Por Trás da Seriedade escrita por Lilly Belmount


Capítulo 6
Capitulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/616483/chapter/6

Quarta feira finalmente havia chegado para o alivio de Cindy. Dia de aula. Para alguns era maneira de se começar o dia. Para ela, o momento certo para se encontrar com Roberta. Cindy estava sozinha em casa, seus pais saiam mais cedo para trabalhar, pelo menos não teria de ser levada para o colégio pelo seu pai. Ele ainda continuava em saber de toda a história que a envolvia com Jared, mas ela não conseguia lhe explicar tão facilmente. Fizera todos os seus hábitos alimentares e higiênicos antes de ir ver o noticiário. Até então nenhum problema vinha a sua mente. Ela poderia ter ficado com raiva de seu pai por não ter permitido que ela saisse de casa no dia anterior. Era pelo seu próprio bem. Um bom pai sempre vai querer proteger o seu filho de todas as formas possiveis que conseguir.

Pensando dessa forma, ela seria assim com os seus filhos, caso tivesse. Gostaria de mantê-los em proteção, longe das tentações e de pessoas que só desejam o mau. Criaria cada um de uma forma única, ensinando-os devidamente sobre o que era certo e errado. Principalmente se fosse uma garota, iria mostrar a confiança que teria em sua garotinha. Sua relação seria totalmente difrente da relação que tinha com a sua mãe. Seus filhos seriam a sua prioridade independente da carreira que pretendesse seguir.

Jared despertava-se tranquilamente de um sono intenso e cambaleava pela casa ainda grogue. Sua cabeça doia bastante, passara a noite toda pensando em como iria falar com a Cindy. Tinha de fazer algo ou acabaria se matando ou cometendo algum crime. Aquele dia ainda iria lhe prometer grandes surpresas.

Faltavam alguns minutos para que Cindy saísse de casa. Olhou-se no espelho e deu um jeito de melhorar a sua expressão, fez a sua higiente matinal e assim que estava pronto foi para fora de casa. Ficou sentado na calçda esperando que Cindy pudesse sair de casa. Seu coração disparava só em imaginar o rosto daquela garota que tanto fazia a diferença em seus dias. Demorou um pouco para que ela saísse. Ao avistá-la, Jared se sentiu melhor do que esperava.

— Cindy! — Chamou Jared.

— Oi. — Disse ela com as mãos nos bolsos enquanto caminhava até ele.

— Tudo bem? — Disse ele timidamente.

— Comigo sim, mas eu acho que com você não vai nada bem. — Disse ela ao notar o seu ar de cansaço.

— Ah! Estou bem não foi nada. Só tive uma noite ruim.

— Tem certeza?

— Tenho sim.

— E como está a sua mão? — Quis saber ela.

— Melhor! Graças a você!

— Tenho que ir, estou atrasada. — Pronunciou ela rapidamente.

— Eu te levo!

— Não precisa vou à pé!

— Entra no carro, por favor.

Sem exaltar Cindy atende ao pedido do rapaz. Não era algo que ela desejava naquele exato momento. Apenas desejava ir para o colégio andando sozinha com os seus pensamentos mais contráditórios, com suas dúvidas e medos. Seu dia seria melhor do que queria imaginar, tivera tabntos sonhos bons, mas Jared conseguia afastá-los de seus pensamentos. Durante um percurso do caminho os dois mantiveram-se em silêncio. Cindy o encarava curiosa demais, pois Jared estava com uma expressão sombria e séria demais.

— Porque não quis falar comigo? — Perguntou ele quebrando o silêncio interminável que havia entre eles.

— Eu estava cansada demais. Fiquei trsite porque a minha tia foi embora.

— Isso não é desculpa, Cindy. De fato, eu gostaria de passar mais tempo com você, mas não custava nada ter me dado apenas um "oi". — Ele se aproximou sussurrando no ouvido da garota — Fiquei com saudades das nossas noites juntos, dos nossos corpos coladinhos um no outro, beijos que nos levavam ao delirio.

Cindy mantivera os olhos fechados sentido sua pele se eriçar com os sussurros de Jared. Ah como ele tinha uma jeito único de seduzi-la.

— Eu também tive as melhores noite da minha vida, só que eu sei que foi só aquela noite e não queria colocar na minha cabeça esperanças.

Ele afastou-se para melhor vê-la.

— Como pode saber? Se você não quer me dar à chance de conversar.

— E então o que estamos fazendo aqui? Não estamos conversando?

— Estamos, mas eu gostaria que fosse num lugar onde tivéssemos á sós. Uma conversa mais reservada. Sem que ninguém possa nos atrapalhar.

— Tenho que entrar, vou ser expulsa.

— Hoje ás oito horas passarei na sua casa. Não quero objeções.

Cindy apenas assentiu com a cabeça e saiu do carro. Ficar por ali por mais algum minuto acabaria colocando-a numa fria. Tinha de ser breve quando se tratava dele. Jared olhava-a caminhando. Parecia assustada com algo. Precisava dar ré para sair do estacionamento,mas ao olhar para trás percebeu que a garota havia esquecido a sua mochila no carro. Determinado ele pega a mesma e sai do carro à procura de Cindy. Os corredores do colégio era pior do que ele se lembrava a algunsanos atrás. Algumas garotas suspirava apaixonadamente quando ele passava por perto. Infelizmente as pessoas o paravam para pedir um autográfo ou uma simples foto que fosse. Devia a sua fama a aquelas pessoas, mas não era um bom momento para ser parado. Só desejava entregar a mochila da garota e nada mais. Mesmo de longe, Jared já conseguia avistar Cindy conversando com um grupo de garotas. Acena para que ela aproximando-se.

— Obrigada, Jared tinha me esquecido.

— De nada. Mereço um beijo?

— Merece.

Jared se aproxima para dar-lhe um beijo, mas antes que ele pudesse ao menos encostar nela, Cindy voluntariamente dá um passo para trás.Olhou para o enorme corredor e várias pessoas passavam curiosas para saber o que Jared fazia ali. Sentia-se totalmente estranha com a situação, com todos aqueles olhares desconcertantes para com eles. Novamente bate o sinal. Cindy olhava seriamente para ele.

