Bloody Love escrita por French Mary


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oioi! Eu prometi que não ia demorar, mas demorei e me sinto horrível ;-; Eu tinha tanto trabalho escolar e prova que não tive tempo nenhuma de escrever, mas de sexta pra cá eu escrevi sem parar e tã-dã! Sinceramente esse capítulo foi necessário para a passagem do tempo e só, mas ainda espero que gostem



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Arthur acordou atordoado. Ele olhou para seu relógio digital onde estava, em grandes números, “5: 09”. Ele ainda poderia dormir por duas horas então suspirou aliviado e virou para o outro lado da cama. Ele continuou rolando e rolando e parecia que haviam se passado horas, mas quando ele olhou para o relógio novamente viu que ele agora mostrava “5: 10”. O britânico grunhiu o começou a pensar no sonho estranho que teve. Ele estava acostumado a ter sonhos sobre ele, mas esse foi tão... Real. O sonho se passou em Londres, quando ele era um garotinho e morava na mansão da família Kirkland.

Quando era uma criança, Arthur tinha um amigo. Bom, um amigo com quem ele realmente se importava pelo menos. Seu nome era Matthew Williams e ele era um aluno canadense que veio para Londres com seu pai quando sua mãe faleceu. No sonho, ele e Matthew brincavam na mansão montando castelos com lego enquanto os irmãos de Arthur assistiam TV. Arthur e Matthew passavam quase todo o tempo do mundo juntos, mas um dia quando ambos tinham 17 anos Matthew desapareceu sem dizer uma palavra sequer, mas seu pai continuava em Londres. Arthur ficou mais e mais curioso até que, quando completou 20 anos, recebeu uma carta. Ele estranhou a carta, afinal, quem as manda no século XXI? Bom, aparentemente vampiros mandam. Matthew disse na carta que havia voltado para o Canadá porque queria terminar seus estudos lá, e que recentemente havia sido transformado em um vampiro. Arthur começou a rir. “Vampiros não existem” ele se lembrava de ter pensado. Matthew descreveu o quão doloroso era o processo, mas em poucas palavras. Arthur, ao final da carta, estava quase convencido. Ele pesquisou e encontrou Holy Town, uma pequena cidade que era aterrorizada por um vampiro. Ele avisou seus pais e se mudou para a cidade.

Lembrar-se de tudo isso fez Arthur suspirar irritado. Olhou para o relógio e viu que eram 5:30 agora. Ele se sentou na cama e decidiu fazer um chá.

Arthur morava em cima de sua livraria. Era um lugar simples, em sua opinião. Havia uma janela com uma escrivaninha na frente dela. Ele podia ver a floresta e a trilha que ligava a cidade e a mansão de Alfred daquela janela. Havia também uma cama de solteiro, um fogão no outro lado do cômodo, um armário que ele usava como dispensa para sua comida e uma geladeira que tinha seu microondas em cima.. Ele normalmente comia sentado em frente a sua escrivaninha. Ele não tinha um espaço para um guarda-roupa então suas roupas ficavam dobradas e guardadas em gavetas debaixo da cama.

O britânico perguntou-se porque motivo havia acabado de passar tanto tempo pensando sobre sua mobília e andou até sua dispensa. Ele havia pensado em fazer um chá, e embora a ideia fosse irresistível ele estava com uma imensa preguiça, então abriu a geladeira, pegou um pote de sorvete de passas e uma colher e então sentou-se em sua escrivaninha. Abriu a gaveta onde mantinha o caderno com as informações de Alfred que havia adquirido até agora. Ele poderia muito bem fazer um documento no Word com isso, mas preferia escrever. Deixava tudo mais pessoal.

Enquanto ele lia ele começou a pensar sobre ontem. Da onde havia vindo aquela conversa toda sobre amor? E a resposta de Alfred somente o machucou. Bom, a culpa era dele por ter criados expectativas. Deveria parar de tentar usar o jogo de perguntas para sua vantagem amorosa, afinal não tinha chance. Como pôde se apaixonar por um vampiro? Afinal, provavelmente tem vários caras legais por aí. Caras vivos que não são pálidos, nem frios, tem um coração que bate, sangue que flui e não tem um complexo irritante de herói. Ele colocou uma colher cheia de sorvete em sua boca com um olhar arrependido. Ao olhar pela sua janela via nada, somente uma escuridão que o fazia se sentir... Desconfortável e até observado. Ele fechou as cortinas, guardou o sorvete e voltou para sua cama onde olhou para o teto até cair no sono novamente.

X-X-X

Arthur não se lembra de ter sonhado com nada e estava feliz por isso. Ele se levantou, fez chá, se vestiu e então desceu para sua livraria. Ele abriu sua livraria, mas se sentou do lado de fora enquanto tomava seu chá. Ele cumprimentava e sorria para os que passavam. O dia estava tranquilo e o tempo estava bom. Quer dizer, não estava bom para todos os outros, afinal parecia que ia chover logo, mas Arthur adorava a chuva. Ela o acalmava. Ele terminou seu chá, levou sua xícara para cima e voltou para o balcão da livraria.

Os negócios iam devagar, mas ele podia pagar suas contas. Seus pais costumam depositar dinheiro em sua conta bancária todo mês, mas ele se recusa a usar; ele gosta de viver de um jeito simples.

