It's You escrita por Malina


Capítulo 25
Cloe.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia leitores divos. Cá estou eu novamente, lhes entregando um capítulo um tanto quanto chato. Mas não se preocupem, o próximo promete.

Boa leitura :*



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Maura com água nos olhos correu para seu carro e não parou até chegar nele, mesmo ouvindo seu nome sendo chamado diversas vezes por Jane, que não passou do corredor por estar enrolada em um lençol. Mas não deixou que isso a impedisse, então voltou para o seu apartamento e procurou por suas roupas, as vestindo apressadamente.

– Você disse que não tinha namorada – a loira disse aparecendo no quarto.

– E eu não tenho – Jane respondeu colocando as botas.

– E o que foi aquilo?

– Aquilo foi... complicado.

– Ah... entendi, ela é sua “ficante”? – ela disse fazendo aspas com a mão e zombando com a voz.

– Não. Não, não, não. Ela é só minha amiga.

Jane já estava quase desistindo das botas que se negavam a entrar em seu pé. Ela bufou frustrada.

– Aquilo não pareceu amizade. Olha, eu não quero causar problemas, você disse que não estava em um relacionamento.

– E eu não estou, Maura e eu somos melhores amigas, mas... não sei, é complicado.

– Ah entendi o que está acontecendo aqui... – ela parou de falar e observou a luta de Jane com os calçados – Quer ajuda com isso?

– Não, não precisa, eu só... Ah pra que estou fazendo isso? É tarde demais mesmo. – ela jogou o corpo pra trás, caindo na cama na qual estava sentada.

– Bom, ela pareceu bem chateada quando me viu, talvez você queira falar com ela, eu não vou me incomodar.

Jane parou pra pensar na oferta e disse firmemente:

– Quer saber? Não. Já cansei de correr atrás dela, se ela quiser conversar comigo ela que venha até mim.

– Então quem sabe eu possa continuar te fazendo companhia, claro, só se você quiser. – a loira disse mordendo o lábio inferior.

– Eu... eu adoraria... – Jane ia continuar, mas havia esquecido, então a loira completou.

– Cloe.

– Jane.

Elas sorriram.

****

Maura não dirigiu tão longe, parou no primeiro acostamento, e se pôs a chorar. Ela estava atrás de Jane para tentar novamente, ter uma segunda chance, e explicar que a amava e que queria ficar em Boston, queria ficar com Jane, mas a mesma a traiu, não foi exatamente uma traição, mas Maura considerava uma. Esperei tempo de mais, pensou ela, cheguei tarde.

Maura não conseguiu cessar o choro, ela soluçava enquanto as lagrimas escorriam descontroladamente. Quando finalmente o choro parou, ela abriu o porta-luvas e tirou lenços de uma caixinha, limpou as lagrimas e fechou o porta-luvas. Abriu um espelhinho que guardava em sua bolsa e notou que sua maquiagem tinha borrado e estava com os olhos inchados, ela olhou para a bolsa pensando se retocava ou não sua maquiagem, mas tudo o que ela queria era ir para casa, então se pôs a dirigir.

*****

Quando chegou em casa andou desajeitada à caminho do seu quarto. Largou os saltos de qualquer jeito e deitou na cama. Imaginou seu estado, e pensou: Essa não sou eu, eu nunca deitaria suja na minha cama, muito menos de maquiagem, eu não largaria meus saltos de seiscentos dólares em qualquer lugar, eu jamais me imaginei assim.... destruída. Não sei como mudei tão de repente, não sei como fiquei assim, talvez muito tempo com Jane e o convívio com suas manias, talvez eu tenha aderido alguns traços dela depois de tudo o que aconteceu, ou talvez eu tenha parado de me importar.

Maura levantou da cama e foi para o banheiro, preparou um banho e enquanto a banheira enchia, ela se observava no espelho, Maura já não reconhecia a pessoa que via ali, passou a mão pelo o cabelo o bagunçando levemente. Quando viu que a banheira estava quase cheia, botou alguns sais, e aromas, se despiu lentamente dobrando o vestido minuciosamente, antes de tirar o sutiã ela passou a mão em sua cicatriz sentindo um arrepio correr por seu corpo. Tirou as últimas peças de roupa e entrou no banho.

