Higure Kaminari escrita por Lailla


Capítulo 21
Reunião Familiar


Notas iniciais do capítulo

Lindos, aqui está! :D Êeeeebbbaaaa! Espero que gostem e peço desculpa antecipada, pois não sei quando poderei postar de novo. Essa semana vai ser tensa. Mas tomara que gostem *---*



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*Ler notas iniciais.

Kyrira e eu nos encarávamos. Ele deu um meu meio sorriso e correu em minha direção. Gaara olhou para mim, esperando que eu fizesse algo. Qualquer coisa! Mas eu estava parada. Ele ia me atingir com um soco.

– YUKI! – Gaara gritou.

Eu desapareci na frente de Kyrira. Ele arregalou os olhos. Surgi por cima dele dando um golpe forte com meu calcanhar. A areia levantou quando ele atingiu o chão.

– Ela...! – Kankuro dizia espantado – Está ainda mais rápida!

Me afastei com um salto. O encarei no chão. Ele me fitava, furioso. Sua boca sangrava. Ele levantou rapidamente e veio pra cima de mim, tentando me acertar com uma sequência de golpes. Desviava rapidamente. Para o lado, para o outro, para trás. Ele rosnou e abaixou tentando me dar uma rasteira, mas eu pulei rápido, desviando. Ele virou e tentou me chutar, mas eu girei o corpo e peguei sua perna. O joguei longe.

– Sugoii... – O garoto de verde disse, Lee.

– Nani? – Naruto perguntou.

– Ela tem um reflexo incrivelmente rápido. Ele também, e é incrível, mas ela... É um taijutsu modificado que requer habilidade. E ainda por cima... Ela está apenas se defendendo!

– Ela não aprendeu isso aqui. – Temari disse, preocupada comigo.

– De onde essa garota veio? – Neji se espantava a cada golpe que Kyrira dava e eu desviava.

Eu não iria matá-lo, então não poderia usar meus golpes sérios de luta. Me inclinei para frente e dei um impulso. Cheguei perto dele, ele achou que teria uma chance para me dar uma joelhada no estômago, mas eu me inclinei rápido para trás e girei dando um chute forte em seu braço. Ele o bloqueou com o antebraço, mas eu o senti quebrar. Sorri, era exatamente o que eu queria! Precisava pará-lo apenas.

Ele saltou para trás segurando braço. Olhou para Gaara, sorrindo maliciosamente. Ele ia atacá-lo! Ainda tinha o outro braço, mas eu tinha meu raio de volta.

Ele fez uma grande quantidade de raios acumularem em sua mão. Quando ia atingir Gaara, eu me pus na frente, porém Kyrira mudou o golpe, me agarrando de novo com aquele chicote de raios. Me jogou para o alto e sorriu maldosamente para Gaara. Enquanto subia, abri lentamente um sorriso. Todos sempre caem nessa estratégia.

– YUKI! – Gaara gritou.

Houve um brilho no céu.

– IDAINA... KAMINARI!*

Um grande raio desceu do céu e atingiu Kyrira. Era gigante e ainda mais brilhante do que o do Exame Chuunin. Quando parou, Kyrira estava paralisado. Eu aterrissei na frente deles, de costas. Levantei lentamente olhando para meu irmão com os olhos meio abertos.

Andei até ele, devagar. Os outros me olhavam assustados. Com certeza pensavam que eu iria matá-lo. Olhei para Kyrira. Saltei girando e o chutei, fazendo cair desmaiado. Suspirei com pesar.

Agachei e apoiei o braço bom dele no meu ombro, carregando-o até os outros. Olhei para Sakura. Deitei meu irmão no chão cuidadosamente.

– Sakura-chan.

– Hum, hai?

Ela se aproximou.

– Pode ajudá-lo?

– Hai. – Ela disse, firme.

Pôs as mãos no braço dele e fluiu chakra. Enquanto ela o curava, eu passava mão na testa dele, fazendo carinho. Ele parecia estar tendo pesadelos. Todos viam aquilo. Gaara parecia já saber, assim como Neji, Kakashi e Gai, os homens.

Sakura terminou e me olhou. Juntei as mãos e fiz selos rápidos, pondo em seguida uma das mãos na cabeça de Kyrira. Ele mudou totalmente a expressão, ficou mais sereno. Sorri e suspirei aliviada. Olhei para o céu com os olhos meio abertos, estava tão bonito.

– Como sabia? – Sakura perguntou.

Todos a fitaram. Olhei para ela.

