Jared avisou a Cindy que o voo deles para Los Angeles seria as nove da noite. Ao mesmo tempo em que ela se animava com a ideia de sair de Los Angeles, sentia medo. Nunca viajara sem os seus pais, não sabia os riscos que poderia correr. O pouco tempo em que pudera ficar com Roberta fora muito bem aproveitado. Todas as súvidas eram esclarecidas ao máximo paraque não houvesse erros. Jared lhes contou que passaria apenas alguns dias na casa da sua mãe. Ela contava com asua presença em alguns meses.

Despediram-se com abraços fortes, e Jared se pôs a dirigir apara o aeroporto. Lá havia um jato particular aguardando-os. Tudo era novidade para Cindy. Não se imaginava indo para lugares de um modo tão confortável. Jared a fazia se sentir como uma verdadeira boneca. Era inacreditável. Após estar tudo certo para decolarem Cindy se sentiu mais calma.

Durante a viagem Jared conversou com Cindy à respeito de sua decisão de fugir de casa. Não era o tipo de situação que ele aprovaria, mas por ser Cindy, ele decidiu fazer uma exceção. Uma nova oportunidade de passarem mais tempo juntos. Ele estava sendo muito atencioso em tudo. Dedicava cada um dos seus minutos a ela.

Pegaram um táxi ainda no aeroporto. O caminho até a casa de Kimberly era longo demais. Ela morava numa casa de campo, pois gostava de estar em contato com a natureza, longe da confusão da cidade grande. Cindy ficava encantada por cada lugar que passavam. As luzes conseguiam atrai-la facilmente.

— Será que a sua mãe vai gostar de mim? — Perguntou ela de repente quebrando o silêncio.

— Não precisa se preocupar com isso, meu amor! — Exclamou ele tocando-lhe o rosto — Não tem quem não goste de você. Minha mãe vai te amar, basta ser você mesma.

Ela sorriu docemente. Não conseguia esperar a hora para conhecer a mãe de Jared.

A fachada da casa era repleta de plantas exóticas e com muitas flores de todas as cores. Um sonho de toda mulher. Um verdadeiro paraiso que preenchia os olhos. Um ambiente calmo e prazeroso que os permitiam terem os melhores pensamentos. Por um momento Jared desejou saber o que se passava na mente de Cindy, como ela se sentia por estar ali.

Entraram no jardim esplêndido e logo uma senhora animada surgiu correndo em direção a Jared. Aquela mulher amava seu filho no fundo do coração. Kimberly recebeu o filho num abraço caloroso e cheio de saudade. Uma abraço demorado os envolvia. Tanto tempo se verem resultava em bons momentos.

Ao partir o abraço Kimberly olhou admirada para Cindy. Gostava do que presenciava,

— Quem é? — Perguntou curiosa.

— Essa é a Cindy, mãe.

— Olá, querida. Seja muito bem vinda ao meu lar — Cumprimentou Kimberly.

— Como vai?

— Bem. Desculpe-me a curiosidade,mas o que houve com a outra garota?

— Terminei. Tem alguns meses — Respondeu Jared tranquilamente.

— Sabe? — Cochichava Kimberly para Cindy — Espero que você seja melhor do que a outra. Não gostava muito dela.

Cindy sorriu amarelo. Nunca que ela seria comparada a Mellody. Até porque as suas qualidades eram bem mais distintas.

— Ela é. — Afirmou Jared.

— Entrem assim poderemos conversar mais a vontade.

Kimberly era só sorrisos. Caminharam todos para a sala. Jared aproveitou que as duas conversavam e foi colocar as malas no quarto. Agradecia mentalmente pelo fato de sua mãe ter gostado de Cindy logo de cara.

No começo Cindy ficou acanhada. Quase não falava. Não demorou e Jared logo estava reunido com elas na sala.

— Mãe, tenho uma noticia pra te dar — Disse ele segurando a mão de Cindy.

— Meu Deus... — Disse ela espantada — Não me diga que vai voltar com a outra? Me peça o que quiser, mas não volte com a outra, já sou velha para aguentar aquela pirralha.

— Não... Credo em cruz — Olhou para Cindy e depois para Constance — A senhora vai ser vovó.

Como deduzir algo como uma noticia. Era a realização de um sonho.

