Por Trás da Seriedade escrita por Lilly Belmount


Capítulo 2
Capitulo 2




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Encolhida naquele pequeno espaço, Cindy permitiu que o seu choro se esvaísse de dentro de si. Tantas cenas se passaram diante dela, conversas das quais ela sempre tivera medo de relembrar pois a machucava sempre. Pessoas que um dia se foram para sempre, outras que não se tem notícias. Ela própria não conseguia se reconhecer em seus pensamentos, sentimentos que guardara tanto tempo dentro de si. Uma vontade imensa de gritar tomou conta dela. Se controlar parecia impossível, não reconhecia o lugar para onde estava indo.

O balançar do carro logo cessou. Jared correra para abrir a porta para Cindy sair. Só não esperava encontrá-la com os olhos vermelhos de chorar. Vê-la fragilizada fez o coração dele se partir em milhões de pedaços. Ele se abaixou diante dela e se pôs a enxugar algumas de suas lágrimas. Sem ter saída, Cindy o abraçou fortemente. Jared ficara paralisado como quem estava com medo de retribuir aquele pequeno gesto.

O abraço que Cindy lhe dera se mostrava diferente do que ele estava acostumado a receber de Mellody. Havia calor, sentimento, algo que não havia formas de se explicar senão sentindo-o. Algo que ele só conseguia encontrar no abraços de sua mãe.

— Está tudo bem! — Disse Jared acalmando-a enquanto afagava-lhe os cabelos loiros. — Foi só um momento de desabafo. Fica calma, ok?

Ela assentiu calmamente. Jared conseguira acalmá-la antes que tivesse um surto. Não precisava fazê-lo passar por transtornos. Era fato que ela não estava bem e isso ela conseguia admitir para si mesma.

— Ei Cindy, consegue se manter em pé?

— Sim — Sua voz saiu rouca e falhada devido ao álcool que deveria estar queimando as suas cordas vocais.

Ele desceu-a do carro e caminhou segurando-a pela cintura. Seus cuidados para com ela eram extremos. Caso ela se machucasse, ele se sentiria a pior pessoa do mundo. A recepcionista não perguntou nada, pois o conhecia há tempos, mas o encarava de uma forma estranha. Toda vez que ele aparecia com alguém diferente aquela mulher o assustava. Talvez até o desejasse de forma intensa, mas não sabia como chamar a sua atenção. Foram para o elevador. Entraram e ele apertou o número do andar onde morava. A movimentação do elevador fazia com que ela segurasse mais firme nele. De vez em quando soltava-o com vontade de vomitar. Jared estava começando a ficar ainda mais preocupado com Cindy. Ao chegarem no andar desejado ele fez um meio de andarem apressado pelo corredor para que ela pudesse ir ao banheiro vomitar. Pegou-a no colo e se pôs a andar ainda mais rápido pelos corredores. Ele abriu as portas às pressas e a conduziu até o banheiro. Ela começou a vomitar sem parar, a única coisa que ele pôde fazer foi segurar os cabelos dela para que estes não se sujassem.

As coisas estavam começando a ficar calmas. Ela sentou-se em uma cadeira que ele colocara próxima a entrada do banheiro, facilitando a sua vida caso a ânsia insistisse. Pedira a ela que mantivesse a cabeça levantada por algum tempo, talvez a ajudasse. Passavam-se alguns segundos e lá estava ela vomitando novamente. Não era normal.

— Acho que devo ter que te levar no hospital! — Ele disse tentando conter o nervosismo, colocando as mãos nos bolsos.

— Não precisa, estou... — Ela correu novamente para o banheiro.

Desta vez ela demorara um pouco mais. Sinal de que todo aquele drama havia acabado, mas fora uma mera ilusão. Nada daquilo tinha um fim. Cindy forçava o que não tinha. Mas que diabos acontece com aquela garota, que vomitava sem parar. Estava se tornando cansativa aquela cena. Será que foi algo que ela comeu, bebeu? Essa era uma pergunta que não tinha o fundamento de ser respondida. Jared andava de um lado para o outro no quarto muito mais preocupado do que antes.