Os clientes entravam e saíam da loja, a maioria eram adolescentes procurando livros para a escola e crianças que se sentavam em uma das mesas e conversavam com Arthur enquanto coloriam livros infantis. Arthur adorava essas crianças, elas o davam uma sensação de conforto e felicidade por alguma razão. Quando notou já era uma da tarde e sequer havia almoçado. Quando começou a subir as escadas ouviu gritos e, mesmo que estivesse intrigado, ignorou. Afinal, a única razão para as pessoas gritarem nessa cidade que era tão pacífica que chegava a irritar era Alfred, e ele obviamente não deveria estar aqui antes do primeiro dia do próximo mês. Quando voltou a subir as escadas ouviu alguém bater em sua porta.

– Está aberto! – Gritou.

– Não funciona assim. – Ouviu o grito abafado de volta.

– Espera um pouco... – Olhou para a porta de vidro e viu Alfred com as roupas sujas de sangue. Correu e abriu a porta. – O que aconteceu? – Deu espaço para Alfred passar, mas ele continuou parado do lado de fora.

– Eu acabei de almoçar e percebi “nossa, o Arthur não chegou ainda.” – Alfred sorriu. – Então eu quis vir te visitar.

Arthur começou a massagear sua têmpora em irritação e bufou.

– Entre logo.

X-X-X

– Limpe-se. – Arthur tirou o excesso de água de uma toalha que estava fervendo e a jogou na direção de Alfred. – Você não pode andar pela cidade sem motivo, sabia? Vai assustar as pessoas. E, nossa, você veio aqui. Como irei explicar o fato de que eu estou vivo?

– Mas eu só vim te visitar. – Alfred franziu a testa. – Nós somos amigos, afinal.

– Sim, somos. Mas você não pode simplesmente vir aqui porque eu me atrasei. Afinal, eu também tenho que trabalhar.

– Eu não achava que você ia ficar tão irritado Arthur, me desculpe.

Arthur o ignorou e colocou a água do chá para ferver. Ele sentiu alguém tocando seu braço e então foi puxado abruptamente. Ele estava sendo abraçado por Alfred que levantou sua cabeça gentilmente e disse:

– Olhe nos meus olhos Arthur. – O britânico obedeceu. – Estou arrependido. Por favor, me perdoe.

Arthur não sabia mais o que estava sentindo. Seus pensamentos pareciam não ser mais seus e tudo que ouvia era o pedido de desculpas do Alfred ecoando em sua cabeça e ele não conseguia quebrar o contato visual com Alfred por mais que queira. Alfred então o soltou e tudo voltou a parecer real novamente. Ele corou. Seus sentimentos não eram tão fortes a ponto de causar uma sensação dessas então o que tinha acabado de acontecer?

– Eu te perdoo. – Arthur disse confuso. Ele sentia que não queria dizer essas palavras, mas as disse do mesmo jeito. Alfred sorriu.

– Que tal fazermos nosso joguinho quando o chá ficar pronto?

– Por mim tudo bem.

X-X-X

– Bom... – Arthur aproveitou o fato de estar em casa para anotar a informação adquirida imediatamente então em sua frente estava o chá, seu caderno, uma caneta e estava usando óculos. – Eu não ouço muitas histórias de vampiros que decidiram levar uma vida pública. Porque fez essa escolha?

– Eu estava pensando que eu poderia ser pego se não contasse a todos. Eles pensariam que estou matando pessoas e, pior, viriam me atacar. Se as pessoas sabem que sou um vampiro elas não tentarão vir contra mim e eu não terei que... Revidar.

– Entendo. – Arthur terminou de anotar. – Porque não mata as pessoas?

– Eu tenho vários motivos. E eu preferiria não entrar em detalhes sobre eles.

Arthur pensou em pressionar o vampiro para ganhar mais informação, mas lembrou-se de quando eles se conheceram e Alfred disse que não teria hesitação em matá-lo. Engoliu em seco e continuou.

– Você digere o sangue?

Alfred começou a rir e Arthur sentiu-se envergonhado.

– Desculpe, não quis te fazer desconfortável, é só que... – Ele continuou rindo. – Perdoe-me.

– Eu te perdoo. – A frase saiu naturalmente e fez Arthur sentir-se enjoado. Parecia ser algo programado, não sentia com vontade de dizer a frase, mas ainda dizia. Alfred pareceu triste por um momento, mas logo voltou ao normal.

– Pense bem Arthie. – Arthur franziu as sobrancelhas ao ouvir o apelido. – O que o sangue faz no seu corpo?

– Se ele corre pelas minhas veias eu estou vivo. Meu coração bate porque ele está fazendo o sangue correr e me mantendo vivo.

– Exato. Eu sugo o sangue porque ele faz meu coração bater, faz meus órgãos funcionarem. Por isso que ele também me deixa satisfeito, ele da ao meu estômago a energia que precisa para funcionar e me dá a ilusão de que ele está cheio. Entendeu?

– Isso, por alguma razão, faz muito sentido.

– Eu sei. – Alfred sorriu e então tirou seu celular do bolso. – Já são três da tarde!

– O que? – Arthur pulou da sua cadeira. – Eu tenho que trabalhar.

– E eu tenho um encontro com meu editor em meia hora. Continuamos amanhã?

– Como sempre. Mas terei duas perguntas a mais.

– Por quê? – Alfred pareceu confuso.

– Eu só perguntei três.

– Pense bem Arthur. Você perguntou seis. – Alfred piscou um olho e deu um sorriso de canto, Arthur olhou para o lado rindo e quando voltou-se para onde o vampiro estava ele já havia ido embora.

O inglês suspirou e desceu as escadas.

– Hora de voltar ao trabalho. – Destrancou a porta e virou a placa de papel para o lado de “aberto”


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Notas finais do capítulo

E aí? Críticas, elogios, sugestões? Amo muito vocês pessoinhas amáveis que estão lendo e espero que estejam se divertindo com a história! Até~



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