— Querido, não brinque comigo. É verdade Cindy?

Ela apenas assentiu. Kimberly abraçou-os. Feliz. Ela estava mais que feliz. Pulava e gritava de tanta felicidade. Sempre sonhara com esse dia e em breve realizaria.

— Queridos, vou vprecisar dar uma saida, só voltarei mas tarde. Fiquem à vontade! Divirtam-se.

Estavam sozinhos em casa. Cindy preferiu tomar um pouco de sol, na beira da piscina. O sol de Los Angeles era ótimo. Simplesmente perfeito. Revigorava as energias com o sol. Horas se passaram e Cindy acompanhava Jared em quase tudo que ele fazia. Cindy ficou um pouco só no quarto, pensava nas desculpas que Roberta iria dar quando sua mãe ligasse para ela. Do quarto, Cindy viu Jared mergulhar na piscina. Estava tão à vontade, liberto de si mesmo.

Desceu e ficou observando-o. Ele sorriu e ela fez o mesmo. O sol estava um pouco mais quente. Ele saiu da piscina e caminhou em direção a ela. Ele não usava camisa. Ela não gostava muito de vê-lo sem camisa, sabia que perdia a noção. Com o corpo escorrendo água, Jared a beijou. A boca de Cindy,macia e doce entreabriu-se para recebê-lo como uma flor desabrochando sob o calor do sol, num beijo inebriante. Apaixonante.

O louco desejo percorria os dois. Ele estava possessivo. Deslizava suas mãos por entre o corpo dela. Cindy lutava para não render-se totalmente. Uma luta que era em vão. Beijavam-se como se estivessem separados há anos, a fim de matar as saudades. Ambos arfavam quando Jared separou-se dela.

— Me desculpa — Ele sorriu tímido.

— Pelo o que? — Ela sorriu fitando o rosto, que se corava diante do dela.

— Por te agarrar... assim do nada.

— Precisava disso, amor. — Ela disse de um modo encantador.

Jared tentou se controlar para não agarrá-la novamente. Seu humor estava a mil. Sentia-se feliz pelo fato de Cindy estar com ele, onde crescera e tomara a liberdade. Seria totalmente diferente se estivesse apenas com a família.

— Vou me trocar, amor — Disse ele dando selinho — Iremos dar uma volta por toda Los Angeles.

Aqueles olhos azuis brilharam com mais intensidade. Cindy não sabia ainda como se portar ao lado dele, ainda mais em outro país. Só tinha que relaxar e aproveitar.

Jared lhe apresentava os pontos turisticos e históricos. Andar pela calçada foi completamente divertido, pois a maioria dos artistas ali eternizados faziam parte do seu gosto musical. Nomes importantissimos que jamais seriam esquecidos.

Kimberly não estava em casa, quando Jared chegou. A casa estava no mesmo estado que tinham deixado. A tarde que tiveram juntos fora mais que suficiente para que ele estivesse louco pelos carinhos dela. Continuavam num clima que só eles mesmos poderiam explicar. Cindy sentia-se mais livre, viajar para uma outra cidade sem a permissão de sua mãe era totalmente inovador.

Seus pensamentos voavam diante de tais distrações.

— Algum problema? — Perguntou ele curioso.

Ela assentiu negando. Cindy começava a se sentir culpada pela escolha que havia feito. Estava óbvio que sua mãe havia agido de uma forma exagerada, mas poderia relevar em certos aspectos. Cindy sempre respeitava as regras impostas pelos pais e nunca reclamava, mas com essa viagem poderia pensar mais no assunto da sua gravidez.

— Vou preparar algo pra você comer! — Anunciou ele.

Cindy aproveitou a deixa e subiu para tomar um banho. Um passeio por Los Angeles deixava qualquer um cansado. Após o banho,ela ficou sentada por um tempo na cama. Estava extremamente exausta. Olhou o celular que estava ao seu lado. Havia uma mensagem de voz e só fez com que ficasse curiosa para ouvir.

"Cindy espero que esteja se divertindo muito. Sua mãe não parou de ligar. Até agora consegui fazer com que ela acreditasse que você não queria falar com ela, e que ainda estava muito chateada... Olha como eu sou uma idiota, preciso saber o que a minha linda anda fazendo em Los Angeles. Não importa o que esteja fazendo, só quero que se divirta ao extremo com o Jared. Minha mãe e meu pai também estão te ajudando. Faça tudo o que sentir vontade e seja feliz, pelo menos enquanto estiver ai. Beijos minha linda."

