Entre beijos e paixões - Season 2 escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira
Notas iniciais do capítulo
Oi gente! Aí vai mais um capítulo! Sei que demorei, mas enfim, está aí. Espero que gostem!
Beijos! Boa leitura, e comentem!
Duas semanas atrás…
Srinagar, Índia
– NamastēÁggie… – Cumprimentou um garoto indiano, aproximando-se da garota ruiva, que encontrava-se sentada em uma pedra, próxima ao rio da aldeia dos ciganos.
– Namastē Aadi… – Respondeu Ággie, com um leve sorriso em seu rosto. Ággie, na verdade, era Ana.
– O que faz aqui sozinha? – Perguntou Aadi. Aadi era um garoto cigano, da aldeia, este havia se tornado um grande amigo de Ana em sua estadia na Índia. – Eu e a Nisha procuramos você em toda a aldeia.
– E onde tá a Nisha agora? – Perguntou Aggie.
– Desistiu de achar você, e voltou pra casa. – Respondeu Aadi. Nisha também era uma garota indiana da aldeia, porém esta não era tão amiga de Ana/Ággie, apenas andava com eles. – O que faz aqui, nesse local tão isolado? – Perguntou, mudando de assunto.
– Pensando… – Afirmou Ággie.
– Deixa eu adivinhar… Na proposta da Madame Quartzo-Rosa. – Deduziu Aadi.
– Tá escrito na minha testa, né? – Perguntou Ággie.
– Bahānā, não queria ser intrometido… – Desculpou-se o garoto, tímido.
– Não precisa pedir desculpas. – Disse Ággie, você é o único aqui, que além da minha vó, me conhece como ninguém. – Afirmou. – Sim, eu tava pensando na proposta da vó Rosa… – Suspirou.
– Realmente é uma decisão difícil… – Afirmou Aadi.
Flash Back on
Dias antes…
– Guḍa mŏrniṅga, Ágata. – Desejou sua avó, madame Quartzo-Rosa, (ou apenas madame Rosa), que ao entrar no quarto de Ana, abriu as cortinas da janela, fazendo com que a claridade do dia tomasse conta dos olhos de Ana que acabara de despertar.
– Bom dia vó... – Respondeu, sonolenta.
– Levante-se, querida. – Pediu sua avó. – A mesa do chá já está a sua espera. – Avisou.
– Ok… – Concordou a garota, contradizendo-se ao virar para o outro lado do colchão, afundando a cabeça entre os travesseiros de espuma.
– Ágata! – Exclamou sua avó.
– Ta bom, tá bom! – Cedeu Ana, levantando-se. – Já levantei. – Disse, totalmente desperta.
Minutos depois…
Ana foi até a mesa do chá, que encontrava-se ao jardim da cabana de sua avó, a cabana principal. Ao notarem a presença de Ana, todos que encontravam-se a mesa, levantaram-se.
– Subaha acchā hai! – Disse Ana, desejando bom dia aos ciganos que encontravam-se a mesa.
– Guḍa mŏrniṅga, jipsī rājakumārī! – Responderam reverenciando-a. ( jipsī rājakumārī= Princesa cigana) Logo, Ana sentou-se, e então, todos voltaram a sentar-se novamente.
– Gostaria de iniciar a oração hoje, princesa Ágata? – Perguntou um dos ciganos, de forma simpática. Ana assentiu, iniciando uma oração de proteção.
– Ōha, bhāvanā gā'iḍa, maiṁ isa tālikā aura unakē parivārōṁ mēṁ haiṁ, jō sabhī kē li'ē surakṣā, svāsthya aura sadbhāva prārthanā karatē haiṁ. – Orou a garota, aos guias espirituais. – Āmīna. – Concluiu.
– Āmīna. – Repetiram todos à mesa. Haviam sete pessoas ao todo, incluindo Ana. Logo, todos passaram a se servir, de chás, bolos e biscoitos de sal. Ana se serviu de uma xícara de chá de camomila, chá cujo sabor a fazia lembrar de sua mãe, Madame Esmeralda.
