Entre beijos e paixões - Season 2 escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira


Capítulo 15
A volta de Ana pt.2 A chegada


Notas iniciais do capítulo

I aí gente? Postei rápido, né? heuahe Eu sei eu sei, não precisam agradecer u-u heuaheuahe
Enfim, aí vai a parte dois! Sei que disse que seriam duas partes, mas ficou longo demais! Então o cap foi dividido em três!
Bom, tenham uma ótima leitura, e comentem!
Beijos! *-*



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No cap anterior…

Cel on

– Alô? – Ana reconheceu a voz de Bia, e sorriu.

– Oi Bia!!! – Exclamou, animada.

– Quem fala? – Perguntou Bia, nessa hora Ana escutou um chiado na ligação.

– Bia, sou eu, a Ana! – Disse Ana. – Sei que deve tá surpresa que eu esteja te ligando depois de tanto tempo, mas eu só queria te dizer… Que eu tô voltando em SETE DIAS! – Revelou, dando ênfase no fim da frase, na mesma hora a ligação caiu.

Cel off

– Droga… – Disse Ana, desanimada. – Espero que ela tenha escutado. – Desejou.

***

A semana se passou como um raio, faltavam apenas mais algumas horas até que Ana partisse da Índia e voltasse ao seu querido Brasil.

– Ai meu Deus! – Exclamou Ana, ansiosa.

– O que houve, minha neta? – Perguntou Madame Rosa.

– Eu tô com medo! – Disse Ana.

– A mais nova intermediária, com medo? – Perguntou sua avó.

– Não posso evitar, tô nervosa só de pensar como será reencontrar todo mundo! – Afirmou Ana. Sua avó sorriu.

– Vai se sair bem. – Afirmou Madame Rosa. – Mas lembre-se…

“Nunca use seus poderes para satisfazer seu ego!” – Citaram as duas ao mesmo tempo. Ana sorriu e abraçou sua avó.

– Vou sentir saudades vovó… – Afirmou, emocionada.

– Também sentirei saudades, minha neta querida. – Respondeu Madame Rosa.

Ana saiu da aldeia rumo ao aeroporto, às 16:00 da tarde de sábado (No fuso horário da Índia, 8:00 da manhã no Brasil) junto de sua avó e sua amiga Nisha.

No aeroporto…

– São 18 horas de voo até São Paulo… – Disse Ana.

– Pena que não tinha voo para o Rio, assim você veria sua mãe primeiro. – Lamentou Nisha.

– Sim… – Disse Ana. – Mas vai ser melhor assim, pois, vou ficar uns dias em SP, minha mãe disse que minha tia Rubi vai me esperar no aeroporto. Aí depois de matar a saudade de todos os meus amigos de SP, vou pra minha casa nova, no Rio. – Contou, encarando sua avó em seguida.

– Mande lembranças a desmiolada da minha filha mais nova. – Pediu Madame Rosa. Ana soltou um riso.

– Pode deixar vó. – Concordou a garota.

– Seu voo sai daqui à 22 minutos. – Disse Nisha. Nesse momento Ana olhou para a entrada do aeroporto.

– Você não sabe se o Aadi vai vir se despedir? – Perguntou Ana.

– Não, ele não me disse nada… – Mentiu Nisha, Ana percebeu uma certa inquietação vinda da garota. – É melhor você ir logo pra fila de embarque Ággie. – Completou a amiga.

– Eu queria ver se ele vinha, ele falou que vinha… – Disse Ana.

– Acho que não vai dar tempo, não é madame Quartzo-Rosa? – Insistiu Nisha.

– Eu acho que minha neta pode esperar mais alguns minutos. – Afirmou Madame Rosa.

– Ággie!!! – Exclamou uma voz vinda de longe, era Aadi, o qual havia acabado de chegar ao aeroporto.

– Aadi! – Exclamou Ana, sorridente. Logo Aadi correu em sua direção, e Ana foi a seu encontro, ambos se abraçaram.

– Bem a tempo… – Afirmou Ana.

– Desculpa, fiquei sabendo o horário certo do voo agora. – Disse, encarando Nisha, irritado. Nisha desviou o olhar.

– Tudo bem. – Compreendeu Ana.

– Ággie… Pode vir um minuto aqui? – Perguntou Aadi. – Queria falar a sós com você. – Afirmou. Ana assentiu.

– Sei que agora não parece o momento certo, mas, eu queria te dizer algo… – Iniciou Aadi.

