Entre beijos e paixões - Season 2 escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira


Capítulo 14
A volta de Ana Pt.1 A escolha


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Aí vai mais um capítulo! Sei que demorei, mas enfim, está aí. Espero que gostem!
Beijos! Boa leitura, e comentem!



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Musica de Introdução

Duas semanas atrás…

Srinagar, Índia

– NamastēÁggie… – Cumprimentou um garoto indiano, aproximando-se da garota ruiva, que encontrava-se sentada em uma pedra, próxima ao rio da aldeia dos ciganos.

– Namastē Aadi… – Respondeu Ággie, com um leve sorriso em seu rosto. Ággie, na verdade, era Ana.

– O que faz aqui sozinha? – Perguntou Aadi. Aadi era um garoto cigano, da aldeia, este havia se tornado um grande amigo de Ana em sua estadia na Índia. – Eu e a Nisha procuramos você em toda a aldeia.

– E onde tá a Nisha agora? – Perguntou Aggie.

– Desistiu de achar você, e voltou pra casa. – Respondeu Aadi. Nisha também era uma garota indiana da aldeia, porém esta não era tão amiga de Ana/Ággie, apenas andava com eles. – O que faz aqui, nesse local tão isolado? – Perguntou, mudando de assunto.

– Pensando… – Afirmou Ággie.

– Deixa eu adivinhar… Na proposta da Madame Quartzo-Rosa. – Deduziu Aadi.

– Tá escrito na minha testa, né? – Perguntou Ággie.

– Bahānā, não queria ser intrometido… – Desculpou-se o garoto, tímido.

– Não precisa pedir desculpas. – Disse Ággie, você é o único aqui, que além da minha vó, me conhece como ninguém. – Afirmou. – Sim, eu tava pensando na proposta da vó Rosa… – Suspirou.

– Realmente é uma decisão difícil… – Afirmou Aadi.

Flash Back on

Dias antes…

– Guḍa mŏrniṅga, Ágata. Desejou sua avó, madame Quartzo-Rosa, (ou apenas madame Rosa), que ao entrar no quarto de Ana, abriu as cortinas da janela, fazendo com que a claridade do dia tomasse conta dos olhos de Ana que acabara de despertar.

– Bom dia vó... – Respondeu, sonolenta.

Levante-se, querida. Pediu sua avó. A mesa do chá já está a sua espera. Avisou.

Ok… Concordou a garota, contradizendo-se ao virar para o outro lado do colchão, afundando a cabeça entre os travesseiros de espuma.

Ágata! Exclamou sua avó.

Ta bom, tá bom! Cedeu Ana, levantando-se. Já levantei. Disse, totalmente desperta.

Minutos depois…

Ana foi até a mesa do chá, que encontrava-se ao jardim da cabana de sua avó, a cabana principal. Ao notarem a presença de Ana, todos que encontravam-se a mesa, levantaram-se.

– Subaha acchā hai! – Disse Ana, desejando bom dia aos ciganos que encontravam-se a mesa.

– Guḍa mŏrniṅga, jipsī rājakumārī! – Responderam reverenciando-a. ( jipsī rājakumārī= Princesa cigana) Logo, Ana sentou-se, e então, todos voltaram a sentar-se novamente.

Gostaria de iniciar a oração hoje, princesa Ágata? Perguntou um dos ciganos, de forma simpática. Ana assentiu, iniciando uma oração de proteção.

Ōha, bhāvanā gā'iḍa, maiṁ isa tālikā aura unakē parivārōṁ mēṁ haiṁ, jō sabhī kē li'ē surakṣā, svāsthya aura sadbhāva prārthanā karatē haiṁ. Orou a garota, aos guias espirituais. Āmīna. Concluiu.

Āmīna. Repetiram todos à mesa. Haviam sete pessoas ao todo, incluindo Ana. Logo, todos passaram a se servir, de chás, bolos e biscoitos de sal. Ana se serviu de uma xícara de chá de camomila, chá cujo sabor a fazia lembrar de sua mãe, Madame Esmeralda.