– Como você sabia do Jutsu de Controle?

Sorri gentilmente.

– Esse jutsu limita um pouco as habilidades. Quem controla, sendo às vezes menos forte, não consegue liberar todo o poder do que é controlado. Além do mais... – Sorri em direção a Kyrira, fazendo carinho em sua testa de novo – Kyrira é teimoso. Sempre foi. Mas eu percebi que estava sendo controlado quando ele disse “Fedelha Mestiça”.

– Hum? – Naruto perguntou – Nande?

Olhei para ele.

– Oji-san nos chamava assim.

– Seu... Tio? – Kankuro perguntou confuso – Nande?

– Porque meu pai casou com minha mãe. – Disse, cabisbaixa.

Eles se entreolharam. Levantei, com minha franja cobrindo meus olhos. Andei na direção oposta, parando logo em seguida. Olhei para cima analisando o muro da vila.

Juntei as mãos e fiz selos rápidos. As deixei unidas no último selo, fechando os olhos.

– Yuki. – Gaara perguntou – O que vai fazer?

– Proteger... Todos. – Disse de olhos fechados.

Abri os braços, rápido assim como os olhos. Uma proteção sólida de raios surgiu das minhas mãos se espalhando por todo o muro. Os outros viam aquilo. Gaara parecia não acreditar. Meu pai me ensinara aquele jutsu, mas eu nunca o fiz daquela magnitude. Não era uma simples proteção, mas uma esfera gigante ao redor da vila. Ninguém entraria e nem sairia.

Ajoelhei no chão, um pouco fraca. Mitsuri me olhava, espantado. Gaara correu até mim, me apoiando.

– Daijoubu? – Ele perguntou.

– Hai... – Sorri, achando graça. Eu não era tão fraca assim – Levem meu irmão pra dentro.

– Que? Você não vem? – Ele perguntou nervoso.

Balancei a cabeça.

– Por quê?! E por que fez essa proteção?

– Otouto disse “Nós receberíamos boas-vindas”. Meu tio está perto... – Disse, séria – Onegai... Se eu morrer...

– Você vai com a gente! – Ele declarou.

– Se eu morrer... A proteção irá se desfazer. Garanta que estarão preparados.

– Você vai com a gente... – Ele disse.

Meus olhos marejaram, as lágrimas escorreram. Ele abaixou a cabeça.

– Não pode fazer isso... Não vou deixar. – Ele balançava a cabeça.

– Gaara... – Chorava.

Ele me olhou. Peguei em seu rosto dando um leve sorriso. Me aproximei e o beijei. Os olhos de Temari marejavam. Cessei o beijo lentamente, não queria. Pus a mão na parede de raios. Em frente à grande brecha, abri uma entrada pra eles.

– Entrem, rápido.

– Não... – Gaara disse de cabeça baixa.

– É claro que não vamos entrar! – Naruto disse indignado – Vamos lutar com você!

– Precisam entrar! – Implorei – Estão fracos demais. Viram minha força? Dependendo de quantos vierem, vai ser muito pior!

– Ela tem razão. – Mitsuri disse – Mas você nos protegeu. E agora você está fraca. Eu ainda posso lutar. Somos amigos ne?! Me deixe te ajudar.

Olhei emburrada para ele. De repente senti aquela sensação. Arregalei os olhos. Era aquele chakra maligno. Gaara também sentiu.

– Nani...

– Oji-san está vindo.

Deixei meu olfato mais sensível e cheirei o ar.

– Mais 25... – Pensei – Tem alguma coisa estranha.

Pedi a Gaara que me levantasse. Me endireitei.

– Entrem. – Disse, séria.

Eles ficaram sérios, principalmente Gaara. “Baka...”, pensei. Andei um pouco a frente.

– Eu não sou tão fraca assim. – Disse de costas para eles – Se eu virar aquilo... Não tenham medo. Porque todos eles vão virar. É o nosso Kekkei Genkai.

O time de Konoha não compreendeu. Mas o trio e Mitsuri, sim. Mordi meu dedo e juntei as mãos mais uma vez, fazendo selos ainda mais rápidos. Pus a mão no chão. Uma grande marca apareceu abaixo de mim.

– Selo de invocação? – Kankuro perguntou – O que ela vai...

Houve uma grande fumaça. Eles arregalaram os olhos ao ver surgir entre a fumaça um lobo branco gigante.

– Como ela...! – Kankuro se perguntava assustado.

Sakura olhava o lobo, espantada.