Cindy sorriu ao terminar de ouvir. Roberta só poderia estar pensando em coisas extremamente impossíveis (talvez nem tanto impossíveis). Aos poucos ela começava a acreditar que não tivesse feito algo imprudente, que apenas precisava de um tempo longe de sua mãe. Esperou o tempo suficiente para que pudesse descer.

Jared estava todo distraído na cozinha, sem movia com graça. Enquanto o observava movimentar-se pela cozinha, imaginava como seria desde o principio caso sua mãe soubesse de tudo. Poderia mostrar a felicidade que sentia, enfrentaria tudo com mais facilidade,mas tudo não passava de uma imaginação bem fértil. Brenda sempre mudava de ideia sobre as pessoas que sua filha poderia gostar. De inicio sempre apoiaria, mas no fim sempre iria dizer que ele nunca lhe faria feliz. Como poderia dizer algo se ao menos não deixava sua filha tentar?

Ela mantinha o olhar preso ao vazio de um lugar qualquer. Jared estalava os dedos na tentativa de chamar a sua atenção.

— Com fome? — Perguntou ele servindo-a.

— Sim.

— Pode se sentar.

Cindy sorriu em forma de agradecimento. O olhar dele era provocante demais. Ela tentava disfarçar, mas ele sempre entendia a situação. Para deixá-la mais confortável, Jared deixou-a sozinha na cozinha comendo. Depois de terminar, Cindy foi para a sala, mas não o encontrou-o ali. Jared estava sentado na cadeira, perto da piscina. Ela à principio achou estranho,mas logo relevou. Pensou que sua presença ali pudesse estar atrapalhando-o em algo. Ele mesmo impediu que ela o acompanhasse.

— Já terminou? — Perguntou ele caminhando até ela.

— Sim... e devo dizer que você cozinha bem.

— Obrigado... — Fez uma pausa e logo continuou — Posso te contar um segredo?

— Claro. — Respondeu ela empolgada.

— É a primeira pra quem eu cozinho.

Ela não soube o que responder diante de tal revelação. Sentia-se privilegiada. O modo como ele lhe revelava algumas coisas sobre si mesmo deixava Cindy cada vez mais admirada. A cada momento apendia mais sobre quem ele era e o que gostava de fazer. Jamais pensava em ser alguém muito importante na vida dele.

A noite estava linda. O céu cheio de estrelas iluminava mais o ambiente. Cindy sentou-se na cadeira que ficava na beira da piscina, prestando atenção em cada movimento que ele realizava. Ele entrou na casa e logo saiu trazendo consigo algumas toalhas e roupões. Cindy estranhou logo de começo.

— Por que você não vem nadar um pouco comigo?

— Porque a água já deve estar bastante fria.

— Estarei com você, nem vai perceber a temperatura! — Ele sorria.

— Por que?

— Porque eu sou muito quente.

Ela não se conteve e riu da piada. Que talvez nem fosse uma piada.

— Vou correr o risco.

A água estava agradável. No entanto ficaram entregues a sensação da água, da luz da lua que refletia sobre eles. A noite os embalou como eternos amantes.

**********

O segundo dia em Los Angeles trazia muitas surpresas para o casal. Era engraçado como as leis da vida estão girando em torno daquele casal. Estar em um outro país era totalmente novo para Cindy. Fazia tudo o que sentia vontade e quando quisesse. Começava a sentir saudades de casa ou pelo menos das pessoas que sempre a cercavam. O que quer que fizesse sempre lembrava das incontáveis horas que passava em casa, mesmo com as confusões que tinha de conviver.

Kimberly passara uma parte do dia conversando com ela sobre a criança e também sobre como era o relacionamento dela com seu filho.Com seu jeito tímido Cindy contou praticamente uma parte de sua vida para a mulher em sua frente. Curiosa, Kimberly fez com que a garota se soltasse mais e conversasse mais abertamente. Queria saber principalmente a respeito doq eu os pais dela achavam sobre a gestação, foi ai que a grande revelação foi feita. Kimberly não concordava pelo fato de Cindy esconder a gravidez de sua mãe, mas depois de muita explicação foi que a senhora ficou mais tranquila. Notou que Cindy estava sozinha e que apenas o pai e a amiga era que a ajudava.

