Higure Kaminari escrita por Lailla


Capítulo 22
A escolha


Notas iniciais do capítulo

Aqui está, lindos! Perdoem a demora, espero que gostem *----* Muitas, muitas emoções hihi Ah é! Como eu uso as expressões em japonês, as que vocês não entenderem podem perguntar o que é ;)

Beijos, beijos s2s2s2



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/616094/chapter/22

*POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS INICIAIS ;)

Meu pai estava parado na porta. Eu o encarava com os olhos marejados. Não acreditava que ele estava ali, que ele estava vivo! Kyrira me ajudou a ficar de pé, e eu continuava a encarar Otousan. Queria tanto chorar!

Ele andou até nós. Parecia admirado por nos ver. Ia me abraçar, mas eu recuei, ficando contra a cama. Abaixei a cabeça.

– Kami...? – Ele me chamou sem entender.

– Yuki. – Rangi os dentes.

Ele não entendeu, assim como meu irmão e os outros.

– Nani? – Ele perguntou.

Meus olhos estavam marejados, algumas lágrimas caíam.

– Nande... – Rangia os dentes.

– Hum? – Ele me olhava – Kami...

– Por que não estava lá?! – Gritei.

Todos arregalaram os olhos. Kyrira me olhava assustado, abaixou a cabeça. Olhei para meu pai, as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

– Devia estar lá... Devia ter protegido ela!

Ele me olhava com certo espanto. Cessei as mãos e comecei a bater nele, chorando.

– Eu vi... Eu vi tudo! Você não estava lá! – Batia nele.

Ele não fazia nada, apenas apertava os lábios de cabeça baixa.

– Eu não consegui fazer nada... – Parei apoiando meus punhos no peito dele. Chorava, apertando os olhos.

Apoiei a cabeça em seu peito. Todos nos olhavam cabisbaixos. Otousan pôs lentamente a mão na minha cabeça, o braço ao meu redor e me abraçou. Apertei sua blusa, chorando mais.

Ele estava de cabeça baixa, a franja tampava seus olhos. As lágrimas escorreram.

– Não tem nenhum dia... – Meu pai dizia com a voz embargada – Que eu não pense nela. E que não me sinta inútil por não ter conseguido salvá-la.

Algumas lágrimas pingavam no meu ombro. Abri os olhos, tentando me acalmar.

– Você era só uma criança. – Ele disse – A culpa não foi sua.

Funguei e chorei mais, abraçando-o. Kyrira se aproximou e nos abraçou, chorando. Meu pai o abraçou com o outro braço. Encostou a cabeça na cabeça de Kyrira, que era um pouco mais alto que eu.

– Droga... – Meu pai disse – Pensei que tinha perdido vocês. Como veio parar aqui? – Ele perguntou pra mim – Sua mãe disse que mandou você pra Konoha. Fiquei anos procurando por você. A segurança era forte, não consegui passar dos muros até o ataque da aldeia do som. Foi quando vi que não estava lá... Não sabia mais onde procurar, não sabia que se ainda estava viva.

Abri os olhos, eles ainda estavam marejados.

– Soka... – Pensei – Faltava um dia pra chegar... Eu... Perdi a memória.

Gaara ficou cabisbaixo.

– Hum. – Meu pai assentiu – Mandei alguns shinobis vigiarem alguns lugares. Shikatore viu você invocar Mandokaru-sama... Viu Izukare. Ele voltou correndo para me avisar. Aquele miserável estava controlando Kyrira. – Ele rangeu os dentes.

Arregalei os olhos.

– Minna...! – Exclamei olhando para ele.

– Eles estão bem. – Ele sorriu – Naquele dia o conselho foi morto, mas os outros fugiram.

Suspirei aliviada.

– Não acredito que estava o tempo todo aqui. – Ele sorriu pondo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Olhou para Kyrira.

– Gomen. – Kyrira disse – Eu saí do quintal.

