SOS - Em má companhia escrita por Leelan


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Prontos?



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É claro que não foi tão fácil assim. Connie começou a murmurar, nervoso, e Eren se levantou, pretendendo ir até a cabine para ver o que acontecia de fato.

– Sente, Eren. - Pediu Mikasa quando o viu passar pela sua poltrona. Como ele não parou, ela o chamou um pouco mais alto. - Eren!

– Mikasa, dá um tempo. - Ele respondeu e continuou o seu caminho.

Mikasa olhou para trás, para Armin, mas ele só deu de ombros, com pesar.

– Ok, acho melhor todos se protegerem, coloquem os cintos. - Ela retornou a dizer.

– Não mande em mim. - Respondeu Annie.

– Não foi eu quem mandou, ou você ficou surda?

Eren estava voltando, com a cara fechada, e se jogou na poltrona.

– Adiantou de alguma coisa? - Perguntou Mikasa, um pouco irônica, ao que ele só olhou feio para ela.

Cliques ressoaram em toda a parte quando eles começaram a colocar o cinto e o silêncio ficou mais pesado do que nunca.

Trinta minutos se passaram quando o microfone estalou e a co-piloto pediu para eles se prepararem para o pouso. Longo sentiram o incômodo no ouvido e olharam pela janela para ter alguma noção de onde estavam. Alguns coqueiros se insinuavam no horizonte, mas era um jatinho, pequeno porte, e o local aparentava ser espaçoso. Aparentava.

Armin reparou no mar, logo abaixo, e tentou conter o desespero de não saber nadar. “Pousaremos em solo firme”, “pousaremos em solo firme.”, pensava repetidamente no intuito de se acalmar.

Poucos minutos se sucederam até o piloto realizar um pouso forçado na areia, quase invadindo a área verde e, assim, as árvores. Sentiram o fundo do jatinho bater no solo antes que o “nariz” da nave estivesse alinhado e então, ao completo silêncio que se seguiu, expiraram fortemente. Por mais que quisessem dar o fora dali, congelaram no momento antes de lentamente voltarem à vida, se dando conta finalmente de que o pior havia passado, ou assim esperavam.

Fizeram fila no corredor, com suas coisas em mãos, com a civilização que só um baita susto podia causar. A co-piloto saiu da cabine, abrindo a porta, e cada um que saia cerrava os olhos pela luminosidade, olhando em volta, tentando não pensar muito além do “estou salvo”, mas a verdade é que não estavam totalmente.

– O-o que faremos agora? - Armin perguntou.

– Eu estou tentando contactar alguém pelo rádio, mas… - Respondeu Reiner, o piloto, parecendo pessimista. Ao que ele terminou de dizer, todos se apressaram até seus celulares, só para constatar a falta de sinal.

– Perdidos em uma ilha deserta, é isso mesmo? - Disse Jean, não em completo tom de brincadeira.

– Pode não estar deserto, temos que verificar. - Armin sugeriu

– E temos que arranjar comida, só tenho um biscoito comigo. - Completou, Connie, suspirando.

– All inclusive, hã? - Respondeu Annie, revirando os olhos.

– Sugiro que todos adentrem a ilha e depois se dividam, um grupo na procura de nativos e outro na coleta de alimentos.

– Vocês não possuem sinalizador? Deveriam acender um. - Propôs Eren, se dirigindo ao piloto.

– Ótimo, e desperdiçar nossa única chance de sair daqui. - Zombou Jean. -Esse tipo de coisa é pra ser usado ao avistar um barco, helicóptero, o que for..

– E se nenhum aparecer? - Rebateu Eren.

– E se aparecer? Quer mesmo correr o risco?

– Se tiver alguém por perto eles verão e virão ao nosso encontro.

– E se não tiver? O queridinho da América não pode se dar ao luxo de bater perna um pouco? Não quer ficar cansadinho?

– Não é isso, seu idiota. O caso é que…-

– Ok, ok. - Petra interrompeu. - Temos dois sinalizadores, até, e ambos os pensamentos estão corretos, mas sugiro fazermos como eu disse antes e depois, se não houver um retorno, pensamos no sinalizador. Pode ser? - Após olhar nos olhos de cada um, ela se virou e caminhou para dentro da vegetação.

Eles a seguiram, alguns a contra gosto, e após cinco minutos de caminhada, decidiram fazer a divisão.