– Então, princesa Ágata… – Iniciou um homem cigano, sentado à sua frente, o qual bebia chá-preto.
– Sim? – Atendeu Ana.
– Qual presságio teremos para as próximas luas? – Perguntou o mesmo. Ana sorriu, fechando os olhos em seguida. Nesse momento, uma entidade iluminada aproximou-se de seu ouvido, e sussurrou algo. Era um guia.
– Um dos guias está aqui presente. – Afirmou a garota. – Ele me diz, que nas próximas luas, vocês terão saúde em abundância… – Contou-lhes. Nessa hora, todos a mesa se entreolharam e sorriram. – Mas… – Interrompeu. – Haverão intrigas, e nessa hora, precisarão entender as decisões uns dos outros, sem questionar, e sem se opor, mesmo que sejam estas suas vontades. – Completou. Nesse momento, o sorriso entre os mestres ciganos se desfez, e todos direcionaram seus olhares à madame Rosa, que nada disse, e manteve uma expressão serena no rosto.
– Mas alguma coisa, princesa? – Perguntou a ciganas, sentada ao lado de madame Rosa, à mesa.
– Não. – Concluiu Ana. Então, todos tornaram a tomar seus chás.
***
Faltava apenas uma semana, até que o aprendizado de Ana se completasse, a garota estava bastante ansiosa para receber notícias do Brasil, e finalmente voltar. Sim, sentiria saudade da Índia, de sua avó, e do povo cigano, porém, a saudade de sua mãe e de todos que havia deixado para trás no Brasil, era muito maior naquele momento.
– Ággie? – Chamou uma garota cigana, ao encontrá-la na varanda, pensativa.
– Oi Nisha. – Atendeu Ana.
– A Madame Quartzo-Rosa, tá chamando você para colher morangos, no pomar.
– Ah, ok, valeu por avisar. – Disse Ana.
– Tá tudo bem? – Perguntou Nisha.
– Sim. – Respondeu Ana.
– Você parece meio distante. – Afirmou Nisha. Ana sorriu.
– Tava lembrando do Brasil… – Revelou Ana.
– Ah… – Compreendeu Nisha. – Sente muita falta de lá, né? – Perguntou a garota.
– Muita. – Respondeu Ana.
– Deve ser difícil mesmo, ter que abrir mão de todos, inclusive de sua mãe, por dois anos. – Afirmou Nisha, que ao ver Ana triste, ficou sem graça. – Bahānā… – Desculpou-se.
– Tudo bem, você só disse a verdade. – Afirmou Ana. – Quando eu vim pra cá, não tinha ideia de que teria que me isolar de todos do Brasil, e ficar incomunicável durante todo o meu treinamento…
– Contou. – Mas aí a minha vó disse que faz parte, e que eu precisava me distanciar de tudo que me desfocasse do meu aprendizado, até que eu pudesse dar conta das duas coisas. – Completou.
– E agora, você está mais perto do que nunca. – Disse Nisha.
– Sim… – Afirmou Ana, prendendo as lágrimas. – Bom, é melhor eu ir até minha avó, antes que ela mande uma caravana inteira atrás de mim. – Concluiu saindo rumo ao pomar.
No pomar…
Madame Rosa já se adiantara, colhendo alguns morangos enquanto esperava a neta. Logo, Ana aproximou-se, trazendo consigo um cesto em uma das mãos.
– Desculpe o atraso vó… – Desculpou-se Ana. – Estava procurando um cesto. – Afirmou.
– Tudo bem, querida. – Disse Madame Rosa. Logo, Ana passou a colher morangos, junto de sua avó.
“A Bia ia amar esses morangos…”, pensou Ana, lembrando da amiga.
– A senhora vai fazer o que com esses morangos? – Perguntou Ana.
– Uma torta. – Respondeu Madame Rosa.
