Só Existe Uma Escolha escrita por Glemi, SrtaDwyer, SrtaDwyer
Fiquei andando pelo palácio até que uma mulher me chamou.
– Você deve ser a Natalie, estou certa?
– Sim, sou eu. - respondi me virando para ela.
– Então me acompanhe.
A acompanhei. Ela me levou até o salão principal, o lugar estava vazio e bem decorado pelo visto.
– Espere pelo príncipe aqui. - a mulher disse e se foi. As portas se fecharam, e eu fiquei sozinha.
Caminhei pelo salão, observando atentamente os detalhes.
Havia uma mesa redonda bem no centro, coberto por uma toalha branca. Tinha algumas taças, vinhos, pratos e um vasinho de lírios. Mamãe ama essa flor, em seu aniversário, meu pai lhe deu um buquê.
Peguei uma taça que tinha um pouco de vinho e a cheirei. Argh, cheiro forte. Nós habilidosos não podemos ficar tomando esses tipos de coisa.
As portas se abriram, era Philipe.
– Olá Natalie.
– Oi Philipe. Não trouxe Anna?
– Na verdade, ela encontrou Scott pelas escadas. - ele se aproximou. - O que acha de tomarmos um vinho antes do passeio pelo jardim?
– Habilidosos não bebem, só em ocasiões especiais.
Ele fez uma cara de quem ficou magoado.
– E isso não é uma ocasião especial? - franziu a testa.
– Ah, me desculpe. Estou falando de datas comemorativas.
Philipe sorriu.
– Eu sei. Pois bem, vamos esquecer o vinho e ir para o jardim.
Assenti.
Descemos as escadas com os braços entrelaçados, fiquei olhando para todos os cantos á procura de Scott. Não o encontrei.
– Não sente vontade de voltar para cá? - ele perguntou.
– Como selecionada não, e sim como sua amiga. - falei deixando claro.
Ele balançou a cabeça.
– Não achou nenhuma garota para você ? Creio que nesses dias que se passaram você possa ter uma ideia. - perguntei.
– Antes de você sair, eu tinha. - ele olhou para mim. - Não tenho certeza ainda.
– Tenho uma ótima candidata para você. - disse sorrindo.
– Quem ? - arregalou os olhos.
– Anna Roberts.
– A irmã de Scott? Você quer mesmo me ferrar. - riu.
– Claro que não, seu bobo. Ela gosta muito de você apesar dessa briga entre você e Scott. Anna é uma ótima garota.
– Ela é sim, tivemos três encontros. - ele disse.
– Isso é ótimo! - falei enquanto sentei em um banco. - A convide mais vezes, tenho certeza que vão se dar muito bem.
Ele sorriu.
– Prometo que convidarei.
Me sinto mais aliviada por ter conseguido ouvir isso de Phil. Anna gosta dele, e eu não pretendo ser motivo para impedi-la de finalmente conseguir conquistá-lo.
– Então... Porque me chamou?
– Ah, sim. - ele bebeu um pouco e colocou a taça de volta em uma mesinha que tinha ao lado do banco. - Tenho uma proposta para você, Natalie.
– Que tipo de proposta, Philipe? - franzi a testa.
– O objetivo dessa seleção, é para que eu encontre a futura rainha. Porém, creio que esteja interessado em algo que não está ao meu alcance. - ele agora estava sério. Não parecia com o Philipe com quem falei da primeira vez, estava com um ar... Mais responsável. - Meu pai não gostou de ouvir isso, posso garantir. Mas a única pessoa até hoje que foi capaz de despertar-me interesse, foi você, Natalie.
Como? Ele bebe, e eu que tenho alucinações? Não posso ter ouvido isso, Philipe enlouqueceu de vez.
– Sim, estou oferecendo sua vaga de volta para a seleção.
Meu coração parou.
Fiz de tudo para sair, fui a primeira a ser dispensada. Por qual razão aceitaria voltar? E se voltasse, jamais iriam aceitar isso! E muito menos eu.
– O que o leva a acreditar que aceitaria?
– Não sei, me diz você.
– Philipe! Você me prometeu que iria se aproximar de Anna. - fechei a cara. - Sabe que estou com Scott, acho que bebeu demais.
– Não tem jeito mesmo. Tudo bem. - ele disse.
– Mesmo se eu não estivesse com ele, não aceitaria. Aqui não é o meu lugar. - falei. - Por favor, se aproxime de Anna.
– Farei isso. - ele piscou para mim.
Ficamos mais um tempo conversando, avistei Scott e Anna vindo em nossa direção. Levantamos.
– Natalie! - Anna gritou e correu até mim para me abraçar.
– Você faz muita falta. Como está ?
– Estou bem.
Ela estava vermelha de vergonha por estar perto do príncipe. Scott não disse uma palavra naquele momento, sua expressão já dizia tudo.
– Obrigado por vir, Natalie. - Philipe me agradeceu.
– De nada. Amigos são para essas coisas. - falei e vi Scott dar um sorriso de lado. - Agora tenho que ir.