— Tenho que ir para a sala. Nos vemos mais tarde.

— Tudo bem.

Jared esperou que Cindy entrasse em sua respectiva sala de aula, com um sorriso meio abobalhado estampado em seu rosto. Pessoas que no mesmo momento circulavam o corredor, passavam mandando beijos, piscadelas e até mesmo uns suspiros altos que lhe davam vontade de rir de tão patético que parecia a cena. Como se fosse apenas uma pegadinha. Mantivera o sorriso meio apagado, aquele que as pessoas estavam acostumado a ver e saiu da escola. Não queria incomodar a aula daquelas pessoas e ser alvo de perseguições.

Sentada na fileira do meio, Cindy tentava retomar a calma de antes, pois havia muitos olhares em cima dela. Todos curiosos esperando apenas o momento certo para interagirem com ela. Ficar de caebça baixa parecia ser a solução para disfarçar o seu nervosismo. Logo um grupo de meninas aproximaram-se diante dela, cobrindo-a totalmente.

— Pode contar! — Exclamou uma das garotas empolgadas.

— Contar o quê? — Disse Cindy levantando o rosto com firmeza

— Contar o que está acontecendo entre você e o Jared! — Continuou outra garota com a voz anasalada.

— Não está acontecendo nada, até porque ele é meu vizinho — Sussurrou para si mesma — Apenas meu vizinho.

— Ele é seu vizinho e não seu pai! — Insistiu outra

— Vocês são paranoicas! — Exclamou Cindy — Pessoal é sério nós dois somos apenas bons amigos.

— Então porque você veio de carro com ele e quando estavam no corredor ele te pediu um beijo?

— Pergunta para ele. Garanto que ele vai saber te responder melhor do que eu... não vejo o menor problema em perguntarem a ele.

A insistência era grande demais. Ela não queria ser indelicada, mal educada. Apenas queria que toda aquela conversava cessasse. Cindy não deu detalhes de nada, enrolava no assunto, era algo muito pessoal e não seria as pessoas de sua turma que a fariam falar sobre os dois, até porque ela não tinha certeza de nada. Na verdade aquelas garotas raramente falavam com ela, a menos que o assunto fosse interessante. Só havia uma pessoa na qual Cindy contava tudo. Sua amiga que era muito importante desde o jardim. Desde que os pais de Roberta aceitaram batizá-la quando ainda era um bebê.Infelizmente ela ainda não havia chegado, tinha uma verdadeira mania de se atrasar. Rezava para que ela chegasse logo para dar fim a aquela palhaçada.

Aquela rodinha estava insuportável e por mais que quisesse sumir dali não poderia. A porta da sala bateu num baque ensurdecedor e no meio dela estava a radiante Roberta. Olhar para ela era impossível, no entanto que ela era a garota mais popular, não tanto quanto Mellody, mas muito diferente das que poderia se imaginar, chegava a ser engraçada a posiçãoq ue ela assumia. A sua conduta no colégio era exemplar.

— Podem sair de cima da minha gostosa! — Gritou Roberta aproximando-se de seu lugar habitual na sala — Essas garotas adoram inventar historinhas, me disseram que o Jared estava aqui no colégio com você e que ele te pediu um beijo. Isso só pode ser maluquice. Há anos que aquele lindo, maravilhoso não põe os pés aqui no colégio.

— Ele veio aqui sim,Rô.

— E a parte do beijo?

Cindy fez uma expressão que queria dizer que houve algo a mais do que um beijo e Roberta logo percebeu e sussurrou:

— Eu não...Cindy você precisa me contar tudo o que houve entre vocês amiga...então foi por isso que eu te liguei no fim de semana e não me atendeu.

— Não recebi nenhuma ligação sua amora. Fiquei como uma louca esperando ter noticias, mas nada acontecia.

— Infelizmente, eu esqueci de te ligar. Havia tantas coisas para que eu fizesse ao lado dos meus pais. Quase não tive tempo. Mas eu quero saber tudo detalhadamente.

— Eu te conto depois, o senhor Larry vai explicar a matéria.

— Tudo bem.

Os minutos passavam lentamente e a ansiedade tomava conta de Roberta, e desejava ardentemente saber da história de Cindy. Normalmente as aulas demorariam a passar, mas hoje era dia tudo corria muito rápido. As primeiras aulas eram maçantes e quase todos os alunos dormiam na sala, pois tinham de lidar com os professores que apenas falavam sem animo algum. Precisavam de aulas dinâmicas onde se sentiam livres até para respirar alto. O dia parecia conspirar a favor delas. Logo já era hora do intervalo, momento perfeito para se dar detalhes de um acontecimento raro na vida de uma adolescente apaixonada pelo seu vizinho.

Cindy estava sentada debaixo de uma árvore, esperando por Roberta. Já se passavam alguns minutos que ela estava aguardando sua amiga.

— Ai sua louca, te encontrei.

— Eu não sou louca, você que é.

— Vamos deixar esse papinho pra lá. — Disse Roberta sentando-se, ao seu lado — Me conta a sua noite de sexta. Não esconda nada, pelo amor de Deus.

— Eu estava na festa do Jared, curtia a música, me sentia completamente extasiada por ouvir aquela voz maravilhosa. Tentei curtir ao máximo assim que cheguei. Não conseguia de olhara para ele um segundo que fosse. Piscar parecia ser errado. — Os olhos de Cindy brilhavam ao lembrar da sensação que sentia ao estar na festa — Tentei tomar coragem para ir falar com ele, mas infelizmente a Mellody me encarava de uma forma tão repugnante que acabei por desisti de tentar algum contato com ele. Mas Jared voltou a cantar todo empolgado e eu desiludida comecei a beber e não parei mais...toda aquela mistura de bebida me deixou completamente bêbada e tonta e acabei esbarrando na Mell.

— E o que aconteceu? Ela vira uma fera quando tocam naquela pele. Ela age como se fosse pura.

