Só Existe Uma Escolha escrita por Glemi, SrtaDwyer, SrtaDwyer
Scott ficou na minha frente e entrou com o arco, pronto para atirar.
O barulho voltou, mas desta vez parecia vir do corredor a nossa frente. Scott seguiu em frente e eu fui logo atrás. Ele parou e pude ver alguns armários, pareciam os da escola, só que mais velhos e com certeza sem utilidade.
Ele fez com os lábios um: Eu vou abrir.
Assenti.
Ele guardou a flecha, pôs o arco em seu ombro e se preparou para abrir um dos armários. Uma batida na porta me pegou de surpresa e me fez segurar a faca em minha mão mais forte.
Ele abriu e um gato saltou de dentro.
Dei um pequeno salto para trás e reprimi um grito. Seria ridículo, mas não esperava por um gato pulando do nada e quase caindo em mim.
Suspirei aliviada e guardei a faca em minha bota direita.
Olhei para Scott e ele reprimia um sorriso, nada eficaz por sinal...
– Vai pode rir, eu quase tive um surto por causa de um gato idiota.
Ele gargalhou e eu o soquei.
– Ai! Mão pesada. - ele reclamou entre os risos. - Para quê violência? Sou inofensivo, o gato que é o grande mal aqui.
– Idiota! - o empurrei, mas ele não mexeu um músculo. Quando foi que ele ficou tão forte? - Temos que ir. - lamentei, enquanto me apoiava nos armários que tomavam conta das paredes do corredor inteiro.
– Não, não agora.
– Por que não? - franzi a testa.
Ele se pôs em minha frente e se aproximou. Tão perto que podia sentir sua respiração. Meu coração disparou.
– Por que está bom aqui... Com você.
O lugar estava escuro, apenas eu e ele, senti que deveria sair dali o mais rápido possível, mas não fiz. Por que não fiz?
Seus olhos não desgrudavam dos meus, e ele estava mais próximo de mim.
– Scott... - eu ia repreendê-lo. Mas pensei nele quando falava de Philipe, ciúmes... E lembrei da brincadeira de Megan que talvez largasse Alex pelo Scott, fiquei com tanta raiva que até mesmo Anna percebeu.
Pensei bem, e concluí que só eu mesma para não ter me tocado antes. Ele me agradou desde o primeiro dia. Era impossível negar agora. E não vou.
– Essa é a hora que eu a beijo e você corresponde. - ele disse com um sorriso torto.
Sorri e assim fizemos.
Ele puxou o meu rosto para mais perto , o beijo foi direto e rápido. Senti uma coisa diferente , inexplicável, um frio na barriga. Os braços dele estavam envolta da minha cintura , ficamos com os narizes colados.
– Acho que agora podemos ir. - ele sussurrou.
Apenas fiz que sim com a cabeça. Ele pegou a minha mão, entrelaçou na dele , e saimos do prédio.
Andamos e rodamos a cidade , estava tudo normal e sem perigo.
– Por que você não fala com o seu pai de novo ? - perguntei. - Para que você possa ver Anna ?
– Eu vou tentar. O senhor James Roberts sempre está ocupado.
– Entendo. Encontrei os meus pais semana passada , nos falamos super rápido, não tivemos tempo. - falei. - Bem , vamos voltar para a cede ?
– Vamos , e se prepare para levar uma bronca. - Scott riu.
– Você também está nessa , Roberts! - dei um tapa em seu braço.
– Mas valeu a pena. - ele piscou.
**
– Vocês enlouqueceram? - gritou Ethan.
Não foi necessário dizermos nada, o idiota do irmão dele se antecipou.
Estávamos sentados em frente a mesa dele, estava muito bravo, era de se esperar.
– Os rebeldes podem atacar a qualquer momento e vocês resolvem sair? E sem avisar ninguém? Pensei que tivessem mortos á essa altura!
Olhei para Scott e ele parecia calmo demais. Como se Ethan não estivesse ali, ou talvez ele não estivesse.
– Por acaso estão me ouvindo? - perguntou Ethan batendo forte na mesa.
Mordi o lábio e me contive para não responder, era quase automático. Ethan briga e eu respondo.
Scott voltou a realidade. Se endireitou na cadeira, olhou Ethan e respondeu-lhe:
– Na verdade, estávamos vigiando o palácio. Então não fizemos nada de errado.
A não ser o fato de que nos beijamos e eu quase matei um gato a facadas. Pensei comigo.
– Algo me diz que está mentindo... - sussurrou Ethan. - Natalie. - ele olhou para mim e depois para Scott, e depois para mim novamente. Passou a mão no cabelo e bufou. - Acho que entendi. Uma semana sem sair do edifício, nem mesmo para visitar os pais, o rei, o que for! - ele sentou na mesa e olhou para nós dois enquanto coçava a barba mal feita. - Vocês dois... Espero estar errado, mas se acontecer, mantenha longe dos olhos de Eric. Soube que Thomas está com ele, e Thomas está a cima de mim. Se pegarem vocês... Serei inútil. - suspirou. - Agora saiam daqui!