Ela desejou por um momento ser a mãe daquela jovem, pois a colheria num momento tão delicado, lhe daria os melhores conselhos que seriam levados pela vida toda.

Tiraram todas as duvidas que tinham e no entanto Kimberly mostrou à Cindy, todas as fotos de Evan e Jared quando eram mais novos e algumas coleções que fazia depois que ambos formaram a banda. Toda vez em que mencionava o nome dos filhos, os seus olhos enchiam de lágrimas. Eram seu maior orgulho. Conforme as horas ia passando, Cindy percebia o quanto Jared era atencioso com sua mãe.

A noite se aproximava com força. Uma noite com ventos fortes. Uma noite que realmente prometia reflexões sobre atos imprudentes.

Jared passara o dia inteiro praticamente pondo seus assuntos em ordens. Cindy preferiu não atrapalhar nenhum dos dois. Estava com a cabeça doendo, que no entanto ficou no quarto. Jared logo foi para o quarto também, sentia-se exausto e um banho o faria relaxar.

— Tudo bem? — Perguntou ele ao entrar no quarto.

— Sim...

— Vou tomar um banho. E assim que terminar, irei te dar toda a atenção do mundo.

Era noite de luar intenso, Cindy resolveu olhar as estrelas, enquanto aguardava Jared se aprontar. A sensação do vento em seu rosto e seus cabelos esvoaçantes em Los Angeles era incrível, aquela cidade toda iluminada. Um sonho!

As lembranças e a sensação do momento pairavam em sua mente, a saudades de casa, dos seus pais e de sua melhor amiga Roberta. Cindy pensou em ligar para casa, nem que fosse para não dizer absolutamente nada, mas pelo menos para ouvir a voz de sua mãe, ou talvez a voz cansada de seu pai, só isso já a acalentaria naquele instante, mas era melhor não, talvez ficassem preocupados e iriam lhe encher de perguntas.

Quem diria que aquela garota simples, bela e tão sonhadora, estaria ali, ''fugida'' de casa, grávida de um cara que durante sua adolescência era seu ídolo, seu sonho era apenas de conhecê-lo, mas agora, ele era o amor de sua vida, pai do seu filho aos 17 anos, e lá estava ela, diante da bela Los Angeles.

Cindy pousou as mãos em sua barriga, sentindo o seu bebê, fechou os olhos, pensando em sua família, uma lágrima rolou em seu rosto, naquele momento a sensação era de adrenalina e saudades.

— Que aventura! Pronta para o nosso passeio amor? — Jared disse sorrindo e abraçando-a pelas costas, colocando suas mãos sobre as de Cindy.

Ela abriu os olhos, respirou fundo, sentindo o cheiro do suave perfume de Jared, sentindo seu abraço e seus suaves beijinhos de carinho. Ela passou as mãos em seu rosto, secando as lágrimas que deixara cair.

— Vamos meu amor, vamos sim! — Cindy sorria e virou-se para Jared, abraçou-o bem forte e ele retribuindo a beijou.

— O que foi? Estava chorando? — Ele sussurrou encostando sua testa na dela.

— Nada não, só estava lembrando de casa e pensando nos acontecimentos mágicos e loucos da minha vida — Ela sorriu, radiante.

— Mágicos? — Ele estava curioso, mostrou-se interessado — Quais deles?

— Por exemplo, esses agora, essa loucura que estamos fazendo, fugindo como dois adolescentes. Você, o meu sonho, aqui comigo e o nosso bebê!

— Realmente amor, é mágico e louco mesmo, mas é só início de muita coisa boa pra gente, das melhores fases da nossa vida, com nós dois juntos. Pode ter certeza! — Ele a beijou na testa e abraçou-a fortemente.

Após alguns minutos juntos, os dois saíram. Cindy estava ansiosa para o passeio pela cidade, a noite estava incrível lá fora, e essa era a primeira vez em que ela estava naquela cidade, pois morava tão perto, mais ao mesmo tempo tão longe dali. Só que antes, ela sempre soube, que um dia estaria ali, não sabia quando, nem como, mas estaria. E agora, finalmente,esse dia chegou.

