CSI : Mirim escrita por Mary Kazuto


Capítulo 5
Campo minado


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoal, eu sei que dessa vez exagerei um pouco no tempo de voltar a postar, possa ser que você, sim você leitor que está vendo esse cap. possa não ter chegado a ver o outro, então por favor vá conferir.
Eu não quero ter que dar mil e uma explicações do porque eu não ter postado, só tenham em mente uma coisa, o ano ta acabando e esses meses são os mais corridos.
Então aqui está, aproveitem o cap e não se esqueçam de comentar.



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“Entre raposas, fingimos ser raposas”

Dr. Thomas Fuller

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CSI Mirin

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Está escuro, não vejo nada além de uma porta desgastada com o tempo, mas dá a perceber leves tons em roxo e rosa, abro-a, em seu interior vejo uma pequena estante com alguns livros velhos, de seu lado uma cadeirinha de madeira que sustentava um abajur que emanava uma luz fraca, a única fonte de luz, procurei por uma janela, mas nenhum sinal dela só quatro paredes frias.

Andei mais um pouco e bati minha canela em algo duro, procurei acostumar meus olhos com a falta de iluminação até perceber que se tratava de uma cama, suas pernas roídas, o colchão cheio de buracos e bem surrado, ignorei esse fato e sentei-me, comecei a observar o lugar, parece pertencer a uma criança pelos brinquedos quebrados ao fundo do quarto.

Mas tudo está muito acabado, não tem como alguém viver nessas condições, se bem que, se eu olhar melhor me parece um pouco familiar, sim, de certo modo consigo reconhecer os quadros na parede mesmo esses estando tão longe.

Ouço passos vindos da porta, não sei o porquê, mas minha barriga embrulhou e a pressão começou a subir para minha cabeça, esse nervosismo tomou conta de mim a ponto de eu ficar paralisada.

De repente a escuridão foi tomada por um feixe de luz vindo do corredor onde a porta fora aberta e de lá surgiu um homem, grande, seu corpo estava envolto pela escuridão do cômodo e eu só via seus olhos, quase como dois faróis de tão brilhantes, eles olhavam pra mim, ele, com uma corda em mãos, começou a andar em minha direção, seus passos pesados e enfadados, era a única coisa que preenchia meus ouvidos naquele momento, então......

– Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!!!!!!!!!!!

Senti algo frio e duro embaixo de mim, era o chão, olhei para os lados, estava em meu quarto, aquilo foi um sonho?

Levantei-me sentindo meu corpo doer por causa da queda.

– Eba! Mais um dia de aula – disse desanimada.

Tomei banho e comi algumas migalhas que tinham sobrado de dias anteriores.

Agora já pronta me dirigi à escola, mais um dia normal, já faz certo tempo desde que eu vim tendo esses sonhos estranhos, mas não me preocupo muito com isso.

Cheguei à sala, foi como se tudo o que tinha acontecido no dia anterior não passasse de um sonho fantasioso cheio de mistérios.

O Bryan estava quase sufocado pelas p*tinhas da sala que estavam “preocupadas” por ele ter faltado, a Krys estava conversando com umas pessoas, certamente tirando algumas dúvidas, por ela ser a mais inteligente da sala (opinião minha).

Lá na central somos uma equipe, mas aqui completos desconhecidos. Melhor assim, não quero envolve-los nos meus problemas, fico melhor sozinha.

Quando me virei para ir sentar em meu lugar senti uma pressão em minhas costas e quando me dei conta estava com a cara no chão e todos rindo de mim, parece que derrubei algumas carteiras vazias no processo, me virei para ver o causador do tumulto e me deparei com Kaleo Alfar, ele é alto, loiro, aqueles olhos verdes me enchem de ódio, dizem que ele é perito em causar confusão e até repetiu o ano por causa de uma briga em que duas pessoas foram para o hospital.

– Opa, foi mal. Queria ver se você atravessava essas cadeiras, seus poderes estão fracos hoje não? – diz ele.

Logo todos começam a rir, e eu me sinto humilhada, hoje eu não estou com bom humor para aguentar isso, abaixo minha cabeça, mas quando eu estava quase me levantando Kristal se levanta e fica ao meu lado me ajudando.

– Não se preocupe, vamos dar um jeito nisso – fala ela quase em um sussurro como para me acalmar.

Depois Bryan faz algo inimaginável.

– Já chega! A professora está quase chegando, calem-se e vão se sentar!

Até posso agradecer mentalmente pelo ato dos dois, mas uma coisa que eu realmente não suporto são pessoas que sentem pena de mim, não gosto de ser ajudada por causa de um mero sentimento mortal ridículo como esse.

A professora chegou, era a de filosofia.

– Bom, alunos, para a aula de hoje eu preparei algo diferente, e se vocês seguirem direito minhas recomendações terão o resto das aulas vagas.

Como o esperado todos começaram a fazer uma bagunça.

– Silêncio! Bom, continuando, vou dividir a sala em trios.

– Professora, meu trio pode ser de quatro pessoas? – sempre tem um engraçadinho fazendo essa piada.

