It's You escrita por Malina


Capítulo 55
She said 'Yes'


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui bem adiantada. Eu particularmente gostei muito desse capítulo, por motivos de não sei ainda. Mas é isso ai, espero que gostem, boa leitura.



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 Não tem outra palavra para descrever como me sinto por ter minha Jane de volta além de feliz, mas o que eu sinto vai muito além, me sinto mais que feliz, talvez em êxtase, mas o que demonstra mais felicidade que "feliz"? A princípio eu iria esperar para podermos beijar, pelo menos uns dias eu tinha em mente, mas ela estava ali, minha Jane estava ali de volta pra mim em pé em minha frente, talvez meu desejo fosse maior que a vontade de fazer algo honesto e justo, mas no final, quando finalmente a beijei depois de seis meses foi algo tão surreal, tão perfeito, meticuloso e desleixado, ardente e calmo, éramos a cominação perfeita, somos a combinação perfeita. Toda a saudade, a vontade, o desejo, todos os sentimentos que foram reprimidos durante esses seis meses foram todos depositados no beijo, no indescritível beijo que tivemos. Tudo parecia tão perfeito, tudo estava dando tão certo, e eu sabia que mesmo que não estivesse dando estaríamos juntas, eu não fugiria dela novo e nem ela de mim. 

Jane é a pessoa certa pra mim e eu sei disso, a pessoa que eu quero para sempre estar com. Eu quero um futuro com ela tanto quanto quero um presente, eu não consigo me imaginar longe daquela mulher, não consigo imaginar como consegui deixá-la, Jane me fazia tão bem que às vezes eu penso que estou sonhando, e desse sonho eu realmente não quero acordar. 

Pensar que verei ela em poucas horas é o que me dá forças para levantar da cama e parar de divagar embaixo dos lençóis. 

Faço minha higiene matinal e me arrumo como de costume, minhas manhãs eram como rituais, eu tinha uma ordem do que fazer, uma organização minha. Caminho até na cozinha depois de calçar meus saltos, então percebo que estou bastante adiantada. Por que não tomar café junto à Angela na BPD? Pego minha bolsa e parto em meu carro à caminho do departamento. 

Eu me sentia uma adolescente apaixonada, tudo era tão empolgante e novo de alguma forma. Jane era minha motivação para quase tudo, ou ainda estaria em Londres praticamente mantida em cativeiro pela minha mãe. 

E isso me faz lembrar do pedido de namoro que não consegui fazer à tempo, o bilhete dentro do biscoito da sorte, o jantar, a noite perfeita. Teria que fazer isso novamente, dessa vez algo diferente, algo "novo". 

Chego na BPD e vou diretamente à cafeteria, lá me encontro com Angela, a mãe que sempre sonhei ter. Me sento na mesa de sempre e Angela me traz o café da manhã de sempre. Fico feliz com "o de sempre", como se nada de ruim tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado. 

— Bom dia, Angela. - digo sorridente para a mais velha.

— Bom dia querida. Se importa se eu te fizer companhia? - ela aponta para a cadeira em minha frente.

— Claro que não, sinta-se à vontade. - ela se senta - Fico até feliz que faça, senti saudades desses momentos.

— Eu também minha filha. Mas e então? Você e Jane já tiveram a chance de conversar? Deve ser difícil vê-la com outra pessoa.

— Nós conversamos sim, e... Bom, está tudo se resolvendo - sorrio.

Angela sabe ler pessoas, coisa que Jane puxou dela, meu sorriso foi como ter contado tudo o que aconteceu ontem em um simples gesto. 

— Maura... - ela faz aquela entonação de "eu sei que você me esconde algo" - Gostaria de me contar algo?

Eu não respondo, enfio um pedaço de panqueca na boca e faço gestos dizendo que não posso falar de boca cheia, ela espera paciente até que eu consiga falar novamente.

— Eu hum... O que gostaria de saber especificamente? 

Eu estava sem jeito, não sabia se poderia contar tudo para Angela ou se Jane gostaria fe esperar para contarmos juntas. 

— Se vocês conversaram ué.

— Ah, conversamos. 

— Agora a parte de que é difícil vê-la com outra pessoa. A verdade - acrescentou rapidamente.

— Não sei se posso falar. Jane não me orientou para essa situação. 

— Claro que pode falar. 

— Jane e Collins, elas terminaram.

— O que? - ela parecia bastante surpresa. 

Não sei se devo me sentir ofendida por ela ter parecido não acreditar que o término aconteceria.

— Elas terminaram? Isso significa que vocês voltaram? - ela agora estava entusiasmada. 

— Não exatamente... Quer dizer, sim, mas não. Estamos de volta, mas não sabemos ainda o que somos... Mais ou menos.

— Vocês estão de voltas! - Angela tentou não parecer muito animada e gritar, mas sua felicidade estava evidente.

O sorriso gigante que cobria quase seu rosto todo me deixava incrivelmente feliz. Ela estava assim por minha causa, por eu estar na família dela, por eu estar com sua filha. Isso me emocionava de certa forma. 

Ela segura minha mão e posso ver que ela está realmente feliz. 