Ao invés de andar pelo quarto sem obter resultado, ele discou para a recepção, pedindo um médico, urgente. Aquele Jared que estava ali em pé, preocupado, não era o Jared cantor que muitos conheciam. Ele estava muito mudado diante daquela situação. Ele a conduziu para se sentar no sofá. A olhava encantado para ela. Cindy parecia outra pessoa. Uma parte dele queria conhecer ainda mais aquela garota que estava em sua frente, saber como reagiria diante do seu toque. Muitas ideias se passavam por sua cabeça, mas nenhuma delas eram racionais. Ambas as respirações estavam em pura sintonia, como se tivesse sido ensaiado. Ora Jared a contemplava ora disfarçava o que via.

Cindy sentia sua pele queimar com o olhar de Jared sobre ela. Talvez o olhar dele ardesse demais para ela, não estava acostumada mesmo quando sonhava. A sensação de estar ali ao seu lado era diferente, como se tudo de repente se encaixasse, a sua realidade começasse a fazer sentido. Afinal o que ela estaria fazendo ali sentada, olhando para o nada? Tinha de fazer algo antes que acabasse ficando louca. O silêncio entre eles era interminável.

Um brilho intenso preenchia os olhos deles. A vontade que Jared tinha era de agarrá-la e envolve-la num abraço caloroso acompanhado de um beijo. Aos poucos ele foi se aproximando ainda mais de Cindy. Ambas as respirações se tornaram intensas demais. O toque de suas mãos era suave e delicado para com ela. O fogo da paixão se espalhava por suas veias, Jared ansiava por ela. Precisava ter esse momento com Cindy. Quanto mais se aproximava, Jared suava as mãos. Sentia medo de machucá-la, pois a sua delicadeza era grande demais.

Uma batida na porta fez com que eles se distanciassem completamente. Ele se levantou calmamente para ir abrir a porta. Doutor Vitturi sorria para ele de forma enigmática. Aquele homem sim era de dar medo. O médico era duas vezes mais alto do que Jared. Uma aparência que faria qualquer garota se sentir encantada, mas Cindy já tinha se encantado por outro. Demorou um pouco para que o médico se aproximasse dela. Ele por sua vez usava um perfume maravilhoso. Nada que fosse muito chamativo, mas forte o suficiente para que ela se sentisse presa naquela realidade.

Até parecia uma disputa de beleza masculina. Não havia preferidos, mas quem soubesse cortejá-la levaria um bom prêmio.

"A boca desse médico é perfeita demais... O que está acontecendo comigo? Isso não pode estar acontecendo" Ela pensava consigo.

— O que houve com a garota? — Perguntou o médico formalmente mais próximo dela.

— Não sei doutor...só sei que ela não para de vomitar desde que chegamos aqui. — Ele tentava parecer seguro diante daquela figura.

Doutor Vitturi já estava acostumado a lidar com casos parecidos, mas sempre acabavam do mesmo jeito. Olhou curioso para Jared.

— Jared, você não está pensando em ...? — O médico fora interrompido rapidamente.

— Claro que não. — Defendia-se Jared olhando seriamente para Cindy — Ela é minha vizinha. A trouxe para cá porque os pais dela não podem vê-la nesse estado. Poderia se meter em confusão e depois seus pais acabariam me acusando.

— Bebida? — O médico o olhou sério.

— Sim. — Respondeu ele baixo.

— Diga-me o que sente minha jovem. — Continuou o médico pacientemente.

— Nada demais, só uma tontura e uma vontade imensa de vomitar, mas eu acho que é porque eu bebi muito, misturei tudo. Minha barriga dói bastante.

O doutor tirava alguns equipamentos de dentro de sua maleta. Examinava a sua pressão arterial e a sua visão.