— Na verdade, nós somos pura e ela é apenas uma dalit. — Ela riram, mas logo voltaram o seu foco na conversa que tinham antes — Nesse esbarrão, derramei a minha cerveja nela e uma confusão começou. Até que ela me deu um tapa com muita força.

Roberta ficou chocada com a confissão.

— E você deixou barato? Aquela louca poderia ter te matado se aproveitando do seu estado, Cindy.

— Não havia como me defender, mas Evan, Trevor e o próprio Jared sairam correndo para me ajudar. Jared me tocou como eu sempre imaginei, Roberta. O perfume dele inebriava os meus pensamentos mais secretos. A Mellody ficou furiosa ao perceber que Jared estava me dando atenção. Todas as pessoas da festa nos olhavam, esperavam que algo de pior pudesse acontecer, mas apenas o namoro deles haviam terminado. — Cindy riu divertida — O Jared terminou com a Mellody na frente de todos os convidados. E logo depois ela continuou falando algo que eu não consegui ouvir, mas a casa estava vazia.

— Caramba, Cindy! — Exclamou Roberta admirada — Você é uma garota destruidora.

— Eu não esperava que isso pudesse acontecer, Roberta.

— E depois que a casa ficou vazia? — Quis saber Roberta.

Cindy respirou profundamente tentando lembrar de cada detalhe daquela noite que para ela havia sido perfeito.

— Ele me levou para um apartamento no centro, longe pra caramba. Ficou preocupado ao me ver vomitando sem parar. Até chamou um médico para me examinar. Aquele médico era lindo demais Roberta. Depois tudo foi ficando calmo e me deu um tipo de chá e nisso eu tive a atitude de beijá-lo, mas não havia dado tão certo como eu esperava. Ele saiu, me deixou sozinha naquele imenso apartamento.

— Conta logo a melhor parte. — Implorava Roberta como se fosse uma criança.

— Agora vem a parte que você tanto esperava... Quando ele voltou para o apartamento fui surpreendida por um beijo totalmente inesperado, procurava uma melhor forma de retribuir aos toques dele e tudo mais. Foi tão perfeito... talvez se eu não estivesse completamente bêbada, teria aproveitado ainda mais.

Cindy contou a história do começo ao fim para Roberta,e ela como sua amiga ouviu sem interromper, exceto quando a curiosidade falava alto demais, mas ela era uma ótima ouvinte.Contaro que havia acontecido entre ela e Jared para outras pessoas seria difícil, mas quando tinha alguém que se podia confiar era melhor ainda, sua consciência pesava menos. Em momentos como aqueles, muitas vezes haveria intromissões e se alguma pessoa invadisse o pequeno espaço, Cindy não iria se importar, pois afinal de contas o colégio estava comentando sobre ela e Jared. A cada detalhe Roberta ficava surpresa. Parecia uma criança abobalhada qiando vê tantos brinquedos ao alcance de suas pequenas mãos.

— Vou te fazer uma pergunta meio constrangedora, ok?

— Tudo que você me fala é constrangedor.

Roberta olhou para os lados para constatar que não havia nenhum rosto conhecido por perto e mandou sua pergunta.

— De que tamanho era?

Cindy se engasgara com o suco que estava tomando diante de uma pergunta daquela. Sua amiga deveria ter vergonha na cara para lhe perguntar algo do tipo. A menina estava vermelha como um tomate. Não imaginava que teria que responder uma pergunta constrangedora daquelas.

— Como eu iria reparar se eu estava sobre efeito de álcool?

— Ah amiga,eu sei como é.Está na cara que você viu só não quer me contar

— Eu juro que não vi! — Exclamou Cindy aos risos — Eu bebi demais, esqueceu?

— Se você não quer contar, não conte, mas talvez eu tenho que examinar de perto pra saber. Você que decide.

— Você não faria isso? — Perguntou Cindy assustada.

— Claro que faria! — Indagou Roberta sorrindo maquiavelica — E você ainda duvida da minha capacidade,amiga?

— Claro que não, mas... — A garota estava perdida nas palavras. Não conseguia acreditar no que ouvia.

— Mas ...é muita cara de pau? — Roberta completou — Imagina faço isso c num piscar de olhos, é muito fácil dominar os homens, chego lá rapidinho! — Sorrindo Roberta dá uma piscadela.

Aos poucos Cindy realmente acreditou nas coisas absurdas que sua amiga falava, e de alguma forma ela teria de se defender. Por mais que confiasse em sua amiga, sua mente tratava uma batalha entre a razão e o emocional dela. Se Roberta continuasse insistindo, Cindy acabaria desistindo de sua vida por completo, entregando todos os pontos de sua vitória e conquistas.

— O problema vai ser ele te querer — Murmurou Cindy com a cabeça baixa tristonha abraçando suas pernas fortemente.

— Não precisa ele me querer! — Roberta caiu na gargalhada, e logo retornou a si — Tenho minhas técnicas e... — Continuou Roberta ao ver como sua amiga estava mexida com a sua provocação — eu não vou tirar ele de você de jeito nenhum! Mas já que você está assim, então me fala logo!!

— Sua paranoica, eu já lhe disse que não sei que tamanho era e que eu não vi. — Esbravejou a garota — Mas que merda!

— Ai! Ta bom! Ta bom. Bem, eu... vou fingir que acredito. Mas sei que vai haver mais uma vez, então você presta atenção e me diz, ok?

— Acho que você está matando a curiosidade do gato!

Ambas ficaram sem falar nada. Cindy no entanto começou a pensar como aquela noite teria sido se não tivesse bebido todas. Na noite seguinte em que ele apareceu no seu quarto. Até nos métodos preventivos teria pensado. Eis que fora pega de surpresa, havia esquecido de se prevenir nas duas noites que se sucederam os contatos corporais. Agora estaria desesperada, torcendo para que não desse em nada. Com a expressão fria e preocupada.

Cindy continuou:

— Rô, eu estou preocupada com uma coisa.

— Com o que? — Roberta estava rindo

— É sério amiga não ri, pode ser algo muito ruim e que acabe com a minha liberdade de uma vez por todas.

— Nossa, sério? Então me conta o que... — Roberta fora interrompida brutalmente.

