A Garota da Ilha Deserta- Fedemila escrita por CRAZY
Notas iniciais do capítulo
Oi pessoal! E aí? Preciso de mais comentários!!!!!
Boa leitura!!!
(Por Ludmila)
Nos separamos e eu ainda não sabia o que fazer. Só o olhava assustada.
– Desculpa.- Disse ele.
– Está desculpado. Quer dizer... espera eu... estou confusa.
– Vamos sair da chuva pelo menos.
– Isso! Vamos.
Descemos até onde ficavam os quartos, que nada mais eram do que algumas redes. Antes de entrar nos quartos ele perguntou:
– O que fazemos agora?
– Não sei.
– Sentiu alguma coisa?
– Não me faça perguntas difíceis Federico!
– Mas temos que ficar de algum jeito. Amigos, colegas... Esse tipo de coisa entende.
Fiz que sim com a cabeça.
– E então?- Disse ele.
– Eu... vou dormir.- Eu disse entrando no quarto.
– Não vai não.
– Quem é você pra dizer se eu vou ou não dormir?
– Só o futuro rei da Itália.
– Você vai ser um rei muito arrogante!
– Ei, espera era só uma brincadeira. Mas mesmo assim você não irá dormir.- Disse ele rindo.
– E por que não?
– Acha que vai conseguir dormir depois de tudo o que aconteceu? E ainda por cima com esse barco balançando desse jeito?
– Federico, eu não sei o que te responder!
– Está com medo né.
– Sim! Se o barco começar a balançar um pouquinho mais que seja, eu vou passar mal.
– Não é disso que estou falando. Está com medo de ficar comigo não é.
Fiquei um tempo em silencio pensando. Sim, era exatamente aquilo.
– É.- Disse eu brevemente.
– Não precisa ter medo. Ninguém vai saber!
– Um dia eles saberão. Nada se esconde pra sempre Federico.
– Mas podemos dar um jeito. Eu nuca deixaria que te machucassem.
– Não sei. Por favor, me deixe descansar um pouco.- Pedi, quase implorando.
– Claro. Pode ir.
Eu entrei no quarto e sequei minha roupa e meus cabelos. Depois me deitei e tentei dormir. Já Federico, não sei o que ele foi fazer ou para onde foi. Aos poucos o sono foi chegando e finalmente dormi.
Acordei bem devagar. Eu escutava muito barulho vindo do lado de fora. Me levantei e cruzei com Bartolomeo no corredor.
– Senhorita Luiza! Que bom que acordou. Sei que estiveram em uma ilha por muito tempo, e também percebi que seus trajes não são muito apropriados para morar no reino.- Disse ele. Me fazendo olhar meu vestido improvisado feito com peles de animais. então ele continuou: - Então encontrei esse vestido aqui. É um pouco simples, mas acho que vai ficar bom.
Então ele me entregou um vestido azulado, parecia ser feito de veludo, era bem longo e também uns sapatos azuis também.
– Obrigado Bartolomeo.- Eu disse analisando o vestido.
– Pode se trocar. Eu Prometo que nenhum de nós irá incomodá-la.- Disse ele rindo, eu o olhei confusa e ele logo disse:
– Com licença.
E se retirou. Não foi fácil colocar aquele vestido, depois de mais ou menos uma hora consegui me vestir. Me olhei no reflexo de uma pequena janela e achei que ficou bom. Então fui até uma pequena sala onde havia comida, ali estava Giovanni comendo alguma coisa.
– Bom dia Senhori... Quer dizer, Luiza.
– Bo dia.
– Sente-se.
Me sentei e olhei a mesa. Havia um prato com um "bolo" escuro por fora e branquinho por dentro, ao lado havia uma barra de alguma coisa amarela que estava pela metade e com uma faca ao lado.
– O que é isso?- Eu disse apontando o " bolo"
– Você não sabe o que é isso?- Ele perguntou me olhando espantado.
– Não... Na verdade sei. Só que tanto tempo na ilha me fez esquecer, eu tenho um leve problema de memória.
Que desculpa horrível! Ele me olhou confuso e demorou um pouco a dizer:
– Isso é pão.
– E isso?- Eu disse apontando para a barra.
– Manteiga.
– Ah, sim! Pão e manteiga, isso é delicioso!
Cortei um pedaço de manteiga e o mordi. Aquilo era terrível! Como comiam aquilo? Fiz uma cara de nojo e Giovanni começou a rir. Não era engraçado.