– Ok, 2 grupos de 4. O meu grupo e o da Pietra. - Comandou Reiner, fazendo essa divisão com base na idade deles, já que ele e Pietra eram os únicos adultos, de fato.

Eren esperou Mikasa escolher e então escolheu o grupo oposto ao dela. Ela lhe olhou e ele só a encarou, antes de desviar.

– O que você prefere, Pietra? - Perguntou Reiner a ela.

– Pode ser a busca por nativos e qualquer presença de civilização.

– Ok. Por favor, não se percam. Nos encontraremos em 1 hora no avião, tentem cumprir o horário para não haver preocupação desnecessária.

Eren, Connie e Annie o seguiram, enquanto Mikasa, Armin e Jean iam com Pietra.

Pietra tinha uma relógio, onde ela cronometrou o horário. Ao passar da meia hora, ainda não haviam conseguido um resultado que fosse, e ela propôs que eles começassem a voltar.

– Não andamos nem 3 quilômetros. - Se queixou Mikasa.

– Você tem razão, mas na situação que estamos, é melhor manter a ordem. Podemos avançar um pouco mais amanhã, mas já são quase 4 horas da tarde e precisamos nos alimentar e nos abrigar antes que anoiteça.

MIkasa e os outros concordaram, voltando por onde vieram, seguindo marcas que haviam deixado nas árvores. Chegaram ao ponto de partida ao mesmo tempo que os outros.

– Alguma coisa? - Reiner perguntou e Pietra negou com a cabeça. - Bananas e cocos. - Ele suspendeu as frutas que segurava. - Sede e fome não passaremos.

Pietra assentiu e todos esperaram pela distribuição das bananas, devorando-as ao perceberem o quanto estavam famintos. Reiner procurou uma forma de quebrar o coco sem que perdesse a água e Eren e Jean se ofereceram para ajudar, surpreendentemente sem atacarem um ao outro no processo, enquanto suas barrigas ainda reclamavam da fome, não satisfeitas.

Assim que terminaram, o grupo se dispersou, nem um pouco mais unidos do que estavam quando deixaram suas casas. Mikasa foi até a beira do mar, olhando o horizonte enquanto o céu tornava-se laranja e rosa.

– Não deveria ser bonito, não quando estamos… nessa situação. - Disse Armin, parando ao lado dela.

– Não, não devia. - Sua voz saiu rouca e a garganta coçou, como se estivesse enferrujada. Começava a fazer frio e ela pensou em seu casaco, guardado na mala, logo após ter pisado ali.

– Eu ainda acho que devíamos usar o sinalizador. - Ela ouviu a voz de Eren e virou minimamente a cabeça na direção, olhando-o de rabo de olho ao lado de Armin.

– Mas não podemos descartar a opinião do Jean. Ainda que tenha dois, um pode não funcionar ou falhar em um resgate e precisarmos do outro em uma segunda vez. - Armin opinou.

– Ou pode piorar a situação. - Mikasa respondeu, olhando para frente. - Pode haver nativos hostis que nos encurralariam ao mero sinal da nossa existência. São muitas variáveis, Eren.

– Eu entendo, mas… algo só não me cheira bem. Eu não sei, não faz sentindo, mas… - Ele suspirou. - Às vezes precisamos arriscar.

Eles continuaram ali até o sol desaparecer e sobrar um mínimo de luz, o suficiente para os guiarem de volta ao jatinho.

Todos, em completo silêncio, se acomodaram em seus lugares. Reiner e Pietra se estabeleceram nas fileiras vazias que eles mantiveram entre eles no início, quando só pensavam em ficar o mais longe possível uns dos outros. E se aquietaram, acomodados e ocupados com seus próprios pensamentos. A tristeza tomou forma e pesou no ar quando a adrenalina baixou e eles admitiram para si mesmos a situação.

Estavam em uma ilha aparentemente deserta, até agora a quantidade e variedade de alimentos se encontravam escassos, não tinham ninguém em quem se apoiar, do jeito que se detestavam, não havia nenhuma forma, até agora, de contactar parentes, de pedir ajuda.

Tinham aterrissado em uma furada que enchia e enchia de água, a ponto de afundar.


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Notas finais do capítulo

Me deixem saber o que acharam, ok? ;)



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