Um mês de desespero escrita por Leon Yorunaki


Capítulo 25
XXIV: Soak


Notas iniciais do capítulo

Postando rápido para não perder o prazo que me dei. Eu sempre atualizo às sextas, então se eu não postar hoje será só semana que vem.
Mas acabou que eu tive tempo de voltar ainda hoje para deixar uma nota decente aqui e.e

Nada como passar dezenove dias escrevendo o capítulo... no caderno. Aí como eu procrastinei mais um, precisei digitar tudo no último dia. É, sou desses. Pelo menos postei a tempo, apesar de não ter betado. Passei pelo verificador do word ao menos, o que não significa muita coisa.
No mais, espero que gostem e que não esteja tão ruim assim. Tentei consertar umas coisas que sinto que não ficaram boas no capítulo passado, então... chega de falar aqui, não é?



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A caminhada pela trilha que se abria pelas planícies pouco desbravadas era por demais silenciosa, por mais que não o precisasse ser. Desta vez, ela não seguia sozinha, tendo ao seu lado uma pessoa com quem poderia conversar. Porém, por algum motivo, ela não se sentia confortável com a possibilidade do diálogo.

O principal motivo de sua reserva para com o acompanhante era a sensação de estar fazendo algo de errado, com o agravante de colocá-lo como cúmplice. Ela sabia que ele iria ajudá-la se pudesse, mas somente isso não a fazia se sentir menos culpada.

Wally, que seguia caminhando ao seu lado, decidiu por respeitar o silêncio da colega, por mais que sua curiosidade lhe desse vontade de perguntar o que motivava Himiko a seguir com ele até Verdanturf, especialmente depois que ela declarara sua vontade de ir até Lavaridge para disputar pela insígnia que lhe faltava.

Era talvez engraçado de se imaginar a situação: a dupla, que tanto gostava de tagarelar quando tinham a oportunidade, caminhando em silêncio por mais de meia hora.

A quase ausência de ruído, não feita completa apenas pelo barulho do vento que soprava suavemente balançando a grama alta que ali crescia, além dos passos de ambos pelo chão de terra batida, incomodava tanto quanto a inquietação da garota pelo que pretendia fazer.

Pois ela não se surpreenderia se descobrisse que o alvo do ataque ao ginásio fosse ela e não Rhavili; começando a pensar com calma sobre o assunto, se é que era possível se acalmar com tanta coisa acontecendo, percebia que estava envolvida até o pescoço naquela confusão. Se a morte dos líderes de ginásio era um plano orquestrado, como a morte de Roxanne por Bugynus parecia encaixar-se perfeitamente, o quão insensato seria pensar que a presença de Himiko no ginásio quando da morte dele (não foi minha culpa, pensava ela) pudesse fazer dela um alvo em potencial?

E se em três ginásios consecutivos ela encontrara substitutos, o quão provável seria que o mesmo não acontecesse no ginásio subsequente?

Ou o que ela considerava ainda pior: Se isso tudo for realmente verdade, qual a chance de eu chegar a tempo para encontrar Norman?

O relato de Rhavili poderia estar equivocado, sendo porventura uma reação exagerada, ou mesmo mera invenção. Himiko tomava as palavras dela como verdadeiras sem duvidar; não havia de ter outra explicação para o acontecido no ginásio naquela manhã.

Os devaneios dela, tanto quanto o silêncio quase sepulcral da viagem, foram interrompidos pelo ruído de alerta do PokéNav em sua mochila. Alguém entrava em contato com ela e, das duas pessoas que o poderiam fazer daquele modo, a garota não sabia precisar quem preferia que fosse. Decidiu por apertar um pouco o passo, distanciando-se do colega antes de atender a ligação.

— Alô.

— Himiko, é você mesma? Como estão as coisas, está tudo bem?

— Ah, olá, Sr. Stone!

— Graças a Arceus! Mas por favor, pode me chamar pelo nome. — riu ele. — Não sou seu chefe.

— Está tudo bem sim… por que a preocupação?

— Soube que está por perto de Mauville, não ficou sabendo o que aconteceu?

— O quê? — Himiko sabia que não era boa em mentir, muito menos para alguém tão perceptivo quanto ele, mas estava disposta a tentar, em busca de alguma nova informação que pudesse lhe esclarecer as muitas dúvidas com que partira.

— Soube que atacaram o ginásio da cidade. Ouvi falar que teve uma morte.

— Ah, sim, eu ouvi algo a respeito no centro… Mas não estou por dentro dos detalhes.

— Parece que você sempre está por perto quando algo assim acontece. Você não esteve envolvida em problemas de novo dessa vez, não é?

