Só Existe Uma Escolha escrita por Glemi, SrtaDwyer, SrtaDwyer


Capítulo 9
Capitulo 9




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– Philipe? Por que não está escondido?

– Porque me disseram para ficar longe dos rebeldes. – sorriu.

Revirei os olhos.

– Deveria ter ouvido.

– Talvez.

– Vamos, entre e se esconda!

– Ele não vai obedecer. – virei e pude ver Scott tentando atingir um rebelde. Ele girou e o atingiu nas costas. Pegou sua faca de volta, largou o corpo e veio até nós. – É mimado demais para isso.

Ele limpou a faca e guardou nas costas.

– Oi. – tentei tirar o foco de Philipe.

– Oi. – respondeu sorrindo de canto. – Vim buscar minha irmã. Ela está fora desse circo Philipe!

– Você tem irmã? – Phil franziu a testa. Como ele não sabe disso?

Scott sorriu e disse:

– Eu vou te matar.

– Você sabe que eu sou o príncipe, Scott. Quem poderia mandar matá-lo sou eu. - Philipe riu.

Fui rápida e entrei na sua frente o impedindo.

– Calma bonitão. Temos rebeldes ali fora, não que seja muito preocupante, já vi números maiores. Porém, temos selecionadas neste palácio, e algumas não estão acostumadas com essa situação. – os lembrei. – Então... Sugiro que parem com essa birra. Por que eu tive que matar pessoas pra chegar viva até aqui e garantir que a sua irmã – apontei para Scott. – estivesse bem. Assim como Meg.

Eles não responderam.

Tirei a faca de Scott e dei para Philipe.

– Use se necessário. – ele assentiu.

Senti a mão de Scott apertar a minha, o puxei antes que Philipe visse e os arrastei para onde me lembrava ser o salão principal. Lá o príncipe estaria seguro.

De repente Anna cruza nosso caminho, e armada. Aprendeu direitinho...

A abracei.

– Também estou com saudades Nath.

Olhei atrás de Anna, Meg assoprando a ponta do cano da arma que ela carregava.

Larguei Anna.

– Sempre teatral não é? – perguntei.

– Você me conhece. – sorriu. – Roubei essa belezinha de um dos guardas.

– Meg! – a repreendi.

– O que? Eles roubaram meu namorado, eu só roubei uma arma.

– Certo. Onde estão as outras selecionadas?

– No esconderijo ao norte dobrando esse corredor. – respondeu Phil.

– E porque você não foi junto? – perguntou Scott. Mas era explícito que ele queria se livrar de Philipe, estava pouco se importando com a segurança dele.

– Porque eu adorei ver você com ciúmes da Natalie. – disse Philipe sorrindo.

– Revelações bombásticas... Anna, traga pipoca, porque isso vai ser bom... – comentou Meg.

A fuzilei com o olhar.

– Chega! Vamos, saiam logo daqui! - ordenei e ouvimos barulho de tiros.

– Se abaixem. - Scott sussurrou, mas não obedeci.

Corremos para o fim do corredor e levei Philipe para a sala onde as outras garotas estavam.

– Você vai ficar bem. - eu disse. - Não saia daqui, fique acalmando as as meninas, elas precisam de você agora.

– Tudo bem. Obrigado Natalie, tome cuidado. - ele falou.

– Pode deixar! - dei um sorriso e fui encontrar os outros.

– Onde estava? - Scott me perguntou.

– Levei Philipe para a sala, porquê?

– Ele sabe muito bem o caminho. - revirou os olhos. - Vamos.

Voltamos para a entrada do palácio, os guardas e seguranças estavam tentando manter a ordem. Um dos rebeldes pegou uma caixa e subiu em cima para falar.

– Parem! Já deu. Só quero que vocês da Política estejam avisados do que somos capazes. Se não tivermos melhorias, isso aqui virará um inferno. - ele disse. Parecia que esse rapaz era um dos líderes, apesar de ser jovem.

Todos recuaram.

– Isso já acabou? - Anna chegou em nós e perguntou.

– Por hoje, talvez sim. - respondi.

Scott virou-se para Anna e a abraçou.

– Tem certeza que não quer voltar para a cede comigo? - perguntou.

– Estou bem aqui. Não tenho culpa se você e Philipe não se dão bem. - ela respondeu um pouco receosa, sabia que Scott a queria por perto.

– É, você não tem culpa irmãzinha. - sorriu. - Mas você já sabe se cuidar, então se cuide e se precisar de qualquer coisa mande me chamar.

Eles sorriram.

– Eu te amo, irmãozinho protetor.

Presenciei a conversa e também sorri com a cena. Nos despedimos de Anna e Megan, e voltamos com os outros para a cede da habilidade.

***

Entrei no salão de treinamentos.