– O quê? – Perguntou Ana.

– Eu sei que você tem esse namorado no Brasil… – Iniciou. – E que você só gosta de mim como amigo. E que está indo embora…

– Espera Aadi… Aonde você tá querendo chegar? – Perguntou Ana.

– É isso mesmo que você tá pensando… – Afirmou Aadi. – Eu te amo Ággie! – Revelou. Ana o encarou sem jeito.

– Também amo você Aadi… Mas só como amigo, e você sabe. – Afirmou Ana.

– Eu sei… – Disse Aadi. – Mas, eu queria saber se…

– Se…? – Perguntou Ana.

– Se podia me dar um beijo… – Disse Aadi. Ana soltou um breve riso.

– Um beijo? Na boca? – Perguntou Ana.

– É… – Disse Aadi.

– Desculpa Aadi, sabe que sou fiel ao Thiago, e tem mais, a Nisha é apaixonada por você. – Afirmou Ana.

– Pela nossa amizade, eu juro que nunca mais peço nada… – Disse o garoto. Ana sorriu.

– Você devia ficar com a Nisha, ela tem sua idade, é legal… – Insistiu Ana. Aadi então, fez uma típica carinha tristonha, o qual comoveu Ana, que sorriu. – Tá, só um beijo, é isso que quer? – Perguntou.

– Sim. – Disse Aadi. Então Ana aproximou-se do garoto, e ambos deram um selinho.

– Pela nossa amizade. – Disse Ana, Aadi assentiu. Então ambos voltaram até Madame Rosa, e Nisha, que esperavam próximo ao embarque de Ana. (As duas não viram o beijo) Logo, chegou a hora de Ana partir, então, a mesma se despediu novamente de todos, e foi em direção ao seu voo.

***

Ana chegou ao aeroporto de São Paulo pela madrugada, e como esperado, sua tia Rubi a aguardava com um cartaz na mão. (Ana também notou a presença de um homem de meia idade com cabelos grisalhos, e estatura baixa, acompanhando de um garoto de cabelos loiros escuros bagunçados, da mesma altura.

– É ela! – Afirmou Rubi para ambos, sorridente. Então Ana confirmou que os dois indivíduos acompanhavam sua tia. – Ágata, minha sobrinha linda, como está mudada! – Exclamou abraçando Ana exageradamente, deixando a garota estonteada com seu perfume extravagante.

– Oi tia Rubi, que saudades! – Afirmou Ana, retribuindo o abraço. Logo, a garota direcionou o olhar ao homem de meia idade e o garoto que a encaravam também, ambos esboçaram um sorriso a ela.

– Quem são esses, tia? – Perguntou Ana, discretamente.

– Ah! Que cabeça a minha! – Afirmou Rubi. – Este é o Otávio, meu noivo! E seu filho, Hugo. – Apresentou a mulher, animada.

– Hã?! Espera, você disse NOIVO? – Perguntou Ana, surpresa.

– Sim, nos conhecemos à quatro meses! – Afirmou Rubi.

– E noivamos a dois! – Completou o homem, logo os dois gargalharam compulsivamente. Ana apesar de estranhar aquilo, sorriu junto, demonstrando estar feliz pelo relacionamento da tia.

– Vem querido, vamos ajudar ela com as malas! – Disse Rubi. – Ágata, se quiser já pode ir para o carro com o Huguinho, ele te mostra onde é. – Completou. Ana assentiu. Hugo então a encarou, sem graça. (Hugo)

– Vamos? – Chamou Ana.

– V-Vamos… – Respondeu Hugo, um tanto tenso. O garoto tinha uma personalidade um pouco confusa. (Leitor perceptivo: Espera! Hugo… Cabelo bagunçado… Personalidade confusa… esse personagem não me é estranho… e.e)

Ana acompanhou Hugo até um celta vermelho, onde com as chaves o garoto abriu. Hugo abriu a porta e esperou que Ana entrasse.

– Ah, valeu! – Agradeceu Ana, pelo cavalheirismo do novo primo, que assentiu nervoso, entrando em seguida. Assim que se sentou, Hugo tirou seu celular moto g do bolso, e passou a escutar música, nos fones de ouvido, a música estava tão alta que Ana reconheceu, era uma de suas bandas favoritas. (Música) – Sério que você curte coldplay?! – Exclamou, porém o garoto parecia não a escutar, pois, a ignorou totalmente. Então Ana resolveu cutucá-lo. Nesse momento Hugo a encarou assustado, logo, o mesmo tirou os fones de ouvido para escutar o que a mesma tinha a dizer. – Desculpa, não queria incomodar… – Pediu Ana, sem jeito.