– Ah… – Concluiu Ana. – É… vó, sem querer ser chata, mas, quando a senhora me chama assim, é porque quer falar alguma coisa, e a última vez foi sobre a minha mãe ter ido embora de SP pra morar no Rio de Janeiro. – Lembrou a garota, que também não pode manter contato com a mãe ou com a tia desde que chegou. (Apenas sua avó mantinha contado, passando algumas notícias para a mesma)
– Tem razão… – Revelou sua avó.
– Aconteceu algo? – Perguntou Ana.
– Não. – Respondeu Madame Rosa. – A verdade Ágata, é que eu tenho uma proposta a lhe fazer.
– Proposta, que proposta? – Perguntou Ana.
– Eu sei sobre sua ânsia em voltar ao Brasil. – Afirmou sua avó. – Mas, você também sabe da responsabilidade que adquiriu com o nosso povo. – Completou.
– Aonde a senhora tá querendo chegar? – Perguntou Ana.
– Em nome do povo cigano, eu queria lhe propor que ficasse na Índia, permanentemente. – Propôs sua avó.
– Quê?! – Perguntou Ana. – Mas vó, a senhora sabe que eu queria voltar pro Brasil, sinto saudades da mamãe, da tia Rubi, e dos meus amigos. – Completou.
– Querida, você sabe que seu dever como intermediária é manter o equilíbrio entre os dois mundos. – Lembrou sua avó. – Não é fácil levar uma vida normal com toda essa missão nas costas. – Afirmou.
– Eu sei… – Disse Ana.
– Vou dar um tempo parar você pensar. – Disse Madame Rosa. Ana ficou em silêncio. – O povo cigano, precisa de uma sábia decisão sua. – Concluiu, saindo com a cesta de morangos.
Flashback off
– Mas, você já fez a sua escolha? – Perguntou o garoto, interrompendo os devaneios de Ana.
– Ainda tô em dúvida. – Disse Ana. – Sabe Aadi, eu gostaria muito de ficar aqui, pois tem você, tem a vó Rosa, a Nisha, e todos as outras pessoas a quem eu me afeiçoei. – Afirmou. – Mas no Brasil, tem minha mãe, minha tia, meus amigos, minha MELHOR amiga, e…
– Seu namorado… – Completou Aadi.
– Sim, e meu namorado. – Disse Ana. Esta não notou, mas, Aadi sentiu uma ponta de ciúme ao vê-la lembrar deste namorado.
– Acha que ele está cumprindo a promessa? – Perguntou Aadi. – De esperar você? – Especificou.
– Sim, eu creio que sim. – Afirmou Ana. – Ele me deu a palavra dele. – Completou.
– Mas você passou esse tempo todo sem dar notícias, sabe que corre um risco dele ter encontrado outra. – Insistiu Aadi.
– Sim, eu sei, mas, quero correr esse risco, sei que ele nunca me desapontaria. – Afirmou Ana.
– E se você escolher ficar? – Perguntou Aadi.
– Se eu escolher ficar, pretendo ir no Brasil mesmo assim, para me despedir de vez. – Respondeu Ana, decidida. Aadi sorriu, pois naquele momento sentiu um pouco de esperança, em que Ana escolhesse ficar. – Mas, mesmo assim, ainda não sei qual será a minha decisão, quero continuar pensando bem. – Concluiu.
Ana pensou calada consigo por vários dias, sem mencionar uma palavra com qualquer pessoa sobre sua decisão, todos já estavam bastante curiosos, até que…
– Vó… – Chamou Ana, no jardim, onde sua avó estava.
– Sim Ágata? – Atendeu sua avó.
– Eu já tomei minha decisão. – Revelou.
– Já? – Perguntou a sua avó. – Que rápida, eu levei meses. – Lembrou. – Pois bem, venha comigo. – Pediu.
– A senhora não vai querer saber? – Perguntou Ana.
– Claro que eu vou querer. – Afirmou sua avó.
– E pra onde a gente tá indo? – Perguntou Ana.
– Ao salão de meditação. – Afirmou sua avó. Chegando lá, Ana deparou-se com os mestres ciganos à sua espera, todos a encaravam. No mesmo momento, Ana olhou em direção a sua avó, que estava ao seu lado, então esta assentiu. Sim, Ana teria que contar sua decisão, não apenas a sua avó, mas, a todos os mestres ciganos.
