It's You escrita por Malina


Capítulo 5
Encontro-não-encontro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3



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Os três detetives ficaram pasmos com o que o homem havia dito.

– Espera... Você é Payton? – Perguntou Frost confuso

– Sim, vocês vieram pelo desaparecimento da minha irmã? – Ela se sentou na poltrona ao lado

– Não exatamente. Vocês moram aqui?

– Não, como meu marido disse essa é a casa de Gabe, ela gosta de casas simples como essa. Minha casa é mais extravagante – Sorriu

– Sim, sabemos. Nós estivemos em seu apartamento.

– Como? – O homem disse incrédulo.

– Eu sinto muito, mas eu temo que Gabe Branst está morta. Ela foi assassinada.

– O que? – Foi a vez da mulher ficar chocada – Como... como assim?

– Nós recebemos uma chamada da empregada do seu apartamento dizendo que havia encontrado você morta.

– Eu?

– Sim, a identidade de vocês foi uma grande confusão

– Sempre foi... – Deu um meio sorriso – Mas o que ela fazia no nosso apartamento?

– É o que estamos querendo descobrir. Vocês conseguem pensar em alguma razão para ela estar lá?

– Não, quer dizer, nós estávamos passando o fim de semana na nossa casa de praia... Eu não... Meu deus... minha irmã está morta – Ela começou a chorar finalmente percebendo o que acabara de ouvir.

– Eu sei que isso é difícil senhora Branst, mas você sabe de alguém que queria machucar sua irmã?

– Não, ela era uma pessoa incrível. Acho impossível alguém querer machucá-la

– Gabe era aquele tipo de pessoa que te encanta no momento que conversa com ela – Disse Lucca

– Eu não consigo acreditar que ela está morta.

– Eu sinto muito pela sua perda – Disseram os detetives

– Obrigada. Eu... eu posso vê-la?

Jane olhou para os colegas, ela não precisou responder à pergunta, sua expressão gritava que a coisa tinha sido feia. O que fez Payton chorar mais ainda, seu marido Lucca a consolava em um abraço amigável.

– Você sabe se Gabe tinha algum namorado?

– Ela gostava de privacidade, nunca falou comigo sobre namorados. Mas eu sei que havia alguém, porém eu não sei o nome, sinto muito.

– Tudo bem, muito obrigada senhora Branst, a senhora ajudou bastante.

– Se eu puder ajudar, por favor me liguem, quero ver esse desgraçado atrás das grades.

– Todos queremos, mas por enquanto é o bastante. Nós ligaremos.

– Obrigada

Os detetives saíram da casa e entraram no carro atônitos.

– Sou só eu ou mais alguém está confuso? – Perguntou Sam.

– É muita informação para poucas horas – Disse Frost

– Acho que minha cabeça vai explodir. Sério – Jane comentou

– Apenas... vamos embora.

– Com certeza

No necrotério Maura tentava parar de pensar em Jane, ela já estava cansada disso, cansada de almejar os lábios da morena tão fortemente, cansada das borboletas no estomago quando via a detetive, cansada de guardar tudo para si, então ela ligou para Frankie.

– Oi Maura. – Atendeu

– Está ocupado?

– Não, por quê?

– Acha que pode vir aqui? Eu poderia usar uma companhia

– Claro. Estou a caminho.

– Ótimo, vejo você mais tarde.

Ela encerrou a chamada e foi para o sofá de seu escritório, e logo Frankie apareceu.

– Me chamou doutora? – Sorriu

– Sim...lembra quando você disse que se eu quisesse conversar, era só ligar?

– Claro. – Ele sentou junto a Maura – Quer conversar?

– Sim. É que...eu não sei por onde começar. Bom, como eu havia dito antes, eu estou gostando de uma pessoa. Mas o problema é que isso já está me sufocando.

– E por que você não conta para essa pessoa?

– Oh não. Essa pessoa é muito especial pra mim, não posso perde-la

Frankie já percebera como Maura usava a palavra “pessoa” ao invés de “ele” ou “ela” e isso parecia interessante aos seus olhos.

– E seus sentimentos são recíprocos?

– Eu...eu não sei, acho que não.

– Está fazendo suposições doutora? – Sorriu – Você é uma pessoa tão esperta. Procure por sinais, você vai saber.

– Você tem razão. Obrigada Frankie – Ela o abraçou

– Hey Mau...Frankie? – Jane entrou na sala e Maura logo desvinculou do abraço.

– Oi Jane. O que faz aqui?

– Vim conversar, pessoas normais fazem isso bastante - Sorriu

– Bom, eu vou indo. Tchau pra vocês – Frankie disse saindo da sala.

– O que deu com ele? – Perguntou a detetive sentando ao lado da loira.

– Não sei. E então? Como foi com a irmã Gabe?

– Na verdade Gabe é nossa vitima, e Payton é a irmã.