— Já tinha bebido antes?

— Não.

Ele continuou examinando-a por alguns minutos. Cada detalhe não poderia ser passado despercebido por ele. Caso isso ocorresse, sua carreira profissional estaria acabada apara sempre. O médico apenas se levantou e postou-se diante de Jared, enquanto Cindy os encarava como se fosse um cachorrinho abandonado. Não entendia quase nada do que eles conversavam. Mesmo que se esforçasse bastante, seu esforço se tornava pequeno.

— Jared, eu recomendo que esta jovem repouse bastante, e beba muito liquido. Durante algum tempo ela ainda vai continuar se sentindo leve demais e a tontura logo passará. O fato é que ela não está acostumada a beber.

— Obrigado doutor! — Jared deu-lhe uns tapinhas no ombro aliviado, conversaram um pouco e após andar um pouco mais adiante e pagou-o. Sempre podia contar com o doutor Vitturi quando precisava.

Ele voltou para a cozinha cantarolando algo que ela não conseguia entender plenamente, estava muito tonta e tudo o que ouviu parecia zunido. Os sons ao seu redor pareciam sumir diante de tanta moleza. Sua cabeça doía muito talvez fosse pela quantidade de vodcas, whisky e cervejas que havia ingerido durante a festa. Ele estava tenso com a presença dela por ali.Com Cindy por perto ele sentia que podia ser ele mesmo, podia soltar-se e ser quem ele fora na verdade. A pessoa de fato que ele era.

Ficou por um tempo na cozinha, ela teve a sensação de ter cochilado por alguns segundos. Estes que pareceram minutos. Logo ele retornou para junto dela com duas canecas.

— Beba isso.

— O que é? — Perguntou Cindy estranhamente.

— Chá! Vai te fazer sentir melhor. — Cindy hesitou por um segundo — Pode confiar!

Ela começou a beber tranquilamente. Os dois estavam sentados no sofá, nada diziam. Pareciam até duas crianças tímidas quando entram pela primeira vez no jardim da infância. Completamente desconhecidos. Após tomar uma boa parte do chá, Cindy se levanta e põe sua xícara em cima da bancada mais próxima. Analisava a sua expressão calma e serena, como se ele estivesse numa sessão de fotos programada. Ela se aproxima dele novamente de Jared retirando a sua caneca, colocando a mesma junto na bancada. Demorou um pouco para que ele percebesse que ela estava parada diante dele. Jared por sua vez se encontrava de cabeça baixa com as mãos cruzadas. Lentamente Jared foi levantando a cabeça a encarando profundamente tentando entender o que aquela garota faria. No mesmo momento ele apenas descruza as mãos e Cindy senta em uma das pernas dele, pendurando as mãos no pescoço dele. Uma aproximação que fez o coração dele saltar de imediato. Pego de surpresa Jared a acaricia, aproveitando o melhor daquele momento. Com os olhos fechados, Cindy encosta a testa junto a dele sussurrando:

— Eu sei que bebi todas na sua festa, mas não me pergunte o porquê estou fazendo isso — Sua voz estava muito falhada e baixa.

Cindy deu um beijo em Jared. Não era qualquer tipo de beijo, era um beijo muito verdadeiro, intenso e cheio de vontade. Para ele era difícil negar uma garota, mas aquela que estava em seu colo estava conseguindo deixá-lo intensamente frágil durante aquela situação, a única coisa que ele podia fazer era retribuir. Suas mãos seguravam fortemente a garota aproximando-a ainda mais perto de seu corpo.