Não havia como saber para onde Jared iria levá-la, desde que estivesse com ele nada mais importaria. A levou para o restaurante La Fontaine. Um dos mais encatadores e maravilhosos restaurantes do qual Kimberly e Jared sempre gostaram de jantar. A comida era um deleite dos deuses. Estavam de braços entrelaçados enquanto Cindy admirava a entrada do restaurante.

— Que lugar lindo, Jared! — Exclamou Cindy encantada — Esse lugar é maravilhoso.

— Fico feliz que tenha gostado. Desde que chegamos na casa da minha mãe estive pensando em te trazer num lugar especial onde o brilho do seu olhar pudesse se tornar mais intenso.

— Que fofo!

Caminharam até a porta de entrada. O maitre os atendia cordialmente.

— Reservas senhor?

— Sim, Colleman e Harttman. — Respondeu Jared.

Ele procurava o nome na lista.

— Me acompanhem por favor!

Foram guiados até o salão principal. Jared se mostrava cortês. Tratava muito bem a garota com quem estava, queria que ela se lembrasse daquela noite pra o resto de sua vida.

— Me conte sobre o que está achando daqui de Los Angeles — Pediu Jared.

— Ah! Aqui é lindo demais. É muito mais do que eu esperava nos meus sonhos.

Jared fez um sinal para o garçom.

Cindy olhava atentamente o menu. Não sabia que o garçom lhe trazia um presente. Ao manter um novo contato visual, ela viu Jared recebendo as flores. Ele as segurava com tanto carinho.

— Essas rosas são para você Cindy. A pessoa que tem feito com que a minha vida mudasse por completo, se iluminasse mais. A vida não é a mesma sem você.

Ele se aproximou e entregou o buquê a Cindy. A garota aceitou com muito cuidado. Nunca recebera flores das pessoas, exceto quando ela mesmo resolvia se presentear. Seus olhos insistiam em marejar. Aquela noite ficaria marcada para sempre em seu coração. Vivia a melhor fase da sua vida. Deu um beijo apaixonado em Jared. Gostava da sensação que ele lhe causava quando sorria.

— Obrigado, meu amor! Não sei o que dizer nesse momento. Cada minuto ao seu lado é infinito.

— Eu te amo Cindy!

— Sempre te amei.

Um belo sorriso se formou no rosto dele. A vida ao lado de Cindy poderia ser melhor do que ele imaginava. Os dois pensavam da mesma forma.

**********

Cindy sentia-se bem na casa de Kimberly. Já não sentia mais a mesma vontade de voltar para casa. Talvez pensasse em voltar para casa, porque o problema era apenas sua mãe e sempre tinha o apoio de seu pai quando se encontrava na mesma situação. A compreensão dele era muito melhor.

A noite estava agradável e fresca. Jared estava conversando animadamente com sua mãe. Parecia que eles estavam combinando nomes de crianças. Faltava bastante tempo para que a criança nascesse e no entanto não havia necessidade de discutirem sobre tal assunto, mas não seria ruim ouvir as opiniões. Antes tarde do que nunca.

Cindy apareceu na entrada da sala os observava curiosa. Jared ficava à vontade ao lado de mãe. A cada dia que se passava, Jared mostrava-se alegre e sempre estava fazendo com que ela risse, esquecesse de tudo como se vivessem dentro de uma outra realidade.

— Olá querida! — Disse Kimberly animada.

— Olá... posso saber sobre o que estão falando?

— Claro que pode — Respondeu ele trazendo-a para perto de si.

— Minha mãe e eu estávamos pensando em nomes de bebês. Nosso principal foco é sobre nomes de meninas. Pelo menos por enquanto, já que a ideia foi dela.

Ela o olhou meio confusa. Ele já estava pensando até no nome para a criança. Jared ficou atento as suas expressões, Cindy estava surpresa com o assunto.

— O que você acha do nome Esperança, querida? — Perguntou a senhora empolgada com a resposta.

Cindy pensou bem antes que pudesse responder algo que pudesse magoar Kimberly. Gostava dos significados de cada nome, mas teria de escolher algum que fosse diferente.

— Eu acredito que esse nome traz uma história já com o que a criança passou desde a gestação. Apenas uma justificativa.