Himiko não respondeu, pois sabia que qualquer coisa que dissesse poderia acabar piorando sua situação.

É como se ele soubesse. E eu acho que ele sabe mesmo…

— Teve algum sonho estranho? Alguma premonição que nem da outra vez?

— Por favor, não brinque com esse tipo de coisa. — ela respondeu, percebendo do outro lado da linha que Rochard parava de rir.

— Me desculpe, estava só pensando alto. É que eu imaginei que depois daquele caso você estivesse mais antenada pra essas coisas…

— É… já deu pra entender tudo. — Ela não estava necessariamente irritada, mas o pouco de bom-humor que ainda tinha se esgotara. — Sua preocupação foi só uma desculpa pra me ligar. Pode ir direto ao ponto, antes que eu me estresse.

— Não seja assim, Himiko. Você sabe que sou uma pessoa movida a curiosidade. Achei que teria algo a mais a me dizer sobre o incidente… Mas parece que estou perdendo o meu tempo e o seu.

— Dessa vez acho que você está melhor informado do que eu…

— Se tiver alguma coisa que queira me falar, qualquer coisa, pode me ligar. Aliás, me ligue quando estiver sozinha, pode ser?

— Tá bom. — respondeu ela, séria, sem a intenção de fazê-lo.

— Vou desligar agora… Ah, tome cuidado, está sendo seguida.

O tom de final da chamada veio antes que a garota pudesse pensar em reagir. Se ela já estava incomodada o bastante com o teor do diálogo, as últimas palavras de Rochard tornavam a situação ainda pior.

Primeiro de tudo, por ela demorar um instante para entender perfeitamente o que ouvira do Sr. Stone. Se ele ligara achando que ela pudesse lhe falar sobre o incidente era porque sabia que ela estava no entorno de Mauville. Tão fácil quanto somar dois e dois era perceber que ele estava monitorando seus passos. Tanto que ele suspeitava, com certa razão, que a garota presenciara a explosão no ginásio. Rochard era esperto demais para ter tocado no assunto com Himiko, ela poderia ter certeza de que ele não o faria se não imaginasse que ela tinha alguma ligação com os fatos.

A treinadora olhou para trás, encontrando Wally a certa distância; ele, em respeito à ligação, somente agora se aproximava novamente, após ter dado a ela a privacidade que queria.

Estou sendo seguida… Será que ele se referia ao Wally?

No instante seguinte, contudo, percebeu que estava enganada. Ele fora bem claro quando pediu a ela que retornasse a ligação quando estivesse sozinha. Era pouco provável que não estivesse considerando a presença de Wally ao dizer aquelas palavras.

Desse modo, ela percebeu que não podia se considerar segura naquelas circunstâncias. Sem ter ninguém a vista, quem quer que a estivesse seguindo se escondia bem, talvez por entre a grama alta que ali crescia. Como o fazia sem chamar a atenção com o barulho não era de sua preocupação, não tanto quanto ter certeza de que Rochard não se enganara. Por instinto, levou a mão até o cinto de pokébolas, especificamente sobre o local em que guardava a esfera de Nuri.

Obviamente, ela não estava lá.

Foi o suficiente para desencadear uma crise de choro na garota, o que não passou despercebido pelo colega quando este a alcançou.

— O que foi, Himiko?

— N…Nada. — soluçou ela. —Vamos andando.

— Eu só quero ajudar… — insistiu ele. — Não vou te morder…

— Você não pode ajudar! — respondeu ela, as lágrimas já começando a molhar o seu rosto. — Ninguém pode!

— Talvez eu não resolva o problema, mas posso te fazer se sentir melhor…

— Deixa pra lá. — respondeu ela, sem intenção de se alongar no assunto. — Vamos logo!

Wally não respondeu, ao menos não imediatamente. Sabia que a colega não se dobraria facilmente a ponto de mudar de ideia e desabafar com ele. Não a conhecia tanto, mas sabia o quanto ela podia ser teimosa quando queria; estava claro o bastante para ele que insistir no assunto apenas a tornaria mais irritadiça. Mesmo assim, não teve dificuldade em perceber o que a deixara desse jeito; o modo como ela segurava as pokébolas em seu cinto denunciava as razões da desolação da garota muito melhor do que as palavras poderiam fazê-lo.

— Não foi sua culpa, Himiko. Você tentou ajudar, foi um ato nobre…

— Foi um erro. Um grande e gordo erro! — suspirou ela, subindo o tom por causa da voz embargada. — Eu sabia que podia dar errado, eu não devia ter me metido. Eu achei… eu imaginei coisas, e tudo o que eu fiz foi mandar eles pra morte!

