A Missão escrita por StefaniPPaludo


Capítulo 13
Diário


Notas iniciais do capítulo

Agora sim o Diário postado na ordem certa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617123/chapter/13

Resolvi não perder mais tempo e começar desde já. Comecei a convocar as pessoas que eu já havia achado apropriadas antes de sair de férias. Não tem mais o porque esperar. Quanto antes melhor.

Os dois primeiros convocados de hoje, que por uma razão de segurança não vou relatar quem são, pareceram surpresos com a notícia. Mas como o esperado concordaram com os ideais da causa e vão nos apoiar e fazer parte do grupo.

Combinamos eu e o Cadeado (apelido para que ninguém saiba de quem estou falando) quem chamaríamos agora para começo, dividindo os nomes entre ele e eu. Para início serão apenas 10 pessoas, mas com o passar do tempo teremos novos membros.

Discordamos sempre em muitas coisas, mas foi consenso entre nós dois que devemos observar muito bem todos os demais soldados e ter certeza antes de elegermos novos nomes para serem convocados. Não podemos arriscar todo o movimento por uma bobeira.

Sei que isso teria que ser um diário da missão, com relatos diários do ocorrido. Mas me sinto imensamente tentado em descrever um fato que presenciei hoje e que me deixou muito impressionado. De certa forma, isso até pode ter haver um pouco com tudo. Pois queremos ela em nosso time e sabemos que se ela realmente entrar terá um papel fundamental ao nosso lado.

Estava indo para meu quarto quando passei pela base de treinamento dos alunos e me deparei com uma cena bizarra: Liss estava lá sozinha, tentando soquear um saco de pancadas. Os movimentos dela eram quase todos errados e ela não estava conseguindo obter muito progresso nesse sentido.

A cena toda chegava a ser cômica. Uma menina, toda pequeninha, tentava lutar contra um saco de pancada, em uma sala escura, dentro de um quartel, e não conseguia. Fiquei a olhando por um tempo, tentando entender o porquê de ela estar fazendo aquilo. Era muito difícil alguém usar as bases de treinamentos após as seis horas da tarde e lá estava ela, fazendo tudo errado, mas pelo menos tentando.

De certa forma senti compaixão e uma vontade imensa de ajudá-la. Mas me controlei e continuei a olhando e pensando. Era tão irônico que os soldados sempre se sentissem superiores aos outros e achassem que não precisavam se dedicar tanto, enquanto uma menina, de uma realidade totalmente diferente, estivesse lá, tentando com dedicação e esperança se tornar como eles.

Perdido em pensamentos continuei e mesmo quando escutei o toque de recolher soando, não me dei conta do que era e permaneci quase em transe olhando para a garota e para tudo o que aquela cena simbolizava.

Me senti envergonhado quando ela se virou e me enxergou parado perto da entrada a olhando. Eu estava completamente desprevenido, como poderia explicar o que estava fazendo ali? Resolvi não explicar nada e fiquei surpreso quando foi ela quem começou a se desculpar. Achou que fosse proibido. Eu tive que me controlar para não denunciar, com minha expressão, a ternura que senti por ela: ela tentava melhorar seus golpes, mesmo sabendo que poderia ganhar uma punição por isso. Era comovente.

Mas não me deixei abalar superficialmente e com meu tom de soldado que estava tão acostumado a usar, a dispensei.

Depois que ela se foi fiquei mais alguns minutos por ali, travando uma batalha interior. Uma parte de mim sentia que era meu dever ajudá-la, ensina-lá. Ela nunca ia conseguir melhorar se continuasse tentando sozinha. Continuaria com seus movimentos errados. Eu tinha que pensar no futuro, ela precisaria saber lutar muito bem. Não chamaríamos alguém que fosse um soldado regular. Somente os melhores. E se continuasse assim teríamos que refazer nossos planos, deixando-a de fora deles.

Mas por outro lado sabia que não devia me envolver nisso. Tinha que deixar que ela se virasse sozinha, que outra pessoa a ajudasse. Eu já tinha muitas coisa com o que me preocupar. Também sentia que estava me apegando demais a ela,e isso não era nada bom. Emoções devem ser mantidas no fundo da mente, aqui dentro do quartel! Era isso que o general sempre me disse.

A decisão seria difícil, e pelo que eu me conhecia os dois lados da minha personalidade, tão opostos, duelariam pela noite e pelo dia inteiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Próximo capítulo é o que prometi hoje cedo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Missão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.