Então, princesa Ágata… Iniciou um homem cigano, sentado à sua frente, o qual bebia chá-preto.

Sim? Atendeu Ana.

Qual presságio teremos para as próximas luas? Perguntou o mesmo. Ana sorriu, fechando os olhos em seguida. Nesse momento, uma entidade iluminada aproximou-se de seu ouvido, e sussurrou algo. Era um guia.

Um dos guias está aqui presente. Afirmou a garota. Ele me diz, que nas próximas luas, vocês terão saúde em abundância… Contou-lhes. Nessa hora, todos a mesa se entreolharam e sorriram. Mas… Interrompeu. Haverão intrigas, e nessa hora, precisarão entender as decisões uns dos outros, sem questionar, e sem se opor, mesmo que sejam estas suas vontades. Completou. Nesse momento, o sorriso entre os mestres ciganos se desfez, e todos direcionaram seus olhares à madame Rosa, que nada disse, e manteve uma expressão serena no rosto.

Mas alguma coisa, princesa? Perguntou a ciganas, sentada ao lado de madame Rosa, à mesa.

Não. Concluiu Ana. Então, todos tornaram a tomar seus chás.

***

Faltava apenas uma semana, até que o aprendizado de Ana se completasse, a garota estava bastante ansiosa para receber notícias do Brasil, e finalmente voltar. Sim, sentiria saudade da Índia, de sua avó, e do povo cigano, porém, a saudade de sua mãe e de todos que havia deixado para trás no Brasil, era muito maior naquele momento.

Ággie? Chamou uma garota cigana, ao encontrá-la na varanda, pensativa.

Oi Nisha. Atendeu Ana.

A Madame Quartzo-Rosa, tá chamando você para colher morangos, no pomar.

Ah, ok, valeu por avisar. Disse Ana.

Tá tudo bem? Perguntou Nisha.

Sim. Respondeu Ana.

Você parece meio distante. Afirmou Nisha. Ana sorriu.

Tava lembrando do Brasil… Revelou Ana.

Ah… Compreendeu Nisha. Sente muita falta de lá, né? Perguntou a garota.

Muita. Respondeu Ana.

Deve ser difícil mesmo, ter que abrir mão de todos, inclusive de sua mãe, por dois anos. Afirmou Nisha, que ao ver Ana triste, ficou sem graça. Bahānā… Desculpou-se.

Tudo bem, você só disse a verdade. Afirmou Ana. Quando eu vim pra cá, não tinha ideia de que teria que me isolar de todos do Brasil, e ficar incomunicável durante todo o meu treinamento…

Contou. Mas aí a minha vó disse que faz parte, e que eu precisava me distanciar de tudo que me desfocasse do meu aprendizado, até que eu pudesse dar conta das duas coisas. Completou.

E agora, você está mais perto do que nunca. Disse Nisha.

Sim… Afirmou Ana, prendendo as lágrimas. Bom, é melhor eu ir até minha avó, antes que ela mande uma caravana inteira atrás de mim. Concluiu saindo rumo ao pomar.

No pomar…

Madame Rosa já se adiantara, colhendo alguns morangos enquanto esperava a neta. Logo, Ana aproximou-se, trazendo consigo um cesto em uma das mãos.

Desculpe o atraso vó… Desculpou-se Ana. Estava procurando um cesto. Afirmou.

Tudo bem, querida. Disse Madame Rosa. Logo, Ana passou a colher morangos, junto de sua avó.

“A Bia ia amar esses morangos…”, pensou Ana, lembrando da amiga.

A senhora vai fazer o que com esses morangos? Perguntou Ana.

Uma torta. Respondeu Madame Rosa.

Ah… Concluiu Ana. É… vó, sem querer ser chata, mas, quando a senhora me chama assim, é porque quer falar alguma coisa, e a última vez foi sobre a minha mãe ter ido embora de SP pra morar no Rio de Janeiro. Lembrou a garota, que também não pode manter contato com a mãe ou com a tia desde que chegou. (Apenas sua avó mantinha contado, passando algumas notícias para a mesma)

Tem razão… – Revelou sua avó.