— É que não usamos...

Preocupada e ao mesmo tempo irônica Roberta tentou ajudar sua amiga com algumas palavras, mesmo que soassem em tons alegres. Roberta nunca mudava. Era muito alegre mesmo diante de situações que são de dores. Tudo para ela era motivo de risos e gargalhadas, coisa que muitas pessoas não deixavam transparecer. Se sentia melhor quando levava alegria para a vida das pessoas, não importava de que forma. Espalhar alegria é o que fazia de melhor.

— Nossa, seus loucos! Não acredito que não se preveniram... Puts que merda vocês fizeram. — Um pouco mais séria, Roberta continuou — Bom talvez não dê em nada ,não é? Por acaso você tomou o remédio lá do outro dia?

— NÃO! Mas que burra que eu sou, burra, burra, burra...

— Verdade! Os dois são. Ai cara e agora?

— E agora acontece que não sei de mais nada. E se eu ficar grávida? Meus pais nem sabem que eu perdi a virgindade.Minha vida vai se tornar um verdadeiros caos, irei visitar Hades e Perséfone antes do que eu esperava.

— Mais respeitos com os seres mitologicos, por favor.

— O que eu faço agora, Roberta?

— Ai droga! Acho bom você...Quantos dias fazem? Quem sabe você poderia tomar a pílula com até 3 dias, mas se já passou é melhor você esperar um pouco, faz o exame escondida, e se realmente tiver toma algo que faça perder. Ou também você pode contar a verdade para tudo e para todos e estragar a sua vida! Seus burros logo na primeira vez.

Roberta é uma boa amiga, mas sabe tirar proveito da situação quando quer, principalmente quando era com uma pessoa que tinha afinidade. Alguém que ela conhecia muito bem como a si mesmo.

— É melhor eu esperar até ter certeza pra poder fazer o exame, mas mesmo se eu tiver, vou querer ficar com a criança até porque sou contra o aborto. E da próxima vez não precisa esfregar na minha cara, ok?

Mais controlada do que antes Roberta continua:

— Ok querida! Eu também sou contra, mais fazer o que? — Lembrando do sermão — Ta desculpa. A coisa deve ter sido tão boa que nem tempo de pensar nisso vocês tiveram. Eu só quero o seu bem, minha amiga.

Novamente Roberta caiu na risada e Cindy estava ficando corada novamente e tentou prosseguir:

— Queria ver se fosse você e se estivesse bêbada.

— Bom, eu sei, te entendo tá?...Mas é que você sabe como eu não perco o meu senso de humor...E graças á Deus eu não estou no seu lugar, mais vai com fé amiga, estou aqui e vou te ajudar no que eu puder. Agora você tem que falar com seu gato, tem que lembrar isso para ele. Ele tem de se reponsabiliar por tudo o que ocorreu, não pode te deixar na mão. Em hipotese alguma.

O medo sempre estava presente em Cindy e mesmo tendo o apoio de sua amiga tudo era muito difícil para ela, teria de enfrentar Jared sozinha(talvez não), seus pais o preconceito das pessoas ao verem uma jovem grávida. Tnatas coisas absurdas poderiam acontecer com ela. Fugir parar outra cidade ou país seria uma boa ideia, mas não poderia vacilar sem ter certeza. Sua tia Amelie poderia ser sua alibi, mas só causaria uma grande briga familiar.

— É... — As palavras fugiam literalmente e dificultava sua explicação — Mas se tiver sido apenas aquela noite? E se tiver mudado em relação a tudo? Se alguém tiver feito a cabeça dela para mudar tão de repente a ponto de destruir todas as minhas ilusões e fantasias?

— De qualquer forma ele precisa saber, Cindy. Você tem que conversar com ele e...pelo jeito ele gamou.

— Ou será que quer me dar um fora histórico?

— Para de drama, cacete! Você nunca vai saber se não arriscar! Porque de qualquer forma ele tem que saber. É sério.

— Estou com medo!

— Calma vai dar tudo certo, você vai ver...e eu estou aqui e vou te ajudar e aí dele se não mover um músculo pra te ajudar. Foi ele quem fez a merda toda.

— Nós dois vacilamos juntos!!!

— Verdade! Pensa junto comigo: ele ajudou no processo, então os dois tem que crescer e serem responsáveis.

— Você parece uma mãe falando desse jeito.

— Costume de ouvir minha mãe falar com as pessoas.

Ambas estavam com fome e foram até a cantina. Era um lugar calmo quando um bando de adolescentes não estavam com fome. Suas cores traziam uma alegria, deixava o clima leve. Um tom de azul céu. Um dos poucos lugares que os alunos gostavam para praticar sua leitura ou seus jogos de xadrez. Havia uma multidão empurrando elas de um lado para o outro. Avistar quem fazia isso ou aquilo era uma tarefa impossível. Roberta fora lançada para longe de sua amiga, enquanto Cindy tentava encontrar um espaço para fazer o seu pedido. Um garoto que conhecia-a ajudou-a a entrar num pequeno espaço para fazer seu pedido.

Demoraram a atender o pedido da garota, mas enquanto estava ali sendo esmagada por aqueles brutamonte, um monte de ideias surgima na mente da garota. Torcia para não esquecer de nehum detalhe quando saisse dali.

— Acabei de ter uma ideia! — Disse Cindy com um sorriso malicioso

— Você pensa? — Zombou a amiga — Nossa, qual foi fala logo antes que você esqueça.

— Não vi graça, mas tudo bem. Que tal você ir lá em casa, umas seis ou sete horas. Ele combinou comigo mais ou menos essa hora. Não sei para onde vamos e estive pensando se você toparia em ir comigo portanto seu trabalho seria ver as mudanças que ocorre com ele.

— Sem problemas — Disse Roberta concordando — Amei a ideia, quem sabe eu não consigo dar uma olhadinha — Respondeu ela maliciosa.

— Eu quero que você me ajude e não espantar ele e fazer com que ele saia correndo sem nunca mais olhar para mim.

— Ta bom...pode deixar comigo, eu sei direitinho o que vou fazer.