– HaHa, muito engraçado, ah! E vou ser eu que vou escolher quem vai com quem. Quero que vocês tenham uma melhor experiência cm o resto da sala. Após a divisão dos temas os grupos deverão sair da escola e entrevistar pessoas, observar lugares, tudo para que suas teses fiquem o mais originais possível, vãos começar.

Ela foi dizendo os nomes e os temas respectivos, até que...

– Ayla! Você vai ficar com a Kristal e o Bryan. Seu tema é “a vida nas periferias da cidade”, boa sorte.

Quando ouvi o nome dos componentes do meu grupo me engasguei com o ar, que brincadeira é essa? Com certeza tem o dedo de alguém aqui.

A Krys logo veio ao meu encontro e um tempo depois o Bryan com aquele sorriso falso que parece até de gelo em minha percepção.

– Parece que ficamos no mesmo grupo, não?- fala satisfeito.

– Por que isso não me surpreende?- disse mais fria que o polo norte.

– Oh! Não fale assim, vai parecer que eu sou um vilão, só mexi uns pauzinhos.

– Eu sabia, tinha cheiro de confusão.

– Não fale como se não tivesse ficado feliz com isso.

– Vocês dois parem! – grita Krys.

Organizamos o tipo de pesquisa que faríamos e algumas perguntas caso precisássemos entrevistar alguém.

Fomos os últimos a sair da escola para começar a “investigar”, pelo menos estamos bem prevenidos.

Primeiro demos uma volta por alguns cantos mais precários da cidade recolhendo o máximo de informação possível, o mais engraçado é que ao mesmo tempo em que procurávamos informação não abríamos a boca pra nada, só alguns fragmentos de conversas.

Tinha se passado duas horas e estávamos sentados em uma pracinha que eu nunca havia visto em minha vida, para ser sincera acho que estamos perdidos, mas não vou entrar no assunto.

– Já que estamos aqui, nessa parte mais afastada da cidade, que tal tentarmos entrevistar alguém? – diz Kristal, já arfando de tão cansada.

– Pode ser, vamos?- Bryan parece a todo vapor.

Não me parece muito seguro.

– Vamos Ayla, vai ser legal, e ainda tem mais, quanto mais rápido terminarmos isso, mais rápido vamos poder voltar pra escola e tirar esse peso das costas.

– Tá bom.

Procuramos em praças, nas calçadas, becos, mas nada, já era mais ou menos meio dia, eu estava cansada e morrendo de fome, sem falar que não tenho a mínima ideia de onde estou.

– Vamos dar uma pausa? Podemos almoçar na lanchonete daquela esquina – sugeriu Bryan.

Prontamente aceitamos, mas quando coloquei meu pé no local me lembro de que não possuo mais um centavo.

Bryan e Krys começam a fazer seus pedidos.

– Vai querer o quê Ayla? – indaga Krys.

– Estou sem fome.

– Mentirosa! Você andou tanto quanto a gente, já olhou sua cara? Parece que vai morrer, eu não quero ver minha amiga desmaiando na minha frente de novo, qual é o seu problema? Você tem algum problema ou distúrbio de alimentação? Você tem anorexia?

Eu olhei pra ela confusa.

– Claro que não tenho! – disse com um pouco de raiva, eu não tenho esses problemas – é outra coisa – disse em um sussurro.

– Então oque é?

– É que..... eu.... não....

– Fala logo!

– EU NÃO TENHO DINHEIRO PARA PAGAR O ALMOÇO!!!!!!!

Acho que falei alto demais, me encolhi um pouco na cadeira com vergonha.

Krys sorri pra mim, e põe a mão em meu ombro.

– Era só ter falado antes.

– Não, você não está entendendo! Eu não tenho nada, nada, nem um centavo – disse desta vez um pouco baixo demais.

– Tudo bem – ela repete – agora eu e o Bryan só temos que te ajudar até que você se recupere financeiramente, não é? – ela o cutuca.

– Ehhhh! Por que eu, não vá colocando a carroça na frente dos bois, não concordei com isso.

– Que seja, vamos esquecer isso e almoçar, Ayla, eu pago seu almoço, peça o que quiser.

Ficamos conversando e organizando as informações que conseguimos isso custou um tempo, quando nos demos conta já eram três horas da tarde.

– Vamos voltar pra escola agora né? Acho que passamos um pouco do limite. – falo.

Enquanto tentávamos achar o caminho de volta vi de relance umas pessoas correndo para um beco, decidi então que iria conseguir uma entrevista de um jeito ou de outro.

Comecei a correr em direção ao local, Krys percebeu e veio atrás de mim arrastando Bryan.

– O que você pensa que está fazendo? – pergunta ela.

– Deve ter alguém aqui, vamos lá, precisamos de pelo menos uma entrevista.

– Tá, mas depois vamos pra casa.

– Afirmativo!

Adentramos ao local, e lá havia algumas pessoas conversando algo em particular, dei uma batidinha em uma caixa para chamar a atenção, parece que consegui.

– O que as mocinhas e o rapaz estão procurando? – indaga um homem alto de cabelo escuro um pouco bruto.