Aconteceu algo? Perguntou Ana.

Não. Respondeu Madame Rosa. A verdade Ágata, é que eu tenho uma proposta a lhe fazer.

Proposta, que proposta? Perguntou Ana.

Eu sei sobre sua ânsia em voltar ao Brasil. Afirmou sua avó. Mas, você também sabe da responsabilidade que adquiriu com o nosso povo. Completou.

Aonde a senhora tá querendo chegar? Perguntou Ana.

Em nome do povo cigano, eu queria lhe propor que ficasse na Índia, permanentemente. Propôs sua avó.

Quê?! Perguntou Ana. Mas vó, a senhora sabe que eu queria voltar pro Brasil, sinto saudades da mamãe, da tia Rubi, e dos meus amigos. Completou.

Querida, você sabe que seu dever como intermediária é manter o equilíbrio entre os dois mundos. Lembrou sua avó. Não é fácil levar uma vida normal com toda essa missão nas costas. Afirmou.

Eu sei… Disse Ana.

– Vou dar um tempo parar você pensar. – Disse Madame Rosa. Ana ficou em silêncio. O povo cigano, precisa de uma sábia decisão sua. Concluiu, saindo com a cesta de morangos.

Flashback off

– Mas, você já fez a sua escolha? – Perguntou o garoto, interrompendo os devaneios de Ana.

– Ainda tô em dúvida. – Disse Ana. – Sabe Aadi, eu gostaria muito de ficar aqui, pois tem você, tem a vó Rosa, a Nisha, e todos as outras pessoas a quem eu me afeiçoei. – Afirmou. – Mas no Brasil, tem minha mãe, minha tia, meus amigos, minha MELHOR amiga, e…

– Seu namorado… – Completou Aadi.

– Sim, e meu namorado. – Disse Ana. Esta não notou, mas, Aadi sentiu uma ponta de ciúme ao vê-la lembrar deste namorado.

– Acha que ele está cumprindo a promessa? – Perguntou Aadi. – De esperar você? – Especificou.

– Sim, eu creio que sim. – Afirmou Ana. – Ele me deu a palavra dele. – Completou.

– Mas você passou esse tempo todo sem dar notícias, sabe que corre um risco dele ter encontrado outra. – Insistiu Aadi.

– Sim, eu sei, mas, quero correr esse risco, sei que ele nunca me desapontaria. – Afirmou Ana.

– E se você escolher ficar? – Perguntou Aadi.

– Se eu escolher ficar, pretendo ir no Brasil mesmo assim, para me despedir de vez. – Respondeu Ana, decidida. Aadi sorriu, pois naquele momento sentiu um pouco de esperança, em que Ana escolhesse ficar. – Mas, mesmo assim, ainda não sei qual será a minha decisão, quero continuar pensando bem. – Concluiu.

Ana pensou calada consigo por vários dias, sem mencionar uma palavra com qualquer pessoa sobre sua decisão, todos já estavam bastante curiosos, até que…

– Vó… – Chamou Ana, no jardim, onde sua avó estava.

– Sim Ágata? – Atendeu sua avó.

– Eu já tomei minha decisão. – Revelou.

– Já? – Perguntou a sua avó. – Que rápida, eu levei meses. – Lembrou. – Pois bem, venha comigo. – Pediu.

– A senhora não vai querer saber? – Perguntou Ana.

– Claro que eu vou querer. – Afirmou sua avó.

– E pra onde a gente tá indo? – Perguntou Ana.

– Ao salão de meditação. – Afirmou sua avó. Chegando lá, Ana deparou-se com os mestres ciganos à sua espera, todos a encaravam. No mesmo momento, Ana olhou em direção a sua avó, que estava ao seu lado, então esta assentiu. Sim, Ana teria que contar sua decisão, não apenas a sua avó, mas, a todos os mestres ciganos.