Meu pai pôs a mão na cabeça dele, esfregando-a e sorrindo. Kyrira abaixou a cabeça, cabisbaixo. Meu pai tirou de dentro da camisa um colar. Era o colar que ele dera a minha mãe!

Pegou minha mão e me fez segurar o colar.

– Sua mãe disse para vocês fluírem chakra nele. – Ele disse cabisbaixo.

Kyrira olhou pra mim e esticou a mão. Pus o colar em sua mão e a segurei. Meu pai se afastou. Todos viam aquilo, em duvida sobre o que iria acontecer. Fluímos chakra e algo estranho começou a acontecer. Levantei a mão e vimos que surgia um chakra do colar. Olhei para Kyrira, não era nosso! O colar começou a se tremer e caiu da mão dele. Recuamos.

Olhamos para aquilo, curiosos, assim como os outros. De repente o chakra cresceu e tomou forma de uma pessoa. Aos poucos, seu rosto e corpo surgiam. Arregalei os olhos quando vi. Os olhos azuis, o cabelo rosa comprido. Era minha mãe!

– Ohayô. – Ela cantarolou sorrindo.

– Okaasan... – Kyrira disse sem acreditar.

Não conseguia dizer nada. Ela me olhava com aquele sorriso que acalmava qualquer um. Ela estava ali, na nossa frente!

Gai arregalou os olhos, paralisado.

– Ma... Manae?!

– Hum? – Ela virou o rosto vendo-o – Abriu um sorriso – Gai-kun! Kakashi-kun!

– Manae. – Kakashi sorriu.

– Você... – Gai dizia cabisbaixo.

– Hum?

Ela olhou para as mãos. Estava um pouco transparente por não estar ali realmente. Sorriu gentilmente pra ele.

– Não fique assim. Sorria, sorria. – Ela cantarolou – Ne, Gai-kun. – O olhou sorrindo gentilmente – Eu fui muito feliz. Gomen... Por ter sumido.

Ele assentiu, triste. Ela deu aquela risada doce.

– Espero que Kurenai-chan não tenha ficado com raiva de mim.

Eles sorriam. Minha mãe era assim. Tentava alegrar as pessoas. Kyrira se aproximou dela e tocou em seu braço. Ela o olhou e sorriu, pegou na mão dele.

– Gomen ne... Não sou tão real quanto gostaria.

Ele a olhava, com os olhos marejados. Ela passou a mão pelo cabelo dele, pela mecha rosa e enxugou suas lágrimas.

– Você está tão bonito. – Ela sorriu – Parecido com Kori.

Ele a abraçou, fungando. Ela fazia carinho nas costas dele. Cessaram o abraço e ela me olhou. Se aproximou e tocou no meu rosto, me abraçando.

– Cresceu tanto. – Ela sorriu.

Meus olhos estavam arregalados e marejados. Ela cessou o abraço e passou a mão pelo meu cabelo.

– Ne? – Ela ficou na minha altura – Eles cuidaram bem de você. Acho que foi melhor mesmo você ter parado aqui. – Ela sorriu e olhou de relance para Gaara, que também estava paralisado me olhando – Pelo visto aquele menino gosta muito de você. – Ela riu docemente.

Meus olhos voltaram ao normal e eu a abracei de repente, fugando sem parar. Esfregava o rosto nela, queria tanto sentir seu cheiro! Mas ele quase não existia...

Ela fazia carinho no meu cabelo, sorrindo.

– Daijoubu, daijoubu.

Meu pai a olhava, chorando em silêncio. Ela o olhou e cessou o abraço indo em sua direção. Abaixei a cabeça. Passou o dedo gentilmente no rosto dele. Ficou na ponta dos pés e o abraçou, esfregando o rosto no dele. Ele fez o mesmo, abaixando um pouco a cabeça.

– Eu sabia que os acharia. – Ela sorriu.

Ele a abraçou, pondo os braços ao seu redor. Encaixou o rosto no pescoço dela.

– Pelo menos isso.

Ela sorriu.

– Baka Kori. – Minha mãe o olhou sorrindo. Acariciou seu rosto – Eu já disse. Você me fez muito feliz.