– Com licença, nós estamos fazendo uma pesquisa para um trabalho da escola e gostaríamos de saber se não aceitariam fazer uma entrevista.

– Claro, podem ficar à vontade.

– obriga-

Fui interrompida quando um dos brutamontes me agarrou por trás segurando meus braços e tapando minha boca.

– Se gritarem ou correrem a mocinha aqui morre, vocês dois vão ficar ali do lado.

Os dois obedeceram, e logo foram algemados. Senti um pouco de culpa, mas não posso fazer nada, agora.

O cara me jogou no chão, mas eu não falei nada, ele amarrou minhas mãos com uma corda, me empurrou contra uma parede enquanto apertava meu pescoço até eu ficar sem ar.

Ele começou a lamber meu pescoço e foi subindo para meu rosto.

– Pare com isso, seu porco nojento! – gritou a Krys, o cara logo se enfureceu me soltou (lê-se jogou) no chão e deu um chute forte no rosto dela, essa foi a gota d’água.

– Olha, você pode fazer qualquer merda que quiser comigo, mas se tocar mais um dedo em algum dos dois seus dias estão contados. – falei calma, mas um tanto fria demais.

O cara simplesmente me ignorou e deu uma tapa em Krys.

Levantei-me calma, um pouco da franja tampava meus olhos, o vi soltando ela e virando em minha direção, ele ia acertar um soco em mim, mas desviei no último segundo.

Desamarrei as cordas com facilidade, e com as mesmas comecei a enforca-lo.

– P-para!!!

– Qual é a palavrinha mágica?

– M-me d-des-sculpe.

– Errado! Repita comigo: “Eu vou soltar vocês e os mostrar o caminho de volta antes que escureça”

– Não vou falar merda nenhuma.

Em um segundo, o lugar estava empestado de brutamontes, o outro conseguiu escapar, agora só há uma palavra para definir a situação, ESTAMOS FERRADOS!

Peguei Kristal e Bryan pelos pulsos e começamos a correr, já estávamos cansados até que eu avistei um ponto de referência bem conveniente.

– Ei, pessoal, adivinhem o que eu estou vendo?

– Não é hora para joguinhos Ayla.

– Estou falando da Central, finalmente estamos a salvo.

Enfim um lugar seguro! Quando chegamos todos que vieram nos cumprimentar ficaram preocupados pelo nosso estado, cansados e com as roupas sujas e amassadas.

O que vocês estavam fazendo? – falou Ride (ocara que deu o trabalho na central, também nosso amigo).

– Foi um pequeno acidente- disse meio quieta.

– Vocês são bem bagunceiros, não? Parecem crianças- disse sorrindo.

– Pelo menos podemos pedir uma carona pra casa- indaga Krys.

– Claro! Vamos logo, seus pais devem estar preocupados.

Eu meio que abaixei minha cabeça involuntariamente com esse comentário.

Entramos no carro, quando chegamos perto de uma praça Ride me pergunta onde é minha casa, digo a rua e como chegar lá, vamos conversando animadamente até que o carro para, mas antes de eu por o pé para fora Kristal segura minha mão.

– Ei Ayla, nós ainda não terminamos de fazer aquele trabalho, que tal você ir lá pra casa, aí a gente termina, se o Bryan quiser ele pode ir também.

– Eu não posso, além do mais tenho coisas importantes pra fazer antes do dia acabar- diz Bryan com um pouco de frieza na voz.

– Não sei, tenho que arrumar a casa hoje, além do mais vai acabar sendo um incômodo pra você.

– Claro que não, vamos lá, vai ser divertido!

Acabei por aceitar, chegando à casa da Krys percebi uma coisa, ela era enorme em comparação à minha, tinha portões de ferro, um pequeno jardim, simplesmente linda.

A mãe da Krys é muito simpática, terminamos os últimos detalhes e acabamos nos envolvendo em uma série de conversas aleatórias até que me dou conta da hora, era por volta das nove e meia da noite.

– desculpe Krys, vou ter que ir embora, já está um pouco tarde.

– Isso mesmo, está tarde, por isso que você vai dormir aqui hoje, vai lá, e eu sei que você está no momento sem dinheiro- ela fala sussurrando essa última parte.

Ela tocou na ferida, não tive escolha a não ser aceitar.

– Aqui, pode usar esta roupa para dormir, eu vou me trocar no banheiro está bem?

Confirmei, depois de um tempo já estávamos prontas.

Ayla: (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=173717680 ).

Kristal: (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=173719742 ).

Que bom que ela tinha alguma roupa do meu tamanho, enfim, estávamos prontas para uma boa noite de sono.

Quando....................................................................................


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Notas finais do capítulo

Pessoal, para quem não sabe eu tenho uma outra fic, que estou fazendo com minha amiga o nome é destination, também é original, mas em um contexto diferente, mesmo que a sinopse não pareça tão atraente deem uma chance.
Aqui o link:https://fanfiction.com.br/historia/553555/Destination/
Espero que tenham gostado e se puder comentem.
Aviso: sem data prevista para o próximo capítulo, mas quem sabe se uns comentários não possam dar um pouco de inspiração para a autora aqui?



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