– Eu estou confusa e isso não acontece muito.

– As identidades foram trocadas.

– Ah! Nossa...isso é novidade aqui.

– Pois é. Posso perguntar algo?

– Claro.

– Por que você estava abraçando Frankie?

– Ele estava me ajudando com algo.

– Entendi. Posso saber o que é esse “algo”?

– Não agora. Talvez depois

– Okay. Eu tenho que ir. À tarde eu te pego para irmos ao restaurante

– Certo.

Jane depositou um beijo na testa de Maura e saiu da sala.

Ela foi direto para o elevador, ela estava fervendo de ciúmes, não poderia deixar isso transparecer, então tomou uma grande porção de ar e, soltou. Logo saiu do elevador e se dirigiu para sua sala, onde sentou na cadeira respirando calmamente.

– Você está bem? – Sam perguntou. Jane se assustou, não havia notado a presença do rapaz

– Estou sim.

– Tem certeza?

– Aham. Onde está Frost?

– Frost foi almoçar com a namorada.

– Barbara?

– Não, essa é nova, Larissa eu acho. – Eles sorriram

– E o Korsak?

– Ele está na lanchonete, disse que precisava de uma rosquinha

– Ele sempre precisa de uma rosquinha – Riu

– Esse caso está deixando todo mundo inquieto.

– Sei bem. Argh e se não bastasse eu tenho que ir em um restaurante com Maura hoje à noite.

– Ta aí algo que eu não entendo.

– O quê?

– Você e Maura insistem que são apenas amigas, mas claramente tem algo mais.

– Vocês são muito paranoicos com isso.

– Somos paranoicos porque você não admite, e tem muita gente nesse departamento que quer algo com você, mas não consegue porque pensa que você está com a doutora Isles

– O quê? Quem?

– Não sei. Alguém

– Entendi, não quer falar tudo bem. Então vamos ao menos trabalhar?

– Não quer almoçar antes?

– Ah não, estou sem fome, mas se quiser ir, pode ir.

– Nah, também estou sem fome.

Os detetives então focaram no trabalho, mas logo Korsak chegou, chamando Jane para interrogar o marido da irmã da vítima, o que demorou mais que o esperado, e quando saiu da sala, viu que já estava quase na hora de ir.

– Jane, o álibi dele e da mulher conferem, ambos estavam em um restaurante longe daqui na hora da morte de Gabe.

– Hm... Okay Frost. Eu tenho que sair mais cedo hoje, e vou estar ocupada, então não ouse me ligar.

– Okay – Sorriu – Encontro quente?

– De novo com isso? Não, vou com Maura em um restaurante aí.

– Ata, não se preocupe, não irei atrapalhar o encontro

– Não é um encontro. Agora, eu tenho que ir. Tchau

– Tchau – os três detetives responderam em uníssono

Jane então desceu para o necrotério e avistou Maura encarando suas máscaras, totalmente desconcentrada

– Maur?

– Ah, olá Jane.

– Vai querer carona?

– Não, ainda tenho que terminar o relatório da primeira autópsia. Mas você pode me pegar em casa para irmos ao restaurante.

– Okay então. Eu já estou indo e, às sete eu te busco.

– Está marcado – Sorriu

A detetive sorriu de volta e foi para o carro, dirigiu direto para seu apartamento.

No seu quarto ela encarava as roupas no armário, e aquele vestido a encarava de volta. Ela pegou a roupa e botou em cima da cama, junto com os sapatos, e foi direto para o banho. Ela tomou muito cuidado na hora de se depilar, ela queria estar perfeita para o encontro-não-encontro. Quando já fora do banho, Jane passou creme em sua pele, e de novo, com muito cuidado colocou seu vestido, e saltos. Ela se olhou no espelho e arrumou seu cabelo em um coque frouxo, e sem saber se estava fazendo corretamente, ela passou uma maquiagem leve no rosto. Olhou a tela do celular e já estava quase na hora de ir à casa de Maura. E foi o que fez, foi para o carro e dirigiu em direção à casa da doutora

Maura já estava arrumada, andava de um lado para o outro em sua casa, estava nervosa. Checou sua maquiagem pela décima vez, alisou seu vestido novamente, e logo percebeu que suas mãos estavam um pouco suadas. Ela parou por um segundo e respirou calmamente, secou suas mãos e a campainha tocou.

Ainda calma ela foi até a porta e a abriu. Sorriu quando viu Jane naquele vestido.

– Jane... Entre, só preciso pegar minha bolsa

– Ah okay. Você está linda – Ela disse honestamente. E impressionada com a beleza da amiga

– Você também, mas se importa se eu... – Ela apontou para os cabelos da morena

– Não...