— Não, Himiko!

— Eu sou uma assassina! Eu matei eles!

— Foi uma fatalidade! — Wally tentava se impor subindo também seu tom de voz, algo que não costumava fazer. — Você não tinha como saber…

— Mas eu sabia! Eu devia ter fugido, como você fugiu, como a Rhavili fugiu, mas achei que podia salvá-la…

— Me abraça, Himiko!

Wally parou de súbito, passando seus braços por trás da colega e acolhendo-a com força contra si, pressionando o rosto dela contra seu ombro.

— Mas…

— Não diga nada, tá bom?

Os dois ficaram ali parados por algum tempo; nenhum deles preocupava-se com quanto, mesmo que o calor daquela tarde não fosse exatamente convidativo para tanto contato entre eles. Alguns minutos devem ter se passado com eles abraçados, somente não o ficaram por outros tantos pois, infelizmente, o alerta dado pelo Sr. Stone se mostrara verdadeiro.

E aquele que os tinha no encalço não poderia se apresentar de modo mais insólito.

Primeiro de tudo por seu tamanho; era menor até mesmo que Wally, mesmo considerando os centímetros que lhe eram acrescentados pelo largo e esranho chapéu em tons de verde que lhe cobria a face. Este lhe fazia uma grande sombra, de modo que sua própria pele parecia ter um tom esverdeado. Além disso, suas roupas consistiam basicamente em um macacão, este definitivamente verde em um tom mais escuro, e carregava consigo um pequeno balde arredondado de cor azul.

A primeira reação de Himiko ao notar a aproximação da figura, a cerca de uns quinze metros de distância, foi de medo; o pavor foi tão forte que a fez se esquecer por um momento até mesmo do fato que estava chorando. No instante seguinte, contudo, ela conseguiu notar outras características que acabaram por anuviar a sensação. Garras avermelhadas; pele escamosa; bico longo e arredondado.

Não era um humano que a seguia, mas apenas um Pokémon.

E naquele momento, tudo o que queria de espécies desconhecidas era distância.

Talvez o intruso pudesse sentir a pulsação acelerada da garota, que se desvencilhava do abraço de Wally. O medo não a abandonara, apenas mudara de forma. Himiko preparava-se para sair correndo quando foi surpreendida pelo gesto inusitado do Pokémon, o qual se punha de joelhos, estendendo seu balde em direção à dupla como quem oferecia a eles a água nele contida; seu rosto arredondado apresentava o que poderia ser considerado uma expressão de ternura.

— Vamos embora! — ordenou a garota de súbito, a voz ainda fraquejando.

— Calma, Himiko! — Wally segurou a mão dela. — Não precisa ter medo!

— Estou com uma sensação ruim…

— É só um Lombre, ele não vai…

A jovem puxou o braço com força, soltando-se do colega e desatando a correr. Ele, sem outra opção, teve de dar as costas ao Pokémon para ir atrás dela, logo a alcançando.

— O que deu em você? — perguntou ele, sem parar de correr, sabendo que ela também não iria parar para responder.

— Eu sei aonde isso vai dar. Não quero me machucar de novo.

— Como assim? Ele se ajoelhou na nossa frente, não ia atacar!

— Ele estava nos seguindo esse tempo todo!

— Pois então! — o menino tentava entender o que se passava na cabeça dela. — Parece até que ele quer vir com a gente!

— Você entendeu alguma coisa do que eu disse? — ela finalmente parava, mais por cansaço que por qualquer outra coisa. — Eu não quero ser uma treinadora, eu nunca quis ser uma treinadora! Depois de hoje a última coisa que eu quero é mais Pokémon na minha vida!

Wally não soube o que responder, incerto se deveria levar a sério as palavras que acabara de ouvir. Ele percebia as mudanças súbitas de humor da garota desde o início da manhã, logo quando se reencontraram. Era bem certo que estavam tendo um dia muito mais atribulado do que poderiam imaginar, inclusive com a morte de dois Pokémon dela; era impossível precisar se as alterações no comportamento da garota eram efeito de um trauma psicológico ou apenas uma característica dela.

Considerando isso, ele a encarava, tentando transmitir uma sensação de segurança com o olhar, algo que jamais se imaginaria capaz. Mais ainda, sequer pensava que um dia se veria na posição de fazê-lo; jamais teve oportunidade de tentar antes, visto que sempre fora tido como o garoto excluído.

Se tinha tal poder, contudo, não seria capaz de descobrir, não quando se viram alcançados pelo Pokémon que os seguia, agora visivelmente irritado. Os sentimentos negativos do Lombre após ter sido ignorado pela dupla se materializou pelo balde que carregava, prontamente esvaziado nos rostos deles.

