Nós. Nós e mais nós.

Todos me prendendo.

Todos tão apertados antes

E agora... simplesmente cedendo...

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Os ombros sempre tensos

Caem em massagem relaxante.

A inquietação típica

Substituída por riso amante.

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Corto o último fio da prisão.

Aquele famoso fio vermelho.

Sinto a força para levantar do chão

Mesmo com o joelho ocioso.

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Sei que posso ruir.

Que, a qualquer momento,

Eu posso cair.

Mas do que importa?

Eu estou livre!

Ah, finalmente, livre.

Desses sentimentos e tormentos.

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Olho para trás e sorrio.

Cara, doeu como um inferno.

Mas passado é passado,

Já jogado e amassado,

Diante de meu olhar terno.

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Às vezes, tola, eu não acreditava

Que ficaria tudo okay.

Mas como já diziam os mestres:

Nada é para sempre,

Para o mal ou bem.

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É claro, claro que dói.

As marcas dos grilhões

Queimam como mil sóis.

Grilhões esses das falsas certezas.

Que hoje não passam de bobeiras.

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Tudo que eu tinha caiu.

Tudo que eu sabia, nada sei.

Tudo que amava, abandonei.

Mas tudo que abandonei, recuperarei.

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Sim, um pouco irônico,

Talvez meio icônico.

Mas quando me disseram

“Você tem certezas demais”,

Não poderia eu imaginar

Que deixaria tudo para trás.

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Mas sem problemas.

(Digo eu para mim mesma).

A vida é assim mesmo.

(Digo eu para mim mesma).

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Em um momento nada de falta

E no outro você quer o momento de trás.

Não, não vou me cobrar demais.

Mas as peças que me prega são surreais.

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É uma tela em branco.

E sou dona das tintas e pinceis.

Com sorriso inegável e torto

Traço meu futuro brando no papel

Sem saber aonde quero chegar,

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E afinal, quem de nós sabe?