– Para fazer esse tipo de invocação precisa de uma imensa quantidade de chakra. E ela já havia usado uma grande quantidade na proteção do muro! Como...!

Eu estava em cima da cabeça do lobo. Ele olhava para os lados. Pulei em seu nariz e me ajoelhei a sua frente respeitosamente.

– Rá...? – Sua voz era assustadora e altamente imponente – Você não é Kori. Ele é o único que pode me trazer. Quem é você?

Levantei a cabeça para olhá-lo.

– Sou Higure Kaminari. Filha de Higure Kori. Onegai... Preciso da sua ajuda... Mandoraku-sama.

Ele gargalhou. Sua risada era pavorosa. Por um momento os outros pensaram que ele não aceitaria.

– A mesma coisa. Você é realmente parecida com seu pai, exceto por esses olhos azuis...

– Minha mãe, Mandoraku-sama.

– Hai... – Ele sorriu mostrando seus afiados e gigantes dentes – O que precisa?

– O lobo negro...

– Rá! – Ele bufou – Aquele fraco quer fazer o que agora? Lembro quando seu pai me invocou pra lutar contra os ningen. Só faltou ele se borrar nas calças quando me viu.

– Mandoraku-sama, agora... Preciso que defenda a vila contra ele.

– Nani? – Ele olhou para frente – Hã... Sunagakure?

– Hai.

Ele olhou para mim. Aqueles grandes olhos castanhos eram desafiadores.

– Seu clã vem lutando contra a Grande Caça há anos... E agora você quer ajudar os ningen?

– Hai.

– Nande?

– Essas pessoas e... Alguém especial pra mim... Estão em perigo. Quero protegê-las, mas Oji-san está trazendo mais alguns ao seu lado. Não conseguiria contra todos.

– Rá... Soka. – Ele sorriu rosnando levemente.

Esperava que ele compreendesse, que aceitasse me ajudar.

– Desça. – Ele disse.

Não entendi, mas fui para o chão. Ele andou até a proteção e a observou. Sorriu. Virou para o deserto, se sentando e logo se deitando na areia. Cruzou as patas.

– Mandoraku...-sama.

– Hum... – Ele rosnou – Já senti a presença daquele bakayarô. Vou ajudá-la.

Sorri e fiz uma reverência.

– Arigatou.

– Run. – Ele sorriu com aquela voz – Você é igual a ele.

– Hum? – Me endireitei.

– Daria a vida... Pra proteger quem ama. – Ele disse virando a cabeça para o deserto.

Sorri gentilmente.

Me preparei e vi uma silhueta vindo em nossa direção. Caminhava tranquilamente. Aos poucos tomou a forma do meu tio. Ele estava um pouco mais velho. Logo que me fitou, olhou para a proteção e para Mandoraku-sama.

– Pelo visto você quer mesmo proteger esse lugar, Fedelha Mestiça.

O encarei.

– E você sempre quis destruir os ningen... Izukare-taichow.

Ele rosnou, mas sorriu maldosamente.

– É hoje que você vai morrer. Igual a sua mãe.

Franzi a testa com raiva. Fiquei em posição de luta, porém fiz minhas mãos virarem patas e pus as garras para fora.

– Veremos. – Rosnei mostrando os dentes de lobo.

...

Enquanto eu encarava meu tio em posição, Kakashi me fitava. Minha posição era diferente da última vez. Ele franziu a testa em dúvida.

– Gai.

– Hum?

– Você a reconhece?

– Hã? – Ele não entendeu – Claro que não.

Kakashi ainda me fitava.

– Imagine Yuki-chan sem franja e com o cabelo rosa. Aqueles olhos... Olhe.

Gai o fez. Eu estava séria, mas uma imagem da minha mãe sorrindo se pôs sobre mim na mente dele.

– Não pode ser... Ela...

– Yuki é filha de Manae.

– Isso é impossível!

– Gai, olhe! – Kakashi pensava – Ela possui aquela habilidade, uma que ninguém mais faz. Ela invocou aquele lobo e fez a proteção. É uma imensa quantidade de chakra usado para apenas uma chuunin. As mãos dela são patas agora, deve ser o Kekkei Genkai dela, que ela falou. O nome do clã... Eu nunca ouvira esse nome a não ser numa lenda.

– Manae morreu, Kakashi. – Gai disse com raiva.

– Ela desapareceu! Nós que aceitamos isso!

– Não...

Os olhos de Gai marejavam.

– Mas se ela estava viva... Ele disse que...

– Hai. – Kakashi assentiu com pesar.