Ele a olhou com os olhos marejados. Fechou os olhos e encostou a testa na dela.

– Você que me fez feliz.

Ela deu uma risada leve e doce.

– Que bom que estão bem. – Ela disse começando a desaparecer – Eu amo muito vocês.

Ele pegou na mão dela, ela estava desaparecendo. Sorria para meu pai. Ele a abraçou desesperadamente. Okaasan sorriu.

– Eu te amo. – Ela sussurrou – Sempre vou estar com você.

Minha mãe desapareceu deixando o abraço vazio. Ele olhou suas mãos, havia pequenos brilhos caindo. Abaixei mais minha cabeça, chorando. As lágrimas caíam no chão. Gaara me olhava, querendo se aproximar, mas eu comecei a andar em direção a porta.

– Kaminari. – Meu pai me chamou.

Eu parei por alguns instantes. Aquilo era muito doloroso! Encontrar meu irmão, saber o que ele passou, lutar contra nosso tio, quase ser morta, encontrar meu pai, ver minha mãe!

Ele ia se aproximar de mim, mas de repente eu saí correndo corredor a fora. Ele exclamou e ia atrás de mim, mas Kyrira pegou na manga de sua blusa, impedindo-o. Ele o olhou.

– Você precisa saber de uma coisa. – Kyrira disse calmo. Se virou para os outros – Todos vocês.

Meu pai o olhou em duvida, assim como todos os outros. Gaara saiu do cômodo, calmamente. Kankuro e Temari o olhavam, cabisbaixos.

...

Eu corri para a rua, descalça. Chorava, doía tanto! O sol já estava se pondo. Devo ter ficado desacordada a maior parte do dia. Escalei o muro da vila e me sentei pra ver o pôr do sol. Eu chorava vendo-o. Ele era lindo, mas naquele momento me deixava triste. Principalmente pelo fato de que eu teria que ir embora e nunca mais o veria. Eu teria de ajudar meu pai com o clã, agora que ele me achara. E como Izukare não morreu, ele com certeza atacaria de novo.

Pus as mãos na cabeça, chorando e fungando. De repente alguém se ajoelhou no chão e me abraçou por trás. Abri lentamente os olhos, as lágrimas escorriam.

– Daijoubu. – Gaara disse. Eu sentia suas lágrimas caírem em mim.

Balancei a cabeça, negando. Deixei o ar escapar enquanto chorava.

– Eu amo você... – Eu dizia com a voz embargada – E agora vou ter que escolher.

Gaara me abraçou forte e me soltou. Entendeu do que se tratava. Me virei e ele me abraçou de novo, me acolhendo em seu braços.

– Vai dar tudo certo... – Ele disse – De alguma maneira vai tudo ficar bem. Tem que ficar.

Assenti com a cabeça. Ficamos abraçados até escurecer. Quando me acalmei, Gaara me levou de volta. Tive que encarar meu pai de novo, mas não por muito tempo. Kyrira deve ter contato o que houve, e ele devia saber o quão eu estava triste e confusa com tudo. Agradeci a Sakura por ter me salvado e me despedi de todos. Gaara me disse para ir pra casa.

O trio levou o time de Konoha novamente para a saída, eles não quiseram ficar. Disseram que precisavam ir o quanto antes para resolver outro problema. Gaara insistiu, mas eles partiram agradecendo.

Baki-san levou meu pai e Kyrira para um lugar onde poderiam dormir, descansar. Não quis ir com eles. Queria ficar sozinha. Tomei um banho longo e fui para o quarto. Quando vi pela fresta da porta que as luzes se apagaram, percebi que estava com insônia. Sentei na cama suspirando, passei a mão no rosto. Levantei e saí do quarto. Estava com um vestido branco de alças até os joelhos. Ele era parecido com o que Temari me deu quando cheguei, exceto pela faixa rosa que tinha logo abaixo do busto.