A relação entre eles começaram a esquentar, Cindy sabia que não podia parar o que começou, pois poderia sair por aquela porta e nunca mais olhar para a cara dele, iria se culpar para o resto de sua vida, não seria mesma garota sonhadora de antes. Talvez se escondesse para o resto de sua vida em seu quarto. Ela tirou a jaqueta que ele estava usando, jogando-a no chão. Parecia que o universo conspirava a favor daquele momento. Estava impossível de se controlar, Jared começou a distribuir beijos pelo pescoço da garota, que sem pensar soltou um gemido, que o fez dar um sorriso malicioso. Ele por si só tirou a camisa, Cindy arranhava loucamente as costas dele. Tudo estava indo tão bem, tão perfeito. As mãos dela tatearam o corpo inteiro dele, indo em direção ao botão da calça. Inseguro com o procedimento rápido ele segura as mãos dela impedindo-a de continuar.

— Cindy, porque isso está acontecendo?

— Não sei Jared — Disse ela enquanto beijava o pescoço dele.

— Não posso fazer isso com você, seria errado. Se continuarmos vou me sentir culpado. Desculpa, é que com você é diferente. — Ele fez com que ela se afastasse para melhor vê-lo — Não quero me aproveitar do seu estado.

— Como assim diferente? — Ela perguntou parecendo confusa.

— É que eu não te vejo como essas garotas que saiam comigo. Desde que eu te conheci te vi muito certinha, nunca te vi com um menino. Sempre fazendo a moça delicada. Não sai com estranhos, chega sempre no horário estipulado pelos pais... — Ele respirou fundo antes de continuar — E nem sei se você é....

— Virgem? — Ela engoliu seco.

— Isso — Ele respondeu simplesmente

— Sou sim — Declarou Cindy — Sei lá, eu acho que não é justo ficar com um e outro e ter relações de todo o tipo. Isso suja a imagem da mulher, passa uma mensagem errada do que ela significa perante a sociedade.

— Sabe Cindy? Eu sei que vai parecer fora de mim, mas desde que e eu te trouxe para cá eu me sinto diferente, sinto que você me faz ser diferente. Todos que eu conheço me tratam como "a celebridade" e você me vê como eu sou. Como pessoa de verdade. Não importa para você o que tenho, ou quem sou, como se algo mais forte pudesse ser visto apenas por você. Não sei como te explicar melhor.

— Bom saber que acha isso!

Cindy entrelaçou seus dedos aos deles. Olhavam um nos olhos do outro. Jared fizera um movimento que fez com que ela por si própria saísse de cima da perna dele. Ficara ainda mais sério do que aparentava. Algo havia mudado nele, estava óbvio. Aquele rapaz em sua frente não poderia ser Jared Colleman. Se ele realmente fosse o Jared, simplesmente deixaria que tudo acontecesse e por mais que não pudesse admitir Cindy sabia que poderia ser apenas um fantoche que estava indo contra as suas vontades. Pelo que Cindy o conhecia ele jamais recusaria uma mulher, independentemente de sua idade, gênero e estilo. Ele vestiu-se, Cindy já não entendia mais nada.

Andava de um lado para o outro como quem procurava algo perdido pelo chão.

— Vou dar uma volta por ai, depois eu volto. Faz o que quiser com o apartamento. Sinta-se livre.

Jared saiu batendo a porta num baque ensurdecedor. Cindy ficara espantada com tal comportamento, não imaginava que ele ficaria tão nervoso. Quanto mais pensava no que havia feito, menos chega perto de obter uma resposta. Se perguntava se tinha alguma parcela de culpa, mas talvez fosse apenas ele. Não o impediria de sair para tomar um pouco de ar, afinal Jared precisava clarear as suas ideias. Muitas informações foram geradas durante a festa e talvez só agora conseguisse analisar cada uma delas. Sentada, ela olhava atentamente para cada detalhe daquele apartamento, tinha muito a ver com o estilo de Jared. O perfeccionismo ia desde a mobília até os enfeites que decoravam o apartamento. Se pôs a imaginar a respeito do que ele fazia quando estava sozinha, de quantas vezes Mellody o visitara ali.

