Só Existe Uma Escolha escrita por Glemi, SrtaDwyer, SrtaDwyer


Capítulo 12
Capitulo 12




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Cheguei mais perto.

– Calma! - a pessoa disse e fez um gesto com as mãos para que eu abaixasse a arma. - Sou eu.

Não tirei os olhos dela, e quando abaixou seu capuz, tive uma surpresa.

– Megan! - gritei, mas coloquei a mão na boca para que o som não saisse tão alto.

Ela correu e me abraçou.

– O que está fazendo aqui?

– Acho que fui dispensada. - ouvi seu riso. - Estou feliz por voltar.

– E eu estou feliz por não ter que ser a única garota na cede.

Desfizemos o abraço.

– Me diz, como foi ?

– O príncipe foi gentil comigo, eu pedi para que me dispensasse e atendeu meu pedido logo quando soube que eu era sua melhor amiga.

– Sério? - franzi a testa. - Estive hoje lá, mas não te achei.

– Fiquei o dia inteiro na aula de etiqueta com as outras garotas. - bufou.

– Ah, isso era a pior coisa do palácio.

– Com certeza. - ela sorriu.

– Vamos entrar. Vai ver Alex ?

– O que acha ? - Megan ergueu a sombrancelha.

Entramos na cede e fomos para o refeitório.

Alex viu Megan comigo e veio correndo até nós, e a beijou. Fingi uma tosse.

– Desculpa. - Alex riu.

– Vou deixar os pombinhos a sós. - falei.

Vi Scott sentado e sozinho, estava em um canto afastado dos outros, não entendi o motivo, então fui até ele.

Puxei uma cadeira ao lado dele para sentar. Apoiei meu colovelo na mesa e a olhei .

– Está aqui sozinho, por que?

– Pensando...

Olhei a parede de vidro ao lado, - uma das poucas, para termos a visão melhor da cidade - a lua estava simplesmente linda.

– Em seu pai?

Ele suspirou.

– É um pouco mais complicado que isso.

Percebi que ele passava um pingente entre os dedos. Ele parou ao ver meu olhar sobre o objeto.

– Era da minha mãe.

– Não precisa me falar nada, se preferir. Mesmo.

– Certo.

Ele estava mal pela mãe? Ninguém nunca fala da senhora Roberts. Acho que ninguém sabe seu nome. É um pouco estranho, mas deve ter sido o pai de Scott que pediu sigilo do nome da esposa.

– Scott, desculpe a pergunta. - ele assentiu. - Qual o nome da sua mãe?

– Charlie, Mary Charlie. - ele sorriu ao pronunciar o nome dela.

– Lindo nome, mas me parece familiar...

– Imagino que sim. - riu. Mas não me parecia de bom gosto.

– O que quer dizer?

– Digamos que, ela foi importante.

– Importante ?

Ele suspirou.

– Sim. Muito.

– Scott, não pode ser o que eu estou pensando. - fiquei perplexa.

– É isso, exatamente.

– Sua mãe foi a rainha ? Mas como ?

– Philipe é meu irmão.

Arregalei os olhos, se eu não estivesse sentada, com certeza cairia para trás.

– Seu irmão? Preciso engolir essas revelações. - coloquei a mão no peito.

– Minha mãe teve três filhos, eu, Andrew e Philipe. Anna é adotada. Eu sou o filho mais velho dela com o meu pai James. Philipe e Andrew são os mais novos com o rei Joseph.

– Com o rei ? Ela... Melhor eu não dizer nada.

– Eu vou te explicar melhor. - ele virou de lado para mim em uma postura em que podiamos ficar quase frente a frente. - Na verdade, o trono pertence a familia Roberts. Então no caso, meu pai teria que ser o rei. Mas Joseph Lefvree sabotou o reinado, ele conseguiu tirar minha família do trono e colocar a dele. O rei tinha uma feição pela minha mãe, meu pai e ela se divorciaram, então o rei a tomou por sua esposa. Alguns meses depois do casamento da minha mãe com Joseph, ela teve Philipe e dois anos mais tarde, Andrew.

– Nossa! Eu jamais imaginaria isso.