Andava pela casa esperando que aquilo me desse algum sono. Parei em frente à porta do quarto de Gaara. A encarei cabisbaixa, teria que escolher logo. Pus a mão na porta. Não conseguia nem pensar em dizer adeus para Gaara.

Abri a porta e entrei. Fechei-a me escorando nela. Olhava para Gaara. Ele parecia dormir tão calmo. Me lembro quando ele tinha noites longas de insônia. Eu ainda não sabia falar direito e mal me lembro da época, mas não me esqueço de quando ele disse que tinha algo dentro dele que às vezes o impedia de dormir. Agora eu entendo que era o Shukaku.

Gaara estava com o braço tampando os olhos e uma das pernas levemente dobrada para cima. Me aproximei e deitei ao seu lado. Há quanto tempo eu não entrava no quarto dele escondida para dormir ao seu lado! Pus as mãos na barriga, olhando para o teto.

– Tem tempo que você não faz isso. – Gaara disse.

Arregalei levemente os olhos. Ele estava acordado! Voltei ao normal.

– Não consegui dormir. – Disse docemente.

– Por causa da decisão?

– Hai.

Ele abaixou o braço e olhou para mim.

– Não sabe o que quer? – Ele perguntou suavemente.

– Não... Eu sei. – Disse olhando fixamente para o teto – Mas... Não seria exatamente o certo.

Ele me olhava. Meus olhos marejavam.

– Ne, Gaara? Você já teve que escolher entre o certo e o que queria fazer?

– Já. – Ele disse voltando o olhar para o teto.

– E o que você fez?

– Não consegui escolher... Você agarrou na minha roupa.

Arregalei os olhos, as lágrimas caíram. Esfreguei os olhos com as mãos.

– Gomen...

Ele me olhou sem entender. De repente se levantou ficando em cima de mim, apoiando os braços na cama. Eu o olhava, surpresa.

– Por quê? – Ele perguntou olhando fixamente em meus olhos.

– Eu atrapalhei a vida de vocês. A sua vida. – Dizia enquanto algumas lágrimas caíam sozinhas – Se eu não estivesse aqui... Nada disso teria acontecido. Vocês deviam ter me largado na estrada.

– Você salvou todo mundo. Não atrapalhou nada.

Desviei o olhar, mas ele pôs a mão gentilmente no meu rosto e me fez olhá-lo. Gaara me olhava como nunca olhou antes.

– Eu sempre quis ser importante pra alguém, mas eu nunca pensei que você seria tão importante pra mim.

Arregalei os olhos, pondo a mão no peito e a cerrando. Foi aí que eu soube. Às vezes mesmo não sendo o certo para os outros, escolher o amor é o correto para nós. É o que às vezes precisamos fazer: nos arriscar! Minha mãe fez isso e foi feliz! Ela sempre me contava a história de quando meu pai e ela se conheceram. Eu gostaria de ter pelo menos um pedacinho da felicidade que ela teve. Eu amo Gaara! E quero ficar com ele!

Olhava Gaara, que me olhava fixamente. Ergui meu tronco de repente e o beijei. Ele ficou surpreso com o beijo, mas apoiou o braço de novo me deitando. Deitou ao meu lado continuando o beijo. Nos abraçávamos na cama, eu apertava sua blusa e ele minha cintura.

Cessei o beijo gentilmente e abaixei a cabeça, próximo ao pescoço dele. Respirei e senti seu cheiro. Sorri, era tão bom. Ele sorriu.

– Eu quero ficar com você. – Eu disse.

– Fica. Eu quero que fique comigo.

Sorri, o abraçando forte.

– Você sabe que eu não sou só a Yuki ne? Não mais.

Eu me lembrei de tudo, porém não era apenas uma coisa. Eu era a Kaminari. Voltei a ser imponente e mais forte que nunca, mas eu também era a Yuki. Uma garota gentil, doce e que sempre amou Gaara. Eu era duas meninas completamente diferentes, mas eram essas duas que me formavam. Eu era as duas, as duas eram... Simplesmente... Eu.