Himiko irritou-se imediatamente com o acontecido, o que não foi nenhuma surpresa para Wally.

— Ora seu…

— Não, Himiko! — ele segurou a mão dela antes que a garota pudesse alcançar uma das pokébolas no cinto. — Não vale a pena!

O garoto sentia que fora seu olhar, mais do que as palavras, o responsável por convencê-la a não comprar esse briga.

— Tem razão. Não vou perder meu tempo com essa coisa aí. Vamos logo!

Ela afastou-se rapidamente, deixando para atrás até mesmo o colega, sabendo que ele o alcançaria. O menino, porém, virou-se para o Lombre, justificando-se antes de dar as costas a ele:

— Desculpa por isso, ela perdeu um amigo hoje e não está bem…

Agora era a hora de Wally ser ignorado; o Pokémon deixou ele falando sozinho, correndo para alcançar a garota. Ele, sem outra alternativa, foi também ao encontro dela.

Antes que pudesse alcançar a colega, no entanto, o Pokémon com o balde já o havia feito, tendo como resultado outra resposta grosseira dela:

— Dá pra parar de me seguir, caramba! — gritou Himiko. — Eu não sou uma treinadora, não vou te capturar e…

O Lombre apenas estendeu seu braço livre, apontando para o cinto que ela usava e evidenciando a mentira que ela acabara de proferir.

— Eu já falei que não quero, me deixa em paz! — bufou ela, dando as costas para ele outra vez ao mesmo tempo em que Wally emparelhou com ela outra vez.

Ele logo percebeu que as coisas não iriam melhorar tão cedo, permanecendo em silêncio por certo tempo para que ela se acalmasse um pouco antes de apontar os erros dela.

— Você sabe que isso não vai funcionar, não é?

— Como assim não vai?

— Ele vai continuar te seguindo, e você sabe disso…

Himiko virou o rosto para trás, confirmando a óbvia constatação do menino; por mais que estivessem andando sem parar pelos últimos minutos, o Lombre continuava atrás deles.

— E como eu faço essa coisa parar de me seguir?

Wally não conseguiu evitar de dar uma risada.

— Se você conseguir, eu quero que me ensine…

— Muito engraçado você, não é? — bufou ela. — Já pensou em trabalhar com comédia?

— Desculpa, eu não resisti…

Se por um lado a perseguição a incomodava, por outro ela não iria fazer esforço algum para impedi-lo, sem disposição para tal. Não queria ter de pedir a ajuda de seus Pokémon ainda vivos, Futa em particular. Sabia que ele faria perguntas demais, sem contar que ele mal escapara de uma situação um pouco delicada. Nagrev e Kazu estavam em estado semelhante de recuperação, com o agravante de serem por demais pavio curto; Himiko tinha certeza de que os problemas apenas aumentariam se ela pedisse pelo auxílio deles. Quanto a Gérson… por algum motivo e ao mesmo tempo nenhum em particular não se sentia à vontade para chamá-lo.

— Está só perdendo o seu tempo. — comentou ela em voz alta, ainda capaz de ouvir os passos curtos e rápidos do Pokémon alguns metros atrás dela.

A trilha prosseguia em relativo silêncio. Himiko e Wally caminhavam lado a lado, trocando muito mais olhares que palavras, ambos desconfortáveis com os contratempos da viagem, incomodados com a constante presença do Lombre e com a maneira que a situação se desenrolava, inquietos consigo mesmos tanto quanto um com o outro.

Os minutos se passaram naquelas condições, logo se transformando em uma hora completa, sem que trocassem mais do que uma frase de cada vez, mais para quebrar a monotonia do que realmente com o intuito de conversar. O Pokémon persistia em sua tentativa, acreditando que ela pudesse dar uma chance pelo simples fato de ele não ter sido atacado até o momento. Sua tentativa de vencer pelo cansaço não funcionaria com a garota, contudo; ela não mais se incomodava com o fato de que ele permanecia em seu encalço. Pelo contrário, acabara por ignorar conscientemente a sua presença.

Foi quando a segunda hora chegava a sua metade que Verdanturf se descortinava no horizonte; a viagem que havia se iniciado um pouco antes de o sol dar uma trégua completa atingia seu fim pouco antes do anoitecer, mais ou menos no instante em que o céu se enchia de cor antes de o sol desaparecer de fato. Wally tomava uma certa liderança, já habituado à cidade:

— Você nem me disse porque veio para cá… Quer que eu te mostre aonde fica o centro Pokémon?