– O que foi?- Perguntei.
– Não é assim que se faz. Deixe-me demonstrar-lhe.
Ele cortou uma fatia do pão e uma fatia de manteiga, a qual espalhou pelo pão.
– Assim. Bom apetite! - Disse ele me entregando o pão com a manteiga.
O peguei meio receosa. E mordi com medo. Mastiguei por um tempo e percebi que a combinação de sabores era muito boa!
– Muito bom não é mesmo.- Eu disse.
– Ele fez que sim.
Havia também uma jarra com água, coloquei a água em um copo e a bebi. Giovanni saiu da sala pedindo licença e eu esperei mais um tempo até que eu terminasse de comer.
(Por Federico)
Eu estava no andar de cima, onde havia o timão, eu estava no controle e Angelo ao meu lado. O vento era forte e soprava a nosso favor. O dia amanheceu muito bonito e com um enorme arco-íris no céu. Giovanni se aproximou e disse:
– Aquela garota que estava com você é um tanto estranha não.
– Por que diz isso?- Perguntei.
– Estava tomando café da manhã e então ela chegou, se sentou e perguntou o que era pão e manteiga.
– Está brincando?- Disse Angelo rindo.
– Não! Ela disse que tanto tempo na ilha a fez esquecer, pois tem um leve problema de memória.- Disse Giovanni rindo também.
– Não é engraçado. Ter um problema de memória não é motivo par zombaria!
– Está defendo ela Federico?- Perguntou Angelo.
– Sim, por que ela não pode se defender por que não está aqui.
– O que é isso amigo? Gosta dela?- Perguntou Giovanni ainda rindo.
– Não. Mas e se eu gostasse, qual seria o problema?
– Haveria muito problema! Ela é uma plebeia, pobre e órfã. Nunca teria lugar em nenhum trono sequer.
Me segurei para não brigar com eles.
– O que estão fazendo é errado! Falando mal da garota que acabaram de conhecer e ainda sem ela, para que ela não possa se defender.
– Está bem então.- Disse Angelo se retirando.
– Federico, isso não está nada bem.
– O que?
– Tem certeza que não sente nada pela garota?
Fiz que sim com a cabeça e ele também se retirou. Um tempinho depois vejo Ludmila no convés. Percebo ela me procurava e a chamo.
– Luíza!
– Estava te procurando Federico.- Disse ela subindo as escadas até o timão. Ela estava linda, com um vestido azul muito bonito e com os cabelos loiros soltos voando junto com o vento. Sorrio pra ela que sorri para mim também.
– Bom dia.- Digo.
– Bom dia .Quanto tempo vai demorar para chegar?
– Não sei. Uma semana no mínimo.
– Uma semana!
– Sim.
– Bom Federico, eu queria falar sobre ontem a noite.
A olhei e vi que estava um pouco nervosa.
– Pode falar.- Eu digo.
– Eu senti alguma coisa.- Disse ela se aproximando um pouco mais de mim.
– Você sabe que eu ainda a amo.- Eu disse.
– E agora?- Disse ela parecendo preocupada.
– Você gostaria que ficássemos juntos?- Perguntei largando o timão e prestando atenção nela.
Ela sorriu e fez que sim com a cabeça. Sorri e me aproximei mais dizendo:
– Eu também. E então é o que vai acontecer.
Mas ela colocou as mãos nos meus ombros e disse:
– Mas e se descobrirem que eu não sou italiana, mas sou espanhola.- Disse ela sussurrando.
– Não se preocupe com isso tudo bem? Vamos apenas deixar fluir.
Me aproximei mais, na intenção de beija-la e ela disse preocupada:
– Vão nos ver!
– Qual é o problema?
– Não podem descobrir que estamos juntos, podem?
– Não seria correto. Mas não importa. Quando eu for coroado rei, daqui a dois ou três meses, todas essas leis irão mudar e então poderemos ficar juntos eu prometo.
Ela sorriu pra mim, o maior e mais bonito sorriso que já vi. E então nos beijamos, sem medo, não me importei que os outros rapazes estavam ali. Eu estava feliz e imagino que ela também. Foi um beijo longo que foi interrompido por um:
– Vossa Alteza?
Nos separamos e olhei assustado. Era Bartolomeo, que nos olhava confuso e surpreso.
...
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