A loira então se aproximou e contornou seus braços no rosto de Jane, assim soltando o cabelo da morena. Ela pode sentir o cheiro de lavanda dos seus cabelos, ficou quase que hipnotizada. E Jane, ela pode sentir o perfume delicado de baunilha da pele de Maura, ela poderia perder o controle ali mesmo, mas então a loira se afastou.

– Assim fica melhor – Sorriu apontando novamente para os cabelos da amiga, que agora estavam soltos.

A legista pegou a bolsa e disse:

– Vamos?

– Vamos.

Foram para o carro de Jane, e direto para o restaurante, no carro elas não conversaram muito, seria um silencio se Maura não ficasse falando sobre as maravilhas do local onde jantariam. Quando chegaram Jane se impressionou com o lugar, era incrivelmente chique, entraram no local e o garçom as guiou até a mesa.

– Esse lugar não é incrível? – Maura disse animada

– Sim, incrível – A morena olhava ao redor, o lugar estava lotado.

– O que vai querer?

– Hm... Não sei. Vamos ver.

Ambas liam o cardápio com quase nenhuma atenção, toda hora elas levantavam o olhar e os olhos se encontravam. Pediram a comida, o vinho, tudo o que queriam, e no final da noite, quando estavam de volta no carro, Maura olhou para Jane, seu coração palpitava fortemente em seu peito, então disse:

– Posso dormir na sua casa hoje?

– Pode claro. Tem um pijama seu lá.

Maura sorriu em resposta, e Jane deu a partida no carro. Dessa vez, o caminho todo havia sido em total silencio, a loira muitas vezes olhava para o lado para admirar a morena, ainda a impressionava com o que Jane fizera por ela, Jane colocou um vestido, saltos, maquiagem, fez compras, coisas que odiava fazer, e mesmo assim fez. Então ela desviou o olhar disfarçadamente, mas Jane conseguia sentir o olhar de Maura, ela sentia como se estivesse estudando sua alma, as vezes ela olhava para a loira por alguns segundos, e depois voltava sua atenção para a estrada.

Chegaram na casa de Jane, e a primeira coisa que ela fez, foi tirar os sapatos, e depois se jogou no sofá.

– Eu preciso de um banho – Maura disse

– Eu preciso de uma cerveja. Pode ir tomar banho, você sabe onde eu guardo os pijamas.

– Sei sim – Sorriu e foi para o cômodo ao lado,

Jane levantou do sofá e foi até a cozinha pegar sua cerveja, mas logo voltou para o sofá. Então ouviu de longe o barulho da água do chuveiro caindo, e imagens vieram em sua mente. Mas deu um jeito de tirá-las ligando a TV.

Em alguns longos minutos a loira voltou para a sala, já de pijama e com os cabelos molhados.

– Você tem um secador?

– Em algum lugar no meu quarto – Se levantou e foi para o lugar dito

– Você deveria organizar seu quarto. – Maura disse vendo a morena vasculhar o lugar.

– Ele está organizado, eu consigo achar o que quero, quando quero. Ah rá! Aqui está – Entregou o secador

– Muito obrigada – Pegou o aparelho e o ligou na tomada.

– Também estou indo para o banho, se quiser escolher um filme, fique à vontade.

– Okay.

Assim que Maura terminou de secar o cabelo, ela foi para a sala procurar algo na TV, mas nada que a agradasse foi encontrado, então desligou a TV e voltou para o quarto, sentou na cama e olhou para a moldura no criado mudo ao lado da cama, era uma foto das duas do dia em que jogaram tênis, sorriu com aquilo, aquele fora um dia divertido.

– Hey, não te vi na sala – Disse Jane entrando no quarto.

– Ah, não tem nada interessante na TV.

– Sei...ainda está usando o secador?

– Não, todo seu – Sorriu

Jane pegou o objeto e começou a secar os cabelos.

– O que achou do restaurante? – Maura perguntou

– Muito bom, a comida estava deliciosa. E você o que achou?

– Pra mim estava tudo perfeito.

– Você ainda quer assistir algo, ou quer ir pra cama?

– Cama, mas não quero dormir, quero conversar.

– Okay, também estou sem sono – Jane desligou o secador e sentou na cama com Maura.

– Como foi hoje lá em cima?

– Foi normal, mas essa história toda de troca de identidade me deixou confusa – Deitou e virou para o lado – E no necrotério? Como foi?

– Silencioso – Riu e deitou-se de lado, assim ficaram cara a cara uma com a outra.

– Aposto que sim.

– Sabe, hoje foi bem divertido no restaurante – Maura dizia encarando os lábios de Jane

– Sim...muito.... – Jane nem sabia mais o que falava, ela estava focada nos lábios da amiga

A proximidade as desafiava a ver qual cederia primeiro. As respirações se misturando, a conversa sem sentido que nenhuma estava prestando atenção, a vontade de um beijo, o espaço pequeno entre seus corpos e então.

– Me beije – Maura disse quase sem som


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Notas finais do capítulo

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