– Não importa. – Ele disse mexendo no meu cabelo – Eu amo as duas. Yuki... E Kaminari. Eu amo você.

Sorri, apertando sua blusa.

Me lembrava de todos os nossos momentos como um flash. O vi da árvore, aqueles olhos. Perdi a memória e me encantei por Gaara. Segurei em sua roupa, não queria deixá-lo ir. Em casa, queria ficar sempre com ele. Mesmo quando Temari me dava banho e eu corria nua. Quando ele me viu com aquele vestido branco. Quando me salvou de Dakura. Quando eles me levaram para treinar. Quando virei genin. Quando ele me beijou. Quando eu fui para o exame chuunin e ele me abraçou. Quando ele soube o que eu queria depois do exame chuunin, voltando para casa. Quando ele me viu de calcinha e sutiã, mesmo sendo extremamente vergonhoso. Quando ele tentou me beijar na cozinha. Quando eu corri atrás dele desesperada, pensando tê-lo perdido. Quando o beijei antes de lutar. Quando pensei que havia morrido e acordei olhando depois para ele e o abraçando desesperada. Quando ele me abraçava em cima do muro da vila ao pôr do sol. E agora... Abraçados na cama dele.

Quero ficar com Gaara pra sempre. Quero ter uma vida com ele. Quero fazê-lo feliz. E quero ser feliz ao lado dele.

– Aquela música.

– Hum?

– Que eu cantei. – Sorria em seus braços – Minha mãe a fez quando nascemos. Ela dizia pra mim que foi de quando ela e meu pai se conheceram.

Ele sorriu.

– Ne? – Disse.

– Hum.

O abracei forte, pondo o rosto contra seu peito.

– Eu... Quero cantar essa música para os meus filhos também. – Disse com vergonha – E... Quero que eles também sejam... Seus filhos.

Ele foi pego de surpresa, corando.

– Hum. – Ele assentiu, com vergonha.

Sorri, abraçando-o gentilmente. Adormecemos logo depois disso.

...

Acordei na cama de Gaara. Ele não estava mais lá. No lugar havia um bilhete. “Estou na sala do Kazekage com seu irmão e seu pai.”. Arregalei os olhos e corri para trocar de roupa.

Corri para o prédio do Kazekage. No corredor esbarrei com Dakura-san. Ele bufou.

– Olha por onde anda, monstro.

Olhei em seus olhos, contraindo as pupilas. Como queria matá-lo pelo o que ele fez comigo no parque três anos antes. Ele estremeceu. Nunca me vira assim.

– Eu não esqueci o que tentou fazer comigo. – Disse – Se tocar em mim de novo ou tentar algo com quem amo... Eu vou matar você da pior forma possível.

Ele estava visivelmente com medo, paralisado. Voltei ao normal e passei por ele calmamente.

Bati na porta da sala de Gaara. Ele assentiu e eu entrei. Meu pai e Kyrira estavam com ele, conversando.

– O que houve?

– Achei que deveria participar. – Gaara disse.

– Hum. – Assenti.

Gaara olhou para Kyrira, que assentiu e olhou para mim.

– Enquanto eu estava sendo controlado, às vezes ouvia algumas coisas de Izukare quando ele conversava com os outros.

– Que tipo de coisas? – Perguntei.

– Ele sempre me mantinha num lugar escuro. Quando fui crescendo ele começou a parar de me prender, mas sempre me deixava em num canto, escuro. Eles tinham um esconderijo fixo entre o País do Fogo e o do Chá, mas como você desfez o Jutsu de controle, eles já devem ter mudado de esconderijo.

– Eles vão voltar não é? – Perguntei preocupada, mesmo já desconfiando.

– Izukare é malicioso. – Meu pai disse – Ele veio aqui apenas para saber sobre a defesa da vila e sobre suas habilidades.

Olhava para os dois. Eu sabia! Oji-san vir com apenas 25 de sua guarda era muito pouco! Talvez ele quisesse penetrar dentro da vila, sabendo que ela estava indefesa pelo ataque anterior, mas destruir tudo com apenas esse número seria impossível. Principalmente porque ele sabia que eu estava ali e saberia que eu lutaria para proteger todos.

