Jane estava vasculhando as mensagens da vítima Grace enquanto Frost tentava descobrir a senha do computador da mesma. Seus olhos estavam pesando estava ansiosa para chegar em casa e dormir, mas não conseguia suportar a ideia de dormir sozinha, olhou para o celular pensando em convidar Maura para passar a noite em sua casa, pensou em assistir algum filme, ou apenas ficar conversando com a loira, como sempre faziam, então digitou a mensagem para a loira e enviou, poucos minutos depois Maura respondeu, Jane não ficou muito feliz ao saber que a legista não a acompanharia, mas entendeu.

— Meu deus, essa mulher tinha muitas conversas intimas com outras mulheres – Jane disse esfregando os olhos.

— Eu estou indo buscar café lá embaixo, alguém vai querer? – Sam perguntou.

— Me traz o máximo de cafeína que você encontrar – a morena respondeu.

— Jane, o que está acontecendo? – Korsak perguntou.

— Como assim?

— Aquele desespero todo pra descobrir quem era a Cloe, depois ela gritando seu nome, você e Maura deixam de ser amigas do nada, e depois ficam mais juntas como nunca...

Frost olhava tudo tentando não rir, Jane queria poder contar tudo à Korsak, mas ainda não era hora de tornar-se pública com Maura, afinal, as duas ainda nem namoravam.

— Eu sei que você pode estar se sentido de fora Korsak, mas eu não posso contar, não agora.

— Tudo bem, só me diga se algo estiver errado.

— Não tem nada de errado por, mas quando tiver, pode ter certeza de que você será o primeiro a saber.

Frost virou os olhos sabendo que isso não era verdade, com certeza ele seria o primeiro a saber, mas não se meteu no assunto e deixou o mais velho pensar que Jane o informaria das coisas em primeira mão.

Logo Boucher voltou com os copos de café distribuído para os detetives. Jane criou forças dentro de si para voltar ao trabalho e continuou lendo.

16:30

                Jane se assustou com o celular de Frost tocando repentinamente, ela olhava o quadro do caso com muita atenção, há horas desistira de ler as mensagens de textos da vítima, ouviu Frost desligar o telefone e poucos segundos depois uma mensagem de Maura veio.

Eu estou saindo mais cedo por causa da enxaqueca, nos vemos amanhã. Te amo :*

Jane sorriu com o final do texto e respondeu com uma simples mensagem de melhoras, e com o mesmo final. Ao enviar a mensagem percebeu que Frost e Boucher estavam ambos pendurados em seus ombros.

— Vocês são tão meigas – Sam disse.

— Verdade – Frost concordou.

— Vocês não tem nada pra fazer não?

— Eu estou morto, não sei como ainda estou em pé – disse Frost se espreguiçando.

— Frost, para de reclamar e termina de ler aquelas mensagens sáficas que me recuso a ler novamente.

— Ué... – Sam disse encarando Jane, não entendendo a frase da mulher.

— O quê?

— Não pensei que você se incomodaria de ler esse tipo de mensagens.

— Boucher... quer saber? Esquece, não vou me dar o trabalho. Vai se ocupar.

17:50

                Os detetives estavam desligando os computadores e se preparando para ir embora, Jane pegou seu celular, notando que o mesmo estava sem bateria e o guardou no compartimento do cinto. Observou enquanto Frost mandava uma mensagem e guardava seu celular, eles sempre desciam juntos para a garagem.

— Com quem você conversa tanto Frost? Você sabe muita coisa sobre minha vida amorosa, eu deveria saber o mesmo sobre a sua.

Frost acompanhou Rizzoli até o elevador sorrindo da inocência da amiga.

— Quando minha vida amorosa começar eu prometo te contar até os mínimos detalhes.

— Não preciso dos detalhes, temos uma linha, enxergue a linha, respeite a linha.

Eles riram e saíram do elevados indo para seus respectivos carros e se despedindo.

Jane dirigiu cansada até sua casa, no rádio tocando ACDC o que a impedia de dormir no volante, talvez dormir não seria tão difícil quanto imaginou.

Chegando em seu prédio, Rizzoli sobe até seu andar, se enrola pra conseguir achar as chaves da sua porta, mas quando a encontra solta um “yes” vitorioso. Adentrou o apartamento completamente escuro, desprovido de uma luz se quer, tocou sua arma como instinto, e só se acalmou quando acendeu a luz. Largou suas botas pesadas em um lugar qualquer, trancou a porta e então respirou tranquila olhando ao redor o apartamento vazio. Pensou em procurar algo para comer na geladeira, mas tudo o que vinha em sua mente era dormir e somente isso. Foi até seu quarto acendendo as luzes, fitou aquela cama vazia, como queria que Maura estivesse ali consigo, olhou ao redor e encontrou uma vela acesa encima da sua cômoda, um arrepio percorreu sua espinha, com a arma em mãos ela se aproximou da vela acesa, e encontrou um pequeno bilhete debaixo dela, puxou o mesmo devolvendo a arma ao coldre, e confusa seus olhos marejaram.

“Me perdoe, eu te amo. – sua Maura”