– Sem problema… – Disse Hugo, mostrando um sorriso metálico devido a seu aparelho ortodôntico.

– Sério que você curte coldplay? – Perguntou Ana, novamente.

– Ah, sim, é minha banda favorita. – Afirmou Hugo. – Deu pra ouvir daí? – Perguntou.

– Deu. – Disse Ana, sorrindo. Hugo sorriu.

– Desculpa. – Pediu o garoto, abaixando o volume.

– Que nada! Eu adoro coldplay! – Afirmou Ana.

– Você adora? – Perguntou Hugo, abrindo um sorriso ainda maior.

– Sim, é uma das minhas preferidas também. – Afirmou.

– O Maurício me acha viadinho por ouvir coldplay… – Murmurou o garoto.

– O quê? – Perguntou Ana. – Desculpa, eu não ouvi direito.

– Não, não! – Exclamou Hugo. – Nada! – Completou. Ana deu de ombros. Rubi e Otávio chegaram ao carro neste momento, Otávio colocou as malas de Ana no porta-malas, enquanto Rubi entrou, sentando-se no banco da frente.

– E aí, já fizeram amizade? – Perguntou Rubi.

– Sim! – Respondeu Hugo. – Ela gosta de Coldplay. – Completou.

– É mesmo? Que ótimo! – Afirmou rubi. Ana sorriu. Otávio entrou no carro.

– Tudo pronto. – Afirmou, sorridente.

– Coloquem o cinto, vocês aí atrás. – Lembrou Rubi. Logo Ana, e Hugo colocaram os cintos, então o garoto voltou a dar o play na música que escutava, dessa vez, dando um dos fones para Ana, que sorriu, colocando em seu ouvido direito, então, o pai do garoto passou a dirigir.

Ao chegar no seu destino, Ana percebeu que Rubi havia se mudado, e agora morava com Otávio e seu filho, em um bairro próximo ao café boutique. Ao chegarem em casa, Rubi preparou um colchão na sala.

– Eu deixo minhas coisas na sala mesmo? – Perguntou Ana.

– Ah! Você pensa que estou fazendo essa cama pra você? – Perguntou Rubi aos risos.

– Não? – Perguntou Ana.

– Claro que não! – Completou Otávio. – O Hugo dormirá na sala, você como nossa hóspede, ficará no quarto dele. – Disse o homem, gentilmente.

– Não, que é isso! Claro que não! – Disse Ana, educada.

– Não tem importância Ágata, você deve dormir no meu quarto… – Disse Hugo.

– Mas, você não se incomoda? – Perguntou Ana.

– Não, é sério, pode ir. – Insistiu Hugo.

– Ok. – Concordou Ana. Então Hugo deitou-se sobre o colchão na sala. Ana desejou Boa noite a todos, então foi até o quarto de Hugo, onde agora ficaria. Ao entrar lá, encontrou uma cama arrumada com lençóis limpos, e um enorme pôster de uma atriz de biquíni na parede, acompanhando de vários outros pôsteres menores, da mesma.

– Nussa… – Disse ao ver as imagens.

– Ele é apaixonado por essa atriz. – Afirmou Rubi, na porta. – Como é mesmo o nome…?

– Larissa Manoela. – Respondeu Ana, ainda admirada.

– Pois é. – Disse Rubi.

– Tia, eu gostaria de ver meus amigos hoje mais tarde, tem como? – Perguntou.

– Ah, seus amigos do orfanato? – Lembrou Rubi. Ana assentiu. – Bom, eu vou sair com o Otávio, se não fosse isso pedia pra ele te levar, mas, se quiser eu dou dinheiro pra você pegar um táxi. – Disse.

– Sério?! Obrigada tia! – Agradeceu.

– Não tem de quê. – Disse Rubi. – Agora, devia dormir, já são 4 da manhã. – Afirmou.

– Ok, – Concordou Ana. – Boa noite! – Desejou.

– Boa noite Ágata. – Respondeu Rubi, apagando a luz, e saindo do quarto. Ana, por sua vez, adormeceu ansiosa para que amanhecesse.

Horas depois…

Ana despertou com um indivíduo olhando para sua cara, o que acabou lhe assustando.

(Indivíduo)

– Quem é você?! – Perguntou atordoada.