Kyrira suspirou, tenso.

– Ele quer atacar... Todo mundo.

– Nani?! – Exclamei.

– País do Trovão, País do Som, País da Cachoeira, País da Chuva, País do Rio, País do Fogo, País do Pássaro, País da Rocha, País do Vento.

Ouvia aquilo sem conseguir acreditar.

– Isso... É impossível. – Disse.

– Mas ele vai. – Kyrira disse – E o primeiro lugar vai ser aqui.

Arregalei os olhos. Gaara estava calmo, já sabia.

– Nande?

– Porque você está aqui. – Ele disse sério – O primeiro iria ser o País do Fogo, por causa da Okaasan. Ele atacaria com tudo. Mas quando descobriu que você estava viva e aqui, ele mudou o plano.

Respirava, com raiva. Olhei para o lado.

– Vou matar ele.

– Não vai. – Meu pai disse, sério

O olhei.

– Eu vou. – Ele disse – Quero acabar com isso de uma vez. Tudo o que eu fiz, tudo o porquê eu lutei, ele destruiu em uma noite. E você vai ficar aqui.

Arregalei os olhos.

– Nani... – Gaguejava.

– Kyrira me disse que... Você quer ficar aqui. E, além disso, esse lugar precisa de um de nós aqui.

– Como assim?

– Izukare vai atacar, porém você o deixou bem ferido. – Meu pai pensava – Até ele se recuperar por completo deve levar alguns meses. Falei com Kazekage e fizemos uma aliança.

Fiquei surpresa. Meu pai me fitou.

– Eu sei que você o ama. E eu não seria capaz de te tirar daqui sendo que sua mãe decidiu ficar comigo, deixando tudo para trás. – Ele sorriu.

Abri um leve sorriso.

– Quem deveria assumir era você, mas como – Ele se aproximou sorrindo – quer ficar aqui, você se importaria de deixar seu irmão assumir?

Sorri largamente abraçando ele. Ele sorriu.

– Arigatou.

Ele cessou o abraço e segurou meus ombros enquanto me fitava, sorrindo.

– Cuide bem desse lugar.

– Hai. – Sorri.

Naquela manhã, meu pai e meu irmão foram embora. Ele disse que precisava ir para o esconderijo avisar aos outros e levar Kyrira para se habituar. Ele o treinaria novamente. Abracei Kyrira, agradecendo-o. Morreria de saudades. Mal nos revemos e já teríamos de nos separar!

Ele deu um sorriso maroto dizendo que logo iríamos nos ver e ele me perturbaria bastante. Sorri. Eles me abraçaram e foram embora. Gaara e eu voltamos para sua sala.

Ele se sentou na cadeira suspirando.

– Nani? – Perguntei me escorando em sua mesa, à sua frente.

– A defesa está fraca. E precisamos ficar ainda mais fortes.

Abaixei o olhar. Ele me olhou, parecia ter tido uma ideia.

– Você...

– Hum?

– Quer ser instrutora? – Ele sorriu.

– Instrutora?

– Hai. Com aquela missão, você já é uma Jounin, fora que defendeu a vila de outro ataque e... Todos viram que é muito forte.

– Mas de quem? – Ri.

– De todos.

Gaguejei com as palavras, rindo. Gaara se levantou escorando na mesa, ao meu lado.

– Vocês são um clã que possuem uma grande força. Com certeza vamos lutar contra seu tio. E quem melhor para ensinar a lutar contra eles se não você?

O olhava estática. Abri lentamente um sorriso.

– Hai. – Sorri.

Ele sorriu. Amo aquele sorriso. Ele se inclinou e me beijou. Corei levemente, aceitando o beijo.

Eu estava com Gaara, e estava muito feliz! Mas ao mesmo tempo estava preocupada, pois uma guerra estaria para começar. Esperava que realmente, de alguma forma, tudo ficasse bem mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!