Kimberly ficou boquiaberta com a resposta. Realmente ela não esperava receber uma resposta com tanto sentido. Talvez ela pensasse que Cindy pudesse parecer em alguns aspectos com Mellody, mas até aquele exato momento Cindy havia sido a mesma garota desde que chegara, sempre prestativa e educada. Não reclamava ou evitava que o filho lhe desse um pouco de atenção.

Jared pensava em um outro nome, surpreendeu sua mãe ao anunciar:

— O que acham do nome Crystal?

Um nome um tanto que diferente para o tempo em que as pessoas estavam acostumadas com nomes fáceis. Se fosse uma garota, esse nome seria mais que perfeito. Cindy olhou para eles antes de dar a sua real conclusão.

— Diferente. Posso pensar melhor... — Cindy bocejava mostrando que a noite para ela já estava terminando — no nome. Mas quero que saibam que eu gostei das propostas.

— Ok... — Disse ele se levantando — Acho que alguém precisa descansar.

— Boa noite, Kimberly!

— Boa noite meus queridos.

Jared a acompanhou até o quarto. Aproveitando que ele estava no quarto, Cindy pediu para que ele desabotoasse a roupa que ela estava. Enquanto ela se trocava, Jared ficou sentado na cama cantarolando. Assim que ela saiu com a roupa trocada, Jared sorriu em aprovação. Cindy usava um pijama mais curto,perto dos outros que tinha usado nos primeiros dias.

Cindy aproximou-se. Mas ele a puxou para perto, deitou-a delicadamente na cama,olhando para aquele rosto delicado.

— Você está crescendo, Cindy. — Disse ele passando a mão pelo cabelo dela.

— Literalmente não acha, Jared? — Ela riu da própria piada.

— Sério mesmo Cindy. Não parece aquela garota do tempo em que eu estudava, que tinha medo. Nunca pensei que fosse me surpreender tanto com você.

— Acho que é porque, simplesmente eu sonhava com você e agora é tudo tão real. Você, eu. Tudo faz sentindo quando estou com você.

Ele sorriu ao compreender o que ela havia lhe dito. Os dois se completavam. Quando estavam apenas sozinhos,pareciam outras pessoas, pois a timidez não existia. Ficaram se entreolhando intensamente, como quem quisesse transmitir a sua segurança ou algo mais. Ambos eram protetores.

Cindy ficou deitada perto dele até pegar no sono. Jared permanecera acordado. Passara um tempo na sala, pensando, andando de um lado para o outro.

Jared passara o dia inteiro se controlando para que não a agarrasse durante o maior tempo.

O quarto estava apenas iluminado pelos abajures, e Jared não aguentou ficar afastado por muito tempo, então entrou dentro do quarto e a viu ali, dormindo semi nua com as pernas descobertas, pele branca, muito branca que o atiçava de desejo. Ele se aproximou e a tocou cautelosamente sua mão estava fria, estava com medo de acordá-la, mais estava tão extasiado de desejo pela garota,que a beijou. Foi um beijo dominador que assustou a garota que agora se debatia contra o corpo dele.

Ela não estava entendendo o porque daquela reação inesperada dele. Ele inclinou a cabeça, pegou seu pescoço com uma mão segura e fez uma caricia mais profunda.O calor de sua paixão e o desespero de seu toque lhe mostraram o quanto ele ansiava por ela. Quando ele se afastou, ela o viu levemente desorientado. Seus olhos azuis estavam dilatados, acompanhado pela sua respiração ofegante.

Ela o encarou com a respiração entrecortada.

— Mas... o... que foi isso?

— Foi a vontade de te querer mais. — Ele ficou corado, não sabia se poderia ou não continuar, mas seu desejo era mais que incontrolável.

Aproximou-se novamente. Jared foi mais calmo desta vez. Suas mãos geladas, percorriam o corpo dela. Cindy estava mais cautelosa. Não estava se entregando totalmente, mas fazia com que o clima não fosse quebrado. Ela também ansiava por seus toques, por seus carinhos. Agora ela sabia que não seria apenas uma noite como antes. Agora tinha mais que certeza de que o teria por perto. A cada toque uma nova reação. A cada reação uma vontade louca de desejo crescia. Os dois estavam desesperados, queriam ultrapassar barreiras que eles mesmos transpuseram. Cindy fez com que ele se sentisse revigorado, atendendo as sua vontades.