– Eu sou o Mau. – Afirmou o garoto, sarcástico.

– Você é um desencarnado? – Perguntou Ana. Nessa hora o garoto passou a rir de sua cara.

– Ô Hugo, chega aqui! – Chamou, rindo.

– O que é? – Perguntou Hugo, aparecendo na porta.

– Já vi que essa tua priminha não bate bem dos parafusos, cara, que nem tu e tua madrasta. – Afirmou.

– P-Por quê? – Perguntou Hugo.

– Quem é esse menino, Hugo? – Perguntou Ana, ao ver que não se tratava de mais um desencarnado a sua procura.

– É o Maurício, meu melhor amigo. – Respondeu Hugo.

– Curte uma erva? – Perguntou Maurício.

– Agora não, Mau… – Pediu Hugo.

– Que tipo? – Perguntou, Maurício gargalhou alto.

– Do tipo que deixa doidão. – Respondeu o garoto.

– Ah, não, eu não curto maconha, valeu. – Disse Ana, levantando-se da cama, Maurício ficou lá parado, com cara de tacho, Hugo riu da situação.

– Que horas são, Hugo? – Perguntou Ana.

– Vai dar 10 horas. – Disse Hugo.

– Quê?! – Exclamou Ana. – Caramba! Por que não me disse antes? É tarde, tarde, muito tarde!!! – Disparou a garota, que tinha planos de acordar mais cedo. Logo, apressou-se em se aprontar para sair.

– Porque todas as ruivas são loucas? – Perguntou Maurício, assim que Ana saiu do quarto.

– N-Não sei… – Disse Hugo.

– Devia passar o rodo nela… – Afirmou Maurício, tirando uma seda de dentro da carteira, em seguida pegou um dichavador, e finalmente a erva, passando a bolar o baseado.

– Ela vai ser minha prima… – Lembrou Hugo.

– E daí? – Perguntou Maurício. – Eu já peguei várias primas do interior. – Gabou-se. – Devia aproveitar, você é o único moleque de 15 anos virgem, que eu conheço. – Afirmou, lambendo a seda para fechar o cigarro de erva. – Eu perdi minha virgindade há sete anos, quando tinha 13, e você nem sequer beijou uma garota. Devia se envergonhar Hugo. – Concluiu, humilhando o garoto.

– Ninguém quis ficar comigo até hoje, eu não tenho culpa. – Disse Hugo, em sua defesa.

– Talvez a ruivinha maluca queira, nem que seja por pena. – Afirmou Maurício, acendendo o baseado, dando um trago em seguida. – Vai… – Disse, passando o cigarro para Hugo, que tragou também. – Ah, eu tava aqui pensando…

– Pensando o quê? – Perguntou Hugo.

– Já que seu pai e a doida da sua madrasta só vão chegar tarde da noite e a guria ruiva vai sair… A gente podia chamar as noiadinhas pra usar um bagulho aqui. – Sugeriu Maurício.

– Não sei não… – Disse Hugo, temeroso.

– Quem sabe aquela Viviane não cede pra você, pelo menos um beijinho. – Afirmou Maurício.

– Será? – Perguntou Hugo, se animando com a ideia.

– Pode crer. – Disse Maurício, sorrindo.

– Tá bom, pode chamar elas. – Disse Hugo.

– Nem precisa, eu já me adiantei, liguei antes mesmo de você concordar. – Afirmou Maurício, deixando Hugo com cara de tacho.

***

Ana saiu às 10:45 da manhã, após ligar para o táxi que foi lhe buscar na porta da casa da tia.

– Pode me levar até a comunidade do bairro de Santana? – Perguntou a garota, o taxista assentiu, então partiram rumo a comuna. A primeira pessoa que Ana decidiu visitar, foi Bia, obviamente. A garota estava trêmula e gelada de tanta ansiedade em rever sua melhor amiga, depois de dois longos anos sem contato, e sem notícias… Foi quando ao chegar no início do bairro de Santana, depois de minutos andando de táxi, Ana avistou um rosto conhecido, entrando em um pequeno mercado (aberto aos domingos).

– Taxista… Vou descer aqui. – Avisou a garota.

– São 50 reais. – Disse o taxista. Ana achou um absurdo de caro o peço da viagem, porém deduziu que o taxista não costumada dirigir até aquele humilde e arriscado local que era Santana, então, entregou o pagamento sem questionar, saindo do táxi. Então foi em direção ao mercadinho.