– Anna, quer me acompanhar? - Philipe perguntou. Ela franziu a testa, surpresa.
– Claro.
– Vamos Natalie. - Scott me chamou. Nos despedimos de Anna e Philipe.
Saimos do palácio e caminhamos de volta para a cede.
– Amigos são para essas coisas? - perguntou Scott assim que saiamos do trem diretamente para os habilidosos.
Ri internamente.
Mas parei ao lembrar de sua piadinha sobre as selecionadas.
– Sim Scott, amigos.
– Gostei de ouvir isso. - sorriu.
– Não foi a única coisa que você gostou, não é mesmo? - parei de andar e cruzei os braços.
– Se refere a que? - ele parou e franziu a testa.
– Você sabe muito bem! - ele permanecia sem entender. - Olha... Esquece. - joguei os braços ao lado do meu corpo. - Porque não pergunta a uma das meninas do palácio ?
Ele me olhou surpreso, mas não respondeu.
Chega! Como se eu fosse mesmo obrigada a escutar suas brincadeiras e suportar sua falsa surpresa.
Voltei a andar na direção da porta da cede.
De repente, senti mãos grossas em meu pulso esquerdo. Mãos que tem o toque melhor do mundo para mim, reconheceria as mãos de Scott com pouco esforço, mas ele não precisava saber disso.
Ele me puxou para o lado do prédio, nos escondendo atrás de uma das paredes.
Ele me jogou na parede, olhou para ver se havia alguém por perto e disse:
– Precisamos conversar.
– Poderia arranjar um modo menos agressivo? Amassou minha roupa.
Mentira, e se fosse verdade, não me importaria de Scott amassa-las.
– Eu sou agressivo, querida. Achei que soubesse.
– Não me chame de querida. - me faz sentir náuseas, como se eu fosse uma dos políticos e devesse ser chamada de "querida" ou "senhorita".
Ele levantou as mãos.
– O que quer falar ? - perguntei.
– Que você é linda. - ele apertou meu queixo.
– Está tentando se redimir ? - cruzei os braços.
– Você é difícil assim mesmo? - ele riu.
– Eu sou difícil querido, pensei que soubesse disso. Vamos entrar, aqui não é um bom lugar para ficarmos.
– Pensei que você iria me dar um beijo. - Scott disse fingindo estar decepcionado.
– Vá beijar umas das selecionadas, já que elas são bonitas para você.
Sai andando, entrei na cede.
– Natalie, isso é sério? - ele me perguntou tentando me alcançar. - Você não está brava comigo, está ?
Eu estava rindo por dentro e não respondi. Fui direto para a sala de treinos, Scott me seguiu.
Tirei a arma da cintura e coloquei sobre a mesa. Virei-me para ele.
– Se ganhar de mim na luta, ganhará um beijo também. - falei.
– Ah, podia pedir algo mais difícil. - ironizou. - Mas já que insiste...
Nos posicionamos no centro, ele estava um metro de distância. Chegamos mais perto um do outro, tentei dar golpes nele e ele desviou, assim como eu. Calculei os passos dele, mas não estava dando muito certo, Scott é ágil. Ele tentou me segurar, mas escapei. Dei um arrastão em sua perna e ele caiu no chão e fiquei por cima dele.
– Fácil ? - ri.
– A luta ainda não acabou, Johnson. - ele segurou os meus braços e me jogou para o lado, ficando por cima de mim. Ele estava mais forte, não conseguia me soltar de suas mãos.
– Eu ganhei. - sussurrou.
Senti seus lábios nos meus, quentes e macios contra os meus.
Segurei seu rosto e aprofundei o beijo, torcendo para que o ar não me faltasse, não agora.
Pude sentir sua mão na minha coxa, passei minha mão por cima da sua e a entrelacei com a dele, a retirando de lá.
Scott quebra o beijo, ambos ofegante, por isso e pela luta.
Um pigarrar nos trás de volta.
Olhamos para onde vinha o som, e meu pior medo se tornou realidade.
Ethan e Cam estavam nos olhando.
Escondi meu rosto no peito de Scott, por tinha certeza que estava igual a um pimentão. Que droga!
– Existem quartos. E eu humildemente achei que você não fosse tão fácil, Natalie. - fácil?
– Como é ? Acha que sou o que ?
– Não disse nada demais.
– Vou sair daqui antes que sobre para você, Ethan.
Ele riu.
Sai da sala e fui para o meu quarto.
***
Já era noite, e eu preferi ficar sozinha no último andar, sem ninguém por perto, queria paz.
Meus pensamentos voaram até os meus pais, depois para Scott e Philipe.
Escutei um barulho vindo lá de baixo. Fui até a ponta e me inclinei para ver o que era, mas estava escuro, então peguei o elevador, desci todos os andares e sai da cede.
Vi uma pessoa com uma roupa preta e estava de capuz cobrindo o rosto. Peguei a arma.
– Quem é você ? - perguntei.
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Próximo capitulo em breve.