– A rainha Mary Charlie e Andrew morreram quanto teve o ataque, há cinco anos atrás. Nunca me dei bem com Philipe, ele sempre apoiou o pai e seus erros e odeia aceitar que eu um dia poderei desmentir a farsa de Joseph e ocupar o trono.

Tentei capturar todas as palavras dentro de mim. Precisava acreditar naquilo, só não estava conseguindo. Eu na verdade estou com um príncipe? Por que Scott me disse isso tudo? Ele está passando por uma situação mais complicada do que eu imaginava.

– E por que não fizeram nada para desmascarar Joseph ? Por que você não lutou pelo seu pai, e principalmente pela sua mãe?

– Não é tão fácil, Natalie. Meu pai vive sobre ameaças, e sempre brigamos por isso. - ele soltou as palavras com dificuldade.

– Não pode ficar assim, temos que fazer alguma coisa.

– Não tem escolha. - ele desviou o olhar e eu peguei em sua mão.

– Sempre temos uma escolha.

Ele olhou em meus olhos e eu sorri o encorajando.

Levantamos e ele pegou meu rosto em suas mãos.

Beijou a ponta do meu nariz e sorriu.

– Você não existe.

Ri.

– Vem, tenho uma ideia. - mordi o lábio com medo da sua reação.

– Por que eu sinto que não vou gostar da ideia?

– Porque não vai. - suspirei. - Mas precisamos dela.

– Mesmo?

– Sim!

– Então diga. - sorriu de canto.

– Philipe me quer na seleção novamente, certo? - ele franziu a testa e assentiu. - Posso voltar. Conversar com ele... A seleção dará um tempo bom para isso.

– Não! - disse simplesmente.

– Scott! Não vai acontecer nada. Só vou... Conversar com ele.

– Não precisa voltar para o palácio para isso. Não percebe? - fiquei confusa. Onde ele queria chegar? - No palácio você está no terreno dele! Na seleção você está nas mãos dele, você é obrigada a fazer o que ele quer. Ele vai aproveitar isso. Principalmente agora.

Philipe sabe que Scott e eu temos algo. Odeia Scott, agora mais por ter escolhido Scott ao invés dele.

– Vai ter que confiar em mim. - peguei seu rosto o fazendo olhar em meus olhos.

– Em você eu confio... Nele? Você sabe que eu jamais confiaria nele perto de você.

– Vai dar tudo certo.

– Você não vai. - ele fechou a cara e se levantou indo para fora do refeitório.

***

– Acorda, Nath! - senti Megan me balançando.

– Ai. Só mais um pouco.

– De jeito nenhum.

Bufei.

Fui trocar de roupa e ir para a sala de treinos.

Scott não estava lá e resolvi não procurá-lo. Fiquei treinando com Megan e os outros garotos por um tempo.

Hora do almoço e não tive nenhuma notícia de Scott. A preocupação começou a tomar conta de mim, procurei por Ethan.

– Onde está o Roberts ?

– Eu tenho que saber ? Quem fica se engraçando com ele é você. - Ethan disse arrumando alguns papéis.

– Ethan, estou falando sério. - falei furiosa.

– E você acha que eu estou brincando?

– Perdi meu tempo. - revirei os olhos e sai de sua sala.

Caminhei pelos corredores da cede à procura dele. Fui até seu quarto e estava faltando uma arma.

O que será que ele fez ? Onde Scott foi ? Sentei em um dos bancos do terceiro andar, olhando para a cidade. Abaixei a cabeça e a apoiei nas minhas mãos.

– Natalie ?

– Scott! - levantei. - Onde você estava ?

Ele não respondeu de imediato, fiquei com medo do que ele iria dizer.

– No palácio.

– Oque foi fazer no palácio, Scott?

– Falar com Anna.

– Com uma arma? - ergui a sobrancelha.

– Segurança sempre. - sorriu. O repreendi com o olhar. - Desculpe. Fui conversar com ela, não posso deixar que eles tenham algo, mas não posso contar a ela também.

– Scott... Não há outra escolha?

– Natalie Johnson... - ele beijou minha testa e me abraçou. - Só existe uma escolha.


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