— É melhor voltarmos para sala. Teremos de suportar dois tempos de algebra.

— Aqueles professores nos odeiam. Só pode ser.

E saíram correndo de volta para sala. Todos os seus colegas as olhavam estranhamente, até parecia que tinham cometido algum crime. Amar não é um crime. Não demorou para que as atividades fossem entregues para que a turma ficasse completamente em silêncio.Ninguém se movia ou sequer respirava direito quando se tratava de atividades de algebra. Tinha de ser pessoal esse medo. Cindy olhava de um lado para o outro tentando pensar numa forma de resolver aquelas questões, não eram tão complicadas quando olhava, mas quando ia passar as respostas para a folha era como se a sua mente ficasse completamente em branco. Sua vida já estava virando um inferno, não poderia falhar naquela atividade, estudou durante semanas a fio para falhar naquele exato momento.

Fechou os olhos na tentativa de se concentrar, mas era o mesmo que lutar com invisivel. O desespero começou a tomar conta de Cindy, ela já não sabia mais o que fazer. Estava perdida para sempre. Seu desespero se tornou maior ao ver que muitos dos seus colegas já entregando as folhas. De um jeito ou de outro ela tinha de responder, Cindy se esforçou o máximo que podia para não deixar aquela folha em branco.

**********

Assim que o colégio as liberou, Cindy sentiu uma vontade imensa de se jogar na frente dos carros que por ali passavam em alta velocidade. Nunca se dera tão mal em algebra, Roberta apenas observa. Não gostava de ver sua amiga estressada com algo tão normal do colégio, mesmo com o seu esforço nada era o suficiente para Cindy.

Roberta tinha suas técnicas para deixar Cindy melhor do que estava. A conduziu para casa,assim poderiam resolver todos os detalhes que faltavam para o encontro daquela noite.

Algumas horas depois as duas já se encontravam há uma boa distância do colégio. Antes de irem para a casa da Cindy, Roberta teve de passar em casa para pegar alguns pertences que precisaria. Cindy sabia que sua amiga iria acabar abusando na quantidade de bolsas, mas não se importaria desde que ela fosse breve estivesse ao lado no momento em que mais precisasse.

Assim que chegaram na casa dos Harttman's correram para o quarto de Cindy. Lá elas pesquisavam maquiagem, penteados e roupas para se usar numa ocasião como a que iriam vivenciar.

Roberta estava sentada na cama,vendo o desespero de sua amiga para achar alguma roupa que pudesse agradar a si mesma.

— Que merda! Não tem uma roupa que preste.

— Amor, relaxa. — Olhava atentamente para uma calça — Você pode colocar essa calça, com aquela blusinha bege que tem um laço preto — Olhava pensativa — Com aquela sapatilha verde azulada.

Cindy foi provar a roupa que sua amiga escolhera. Era um bom palpite e teria de arriscar.Não demorou a sair e logo estava recebendo elogios

— Você está maravilhosa. Gata, gostosa, não tem como ele não te querer.

Depois de experimentar a combinação Cindy fora tomar um banho. Para melhorar o visual Roberta ajudou-a a arrumar o cabelo junto com a maquiagem. Cindy estava simplesmente arrasando com tal produção. Tudo haveria de dar certo. Mesmo que não fosse para uma vida toda tinha de arriscar o pouco de esperança que ainda restava nela. Era tudo ou nada.

A hora avançava e seu coração de forma descompassada. Até parecia que ela nunca tinha tinho essa experiência. As duas garotas esperavam ansiosas pela chegada de Jared. Quando as duas estavam juntas todos os olhares se voltavam para elas. O nervosismo era notável em Cindy, para tentar acalmá-la Roberta lhe deu um copo d'água.

A campainha toca insistentemente e Cindy decidiu atender já que Roberta fizera algum tipo de careta.

— Cindy? — Perguntou Jared em admiração para com a garota.

— Oi Jared, entre.

— Olá Jared. — Cumprimentou Roberta irônica.

— Quem é essa? — Perguntou ele estranhamente.

— Eu sou... — Roberta estava confusa — a amiga da Cindy...

— Roberta! — Cindy simplesmente completou.

— Oh sim, prazer. — Cumprimentaram-se com beijos no rosto — Acho que está na hora de irmos — Vendo Roberta se aproximar, Jared dirige-se a Cindy — Sua amiga vai junto?

— Bom, eu...acho que sim...algum problema? — Perguntou Cindy.

— Algum problema? — Insistiu a garota.

— Não. Problema nenhum, só não esperava que alguém pudesse ir conosco.

Com um olhar meio furtivo Roberta olhava-o de cima a baixo, analisando a anatomia de Jared. Percebendo a situação desagradável que estava entre eles Roberta se explica:

— Não tem problema rapaz, eu sou muito legal, meio doidinha, sabe? Mas você se acostuma, pode crer.

— Pode crer! — Cindy sem assunto repetia tudo.

— Vai ser difícil eu rir.

–— Haha, que bom senso de humor, não é? — Roberta rolou os olhos com uma risada sem graça — Bom vamos?

— Vamos, Jared? — Indagou Cindy.

— Claro! As damas primeiro. — Ele deu passagem para as garotas.

— Obrigado! — Agradeceu Roberta saindo animada.

Cindy e Roberta ficaram de canto enquanto Jared se aproximava:

— Complicado, não é?

— Oh! E como? — Respirou fundo — Mas vai dar tudo certo esta noite.

— Gostam de comida japonesa? — Perguntou ele mostrando interesse em dar a aquelas garotas a melhor noite de todas.

— Claro! — Começou Roberta — O que vocês quiserem por mim, está ótimo...só estou aqui de intrusa — Ela gesticulava — Sem problemas.

Jared virou-se para Cindy, com um meio sorriso querendo se formar em seus rosto. A espontaneidade de Roberta o surpreendia cada vez mais.

— Só preciso saber como fazer ela calar a boca. Tem alguma dica? — Brincava Jared.

— A dica que você quer não existe. Ela é assim mesmo. Nunca muda.