**********

Cindy aos poucos se mostrava mais alegre. Sinal de que suas preocupações estavam cada vez mais longes. Realmente aquela viagem inesperada havia lhe feito muito bem. Passara a manhã inteira conversando com Kimberly a respeito de família e sonhos enquanto faziam compras. A senhora se mostrava sempre gentil e simpática com a garota. Depois de um passeio maravilhoso, Cindy tomou um banho relaxante. Jared não passara o dia em casa.

Ela foi a responsável para preparar o almoço. Optou por fazer uma lasanha caseira. Ficara pensando sobre o nome que Jared havia escolhido. No começo não esboçou nenhum tipo de reação, mas conforme ficou sozinha foi o suficiente para que ela pudesse rever seus conceitos.

"Minha pequena Crystal" Pensou ela como seria chamar sua criança.

A semana estava começando a passar muito rápido. Haviam perdido a noção do tempo. Log teriam de voltar para Londres antes que sua mãe desconfiasse. Durante o almoço, Kimberly foi avisada que Jared e Cindy voltariam para Londres. Cindy não queria voltar para a sua realidade, mas infelizmente assim tinha de ser. Após o almoço, ela preferiu ficar no quarto. Ficava ali pensando no futuro de sua criança, do quão bem estava se sentindo por saber que uma vida estava sendo gerada através dela.

Jared entrou no quarto, encontrando-a pensativa:

— As malas já estão prontas! — Ele disse enquanto a abraçava, sentindo seu cheiro — Que desanimo é esse?

— Não estou desanimada, só um pouco preocupada com o que minha mãe pode fazer comigo!

— Ei, relaxe! Sua mãe nem vai perceber nada agora. Pense nas coisas boas que te aconteceram.

Ela apenas sorriu. Havia uma ferida aberta em seu coração. Sentia-se sufocada.A sua vida em Los Angeles era totalmente diferente da que tinha em Londres. Pensava em como seria legal contar para sua mãe tudo o que havia feito,visto e experimentado. Mas infelizmente não poderia ser do seu jeito. Quando saira de casa, estava brigada, magoada com sua mãe e nem mesmo ela tinha conhecimento dos seus atos. A dor era muito grande que uma hora aquela situação toda teria de ser resolvida. Um ponto final teria de ser colocado em toda a história.

Desceram para se despedir de Kimberly.

— Espero te ver novamente, querida. — Disse Kimberly abraçando — Cuide bem do meu filho. Estarei ligando sempre para saber como ele está.

— Fique à vontade! — Ela sorriu — Se precisar de qualquer coisa estarei pronta para ajudá-los.

E assim seguiram para a viagem de volta a Londres.

A viagem fora tranquila, pelo menos até chegarem ao aeroporto. Ao chegarem, encontram alguns fãs de Jared que formaram um pequeno grupo em volta deles. Os fãs pareciam muito surpresos em encontrar Jared Colleman ali, sem sua banda. Apenas em uma viagem pessoal.

Cindy sentiu-se um pouco envergonhada e não sabia o que fazer, apenas deu leves sorrisos simpáticos para as fãs e aguardou,reparando na forma simples e gentil em que Jared dava atenção aos seus seguidores. Tirou fotos, deu autógrafos, levou beijos nos rosto e agradeceu cada um daqueles fãs por estarem ali.

Após alguns minutos ele se despediu e seguiu abraçando Cindy de lado e carregando a mala um do outro como um lindo casal.

Nunca imaginara o que ele tinha de passar com todos aqueles fãs. Era algo novo para ela. Mesmo ela sendo uma simples garota ao lado de um astro, trataram-na com igualdade. Ter o trabalho reconhecido era o sonho para qualquer artista.Com Jared não era diferente, após a pequena sessão de fotos e autógrafos ele havia ganhado um tom de mais vivacidade. O amor pela sua arte o fazia bem. Cindy não conseguia imaginá-lo deixando os palcos. Era tudo o de mais importante e apaixonante que ele fazia.

Já estava anoitecendo e ela torcia para que sua mãe não tivesse descoberto nada. Principalmente sobre a viagem. Detestaria ter toda a sua alegria arrancada.