– Eu sei, que eu sou importante pra todos vocês, e todo povo cigano, assim como as pessoas do Brasil são importantes pra mim… – Iniciou Ana. – Mas, sabe, minha avó me ensinou que devemos abrir mão do que querermos, para servir a quem precisa de nós. É por isso que… Eu decidi ficar na Índia. – Revelou, deixando uma lágrima escorrer por seu rosto. Nessa hora, todos ficaram em silêncio, e sorriram.

– Isto prova, que você deve partir. – Afirmou um dos mestres ciganos, surpreendendo Ana.

– Quê? – Perguntou Ana.

– Parabéns querida. – Parabenizou sua avó. – Você passou no teste final. – Afirmou.

E assim…

– Então quer dizer que era apenas um teste? – Perguntava Aadi.

– Sim! Depois a minha avó explicou, que o teste final era psicológico! – Contou Ana. – Ela tinha me dito que um intermediário precisa estar preparado para abrir mão da vida pessoal e cumprir sua missão se preciso, e foi o que eu fiz. Eu tinha pensado bem, e foi bem difícil tomar essa decisão, mas eu realmente estava disposta! – Acrescentou.

– E agora você vai voltar pro Brasil… – Adiantou Aadi.

– Pois é! – Confirmou Ana. – Mas ainda não é permanente, é um período de experiência. – Explicou.

– Quer dizer que você ainda pode voltar? – Perguntou Nisha.

– Sim, mas, essa decisão é minha, Caso eu não der conta da minha missão no Brasil, eu volto. – Disse Ana.

– Acho que os desencarnados do Brasil devem ser bem mais agressivos que os daqui… – Deduziu Aadi.

– Mas tenho o colar que minha mãe me deu. – Disse Ana. – Ele me protege dos maus espíritos. – Afirmou, mostrando o seu colar de ágata azul.

– Quantos mortos já ajudou mesmo? – Perguntou Nisha.

– Desde que vim, acho que uns 106, se não me engano. – Disse Ana.

– Eu acho que nunca daria conta. – Disse Nisha.

– Nem eu, prefiro continuar com as runas. – Afirmou Aadi. Nessa hora, os três riram.

– Então, quando você parte, Ágata? – Perguntou Nisha.

– Daqui a uma semana. – Respondeu Ana.

– Já se comunicou com alguém do Brasil? – Perguntou Aadi.

– Minha vó disse que só podia me comunicar com duas pessoas. – Disse Ana. – Eu já liguei pra minha mãe, a ligação tava meio ruim, mas, conversamos um pouco.

– E qual vai ser a segunda pessoa? – Perguntou Aadi.

– Minha melhor amiga, a Bia. – Respondeu Ana.

E assim foi…

Depois de caminhar pela aldeia com os amigos indianos, Ana foi até o seu quarto, onde ligou para o celular de Bia.

– Ai, espero que seja o mesmo número… – Torceu, enquanto discava.

Cel on

– Alô? – Ana reconheceu a voz de Bia, e sorriu.

– Oi Bia!!! – Exclamou, animada.

– Quem fala? – Perguntou Bia, nessa hora Ana escutou um chiado na ligação.

– Bia, sou eu, a Ana! – Disse Ana. – Sei que deve tá surpresa que eu esteja te ligando depois de tanto tempo, mas eu só queria te dizer… Que eu tô voltando em SETE DIAS! – Revelou, dando ênfase no fim da frase, na mesma hora a ligação caiu.

Cel off

– Droga… – Disse Ana, desanimada. – Espero que ela tenha escutado. – Desejou.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Comentem! O cap terá duas partes! Beijos!
Ps: Bom gente, minha vida anda MUITO corrida ultimamente, e eu até fiquei sem net, mas não desistirei da fic, então não se preocupem se eu demorar! Espero que me entendam e não abandonem a leitura! Adoro vocês! Beijos!



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