Levantei assim como Scott e saí.
Como pude esquecer de Thomas? Que droga! Mas tudo bem, não vai acontecer novamente.
– Vai me contar quem é Thomas ou vou ter que adivinhar? - perguntou Scott erguendo a sombrancelha.
– É como o pai disso tudo. Ele é um político, mas usa isso para ajudar os habilidosos e meio que... Algumas regras foram postas por ele. Sabe... Ele quer a segurança acima de tudo, e então elegeu Ethan por ser o melhor, o ensinou e o fez implantar o que ele queria. - desci o último degrau, virei para vê-lo, depois voltei a andar. - Uma você já sabe. Ele abomina os relacionamentos entre habilidosos. Mas existem outras... - parei de andar e fiquei de frente para ele. - Sério mesmo que veio para os habilidosos sem saber a história toda?
– Sempre odiei essa matéria.
Ri.
– O resumo de tudo, Thomas está acima. Mesmo ele não tendo o costume de se intrometer nas decisões de Ethan, se uma regra como essa que ele tanto zela vier a ser desrespeitada...No caso , sair as escondidas e ... Você sabe... Tudo isso tira o foco do nosso dever. Ele com certeza vai se manifestar .
– Mas nós não temos nada,Natalie.
Sei que isso deveria me deixar mais calma por ele ter consciência, mas não foi o que eu senti.
– Ainda. - completou.
E se foi.
Dei uma última olhada para Scott antes dele cruzar o corredor. Suspirei e entrei no meu quarto.
Não parei de pensar no que havia acontecido hoje. Aquele beijo salvou o meu dia. Eu e Scott estávamos mais próximos e isso me fazia se sentir segura.
Depois que saí do banho , me preparei para dormir , eu estava super cansada . Pular de prédios, escalar e correr pela cidade nos deixa em pedacinhos.
Deitei na minha cama com os pensamentos em outro lugar , até pegar no sono.
*
– Natalie acorda ! - alguém estava me chamando. - Acorda agora , precisamos ir !
– O que ? - falei ainda sonolenta. Abri os olhos. - Scott? O que aconteceu ?
– Se arrume agora , os rebeldes invadiram a cidade e querem atacar o palácio. Precisamos sair daqui agora!
Me levantei super assustada , coloquei o nosso uniforme preto de sempre e pegamos algumas armas. A sirene amarela da cede estava tocando sem parar , todos sairam para fora e se prepararam para combater o ataque.
Scott não desgrudava de mim. Finalmente conseguimos sair da cede , eram mais ou menos três da manhã.
Scott corria com a arma na mão um pouco a minha frente , fomos para perto do palácio.
Avistamos de longe alguns rebeldes.
– Tenha cuidado Natalie. - Scott sussurrou.
– Pode deixar.
Peguei o arco e atirei a flecha nas costas de um dos rebeldes. O restante correu em minha direção e eu continuei a atirar.
Sobraram cinco, mas tinham muito mais ao redor do prédio dos habilidosos e outros no palácio tentando invadi-lo.
Escalei uma construção abandonada. Teria uma visão melhor dali. Mirei em uma mulher morena que tentava achar onde eu estava.
– Olhe para cima! - gritei.
Assim que ela olhou, eu soltei e a flecha atingiu seu ombro.
Os outros quatro viram e vinham na minha direção. Peguei a faca na minha bota e joguei em um homem careca que estava com eles.
Ele se contorceu de dor quando a faca atingiu seu joelho esquerdo. Pelo menos teria dificuldade para andar agora.
Uma outra mulher fugiu e restou dois homens, pareciam semelhantes até. Seriam parentes?
– Natalie... - pronunciou um deles.
Peguei minha arma e posicionei em sua direção.
– Se abrir a boca... Garanto que será o primeiro que mato. - ameacei.
Ele estava prestes a dizer algo, mas atirei em sua boca. ( As balas eram de borracha).
– Eu avisei.
Fui jogada no chão e meu arco caiu longe.
O homem estava com uma faca e estava prestes a cortar meu pescoço, mas segurei sua mão e a torci. Obviamente sou mais fraca que um homem, mas ele com certeza não era experiente.
Chutei entre suas pernas e ele caiu para o lado, peguei a faca da sua mão e enfiei em seu peito. Talvez eu me arrependesse depois disso, mas não era a hora certa para sentir culpa por ter matado alguém, era por legítima defesa.
Levantei, peguei meu arco de volta e minha arma, olhei ao redor. Não tinha rebeldes para mim e não vi Scott. Então corri até o palácio.
Uma confusão na entrada, as portas do palácio estavam abertas. Estão loucos ou são suicidas?
Para entrar tinha que passar por várias pessoas.
Coloquei o arco nas costas e peguei uma faca no cós da calça.
Ai vamos nós.
Tentei passar e um dos rebeldes e me impediu, o atingi em sua coxa, joguei no chão e continuei a andar , depois de passar por tantos, consegui entrar.
– Natalie!
Virei ao ouvir meu nome. Philipe.
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