Poderia pensar em qualquer coisa desde que Mellody não povoasse seus pensamentos, não precisava dessa prova. Ao longo de sua vida escolar soubera do que Mellody era capaz de fazer para ter Jared. Será que ele a amava de verdade? Não que o relacionamento fosse falso, mas o que ele faria por ela? Sem a presença dele, ela se sentia pequena e inútil ali. Cansada de ficar sentada ela foi para a janela olhar se o carro tinha dado partida. Um fio de esperança ainda se mantivera em pé, pelo menos os faróis do estavam acesos. Temia que ele pudesse fazer algo para estragar a própria vida, afinal ela não significava nada para ele, não da forma que desejava. Nunca seria importante na vida de ninguém, apenas para os seu familiares. Sentia vontade de sair por aquela porta para nunca mais olhar em seu rosto. Se sentia horrível pela situação em que estava.

* * * * * * * * * *

No lado de fora do prédio Jared acabara de dar um soco no volante do próprio carro irritadíssimo. Toda aquela energia precisava ser extravasada de uma forma ou de outra. Socar o próprio carro parecia ser a solução mais óbvia. Ele falava consigo próprio:

– Mas que porra é essa, Jared? Uma garota linda e gostosa pronta pra fazer qualquer coisa comigo e eu aqui pensando que ela é minha amiga. Qual é? Para de ser tonto, seu idiota, ela está lá em cima te esperando e você aqui, bancando o imbecil. Ficar dentro desse carro não vai ser uma maneira muito boa de resolver. Você quer tanto quanto ela. Mas ela tá bêbada... E daí você nunca ligou para isso. Uma transa resolveria tudo nesse instante. Mas ela é diferente. Não obedeça as ordens desse seu coração imbecil, nunca te ajudou em nada. Poderia viver sem um coração, assim não se sentiria culpado por anda que tivesse feito. Cala essa boca e vai lá. Resolva tudo o quanto antes ou acabará se arrependendo de não ter feito nada enquanto tivera a chance.

Ele tinha razão poderia fazer o que quisesse. Seu corpo queria e precisava daquele outro lá em cima. Mas estava com uma sensação estranha que vinha do seu coração. Poderia ou não seguir em frente? Poderia ou não magoá-la? Ele estava extremamente mexido por ela. Nunca ficara assim quando se tratava de garotas. Sempre se sentia seguro.

Estava difícil de se concentrar para ter uma ação tão rápida. Aliás o que ele estava ainda fazendo ali? Jared saiu do carro, decidido a ir para o seu apartamento a passos largos. Ela seria apenas uma garota na sua lista, nada demais. Depois dessa noite nada mais restaria entre eles, afinal não estariam assinando um contrato para a vida inteira. Iria apenas curtir como nunca, conhecer o corpo de outra garota e nada mais.

A recepcionista já não o encarava como antes, estava cansada para ter que ficar olhando para ele. Um dia ainda acabaria lhe perguntando o porquê daqueles olhares, afinal o assustava. Não que ela não fosse atraente o bastante, mas não era o seu tipo.

Ao entrar no apartamento, avistou-a na janela. Como ela estava linda. A luz da avenida refletia no vidro, o que a deixava iluminada fazendo com que o encanto crescesse ainda mais, como se tivesse sido planejado, mas não fora. Jogou a chave na mesa e andou em direção a Cindy. Sem pressa a ponto de apreciar ainda mais aquele momento, a cena a qual poderia ter controle. Ela estava de costas, então quando ele se aproximou beijando-lhe o pescoço Cindy havia se assustado, mas não de um jeito que o fizesse parar. Seu coração disparara de uma forma que não dava para se explicar. Os beijos no pescoço começaram a ser mais demorado. Ele queria sentir o gosto do corpo dela, de cada parte que pudesse. O coração dele já não estava batendo normal, seu ritmo era descompassado, mas aquilo lhe estava fazendo bem. Jared a enlaçou pela cintura, e ela segurou-lhe os braços.

– Tem certeza de que é isso que você quer? - Perguntou Cindy.

– É isso que nós queremos - Ele sussurrou de olhos fechados.