– Eu sei, que eu sou importante pra todos vocês, e todo povo cigano, assim como as pessoas do Brasil são importantes pra mim… – Iniciou Ana. – Mas, sabe, minha avó me ensinou que devemos abrir mão do que querermos, para servir a quem precisa de nós. É por isso que… Eu decidi ficar na Índia. – Revelou, deixando uma lágrima escorrer por seu rosto. Nessa hora, todos ficaram em silêncio, e sorriram.
– Isto prova, que você deve partir. – Afirmou um dos mestres ciganos, surpreendendo Ana.
– Quê? – Perguntou Ana.
– Parabéns querida. – Parabenizou sua avó. – Você passou no teste final. – Afirmou.
E assim…
– Então quer dizer que era apenas um teste? – Perguntava Aadi.
– Sim! Depois a minha avó explicou, que o teste final era psicológico! – Contou Ana. – Ela tinha me dito que um intermediário precisa estar preparado para abrir mão da vida pessoal e cumprir sua missão se preciso, e foi o que eu fiz. Eu tinha pensado bem, e foi bem difícil tomar essa decisão, mas eu realmente estava disposta! – Acrescentou.
– E agora você vai voltar pro Brasil… – Adiantou Aadi.
– Pois é! – Confirmou Ana. – Mas ainda não é permanente, é um período de experiência. – Explicou.
– Quer dizer que você ainda pode voltar? – Perguntou Nisha.
– Sim, mas, essa decisão é minha, Caso eu não der conta da minha missão no Brasil, eu volto. – Disse Ana.
– Acho que os desencarnados do Brasil devem ser bem mais agressivos que os daqui… – Deduziu Aadi.
– Mas tenho o colar que minha mãe me deu. – Disse Ana. – Ele me protege dos maus espíritos. – Afirmou, mostrando o seu colar de ágata azul.
– Quantos mortos já ajudou mesmo? – Perguntou Nisha.
– Desde que vim, acho que uns 106, se não me engano. – Disse Ana.
– Eu acho que nunca daria conta. – Disse Nisha.
– Nem eu, prefiro continuar com as runas. – Afirmou Aadi. Nessa hora, os três riram.
– Então, quando você parte, Ágata? – Perguntou Nisha.
– Daqui a uma semana. – Respondeu Ana.
– Já se comunicou com alguém do Brasil? – Perguntou Aadi.
– Minha vó disse que só podia me comunicar com duas pessoas. – Disse Ana. – Eu já liguei pra minha mãe, a ligação tava meio ruim, mas, conversamos um pouco.
– E qual vai ser a segunda pessoa? – Perguntou Aadi.
– Minha melhor amiga, a Bia. – Respondeu Ana.
E assim foi…
Depois de caminhar pela aldeia com os amigos indianos, Ana foi até o seu quarto, onde ligou para o celular de Bia.
– Ai, espero que seja o mesmo número… – Torceu, enquanto discava.
Cel on
– Alô? – Ana reconheceu a voz de Bia, e sorriu.
– Oi Bia!!! – Exclamou, animada.
– Quem fala? – Perguntou Bia, nessa hora Ana escutou um chiado na ligação.
– Bia, sou eu, a Ana! – Disse Ana. – Sei que deve tá surpresa que eu esteja te ligando depois de tanto tempo, mas eu só queria te dizer… Que eu tô voltando em SETE DIAS! – Revelou, dando ênfase no fim da frase, na mesma hora a ligação caiu.
Cel off
– Droga… – Disse Ana, desanimada. – Espero que ela tenha escutado. – Desejou.
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E aí, o que acharam? Comentem! O cap terá duas partes! Beijos!
Ps: Bom gente, minha vida anda MUITO corrida ultimamente, e eu até fiquei sem net, mas não desistirei da fic, então não se preocupem se eu demorar! Espero que me entendam e não abandonem a leitura! Adoro vocês! Beijos!