– Ziva, senta aqui e vamos conversar. – Ziva sentou-se, então Jenny deu espaço para que Gibbs sentasse também para participar da conversa.

Jenny contou para Ziva tudo o que havia acontecido, tudo o que ela havia escondido todos esses anos.

No final da conversa Ziva não estava confusa ou chateada, ela estava com raiva. Estava com raiva de sua mãe, não conseguia aceitar o fato de ela ter mentido:

– Você mentiu para mim.

– Filha, tenta entender a mamãe. Não era a hora certa para te contar.

– E quando ia ser a hora certa? Daqui mais vinte anos? E você Gibbs, como você pode mentir para mim também, eu me abri para você, eu tinha você como um amigo, você me contou uma história sobre sua falsa filha. Eu confiei em você.

– Filha, o Gibbs não tem culpa. Eu pedi para ele não lhe contar nada.

Ziva não disse e nem ouviu mais nada, apenas se levantou e saiu de casa:

– Jen eu sinto muito.

– Claro que sente. – Jenny se levanta do sofá- Vai embora, por favor.

Gibbs assentiu e se foi, Jenny apenas chorou, não queria que aquela briga tivesse acontecido, ela sabia dos riscos que correria mentindo para Ziva, mas não estava preparada para o castigo e a condenação da filha.

Gibbs voltou para a base, depois de preencher alguns relatórios ajudou o seu pessoal a encontrar a relação de Peter com a família David:

– Chefe, achei uma coisa! Michael Kvale, - McGee disse enquanto colocava a foto no telão. – Morreu há vinte e dois anos atrás, na verdade foi assassinado pelo Mossad. Michael foi condenado por trafico de drogas e terrorismo. Esse cara era realmente maluco.

– E quem era o responsável pela missão de executa-lo? – Gibbs perguntou sem tirar os olhos da foto de Michael Kvale.

McGee deu uma risada incrédula, ele não estava acreditando:

– Eli David.

Pronto, agora Gibbs tinha tudo o que precisava para no mínimo deixar Peter em custódia, mas o problema era: Onde está Peter Kvale?

– Gibbs sobe aqui, por favor. – Jenny apareceu nas escadas o chamando.

Gibbs subiu até a sala da diretora e fechou a porta.

– O que foi Jen?

– Ziva ainda não voltou para casa, estou preocupada, já está tarde. Gibbs ela não vai me ouvir, acha ela, por favor.

Gibbs abraçou Jen e sussurrou em seu ouvido um “Eu vou acha-la”

Gibbs desceu e chamou McGee e Tony para ajuda-lo. Os três se separaram cada um indo para um canto da enorme cidade.

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Ziva apenas caminhou a tarde inteira, não queria voltar para casa, não queria ver sua mãe, estava com raiva. Ela só não entendia o motivo de tanta mentira. Andou mais um pouco quando notou um carro preto a seguindo, teve certeza que estava sendo seguida quando virou em uma rua e o carro a seguiu. Então buzinaram, ela não olhou e continuou andando, então o motorista insistiu buzinando novamente, nenhuma reação da parte dela, então “ele” resolveu chama-la:

– Ziva, eu estava te procurando.

– Tony? O que faz aqui?

– Eu estou te procurando. Vem entra no carro.

– Não, não vou entrar, está maluco?

Tony se deu por vencido e estacionou do carro, desceu e foi falar com aquela mulher maluca que mexia tanto com ele:

– Qual o problema, esquentadinha?

– Nenhum. – Tony a olhou como se estivesse dizendo “mentirosa”. – É que eu não quero falar sobre isso.

– Certeza? Talvez eu possa ajudar?

– Não, você não pode. Obrigada.

Tony então seguiu Ziva na sua caminhada:

– Não vai para casa? Sua mãe está preocupada com você.

– Pouco me importa.

– Vejo que o problema é com ela. Zi olha, eu não sei o que aconteceu, mas se brigou com Jenny deveria conversar com ela, vocês são mãe e filha. Não podem ficar sem se falar.

– Ela mentiu para mim Tony. Todo mundo mentiu pra mim.

Tony parou, segurou a mão de Ziva e olhou intensamente naqueles lindos e despontados olhos castanhos:

– Eu não menti e eu nunca mentiria pra você.

Ziva sorriu para ele, mostrando que acreditava pelo menos um pouquinho em suas palavras, porém o que Ziva não espera era que aquele sorriso fosse demais para Tony, quando percebeu já estava sendo envolvida naqueles braços e Tony a beijava. Ziva demorou alguns minutos para corresponder, ainda estava tentando compreender o que estava acontecendo. Mas como o ar infelizmente é finito tiveram que se separar. Se afastaram um pouco e depois de alguns segundos Tony foi capaz de se pronunciar:

– Eu poderia me desculpar com você, mas não estou me sentindo nem um pouco culpado. – Tony disse em um tom irônico.

– Isso é porque você é um tarado que fica me agarrando por ai.

Tony gargalhou. Como aquela mulher era magnífica, precisava dela ao seu lado.

Dessa vez foi Ziva quem deu o primeiro passo. Beijou Tony suavemente. Bem diferente do modo como ele havia feito. Ela passou a mão entre os cabelos dele e então Tony colocou as suas mãos na cintura dela aproximando seus corpos e intensificando ainda mais aquele beijo que o estava deixando louco. Tony cortou o beijo e com as mãos ainda na cintura de Ziva ele olhou em seus olhos, ele parecia confuso, parecia estar procurando palavras para falar com ela. Quando tomou coragem disse apenas uma única frase que fez Ziva estremecer ainda nos braços daquele lindo loiro de olhos verdes:

– Ziva fica comigo?