Neji prestava atenção na conversa.

Eu encarava Oji-san. Ele sorriu maliciosamente.

– Você acha mesmo que eu viria sozinho?

Franzi a testa.

– Nunca achei.

Ele riu e se endireitou.

– Morra. – Ele disse.

De repente vários lobos apareceram ao longe e correram em minha direção. Fiquei parada, eles rosnaram e pularam para me atacar de cima. Eu girei e um redemoinho de raios se fez ao meu redor, jogando-os para longe. Eles pararam no chão tomando forma de homens, mas ainda como lobos.

– O que são eles? – Sakura perguntava assustada.

Me atacaram de novo, mas eu desviava, me defendendo e atacando. Duas cabeças decepadas, um braço arrancado, coração perfurado com minha mão. Força e garras afiadas podiam fazer um grande estrago. Mais alguns me atacaram ao mesmo tempo. Eu pulava me defendendo, desviando. Eles pareciam mais fortes.

Naruto via aquilo e correu em direção a Mandoraku-sama.

– OE! Você não vai fazer nada?!

Mandoraku-sama abriu seus olhos e o fitou pelo canto do olho.

– Uzumaki Naruto.

Naruto arregalou os olhos. O lobo deu um meio sorriso mostrando os dentes.

– Hai, eu o conheço. Devo admitir que até o admiro, pirralho.

Mandoraku-sama levantou e bocejou. Todos viram aqueles dentes gigantes. Ele me fitou e os que vinham atacar os outros. Olhei para ele, ia gritar por sua ajuda, mas Mandoraku-sama abriu sua boca e uma grande quantidade de energia se formou nela. Em um movimento com a cabeça, ele se inclinou rápido para trás apoiando as patas dianteiras na areia. A energia foi atirada em direção aos homens de Izukare. Quando o primeiro foi atingido morreu na hora, e dele surgiu gigantes estacas feitas de energia, que atingiram os outros em volta. Todos arregalaram os olhos, principalmente Naruto, que fitou Mandoraku-sama.

Alguém, escondido, assistia a tudo. Fitou Izukare e foi embora o mais rápido que pôde.

Eu matara os que me atacaram, mas outros correram em direção aos outros. Eu ia atrás deles, mas um se pôs a minha frente me atacando e eu desviando. Rodei o corpo bem rápido com os braços aberto em direção a ele. Minhas garras arrancaram parte de seu tórax e de seu rosto. Com o sangue jorrando, ele caiu morto. Quando eu ia em direção aos outros, várias flechas feitas de raios atingiram os que iam atacá-los.

– Nani...

Quando vi, abri um sorriso. Kyrira estava de pé e com um arco feito de raios na mão.

– Kyrira! – Gritei sorrindo.

Ele me fitou e sorriu, sério. Esticou o arco e uma flecha de raios surgiu. Mirou em minha direção e atirou, dessa flecha surgiu mais três. Eu desviei e ela acertou um homem que estava logo atrás de mim, pronto para me atacar.

Todos fitaram Kyrira. Ele estava imponente e sério, diferente do sádico que me atacou.

– BAKA! – Ele gritou – Preste atenção!

Assenti com a cabeça, sorrindo séria. Voltei a lutar, socando a cabeça de um em direção ao chão. Enquanto atirava as flechas, Kyrira prestava atenção em todos.

– Você... – Disse a Gaara – Arigatou.

Gaara não entendeu.

– Você a encontrou, – Kyrira dizia – cuidou dela, a protegeu... Fez tudo o que eu não pude fazer. Por isso... Arigatou.

Ele olhou para Gaara e sorriu. Gaara ficou estático. Kyrira voltou a atirar, fez um movimento como se fosse jogar o arco no chão. Porém daquele movimento, ele bateu um arco de raio gigante no chão. O esticou, inclinando-se para trás. Suas pupilas contraíram. As flechas que surgiram eram gigantes e quando as atirou, elas triplicaram. Ao atingirem o chão, eletrocutaram quem estivesse por perto.

“Ele está de volta!”, pensei sorrindo.

Dez passaram direto por mim. Eu ia correr, mas Izukare parou a minha frente. Eu o encarei e fiz o giro com os braços abertos, mas ele saltou para longe. Me encarou, sorrindo maliciosamente. Arregalei os olhos e olhei para trás. Mandoraku-sama atacou alguns, mordendo-os. Kyrira atirou suas flechas, mas um deles saltou bem alto para atingir um soco nos outros.