Nosso momento afetivo foi interrompido por um Frost entrando roboticamente no meio da conversa em silêncio e se sentando ao meu lado. Ele parecia pálido e meio perturbado.

— Está tudo bem Frost? - perguntei passando minha mão em suas costas em carinho.

— Está? - ele disse sem muita certeza.

— O que aconteceu, querido? - era a vez de Angela se mostrar preocupada.

— Onde está Jane? - ele perguntou desorientado.

— Ainda não chegou.

— Acabou de chegar - digo quando vejo a morena entrar pela porta da cafeteria.

Aceno para ela pedindo para que se aproximasse e com um sorriso lindo ela veio em direção à nossa mesa.

Ela se sentou junto à sua mãe estranhando a pequena reunião confusa.

— O que está acontecendo? - ela olhou para Frost vendo que ele era o alvo da atenção.

O moreno finalmente desviou os olhos do porta guardanapos da mesa, e ainda segurando o objeto ele encarava Jane, havia um misto de emoções no seu olhar, podia ver confusão e desespero, mas muita... Muita felicidade. 

— Ela aceitou - ele se limitou dizer.

— O que? 

— Jane, eu propus. Ela... Ela aceitou - um sorriso gigante tomou conta do seu rosto assustado. 

Jane parecia aliviada e se pôs a sorrir junto conosco ao ouvir a notícia. 

Isso me deixou tão animada, a ideia de um casamento era tão empolgante, ainda quando a de um querido amigo como Frost. Sempre amei casamentos desde pequena, a maioria eram casamento-negócio, isso tornava o de Frost ainda mais empolgante ainda. 

— Como você pediu? Ela chorou? Você chorou? - perguntei animada de uma vez só.

Pude ver pelo canto do olho o olhar de Jane e Angela sobre mim, como se não reconhecessem a pessoa falando aquelas palavras.

— Ninguém chorou, e eu só... Pedi. Percebi que se eu ficasse esperando por um momento especial esse momento nunca aconteceria, eu teria de fazer especial. Então eu fiz. 

— Parabéns Frost! Estamos muito felizes e orgulhosas de você - Angela disse o abraçando.

Todas o abraçamos parabenizando o novo passo dado.

Ele estava imensamente alegre com a novidade, havia muito acontecendo na vida dele, uma filha à caminho, um casamento à ser planejado, casa nova para ser comprada. 

Eu estava feliz por ele, claro que estava, mas isso fez com que eu percebesse o quão parada minha vida estava, claro que eu tinha coisas novas acontecendo, mas eu precisava de mais.

Depois de tomar meu café acompanhada pelos três desci até meu escritório, eu sabia que não demoraria para que Jane viesse atrás de mim pra saber sobre minha noite e minha manhã. 

— Olá doutora - ouvi a voz de Jane invadir o ambiente.

— Olá detetive, tudo bem?

— Tudo sim - falávamos formalmente de um jeito forçado por brincadeira e então rimos por alguns segundos - Você sabe que dia é hoje?

— Quinta? 

— Sim, mas não. 

— 15? 

— Sim! Hoje é dia 15, sabe o que significa?

— Usando sua psicologia eu imagino que deve ser pela coincidência de ser quinta feira dia quinze.

— Não. Vamos lá Maura!

— Falta pouco para o natal?

— SIM! - ela gritou animada - Sabe o que isso significa?

— Jantar em família?

— Não! 

— Eu realmente não gosto dessa brincadeira. – disse me referindo ao jogo de adivinhar.

— Significa presentes Maur!

Jane parecia uma criança em véspera de natal ansiosa para tentar espiar o Papai Noel descendo pela chaminé, mas no caso dela era mais sobre os presentes. Antigamente o natal era apenas uma data em que as ruas e as casas ficavam mais decoradas e coloridas, menos é claro a minha. Meus pais eram ocupados demais para se preocuparem com “decorações insignificantes” palavras de minha mãe. Depois que vim para Boston pela primeira vez e que conheci os Rizzoli, eles transformaram o significado do Natal para mim, antigamente era uma época de bons negócios (de novo, palavras de minha mãe) e agora era cores, músicas, jantares em família, árvore de natal com presentes em baixo, amigo secreto, decorações... Uma propaganda de margarina em dezembro.

— Ma provavelmente vai fazer algo grandioso esse ano por causa do Frost e tudo.

— Soa perfeito – sorrio.

— O que vai querer de natal?

— Não precisa me dar um presente, Jane.

— Você me dará um?

— Está em meus planos. Sim.

— Então sim, é preciso que eu te dê um presente. O que vai querer?

— Qualquer coisa vinda de você é perfeito.

Fomos interrompidas pelo celular de Jane notificando uma mensagem nova. Ela lê rapidamente e diz ser Korsak a chamando, ela sai da minha sala, mas para na porta dando meia volta e vindo em minha direção depositando um beijo casto em meus lábios. Sorrio e passo a língua em meus lábios querendo mais daqueles lábios aos meus. Mas me seguro e apenas lhe lanço um sorriso de ‘até logo’.


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Notas finais do capítulo

O que acharam gente linda do meu core? Vou tentar postar amanhã se eu tiver tempo :*



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