Os lábios dele tocaram seu pescoço exposto, e ela sentiu o fogo da paixão percorrer em suas veias. Jared a abraçou com força, e Cindy virou-se para ele, agarrando-lhe a camisa, procurando sua boca. O beijo era calmo e quente, mas ser calmo não estava indo muito bem, o beijo logo se tornou algo mais sério e preciso. Jared a conduziu para perto do sofá. Ali Cindy se deixou levar pelo momento, se entregou completamente ao toque de Jared. A respiração de Cindy estava entrecortada, perdida diante de tamanha sensualidade. Jared distribuía beijos por todos o seu corpo. Ela estremecia fortemente a cada beijo, a cada toque. Toques esses que ela não sabia se era real ou não. Jared estudava as reações de Cindy, queria ter certeza até onde ela estaria disposta a ir. Permitiu que ela tomasse controle de toda a situação e no entanto ele fora surpreendido. Cindy praticamente arrancara sua camisa, e beijava cada musculo de seu corpo desenhado. Ficou maravilhada com o que vira. Um corpo todo trabalhado e com algumas tatuagens. Não eram muitas, mas Cindy desenhava cada uma delas com sua mão. Decidido Jared a ergueu no colo, Cindy entrelaçou suas pernas ao redor da cintura dele. Levou-a para perto da cama sem partir o beijo. E passou a deslizar a mão por entre a blusa dela, espalmando sobre os botões, desabotoando-os um a um. Cindy desejava-o. Queria muito Jared, queria o beijo dele. Ele a estava deixando louca com todo aquele procedimento. Jared ia lhe fazer uma pergunta, mas se conteve. Não queria quebrar o encantamento que a garota estava tendo, sabia que ela não conseguiria responder. Aquele homem havia tirado suas palavras. Apenas a linguagem corporal respondia. Jared deu-lhe um beijo que a deixou sem forças. Como ele conseguia fazer com que ela se sentisse bem?

– Você é linda!

– São apenas seus olhos, Jared.

Deitou-a lentamente na cama e sua boca beijava-a centímetros por centímetros. Os dois voltaram a se beijar. Cindy sentiu seu corpo inteiro arrepiar quando a língua de Jared invadiu sua boca e tocou a dela. O segurou com força pelo pescoço e intensificou o beijo. Nenhum dos dois sabia quem estava mais desesperado por aquilo só conseguiam prestar atenção nos corações estranhamente acelerados e no quanto àquilo era bom. Cindy mordeu o lábio do garoto devagar, totalmente sem fôlego. Jared partiu o beijo por contragosto.

– Nunca pensei que fosse ter nada entre nós.

– Shhhhiiiiiii, não importa o passado temos que viver o agora. - Respondeu Cindy docemente.

Cindy nada disse apenas agiu. Ela o puxou devagar e os narizes se tocaram, e na mesma velocidade, encostaram os lábios. Jared foi calmo dessa vez. Queria sentir cada pedaço de Cindy, o fato de não saber se aquilo aconteceria novamente era ao mesmo tempo desesperador e excitante. Calmamente desenhou sua boca com a língua e a beijou devagar. Cindy suspirou alto, mas não ligou. Eram como se seu beijo fosse moldado pra encontrar o dele, como se tudo tivesse sido planejado pelo destino. Não teve muito tempo pra pensar em qual seria o seu próximo passo, sua respiração estava ofegante demais e suas mãos já agiam sozinhas, apertando o lado da coxa de Cindy e avançando por dentro da camisa que ela usava. Jared retirou a camisa e entreabriu- lhe mais as pernas, colocando-se entre elas, pressionando com sensualidade. Cindy começou a abrir a calça dele, a fim de tirá-la, e Jared a ajudou no processo, aproveitando para despi-la por completo. Então não houve palavras, apenas o som de fortes batidas de coração quando transpuseram barreiras. Ela gemeu, arqueando-se, recebendo-o dentro de si, olhando para aqueles olhos azuis, enquanto Jared a penetrava.