Roberta tinha de ter muita paciência para poder ajudar sua melhor amiga, mas no fundo ela achava divertido toda a situação. Roberta olhou para trás na tentativa de descobrir o que eles faziam. Sorriu docemente ao ver os dois de mãos dadas. Até parecia que ela estava vendo um filme diante de seus olhos, aqueles filmes que a faziam suspirar de tão perfeito que eram os personagens.

— Ei vocês não vem? — Disse ela simplesmente quebrando o encanto do casal.

— Vamos! — Responderam em uníssono e se entreolharam com sorriso tímido.

— Hum... — Cochicha Roberta para si mesma — Estranhos...depois dizem que a louca sou eu aqui.

Jared abriu a porta do carro para que as duas garotas pudessem entrar. Roberta queria ir no banco do passageiro, mas ele fez questão de que Cindy fosse ao seu lado. Os dois sentiam-se inseguros, estranhos ,não conversaram nada durante o percurso e estava óbvio que essa conversa demoraria a acontecer, já que estavam agindo como crianças de cinco anos. Para ele, a presença de Roberta era um pouco incomoda no começo, mas ele percebeu que aos poucos Cindy começou a se sentir mais solta. Não sabia exatamente o que conversavam, mas fazia bem , via o seu rosto se iluminar. De vez em quando ele se pegava dando leves sorrisos tímidos, ao sentir o olhar das garotas sobre si sentia sua pele ardendo,como quem estivesse perto do fogo.

A animação das garotas o contagiava. Sabiam se divertir com pouco e isso era raro de se ver em outras garotas. Sempre que ele ia realizar algum show ou visita outros países garotas de todas as idades procuravam uma forma de ir para cama com ele até mesmo conseguir um pouco de seu DNA para guardar para si. Não era nada agradável viver daquela forma. Lutava contra as suas vontades de se entregar a qualquer pessoa, e era o correto a ser feito.

As luzes do comércio local encantava os jovens de forma única. Em cada uma daquelas mentes uma música tocava transformando a sua visão. Aquele vento que brincava com os cabelos da mulheres, que seduzia os eternos amantes. Jared ficava pensando em como Cindy ficaria depois da "conversa" que teriam. Não tinha a intenção de perder Cindy para sempre.

— Chegamos garotas! — Exclamou ele.

— Que legal! Restaurante japonês.

Roberta estava bastante animada com o restaurante e Cindy logo caiu na gargalhada, não era uma coisa exagerada, mas foi apenas o suficiente para fazer com que Jared sorrisse de uma maneira fofa. Era um sorriso verdadeiro, que fez com que o brilho de seus olhos aumentasse crescesse, fazendo com que Cindy se desmoronasse por dentro. Sem querer ela acabou por voltar algumas noites atrás onde ele se mostrou diferente. Logo esse momento terminou. Roberta tirou de dentro de sua bolsa uma câmera fotográfica, estava afim de registrar tudo que acontecesse naquela noite. amava registrar os momentos da vida.

— Cindy tira algumas fotos minhas com o Jared,é claro se ele puder. — Disse ela cuidadosamente estudando-o por completo.

— Claro! — Novamente responderam em uníssono.

Cindy corou imediatamente.

E a sessão de fotos particulares começava de um jeito único. Roberta era tão espontânea que chegava a ser engraçada sem fazer esforço. Jared não sorria para nenhuma das vezes em que Roberta pediu, Cindy estava quase se acabando de tanto rir das caretas que sua amiga fazia. Não havia como não rir. Só Roberta tinha tirado mais ou menos umas cinquenta fotos em menos de meia-hora .

— Ei...quero foto de vocês dois também — Roberta disse tomando a câmera — Pode ir lá pro lado dele.

Confuso, Jared não sabia como reagir. Parecia que Cindy não gostava de tirar foto e principalmente ainda mais com ele. Deu uns dois à três passos e laçou a cintura da garota com vontade. O toque era o mesmo da noite anterior, os corações batiam no mesmo ritmo a onda de eletricidade que percorria o corpo dela. Só fazia com que ele a desejasse mais estava sentindo-se forçado a beijá-la. Tinha de se controlar ou acabaria estragando a noite. Cindy sempre foi uma garota encantadora.

— Acho que está bom Roberta — Murmurou Jared soltando-a.

— Roberta já deu por hoje.

Entraram no restaurante, e foram guiados por um maitre. Cada vez mais Roberta não conseguia conter a sua animação, permitia com que o casal parecesse que estavam em um velório de tão sérios que estavam. Jared e Roberta foram servidos por suco e trouxeram chá gelado para Cindy. O clima amistoso e tranquilo favorecia qualquer conversa que pudesse surgir entre os jovens.

— Podem pedir meninas — Disse ele olhando firme para Cindy que abaixou a cabeça com olhar intimidador.

— Você que manda — Disse Roberta olhando para o cardápio — É você quem manda!

Percebendo a distração da garota,Jared vira a atenção para Cindy. Essa que por sua vez bati os dedos num ritmo frenetico na mesa.

— Cindy eu estava pensando se você gostaria de passar lá em casa...só nós dois.

Por dentro, Cindy se desesperava pois tantas coisas poderia acontecer e de repente as suas teorias poderiam se concretizar.

— Eu não sei — Disse ela confusa pela abordagem que ele havia feito.

Disfarçadamente Cindy dá um leve chute na perna de sua amiga, que logo tem uma reação não muito esperada. Tinha de lembrá-la qual era seria a sua função a ser exercida.

— Eu sei que minha presença não está sendo muito agradável por aqui, mas...hoje Cindy e eu estamos aqui por um certo motivo... — Jared a interrompeu.

— Que motivo? — Ele mostrou-se interessado,olhou para Cindy e depois para Roberta,que gelou instantaneamente com medo de que ele a tratasse mal.

— Depois vocês vão ficar sozinhos e se divertirem sem a chata aqui, entendeu Jared? — Ela desviou o assunto — É claro que eu não quero atrapalhar os meus pombinhos lindo e apaixonados. Tudo o que eu não quero é atrapalhar.

