Pov’s Tony

Seis meses depois

O nosso bebê já estava vindo ao mundo, só mais um mês e ela vai estar aqui com a gente. Sim, ela. É uma menina. Não decidimos um nome ainda, na verdade Ziva não decidiu. Eu já dei varias ideias, mas ela não gostou de nenhuma.

Estávamos correndo com a mudança. Havíamos comprado uma casa perto de onde Jenny morava. Isso causou muitas visitas da minha sogrinha. Não me leve a mal, eu adoro o Jenny, mas toda hora não dá.

Mesmo assim ela ajudava bastante, quando eu precisava sair com a Ziva para qualquer lugar ou quando precisava resolver algum problema com o Nick na escola, ela me liberava ou resolvia.

Falando no Nick, a coisa estava feia. Mudamos ele de escola e os meninos de lá ficam chamando ele de “mauricinho” e “filhinho de papai”. Me assustei quando o Nick me contou isso, eles só tinham 4 anos, mas conversei com ele, disse que era pra deixar isso pra lá que era besteira.

Cheguei bem tarde em casa essa noite, mas assim que abri a porta o Nicolas estava lá parado e me olhando, ele parecia irritado:

– Pai, você tem que dar mais atenção pra mãe. Ela fica me agarrando o dia todo.

– Pode deixar filho. Vou ter uma conversinha com ela. Agora vai dormir, está tarde e amanhã você tem aula.

Ele me deu um abraço e fui para a cama, caminhei pela casa e a porta do quarto da minha filhinha que estava por vir estava aberta. Imaginei que a minha esposa. Adoro essa palavra. Imaginei que a Ziva ia estar lá. E realmente estava. Ela alisava o bercinho que tinha lá:

– O que está fazendo?

Ela desviou sua atenção pra mim e meu deu um pequeno beijo:

– Nada. Só pensando. Você chegou tarde hoje.

– Desculpa. Mas estava bem complicado no serviço.

Ela assentiu e disse que iria deitar, fui tomar um banho antes de deitar com ela.

Aconcheguei- me ao seu lado e fiz carinhos em seu cabelo até ela cair docemente em um sono lindo. Antes de fechar os meus olhos acariciei a sua barriga que já estava consideravelmente grande e desejei boa noite para o bebezinho que estava lá dentro.

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Eu estava sentando na minha mesa trabalhando normalmente, quando recebi uma ligação de Ziva, achei estranho, ela mal me liga quando estou no trabalho:

– Oi amor, acont...

– Tony, vem pra casa agora. Eu não estou me sentindo muito bem.

– Como assim? O que está acontecendo?

– A bolsa estourou e se você não vier pra casa agora, sua filha vai nascer no sofá da sala.

– Amor, manda ela esperar mais um pouquinho que eu já estou indo.

Antes de sair mandei uma mensagem pro Gibbs, por dois motivos: Primeiro, ele era meu chefe e eu tinha que dar satisfações e segundo: ele era o avô da criança.

Cheguei em casa e Ziva estava sentada no sofá com uma poça de água em volta dela. Eu não sabia o que fazer:

– Tony sobe no nosso quarto e pega a minha mala e a do bebê. Estão em cima do guarda-roupa.

Obedeci imediatamente. Com as bolsas na mão coloquei Ziva no carro. Ver ela agonizando me dava arrepios. A dor que eu sentia vendo ela assim era absurda ou eu sentir dor seria por ela apertar forte o meu braço? Eu não sei. Apenas acelerei aquele carro e estacionei da melhor forma possível.

Quando entramos no hospital o médico a colocou em uma maca e foi entrando em uma sala com ela. Ele me pediu para esperar e enquanto eu esperava liguei para Jenny, Gibbs, Tali e até pro novato. Em questão de meia hora todos chegaram.

Estávamos bem aflitos, já fazia duas horas que Ziva havia entrado em trabalho de parto.

Quando ia completar três horas o médico da Ziva atravessou a porta e me chamou. Segui ele completamente feliz e inquieto. Eu ia ver o rostinho da minha filha. A maior felicidade que um homem pode sentir é essa de ser pai. Quando eu entrei no quarto vi uma Ziva completamente exausta, mas feliz e com uma coisinha linda nos braços. Ela me olhou e esticou os braços me entregando a criança.