– Não creio… – Murmurou. – É ele mesmo, o Paçoca… – Confirmou ao ver o garoto que se aproximava do freezer, logo, resolveu se aproximar, pondo-se de trás do garoto, que pegava um refrigerante. Paçoca então fechou a porta do freezer, levando um enorme susto ao ver a ruiva parada atrás dele o encarando. Então, abismado com o que vira, decidiu se virar para averiguar se aquilo era verdade mesmo.

– Mentira! – Exclamou Paçoca, surpreso.

– Oi, quanto tempo! – Exclamou Ana, com um sorriso simpático.

– Caralho! – Exclamou Paçoca, ainda sem acreditar. – Você não é a Ana, aquela amiga da minha irmã, que foi embora anos atrás, é?– Perguntou, admirado.

– Sim, sou eu mesma! – Afirmou Ana, sorrindo.

– Putz! Sério? Caramba a Bia nem vai acreditar! – Afirmou Paçoca.

– Bom, eu até liguei pra ela à uns dias avisando, mas a ligação tava ruim. – Contou Ana.

– Quê?! – Perguntou Paçoca. – A mais ou menos quantos dias? – Perguntou.

– Há uns sete. – Respondeu Ana. Nessa hora, Paçoca passou a gargalhar. – O que tem de engraçado nisso? – Perguntou a ruiva, sem entender.

– Meu Deus, então era você? – Perguntou Paçoca. Ana assentiu. – E a Bia pensando que era um trote, ou um espírito do além que vinha em sete dias buscar ela! – Disse o garoto, entre risos.

– Como assim? – Perguntou Ana. – Não tô entendendo nada… – Completou.

– Não precisa! – Disse Paçoca. – Você veio visitar ela? – Perguntou.

– Sim, eu vim. – Afirmou Ana. – E como ela está? Tá tudo bem? – Perguntou.

– Ah sim, tá ótima. – Disse Paçoca. Nessa hora o garoto avistou alguém entrando no mercado, e indo em direção as bebidas, o que lhe preocupou. Seu tio Edgar. – É… Ana, pode fazer um favor pra mim? – Perguntou.

– Que favor? – Perguntou Ana.

– Você tá indo lá pra casa agora né? Ainda sabe onde é? – Perguntou Paçoca.

– Sim, vou agora, e claro que sei. – Disse Ana.

– Pois pronto! – Exclamou Paçoca. – Pode levar esse refrigerante? – Pediu. – Tenho que resolver um assunto, diz a Bia que depois eu vou. – O tempo que Paçoca explicava a Ana foi o mesmo em que o seu tio pegou uma garrafa de cachaça e levou ao caixa.

– Aquele não é seu tio? – Perguntou Ana.

– É exatamente esse assunto que tenho que resolver… – Afirmou Paçoca.

– Tá, eu levo o refri, não se preocupa. – Disse Ana. Logo Paçoca agradeceu, entregando o refrigerante a mesma, que saiu, rumo a rua de Bia. Enquanto caminhava, Ana cruzou com Juca na rua, o garoto a encarou, porém, não se cumprimentaram, Ana o reconheceu, mas o mesmo ficou em dúvida, tentando lembrar quem era. Logo Ana voltou a caminhar, chegando em frente a casa de Bia.

“Ai meu Deus, acho que vou ter um treco…”, pensou Ana respirando fundo, estava bastante ansiosa em reencontrar Bia, então aproximou-se da porta, porém, em vez de tocar a campainha, decidiu bater à porta. Ninguém veio atender, logo, Ana resolveu bater novamente.

– Um momento! – Exclamou Bia, de dentro de casa.

No mesmo momento, alguém sussurrou no ouvido de Ana, um guia espiritual.

“Cuidado, sua amiga está com uma faca…”, ao ouvir aquilo, Ana passou a rir, prontificando-se a falar.

– Devia largar a faca primeiro. – Aconselhou. Houve um silêncio de 3 segundos, antes de Bia abrir a porta bruscamente, avistando Ana a sua frente.

– CARALHO!!! – Exclamou, abismada.

– Nossa, imaginei qualquer palavra, menos essa pra me receber… – Afirmou Ana, bem humorada.

(Presente...)

Ana se conteve brevemente para não surtar e abraçar Bia, pois segurava o refrigerante ainda.

– E esse refrigerante? – Perguntou Bia, curiosa.

– Encontrei seu irmão, ele me pediu pra trazer. – Respondeu Ana.