Jared não conseguia deixar de encará-las. Queria saber exatamente do que se tratava e Cindy deixava transparecer a preocupação. Fora mais rápida dessa vez, deu outro chute em sua amiga e deu um sinal para que fizesse com que ele desviasse a atenção. Ela queria atenção, mas naquele local estava muito claro que não seria agradável. Ele poderia estar acostumado com a idéia de milhares de pessoas olhando para ele, mas ela era apenas uma adolescente que era tímida em alguns aspectos e que desejava com todas as sua forças acabar logo com aquela noite.

— Bom ... Jared. — Disse Roberta cruzando os dedos — De que prato você mais gosta daqui? Eu gosto de saber o que os famosos comem!

Demorou um pouco para responder,assim aumentando a expectativa da jovem,que estava se tornando impossível de agüentar com tanta insistência.

— Ah, eu gosto de sushi, e você?

— Hum...Sushi e Yakissoba! Adoro.

A exclusão também não era uma coisa muito agradável e no entanto só restou-lhe incluir Cindy.

— E você?

— Eu o que? — Perguntou ela sem fazer a mínima do que estavam conversando.

— Gosta de comida japonesa?

— Não. Não sou muito fã.

— Não sabe o que está perdendo amiga — Comentou Roberta

Desconfortado pela resposta, Jared decide arriscar a melhorar:

— Podemos ir para outro lugar se quiser.

— Claro Cindy! — Concordou Roberta cinicamente.

— Não. Não tem problema. — Virou-se para Roberta — Preciso ir ao toillet e você vem comigo — Disse ela se levantando.

— Nossa! — Disse ela espantada — Está bem. Com licença Jared... Eu hein.

De um jeito bem educado e gracioso as duas foram se afastando. Jared as acompanhou com o olhar. Sinceramente Cindy estava uma pilha de nervos. Não era para aquela noite ser tão ruim e complicada. Estava preocupada com tudo que aconteceu e mesmo sua amiga estando ali por perto, teria de ser mais fácil, mais leve, mas ao contrário estava tudo dando errado.

No banheiro, Cindy andava de um lado para o outro e Roberta estava recostada na porta analisando toda aquela movimentação estranha.

— Que merda, eu estou fazendo? Me diz Roberta. Está tudo errado?

— Eu sei lá. — Respondeu ela dando de ombros — Estou tentando ser um pouco menos inconveniente que posso. Pra começo, eu sei que ele não gostou nada de me ver aqui com vocês. Vou te dar uma dica amiga, você precisa mostrar como se gostasse dele — Roberta pensava nas palavras — de que quer ter mais um tempo com ele e principalmente que precisam ter uma conversa séria, entende?

— Entendo perfeitamente, mas depois que nós duas tivemos aquela conversa, sei lá me sinto insegura. Estou morrendo de medo, entende? Não sei mais o que faço. — Decidida Cindy se direciona a porta — Quer saber? Vou deixar vocês comerem e vou pra casa, essa noite está uma merda.

Roberta segura-a pelo braço como quem fosse brigar:

— Mas não vai mesmo. Eu não vim aqui ser vela de vocês dois e que a primeira impressão que passa para seu namorado ou que quer que ele seja é a de chata. Nada vai ser em vão querida! — Roberta sorriu confiante — Você vai se recompor e vai pra lá linda no estilo e vai curtir muito essa noite até porque ele está se mostrando muito interessado por você, entende?

— Ai eu quero morrer! — Sussurrou Cindy

— Pode até querer, mas agora não. Volta lá como se nada tivesse acontecido,dá um beijo nele...não demorado porque eu não quero ser vela de ninguém. Sente-se e coma em paz. Sorria. Fale e seja você mesma. Seja normal, seja a Cindy que todos amam. Depois diga que você tem algo muito importante para conversar. Tudo bem mocinha?

— Tudo bem amiga! — Disse Cindy abraçando-a — Obrigado por estar aqui comigo.

— Isso mesmo! Minha vinda aqui não será em vão.

As duas retornaram para o grande salão. Roberta estava tranquila e andava na frente. Cindy estava tremendo feito uma vara verde de tanto medo. Suas pernas pesavam. Jared ao avistá-las levanta-se e oferece a cadeira para Roberta enquanto Cindy esperava que ele lhe desse atenção. Com um sorriso confiante, ela dá um beijo em Jared. Sua reação é de surpresa acompanhada com felicidade. Após partirem o beijo, Cindy sussurra em seu ouvido:

— Preciso conversar sério com você.

Jared assentiu com a cabeça e deixou-a sentar. Roberta desviava olhar, volta-se para o prato, se servia e comentava a respeito da comida:

— Estão servidos? Estou cheia de fome — Disse ela enchendo a boca, saboreando a comida e fugindo de qualquer coisa que Cindy gostasse que ela dissesse.

— Está tudo muito bom, mas eu e a Roberta temos aula de manhã, e nós já vamos indo.

Roberta olhou-a espantada e com cara de interrogação sussurra para Cindy:

— O que? — Olhou para Jared e voltou para Cindy recompondo a voz — Mas ainda não acabou, você tem que conversar Cindy, sobre...você se lembra?

— Claro que lembro, mas tenho que me livrar antes de você! — Exclamou Cindy discretamente para que Jared não ouvisse.

— O que? Como assim? — Havia enfase na sua indignação — Quer que eu saia? Tudo bem... — Fora interrompida por Jared.

— Algum problema?

Cindy fazia sinal de que ela não falasse nada naquele momento, não queria deixá-lo alarmado. Seu medo crescia a cada olhada que Jared lhe dirigia. Queria ser ajudada, mas daquele modo não funcionaria muito bem. Ele ficou mais sério quando viu o modo como as duas garotas reagiam diante das suas perguntas. Ficavam desesperadas para conseguirem uma boa resposta. Roberta fora convidada para ajudá-la e seria isso que ela iria fazer.

— Olha Jared, vocês dois precisam conversar seriamente, mas a mocinha aqui está querendo deixar... — Olhou para Cindy — Para outro dia. Só que eu acho que isso precisa acontecer logo!