– Minna! – Gritei desesperada.

Pus as mãos no chão em direção a eles. Uma esfera se formou e os protegeu do soco.

– Droga! – Kyrira exclamou. Ele também estava na esfera.

– Nani?! – Temari perguntou.

Ele pôs as mãos na esfera e tentou dar um soco, mas não adiantou.

– Ela quer proteger todo mundo. Baka...

Eles arregalaram os olhos.

Mandoraku-sama matou os restantes. Izukare me atacou e eu desviei. Ele atingiu o chão. Saltei bem alto e usei o Idaina Kaminari de novo. Não foi tão eficaz.

– Nee-chan! – Kyrira gritou socando a esfera.

Ela rachou. Ele olhou aquilo e arregalou os olhos, nervoso. Olhou para o alto e percebeu a esfera gigante e depois olhou para Mandoraku-sama.

– O que foi isso? – Sakura perguntou.

Kyrira respirava nervoso.

– Ela... Está morrendo.

– Nani?! – Gaara exclamou.

– Os raios que fluímos no corpo... – Ele dizia – É... Nosso chakra, nossa energia vital. Ela usou o Idaina Kaminari comigo, fez o jutsu para proteger a vila, invocou Mandoraku-sama e está gastando o resto. O Idaina Kaminari não vai mais funcionar. – Ele cerrou os punhos com raiva – Baka nee-chan...

Gaara arregalou os olhos, nervoso. Me fitou lutando. Oji-san é forte, mas não tão forte quanto meu pai. Porém eu não tinha a força dele.

Ele socou o chão de novo e tentou outro golpe rapidamente. Desviei.

– Run... – Ele bufou – Você ficou até habilidosa, mestiça.

O encarei.

– Você estava lá ne? – Ele sorriu maliciosamente.

Não disse nada.

– Quando eu matei aquela ningen.

Franzi a testa com raiva.

– Quando eu acabei com sua “Okaasan”. – Ele cantarolou rindo.

Rosnei e o ataquei com as garras. Ele desviou, mas eu virei o corpo e rasguei seu braço. Ele exclamou de dor e se afastou um pouco. Meu corpo ficou iluminado com o raio. Cabelos mais brancos, a pele brilhando e as pupilas contraídas. Mostrava os dentes a ele.

– Demorou onze anos, mas eu finalmente a matei. – Ele riu maldosamente – Peguei seu irmão e o controlei, mas eu devia realmente ter pegado você. Aquele inútil não serve pra nada.

– Você que é muito fraco para controlá-lo.

Ele rosnou, mas logo sorriu daquele jeito.

– Pensei que estivesse morta. Por muito tempo apreciei isso. Run... Gostou? Gostou de ver sua “Okaasan” morrer? De eu ter tirado a vida dela?! – Ele gritou.

Rosnei, furiosa. Fui pra cima dele usando toda minha força. Tentei eletrocutá-lo, não fez muito efeito, porém arranquei um pedaço de sua pele com as garras, fazendo-o gemer de dor. Não o suficiente para matá-lo, mas para impedi-lo de estancar o sangue.

Ele ia me atacar de novo, mas Mandoraku-sama o pegou com os dentes, prendendo-o pelo braço.

– Run... – Mandoraku-sama cantarolou – Como vai... Fraco?

Izukare rosnou. Agachei rosnando de raiva e saltei atacando-o. Quando dei o primeiro golpe, Mandoraku-sama o soltou, deixando-o comigo. Dei socos violentos em seu corpo até todos os ossos ficarem em estilhados, mas quando parei e a poeira abaixou vi que era apenas uma rocha, que agora estava despedaçada.

Arregalei os olhos assim como Mandoraku-sama.

– NEE-CHAN! – Kyrira gritou.

– YUKI! – Os outros gritaram.

Olhei para trás preparada para me defender, mas ao virar Izukare me atingiu no peito com uma espada feita de chakra. Exclamei olhando naqueles olhos. Rangi os dentes me perguntando quando. Foi entre meu ataque e o de Mandoraku-sama! Izukare estava ferido gravemente com meus últimos golpes.

– YUKI!!! – Gaara gritou.

Kyrira socou a esfera, mas não foi preciso. Ela se desfez, assim como a proteção envolta da vila. Quando viram aquilo, Kyrira ficou desesperado e correu em minha direção.

Izukare me olhava, sorrindo.

– Pensou que eu fosse tão burro? Finalmente... – Ele gargalhou.