Com ela finalmente em meus braços pude reparar em cada detalhezinho de seu rosto. Ela tinha os cabelos claros que provavelmente seriam parecidos com os meus e os olhos de Ziva. A Jenny morreria quando visse seu nariz no rostinho da neta:

– Você é a coisinha mais linda desse mundo. O papai te ama... – olhei para Ziva antes de completar a frase. Eu estava com esperança de ela já ter escolhido um nome.

– Emily. Eu achei Emily a carinha dela.

Eu sorri e deu um beijo em seus lábios, mesmo com minha filha nos braços, consegui ter um bom acesso a boca de Ziva e consegui beijar-lhe amorosamente, expressei todo o meu acrinho e gratidão naquele beijo, quando nosso ar foi necessário voltei minha atenção aquela pequena criaturinha em meus braços.

O médico me pediu para voltar a sala de espera. Completamente contrariado eu fui. Depois de uma horinha o médico liberou a visita para todos. Jenny saiu na frente atropelando todo mundo:

– Meu Deus, ela é a coisinha mais fofa que eu já vi.

– Mãe, deixa eu pegar também. – Tali tentava se aproximar da criança.

– Sem briga pessoal. Você vão ter muito tempo para segurar a pequena aqui. – Gibbs disse piscando para Ziva.

– Está bom, mas e o nome Ziva? Qual vai ser?

– Emily. – eu e Ziva dissemos isso juntos, me mostrando mais uma vez que o nosso destino era estar juntos.

Quando Ziva recebeu alta fomos direto pra casa. Deixei ela lá e fui buscar o Nicolas que havia ficado com o McGee e a Abby enquanto a Ziva estava no hospital. Nick não parava de falar um só momento:

– Papai quando a gente chegar eu vou mostrar para a Emily o joguinho que o tio Tim me deu. Eu acho que ela vai gostar, ela pode ser a guerreira em vez do soldado. E também tem esse desenhou que eu e a tia Abby fizemos para ela. A mamãe está bem? Eu estou com saudade dela. Quero dormir no quarto de vocês hoje, porque parece que vai chover e eu tenho medo de trovão...

Meu Deus, como aquele menino falava. Mas eu o amava mesmo assim.

Quando chegamos em casa, ao contrario do que o médico havia mandado Ziva fazer, ela estava em pé na cozinha em vez de estar na cama de repouso. Assim que Nick avistou ela e pulou em seu colo:

– MAMÃE. Eu estava com saudades. – Ziva enchia ele de beijos. – Mamãe eu quero ver a Emily.

Ziva colocou ele no chão e pegou a menina que estava no carrinho. Se abaixou um pouco para que Nicolas pudesse enxergar a irmã:

– Ela é bonita mamãe.

– Você achou filho? Ela é linda igual você. – ela deu um beijo na cabeça do Nick, eu só estava ali assistindo a cena. Não tinha coragem de me pronunciar. – Quer pegar ela?

Nicolas assentiu e Ziva pediu para ele sentar no sofá. Assim que ele sentou, Ziva sentou-se ao seu lado e colocou Emily no colo do Nick, mas ajudou o menino a segura-la. Emily se mexeu no colo do Nicolas e isso fez ele sorrir.

– Olha o quanto ela é pequeninha Nick.

– Não se preocupe papai, eu vou cuidar dela.

E foi com essa frase que eu fui dormir a noite. Eu sabia que sempre poderia contar com a minha família, eu sabia que poderíamos sempre contar um com o outro, porque isso que é família, são pessoas que cuidam e se importam umas com as outras. E eu estava completamente realizado na minha família e o amor que eu sentia por cada um deles era incondicional. Eu estava aonde eu deveria estar e com as pessoas que eu deveria estar. Ninguém aparece na sua vida por acaso, eu nunca imaginei que iria me apaixonar, muito menos que iria me apaixonar de primeira pela filha da minha diretora. Eu nunca imaginei que esse amor seria tão grande que me faria esquecer todos os conceitos que eu tinha sobre felicidade e arrumar novas coisas para me fazer feliz. Eu nunca imaginei que me apaixonaria por um garotinho que entraria na minha vida por causa de uma tragédia que aconteceu na vida da mulher que eu amo, eu não podia imaginar que um dia eu sentiria remorso por todas as vezes que eu paquerei alguma garota, porque agora eu tinha uma garotinha em minha casa e a última coisa que eu quero ouvir da boca dela é “Eu estou namorando”. Eu nunca imaginei que teria que destruir a minha casinha e construir um palácio para habitar da melhor forma possível aqueles que eu amo. Então nunca deixe de aproveitar, viva a sua vida e o mais importante: Ame. Ame loucamente. Ame sem medidas.