À principio ele não estava entendendo nada, a garota poderia estar de zoação ou quem sabe quisesse estragar tudo o que acontecia. Olhou para Cindy como se perguntasse: "É verdade?". Sua voz não estava querendo sair e apenas porém balançou a cabeça e abaixou a mesma ressentida.

— Eu te levo pra casa, Roberta — Ele se ofereceu para levá-la para casa.

— Tudo bem! — Negou Roberta — Quero que vocês tenham essa conversa. Apenas desejo estar segura de que isso ocorrerá. Eu vou pra casa, nos vemos depois — À Cindy sussurrando — Qualquer coisa você me liga. Boa sorte, força e vai na fé. — Voltou-se a sua atenção para Jared — Devo ajudar a pagar a conta?

— Não precisa. Espere um momento que eu te levo, é meu dever como bom moço que sou.

Sempre otimista Roberta gostava de sentir livre, mesmo que qualquer pessoa fizesse questão de acompanhá-la em casa. Até parecia uma criança frágil, mas na maioria das vezes conseguia contornar a situação e fazia com que tudo saísse melhor do que imaginara. A liberdade era como um doce que ela consumia em suas noites de solidão, a fazia bem. Ser livre tinha as suas vantagens e enquanto não encontrasse alguém que fosse capaz de olhe provasse o contrário, iria aproveitar o máximo que podia da vida.

— Não se preocupe eu pego um taxi — Roberta diz docemente — Só quero que você cuide dela. Precisam conversar e eu não quero atrapalhar. Só vim dar um pouco de apoio moral pra Cindy... Meu dever aqui está cumprido. — Olhava para a garota esperando uma resposta.

— Por mim tudo bem...é claro se você quiser. Toma cuidado Rô.

Jared agora falava mais diretamente com Roberta, pois a garota estava alerta a qualquer ação dele.

— Eu vou cuidar dela, não sei porque...mas eu não seria nem um pouco burro em não fazer isso.

— Obrigado Jared. Foi muito bom me distrair com vocês, eu vou indo. Irei passar na loja de doces pra levar chocolates para casa, tenho que agradar meus pais — Desabafou Roberta — Boa noite pra vocês — Roberta despede-se deles com um beijo no rosto de cada um — Se cuidem!

E a garota saiu falando ao celular empolgadíssima. Cindy em sua mente torturava sua amiga. Essa era uma boa forma de demonstrar que eram amigas e que no fundo se amavam profundamente. Não tinha feito por mal, se não fosse desta forma não seria de nenhuma outra. Cindy sempre temia o pior, pensava negativo na maioria das vezes, não arriscava. Agora seria o momento propício da história. Encarar ele sozinha, não era uma tarefa muito fácil. Se acalmar seria a primeira coisa a ser feita. Desta vez era necessário que ela deixasse as imagens passar em sua mente e dizer tudo aquilo que lhe perturbava.

— Bom, eu... — Gaguejava Cindy perdida nas palavras — Estive pensando na nossas noites juntos, é...acabei lembrando de que nós não... nos preservamos...e acabei ficando insegura e...ah Jared, eu estou com tanto medo de... — Ela baixou a cabeça triste, preocupada.

Ele percebendo a insegurança estende a mão para tocar a dela. Um toque suave e cheio de energia. Ele sorri mas ela não vê o sorriso maravilhoso que ele lhe mostrou. Mostrava-se interessado em ajudá-la no que quer que fosse. Pelo menos os seus pensamentos Mellody não poderia controlar. Faria tudo o que fosse necessário para que Cindy não sofresse pelas ações que viriam a acontecer ainda naquela noite.

— Fique calma ! — Ele fez sinal para o garçom trazer água — Beba, respire fundo. Quando quiser é só falar.

— Podemos conversar em outro lugar? — Após observar as pessoas ao seu redor, Cindy continuou — Não estou muito confortável aqui Jared.

— Vamos para o apartamento, lá teremos privacidade... é claro se você quiser.

Jared pagou a conta do restaurante e se encaminharam para o carro. Com seu modo gentil e educado, Jared abriu a porta do carro para ela entrar. Para ela era difícil acreditar que tudo aquilo estava acontecendo, ainda mais com quem ela sempre admirou tanto tempo. Aquele rapaz por quem seu coração batia involuntariamente desde os seus doze anos.

— Cindy, independente do que aconteça nessa noite... — Confessou Jared — Eu quero que você saiba que eu sempre te amei e que eu jamais desejaria machucar os seus sentimentos. Principalmente os que nutre por mim. Sei que não é fácil ser uma garota apaixonada por mim, eu não merecia ter esse privilégio de morar no seu coração.

— Jared, o que está acontecendo? — Perguntou a garota preocupada com a mudança repentina em Jared.

— Nada. Só precisava expor o que sinto por você!

— Ah Jared. Eu sempre vou te amar.

Cindy o puxou para um beijo breve. Havia desejo, necessidade de manter-se ali para sempre. Os braços de Jared lhe serviam como fonte de calmaria e tranquilidade.

— O seu carro senhor — Chamou o manobrista.

Jared a conduziu para o banco do passageiro. Ao entrar percebeu que o seu olhar procurava algo para se firmar. Suas mãos estavam frias de tanto nervosismo. Já começava a vestir a máscara de um outro Jared. Aquele pelo qual ele temia ser lembrado, o que mexia com as suas feridas do passado. Revelar esse seu lado marrento. grosseiro e brutal nunca foi a saída para os seus problemas.

O silêncio devastador tomava conta do ambiente, ninguém queria se pronunciar mesmo que houvesse tantos assuntos a serem discutidos. O caminho até o apartamento ficou longe demais diante de tantos pensamentos contraditórios. Uma estrada sem fim, que os conduziam ao nada. A estrada que se estendia ao longo do campo de sua visão encantava Cindy. A noite todas as luzes traziam uma certa magia que apenas ela conseguia enxergar.

O clima entre eles já não estava tão agradável como da última vez em que se encontraram, isso era cada vez mais nitido para Cindy. Jared estava sério e evitava a todo o momento o contato visual com ela. Aquela cena incomodava demais. A mudança de comportamento em Jared a deixava preocupada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Por Trás da Seriedade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.