Comecei a jogar as facas no alvo, imaginando que eu estava lá. Que aquelas facas estavam me atingindo.

Eu merecia, aquelas facas deveriam estar me atingindo, me fazendo perder as forças e finalmente morrer. Matei tantos hoje, pessoas, rebelde ou não, ainda eram pessoas.

Senti as lágrimas começarem a vencer a barreira e caírem no meu rosto. Mas minha raiva só aumentou.

Continuei a jogar cada vez mais forte. Até que as facas no balcão ao meu lado acabaram.

Ouvi passos, e pelo jeito de andar era Scott.

– Não deveria estar aqui.

Não me virei para olhá-lo. Pois sabia que meu estado não devia ser dos melhores, e odiava que me vissem chorar.

– Natalie...

– Saia! - o interrompi.

– Não.

Pouco depois senti suas mãos em meus ombros.

Abaixei a cabeça escondendo-me entre meu cabelo, para que ele não visse meu rosto.

– Natalie? O que houve?

Ele passou para minha frente e pegou meu queixo fazendo com que eu o olhasse.

Mordi o lábio inferior e olhei para sua mão no meu rosto. Se olhasse para ele, não iria conseguir negar que tinha algo errado.

– Porque está chorando? - ele limpou algumas lágrimas do meu rosto.

– Eu... - meus olhos capturaram os seus. Porque sentia que podia desabafar com ele sem medo? - Eu matei tantos. Na hora parecia certo...

Ele suspirou.

– Agora entendi. - ele tirou o cabelo do meu rosto. - Natalie, é seu dever. Não estou dizendo que é certo matar, mas eram eles ou você. E sinceramente, entre os rebeldes e você, prefiro você. - sorri fraco.

– Fui criada para matar, proteger a cidade e o palácio. Sempre quis isso, mas nunca pensei que fosse me sentir tão mal por isso.

– Imaginei que nunca tivesse matado alguém.

– Eu nunca tirei a vida de uma pessoa antes, só hoje e por defesa. - falei desviando o olhar.

– Então não se culpe por isso. - Scott me fez olhar em seus olhos, eles brilhavam e a cor azul estava mais clara.

Ele chegava mais perto e colou sua testa na minha.

– Eu não queria ter que fazer isso. - sussurrei e Scott me beijou.

– Vai descansar um pouco. Eu te acompanho até o quarto.

– Não precisa. - suspirei.

– Tudo bem. - deu um beijo na minha testa e eu sai.

Não fui para o meu quarto, peguei o elevador e enquanto subia para o último andar, olhei para o redor da cede pela parede de vidro do elevador.

A porta abriu, e em frente tinha uma escada que dava para a sacada da cede. Subi e cheguei lá em cima.

O vento gelado da madrugada vinham contra o meu corpo e meus pelos se arrepiavam. Fechei os olhos e respirei fundo.

– O que faz aqui ?

Levei um susto, era Ethan.

– Se quiser me matar, continue assim.- soltei o ar.

– Ainda não respondeu minha pergunta. - Ethan colocou as mãos no bolso.

– Tentando respirar ar puro, mas acho que não consegui.

Ele riu.

– Você não muda nunca, parece uma rebelde infiltrada.

– Cala a boca.

Sai andando e ele puxou o meu braço.

– Me solta!

– Fique esperta.- ele disse baixo e me soltou.

Será que eu nunca vou ficar livre desse cara ? Imagine quando Mike ser um dos líderes, isso aqui irá por água abaixo.

Perdi a vontade de ficar no último andar, fui para o meu quarto tomar um banho e descansar.

**

Levantei da cama ainda sonolenta, mal dormi. Preciso voltar para cama. Olhei as horas, sete da manhã. Alguém bateu na porta.

– Como está ? Não consegui fechar os olhos. - Scott entrou no meu quarto.

– Ao contrário de você eu consegui, e preciso de mais. - falei arrumando o meu cabelo.

Apoiei minhas mãos na mesinha em frente do espelho e suspirei.

– Tenho que ver meus pais. - eu disse.

– Ethan não vai deixar. - Scott franziu a testa.

– Não importa, eu preciso vê-los. - olhei para ele através do espelho.

– Então vai, mas vou acompanhar você.

– Não! Não precisa levar uma bronca por minha causa. Fique aqui.

– Que eu saiba você ainda não é líder. - ergueu a sombrancelha. - Quando você for a líder eu obedecerei as suas ordens.

Bufei.

– Vamos.

Passamos na sala de armas e depois saimos escondidos da cede. Admito que isso é divertido. Mas no meu estado emocional, não estava com cabeça para ver as coisas com bons olhos e me divertir.

Entramos no trem e seguimos o caminho até a Caridade.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora. Capitulo 9 está um pouco curto, mas prometo que vamos caprichar na próxima.