"Não sei se seria igual se fosse com outra pessoa, ele está me fazendo mulher. Não importo com mais nada, desde que seja eu e ele"

Cindy moveu-se contra Jared, da maneira que um homem e uma mulher se rendem em uma noite de paixão ardente. Estava tudo perfeito, desde os beijos até os toques. Estava muito bom, mas ela mantivera os olhos fechados para não perder os sentidos. Cindy não sabia se tinha adormecido, por um longo momento, pareceu-lhe que estava sonhando. Como sempre fizera tantas vezes em sua vida. Jared gostava de brincar com o lóbulo da orelha de Cindy, sussurrava palavras doces e gentis em sua voz rouca. Quando ergueu as pálpebras, a primeira coisa que viu foi aqueles olhos azuis brilhantes, ainda mais quando sentira a quentura do corpo de Jared sobre o dela.

– Obrigada! - Ela agradeceu-lhe doce sorrindo docemente.

– Obrigada pelo quê?

– Por tudo... Por esta noite.

– Eu é quem devo te agradecer... - ele estava meio confuso - Acho que se você não tivesse bebido eu...não teria uma noite como essa. Não quero que pense que sou um aproveitador.

No fim ele deu um belo sorriso, que quase a fez desmontar. Um sorriso que ela não conhecia até então.

– Eu sabia...

– Sabia o quê? - Ele perguntou de uma forma inexpressiva.

– Que por trás dessa seriedade, havia um Jared pelo qual eu sempre esperei. - Cindy deu-lhe um beijo, que logo foi interrompido.

– Por trás da seriedade que todos conhecem, sempre vai haver um Jared bondoso, sorridente e diferente do que todos querem ver, mas apenas os que são especiais conseguem vê-lo. Nunca escondi quem eu sou de verdade, nunca me deram a oportunidade de mostrar esse lado.

Jared afagou-lhe os cabelos, enquanto pensava numa maneira de acreditar que aquilo tinha acontecido. Se Cindy fosse uma simples fã as chances seria de uma em um milhão. Em todas as vezes ele iria dar uma desculpa para não ter algum tipo de relação com Cindy. Ela sabia como mexer com ele, fazia com que Jared ficasse pensativo e sensível ao mesmo tempo. Estava contente por saber que ela devolvera o verdadeiro Jared. Era muito bom. Era como se ela o completasse de uma maneira tão imprevisível, inesperada.

– Jared?

– Sim.

– O que houve entre você e a Mellody lá na festa? - Ela olhava para ele suavemente encantada com o brilho intenso que ali se instalava.

– Bom...nós terminamos.

– Por minha causa?

– Não exatamente. Há várias formas de interpretar o que aconteceu na festa. Bem antes de marcar a festa, estava tendo problemas com a Mellody. Já estava cansado dela e queria ser independente de mulher, mas ela sempre pegava no meu pé e dizia que eu não deveria falar com outras garotas a não ser ela. Isso irrita, eu tenho o direito de falar com quem eu bem entender, ela querendo ou não.

Sua expressão ficou gélida no momento em que ele disse que queria ser independente de mulher. Então o que aconteceu entre eles era apenas, aquela noite nunca haveria mais? Depois seriam como completos estranhos na rua? Não Como poderia ser tola de acreditar que ele poderia ser diferente? Se sentia péssima em alimentar falsas esperanças em seu coração.

– Quer me dizer algo? - Continuou ele.

– Não. Se não se importar... Eu... Acho que quero dormir um pouco, a bebida está me derrubando. Meu corpo está ficando mole demais.

– Claro. Fique à vontade.

Jared estava sem sono, mas permaneceu ao lado dela. Os olhos dela estavam ficando cada vez mais pesados. O sono estava por perto. Jared cantava sua música mais calma e suave, o que só fez a garota se embalar no sono.


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