Himiko voltava a ficar pensativa, incerta de como proceder. Sabia que precisava da ajuda do colega, de direções que seria ele a pessoa capaz de fornecer. O medo de ser julgada por seu pedido não a permitia que o fizesse de prontidão. Ao mesmo tempo, se o silêncio da caminhada lhe fora útil de alguma forma, foi imaginando as diversas possibilidades que aquele diálogo poderia tomar assim que ela abordasse o tema. E ela não tinha outra opção senão fazê-lo, visto que não poderia dar sequência em seu planejamento sem uma resposta positiva do colega.

— Por enquanto sim. — respondeu ela, criando coragem. — Mas, se não estiver ocupado, preciso que me leve a um lugar amanhã.

— Tem alguma coisa a mais com você, não é? — perguntou ele, incapaz de decifrá-la. — Digo, além do que aconteceu em Mauville.

Ela demorou um pouco a responder, perguntando-se da possibilidade de estar agindo apenas pelo impulso, se estava cometendo um erro maior do que antes. Contudo, preferia se arrepender pelo ato que pela omissão.

— Eu preciso que me dê aquele seu contato. — falou ela, rapidamente. — A pessoa com quem você comprou lá… a…

Faltou-lhe a audácia para completar a frase, não que fosse exatamente necessário. Wally foi capaz de perceber o que ela quis dizer.

— Eu te ajudaria, mas tem um problema. Eu também não sei como encontrá-lo.

Antes que a colega desmontasse, porém, ele continuou.

— Mas meu tio Wagner sabe, foi ele quem comprou. Quer que eu pergunte a ele?

Ela corou em resposta, incapaz de pronunciar alguma coisa. Não tinha a intenção de envolver mais gente naquela situação que já considerava constrangedora o bastante. Por outro lado, não tinha a intenção de perder mais tempo, não quando acreditava que cada instante perdido diminuía as chances de que encontrasse Norman no ginásio, frustrando seus planos de conversar com ele em particular.

— Se não for incomodar… digo…

— Só vou fazer isso porque é você quem está me pedindo… Eu não te falei a respeito do meu tio pra você, não é?

— Wally…

— É o mínimo que eu posso fazer por você. Quer dizer, você me ajudou com o Percy…

Dessa vez foi ela a abraçar o colega subitamente. Não poderia imaginar que um simples ato impensado que teve no início de sua jornada pudesse causar tanto impacto.

E falando em ato impensado, ela sentiu-se enfim culpada por ter sido tão rude com o Pokémon que os seguira por toda a viagem. Virou-se para trás, decidida a pedir desculpas pelos seus erros, mas já era tarde demais, visto que ele desaparecera no instante anterior.


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Notas finais do capítulo

Notas do in-game: Um pouco de grind apenas.
Mentira. Na verdade eu deveria esquecer que eu coloquei essa seção por aqui. Em especial por eu não seguir a progressão do game na fic. Então, as notas do time estão, por assim dizer, inventadas. Não que eu esteja mentindo pra vocês, mas impossível colocar a progressão de níveis e os pokémon capturados quando o percurso é totalmente diferente.
No jogo, tenho que fazer todas aquelas ladainhas típicas da Emerald. Saindo de Mauville, sigo reto pelas rotas 111~114, passando por Fiery Path, Fallarbor, Meteor Falls, de volta a Rustboro, Rusturf Tunnel, Verdanturf, de volta a Mauville para chegar até Mt. Chimney, Jagged Pass e enfim Lavaridge para enfrentar o ginásio. Não só vocês não querem ler isso como eu não quero escrever.

De forma parecida, a progressão do time é diferente. Capturei pokémon que não ficaram por tempo o bastante no time para merecerem aparecer por aqui. Beavis, o Magmar. Dizzy, a Spinda. Sora, a Mankey. Beryl, o Tentacool. E tantos outros no futuro terão o mesmo destino, alguns sequer passando pelo time. Querem realmente que eu dê esse tipo de detalhe? Eu acho que não.
Mas podem ter certeza: Não vou esconder nenhuma morte de vocês. Ou seja: se alguém morre no jogo, obrigatoriamente aparece na fic pra morrer. Ou acham mesmo que eu faria tanta questão de citar Hound (Poochyena) e Wendy (Hoppip)?

Status do time:
Pokémon: 4
Futa (Kirlia) Lv. 35; Bold, Synchronize.
Ikazuchi (Manectric), Lv.33, Serious, Lightning Rod
Nagrev (Charmeleon), Lv.34, Naive, Blaze
Gérson (Gyarados), Lv.36, Brave, Intimidate

Mortes: 6 +0 = 6



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