Quatro meses depois.

Estávamos finalmente em um momento de paz, o palácio estava em ordem, os grupos trabalhando dignamente. Melhor impossível. Acho que depois de tudo o que aconteceu há uns meses atraz eu e Scott conseguimos estabilizar o país. A nossa monarquia estava dando certo.
Levantei da cama e percebi que meu marido já tinha saído e vi um bilhete no criado-mudo.
" Vejo você mais tarde, mandei Dinah preparar um café da manhã especial para você."
Sorri ao ler.
Scott continuava o mesmo, carinhoso e atencioso comigo.

Ouvi as minhas damas pedirem permissão para entrar no meu quarto, e autorizei.
– Bom dia, senhora. - Kate e Dinah formaram um coral.
– Bom dia, meninas.
– Tem algum pedido especial para a roupa de hoje? - Dinah perguntou deixando a bandeja do café em cima da cama.
– Um vestido confortável, curto, solto e bem claro.
– Sim, como quiser.
Kate abriu meu closet e procurou por um vestido de minha preferência enquanto Dinah me serviu uma xícara de café.
Bebi um gole e depois mordi um pedaço da minha torrada predileta . Senti um gosto estranho que me deu náuseas, corri para o banheiro.
O enjoo estava forte, mas não saía nada.
– Rainha? Está tudo bem? - Kate perguntou.
Resmunguei.
– Acho que não. - coloquei a mão na boca do estômago. - Estou com esse enjoo desde ontem, não deve ter sido a torrada.
As duas se entreolharam.
Franzi a testa.
– O que vocês estão pensando?
– Ah... Me desculpe, mas seu ciclo está regulado? - perguntou Dinah.
– Não. - meu coração acelerou. - Faz dez dias que estou atrasada, será que...
– Sim, é uma grande possibilidade.
– Eu tenho certeza. - Kate sorriu.
Pensar em estar grávida me comoveu de uma forma tão intensa que eu precisava conversar com Megan.
Pedi ajuda à elas para que eu me arrumasse rápido.

Saí do quarto e fui procurar Megan. Onde ela estaria a essa hora?
Biblioteca.
Andei apressadamente até lá, e a senhorita Megan estava jogada no sofá lendo um livro romântico.
– Natalie!
– Preciso falar com você.

– O que houve?
Ele fechou o livro e olhou-me preocupada.
– Nada grave, Meg. Mas acho que estou prestes a pirar! - sorri.
– Calma Nath! Scott é muito novo para ser viúvo. - brincou e levantou-se vindo até mim. - Conte-me.
– Talvez eu... Não sei se estou certa. Mas acho que estou grávida.
Ela arregalou os olhos e lhe dei alguns minutos para processar a informação e voltar ao seu normal.
Meg sorriu e me abraçou.
Ri da sua animação.
– Scott já sabe?
– Não o informei ainda. E se não for?
– Minha mãe costumava dizer que podemos sentir quando nosso corpo muda, nada passa por nós. - ela sorriu. - Acredita que está? - assenti. - Então. Se não for, apenas será um engano e terão outra chance.
Concordei e a agradeci. Também a convenci a me acompanhar até Scott, não tenho certeza de que vou conseguir dizer à ele.
O encontramos no salão com James e meu pai gerenciando um novo plano de segurança. Minha mãe conversava com Anna.
Megan me olhou exigindo que chamasse ele logo.
– Scott?
Ele virou-se sorriu ao me ver.
– Natalie? Algum problema meu amor?
Meg fingiu enjoo. Normal ela fazer tal ato quando Scott falava comigo. Mas sabíamos que era apenas brincadeira.
– Nenhum. - sorri.
Recebi uma cotovelada de Meg.
– Ela quer lhe contar algo, Scott.
Assim que estas palavras foram ditas por ela, todos presente prestaram atenção curiosos. Megan, discreta sempre.

– Diga, estou a ouvidos rainha. - ele riu.
– Bem, eu não sei ao certo e descobri isso há poucos minutos...
– Você está me deixando tenso.
– Ah... Eu acho que teremos um herdeiro.
– Ohhh! - minha mãe e Anna se expressaram.
Scott ficou alguns segundos parado, arregalou os olhos e por um momento não sabia o que estava sentindo.
– Sério? - sussurrou.
– Quase certeza. - respondi. - Não gostou.
– Se eu gostei? Estou casado com a mulher que amo e teremos um, ou vários filhos, quem sabe. - ele brincou e todos riram.
– Bobo. - lhe dei um tapa.
– Vejo que não perdeu o costume. - ele disse e me roubou um beijo.

– Ai meu amor, estou tão feliz. - minha mãe veio e me abraçou tão forte que estava prestes a me esmagar. - Vou ser vovó.
– Vai sim. - sorri.

Ficamos por horas na sala principal conversando, almoçamos, falamos sobre os projetos, herdeiros... E quando nos demos conta já era noite.

Todos foram para seus devidos aposentos, assim como eu e Scott.
– Ainda não me conformo que desconfiou que não gostaria da notícia.
– Desculpe.
Ele envolveu minha cintura com seus braços e sorriu.
– Não tem problema...
– Eu só achei um pouco cedo, pensei que não iria achar uma boa notícia.
– Eu entendo, mas quero que não tenha medo de me dizer nada, Nath. - assenti. - Nem quando perder a aposta e nascer uma menino.
Lhe bati.
– Pare de corromper o bebê que nem nasceu.
Ele riu e sentou-se na cama.
– Precisamos de um garotão primeiro, assim ele vai proteger a irmã. - ele levou as mãos até minha barriga. - Escute seu pai maravilhoso e esperto, seja menino.
Revirei os olhos.
– Você não tem jeito... - sorri. - Anna está apaixonada, às vezes acho que esqueceu como é isso. Deixe-a tentar.
– Eu me preocupo com Anna, mas ela está bem grandinha e sabe controlar seus sentimentos.
– É verdade.
– Vamos para o jardim?
– A essa hora? - perguntei. - Quer ir contra suas próprias regras?
– Não tem problema de escapar uma vez. - ele sussurrou e sorrimos. - A final de contas nós somos os soberanos, não?
– Somos.
Ele pegou na minha mão e corremos pelas escadas e corredores tentando não fazer barulho, pareciamos crianças.
Tinha dois guardas na porta que dava para o jardim, eles abriram as portas mesmo sabendo que estava muito tarde e podia ser perigoso.
O jardim estava bem iluminado. Eu e Scott paramos embaixo de uma árvore . Ele me puxou para mais perto.
– Sabe, as vezes sinto falta das nossas aventuras na habilidade. - falei.
– Eu também sinto, e foi lá que eu me apaixonei por você. - sorriu.
– Foi o melhor dia.
– Hmmm. E esse bebê? - ele perguntou acariciando minha barriga.
– Vai nascer forte como o pai.
– E bonito como a mãe.
– Bonito? - ergui a sombrancelha.
– Sim, é um menino. Um pequeno herdeirinho.
– Não, vai ser uma princesinha.
Rimos.
Ele chegou ainda mais perto e nos beijamos.
– Agora a nossa família está quase completa. Eu te amo, minha rainha. - sussurrou.
– Eu te amo mais