. 

Não senti nada. Não era apenas estranho aqueles lábios macios tocando os meus, parecia errado, não eram os lábios que eu queria e desejava. Coloquei minhas mãos sobre o peito dele e o afastei, encarei aquele rosto conhecido, mas notei algo diferente ali, havia um brilho estranho nos olhos dele. Um tipo de brilho que me fez sentir um calafrio na espinha, e não do tipo bom.

Desgrudei imediatamente meu corpo do dele, e procurei aqueles olhos azuis capazes de me confortar, mas os olhos de Oliver não estavam nada amigáveis. Muito pelo contrário, eles estavam ardendo em ódio e direcionavam um olhar assassino para Ray.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostando da viagem para Central City? Próximo capitulo provavelmente será pelo Pov do Oliver.