– Me beije – Maura disse quase sem voz

– Não posso... – Jane respondeu.

Ela queria, mas era errado, elas eram melhores amigas, não podiam

– Por quê? – Maura chegava mais perto de Jane.

– Você é minha melhor amiga...

Faltava pouco para Jane ceder, mas algo em sua cabeça alarmava perigo.

– E daí? ...beije-me...

Jane optou por não dar ouvidos à voz. Seus lábios roçavam e seus narizes se tocavam, sem perceber, elas já estavam trocando um beijo ávido, o beijo que esperaram tanto tempo. Um beijo. O melhor beijo que já tiveram. E assim continuaram, sem dizer uma palavra, apenas apreciando o contato que tanto desejavam. As vozes na cabeça de Maura não só falavam, como gritavam, aquilo era errado, mas tão bom, não teve vontade de parar, não queria parar, não iria parar.

Jane estava aproveitando cada toque. Elas agora estavam em uma posição diferente, Maura estava deitada encima de Jane, suas mãos prendendo a mão direita da detetive na sob sua cabeça. Jane com a mão livre segurava a cintura da legista.

Ofegante e sem ar, Maura se afastou e sentou na detetive, aquilo era quase que perfeito. Então Jane a jogou para o lado e subiu na mesma, começando a beijar o pescoço de Maura, ambas só queriam mais, muito mais. Jane voltou a beijar a legista, e sempre que podia mordiscava o lábio inferior da mesma. O beijo forte e incessável, as deixava sem folego facilmente. Maura voltou a ficar encima de Jane, o calor que sentia a queimava de dentro pra fora, ela levantou sua blusa um pouco, a dobrando na altura dos seios, sua barriga estava exposta e isso fez Jane querer retirar a blusa totalmente. Sem demora voltaram a se beijar, mas dessa vez com mãos mais assanhadas, as mãos de Jane apertavam a bunda de Maura, e as mãos da legista passeavam no abdômen da outra. Todo aquele toque as levavam a loucura, Jane a queria para si, mas sabia que estava errado. As duas giravam pela cama, não havia mais roupa de cama cobrindo o colchão, e Jane estava novamente por cima de Maura, que soltou um gemido rouco, ela sorriu delicadamente. Maura ansiava pelo toque da morena. E quando sentiu os lábios da detetive em seu pescoço novamente, ela sussurrou em um gemido:

– Me toque...

E o cérebro de Jane congelou, não sabia o que fazer, ela queria só não estava pronta, então fingiu não ouvir, mas novamente Maura disse.

– Me toque... – E guiou a mão de Jane até seu seio.

Jane não estava pronta, mas ela queria, então massageava levemente o seio direito de Maura sentido o coração acelerado da mesma. A legista soltou um gemido rouco, e levou suas mãos até as coxas de Jane. Talvez ela também não estivesse preparada, mas precisava daquilo, então continuou, e suas mãos subiram até os glúteos da morena.

– Mais...me toque mais...

– Não posso – Jane disse desvinculando do beijo – Eu...eu não posso.

– Você é minha melhor amiga, e....eu não estou pronta, eu...eu não...eu não posso. – Gaguejava, levantando da cama

– Acho melhor eu ir embora. – Levantou da cama e abaixou a camisa do pijama

– Não. Fique

– Não. Eu devo ir embora

E a última coisa que Jane sentiu aquela noite foi arrependimento; arrependimento por ter parado o beijo, por não ter impedido Maura de sair da casa. Então deitou-se novamente e tentou dormir, mas o cheiro da legista estava grudado na cama, e a sensação dos lábios da loira nos seus ainda permanecia. Seu coração acelerou, só de lembrar do beijo, do contato, de tudo. Levantou-se e foi tomar um banho gelado

Maura depois de pegar um taxi e entrar em casa, sentou no sofá atônita.

O que acabei de fazer? Pensava. A loira também estava arrependida; arrependida de ter pedido para dormir na casa de Jane, mas principalmente, por ter começado o beijo.

Jamais deveria ter começado o beijo, o que eu tinha na cabeça? Ela não sente o mesmo por mim, ela só beijou de volta porquê... porque não queria me magoar...tarde demais.

Ela levou seus dedos até seus lábios, e fechou os olhos lembrando da sensação de ter os lábios de Jane grudado aos seus, sentiu um friozinho na barriga, então decidiu tomar um banho gelado. E foi quando percebeu que ainda estava de pijamas e descalça, havia esquecido seu vestido e sapatos na casa da morena. E então lembrou que amanhã seria domingo, e agradeceu por isso, não precisaria ver Jane tão cedo, queria poupar o constrangimento. Mas como faria para pegar as roupas de volta? Talvez pedisse para Jane trazê-las segunda feira, o problema é que queria evitar a morena. O que faria?

Jane arrumou a cama, e deitou-se, dessa vez para dormir. Mas da cama podia ver os sapatos de Maura ao lado da porta do quarto, e então lembrou-se da loira usando aquele vestido vermelho que realçava sua pele branca, a pele cheirosa e macia de Maura... O que diria para a loira quando a visse no trabalho?