Antes que Kyrira chegasse até nós, estacas sólidas de areia surgiram e acertaram o ombro e costas de Izukare. Gaara! Ele estava com as mãos no chão, furioso.

Izukare gemeu de dor, olhando para as estacas que logo se desfizeram. Gaara ainda estava fraco. Ele me soltou, caí no chão. Se afastou com as mãos nas feridas.

– Até outra vez! – Ele gritou e saiu correndo.

Mandoraku-sama tentou ir atrás dele, mas Izukare deu um impulso e saltou para longe, fugindo.

Gaara correu e chegou até mim, me segurando nos braços. Sangue escorria pela minha boca e eu tentava respirar. Kyrira me olhava, paralisado. Os outros chegaram.

– Yuki-chan, onegai. – Sakura disse pondo suas mãos sobre meu peito.

Minha expressão era de dor, mas eu sorria para Gaara.

– Nande... – Ele murmurou.

Comecei a chorar, sorrindo.

– Sou mesmo baka... Devia ter dito antes.

Ele respirava nervosamente. Eu piscava os olhos devagar e torci a expressão pela dor, tossindo sangue.

– Yuki...

– Onegai, Yuki-chan! – Sakura dizia, sua voz desaparecia.

– Yuki! – Gaara me chamava, escutava apenas sua voz ecoando. Cada vez mais distante.

Tudo escureceu.

“Gaara...”

...

Eu estava em casa, na minha aldeia. Minha mãe sorria pra mim e eu via meu irmãozinho brincando. Meu pai chegara e beijava minha mãe, como sempre fazia. Ela deu aquela risada suave e boa de ouvir. Nos chamou para jantar.

De repente eu estava correndo na floresta. Lobos estavam atrás de mim. Escutava ecos ao fundo: “O que está acontecendo?!”, “Yuki!”. Do nada estava dentro da árvore vendo minha mãe ser atacada. Ela gritava e sangrava. Vi o rosto de Gaara. Começava a chorar. Ele desapareceu e um grande lobo de pelagem negra abriu a boca para me atacar.

– AAAHHH!!!! – Rosnei sentando, acordara.

Vi Kyrira a minha frente. Eu estava com as garras para fora. Acordei na ala hospitalar de Sunagakure. Todos estavam ali.

– Yuki-chan. – Sakura disse gentilmente, se aproximando e pondo a mão em meu ombro – Foi só um sonho.

Suspirei tentando me acalmar. Apoiei a cabeça nos joelhos, abraçando-o.

– Um pesadelo... – Disse – Hum!

Levantei a cabeça, rápido. Procurei por Gaara, fitando toda a sala. Me virei e ele estava me olhando. Respirei nervosamente, meus olhos marejaram. Engatinhei desengonçada na cama, tentando levantar. O abracei na beira da cama, chorando. Ele me abraçou, encaixando o rosto no meu pescoço.

– Não faz mais isso... Baka. – Ele disse com a voz embargada – Pensei que você tinha morrido.

Eu chorava, abraçando-o forte. Ele fez carinho nas minhas costas, apertando minha camisa. Foi quando percebi que estava com roupa de hospital, calça e blusa de mangas. Ele me abraçou forte, cessando gentilmente o abraço. Suspirei aliviada por ele estar bem.

Kyrira se aproximou. Gaara o fitou e eu me virei. Ele sorriu. Quis chorar mais ainda. O abracei, afundei meu rosto em seu peito.

– Baka Otouto... Nande... Por que saiu do quintal?

Os olhos dele marejaram.

– Okaasan...?

Apertei sua blusa, chorando.

– Me escondeu e estava indo te procurar.

Ele abaixou a cabeça. Encostou a testa na minha cabeça.

– Nande... – Ele murmurava – Por que isso teve que acontecer?

Balancei a cabeça, não fazia ideia. Por que nosso tio tinha tanto ódio de nós?! Gaara me fitava, acho que também queria chorar me vendo daquele jeito.

– Yuki... – Ele me chamou, sua voz era quase inaudível.

Olhei para ele.

– Baki-san disse que tem alguém querendo te ver. Ver... vocês dois. Chegou logo antes de você acordar.

Franzi a testa sem entender, quem seria?

Gaara olhou para a porta. Kyrira ficou ao meu lado. Baki-san estava parado e logo saiu, voltando com um homem. Ele era alto, olhos amarelos e cabelo branco. Arregalei os olhos ao vê-lo, ficaram marejados.

– Otousan?


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Notas finais do capítulo

*Idaina Kaminari = Grande Trovão :D



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