– Ah… – Concluiu Bia, recebendo o refrigerante. – Entra Ana… – Mandou, logo Ana entrou, enquanto Bia caminhou até a cozinha, colocando o refrigerante no freezer. Ana esperou na sala, então, Bia caminhou tranquilamente de volta até lá e parou a frente de Ana, a encarando silenciosamente, Ana fez o mesmo… Até que as duas passaram a gritar esteticamente, e se abraçaram desesperadas. Nostalgizem u-u

Aquilo era inacreditável para ambas. Estavam alí abraçadas, depois de dois anos sem saber nada uma da outra. Bia não conteve as lágrimas de alegria misturadas com surpresa, na verdade nem sabia o que se passava em sua cabeça, seu cérebro estava bugado, era ela, sua irmãzinha do coração, ela havia voltado, estava alí, aquilo que importava. Ana reagiu da mesma forma, emocionou-se deixando suas lágrimas escaparem também, sorriu e chorou ao mesmo tempo, pois o dia em que tanto esperou havia chegado, agora caíra a fixa, estava de volta ao Brasil, de volta a seu mundo, de volta a sua vida de Ana e não de Ágata, a princesa cigana. Mas o melhor de tudo, estava junto de sua irmã mais velha do coração, a qual nunca havia esquecido por um dia sequer.

Depois de minutos abraçadas em meio a lágrimas de felicidade, ambas finalmente voltaram a si, então, decidiram sentar para conversar e esclarecer tudo que ainda estava oculto. Bia fez várias perguntas, incluindo o porque de Ana não ter mantido contato todo esse tempo em que esteve fora do Brasil, logo, Ana explicou calmamente o motivo, fazendo com que Bia a compreendesse. Bia alegou ter ficado preocupada com seu sumiço, e também o sumiço de Madame Esmeralda, então, Ana também explicou que sua mãe foi embora de SP, indo morar no Rio assim que ela foi pra Índia. Logo chegou a vez das perguntas mais simples, (Como foi o treinamento na Índia… Se fez novas amizades… Se sua avó era legal…) Ana respondeu tudinho, até que chegou sua vez de perguntar sobre a vida de todos no Brasil nesses últimos tempos. Bia explicou que muita gente saiu do orfanato depois de sua ida a Índia, citando todos os acontecimentos, o que deixou Ana de queixo caído, principalmente quando soube que Mili era uma Almeida Campos, que Carmen havia morrido, e que Samuca havia sido adotado por cientistas alemães. Até que o assunto chegou nos garotos.

– Nossa, sério mesmo que você ainda tá com o Binho, desde aquela época?! – Admirou-se Ana.

– Pois é, pra você ver. – Afirmou Bia, sorrindo.

– E nem acredito que o Rafa mudou tanto como você disse. – Comentou.

– Tá irreconhecível, um verdadeiro dom Juan, arrogante e gabola. – Complementou Bia. – Mas acho que ele não seja o garoto quem te interesse saber, né? – Perguntou. Nessa hora Ana ficou sem graça.

– Eu tava me segurando pra perguntar sobre ele… – Afirmou a garota, vermelha. – Mas você me conhece bem. – Afirmou.

– Claro que conheço, somos irmãs, esqueceu? – Perguntou Bia.

– Nunca esqueci. – Afirmou Ana. – Mas então fala logo, como é que tá o Thiago? – Perguntou a garota, curiosa. Porém, na hora em que Bia ia responder, a campainha tocou.

– Salva pelo gongo! – Brincou Bia, rindo. Ana revirou os olhos. – Deve ser o Carlos. – Afirmou, indo atender a porta. – Binho! – Exclamou, ao ver que se tratava de Binho e não de seu irmão.

– Oi gatinha! – Exclamou o garoto, a beijando. – Desculpa não ter vindo antes. Aconteceu uma coisa que você nem vai acreditar! – Adiantou, adentrando na casa de Bia. Ao fazer isso, o garoto deu de cara com Ana, ficando paralisado.

– Oi Binho. – Cumprimentou Ana, do sofá.

– Aqui também aconteceu, gatinho. – Afirmou Bia, sorrindo.

“Fudeu!”, Pensou Binho, ainda paralisado.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Comentem!
Beijos e até o próximo capítulo!
Ps: Para quem viu nas imagens, sim, O Hugo será interpretado pelo Guilherme Seta, e o Maurício pelo Arthur Aguiar! :) (pq sim u-u)