*****

– Eu tenho que ir, está ficando tarde – Cloe disse levantando da cama.

– Está sim. Você está de carro?

– Sim, ele está no estacionamento do Dirty, não é muito longe.

– Eu posso te levar até lá se quiser.

– Não, imagina... – ela disse olhando ao redor confusa – você viu meu vestido?

Jane pensou um pouco como se reproduzindo a cena em sua cabeça.

– Em baixo da cama – ela respondeu sorrindo.

A loira se abaixou apenas de lingerie, e encontrou o vestido preto.

– Bingo – ela respondeu com um sorriso.

– Tem certeza que não quer uma carona até o Dirty?

– Tenho, não é um problema.

– Okay, mas qualquer coisa...

– Eu tenho seu número.

Jane sorriu em resposta.

– Bom, eu vou indo. Foi um prazer Jane – ela riu com os pensamentos maliciosos de sua mente.

– O prazer foi meu, Cloe.

– Se precisar de companhia você tem meu número também.

– Tenho sim.

Jane levantou da cama e novamente se enrolou num lençol. Caminhou com Cloe até a porta e se despediu, a loira deu um beijo em sua bochecha e saiu rebolando como se para provocar Jane, que sorriu com o ato da mulher.

A detetive fechou a porta e foi para o banheiro deixando o lençol cair no caminho, ligou o chuveiro e esperou a agua esquentar apoiando-se na pia do banheiro, ela suspirou cansada e levantou o olhar para o espelho, se sentia suja, porém satisfeita pela noite que tivera, seus olhos pareciam cansados e pesados, por isso entrou no chuveiro sem se importar com a temperatura. Pensou no que falaria para Maura quando a visse novamente, mas nada vinha em sua cabeça, e lembrou-se que pararia de correr atrás da legista.

Após um banho longo e revigorante, Jane vestiu seu pijama e foi até a geladeira pegar uma cerveja. Ela olhou ao redor enquanto tomava um gole de sua garrafa, a casa estava vazia e silenciosa, calmante. Se jogou no sofá e ligou a TV procurando algo para assistir, mas não havia nada de interessante passando. Desligou a TV e foi para o quarto, pôs sua cerveja em cima da cômoda, e começou a trocar sua roupa de cama, pondo a usada em um cesto para lavar, e colocando novos lençóis na cama. Jane estava prestes a tomar mais um gole de sua cerveja, mas se deteve quando alguém bateu em sua porta. Sem pressa ela caminhou até a porta e a abriu.

– Jane. Oi – Sam disse animado.

– Sam... o que faz aqui?

– Eu? É que... eu queria saber se estava tudo bem, você sumiu do bar – ele disse passando a mão na nuca nervosamente.

– Ah sim, eu só... encontrei alguém – ela limitou suas palavras.

Boucher a olhou esperando por uma continuação, mas ao perceber o que Jane quis dizer ele sentiu como se uma bigorna caíra em seu peito.

– Entendi... eu só fiquei preocupado... ér, está tarde desculpa eu te incomodar, te vejo amanhã no precinto.

Jane não teve tempo de falar nada, Sam apenas deu as costas e saiu no momento em que terminou a frase. A detetive deu de ombros não entendendo direito o que acontecera e fechou a porta, voltou para seu quarto pegou a cerveja que estava na cômoda e a bebeu enquanto deitava na cama. Olhou ao redor do quarto procurando algo para fazer, mas nada parecia chamar sua atenção, até que seus olhos pararam na fotografia emoldurada no seu criado mudo. Ela pegou o porta retrato na mão e passou o dedão no rosto de Maura levemente, lembrava do dia em que haviam tirado aquela foto. Foi no dia do caso do Estrangulador de Boston, elas estavam jogando basebol quando um corpo caiu no gramado, mas antes disso estavam se divertindo, Maura tinha insistido para que Jane tirasse uma foto com ela e após muito insistir, Jane parou de recusar e esperou para que a doutora passasse a câmera para Korsak pra que ele tirasse a foto. E agora olhando para aquela fotografia, Jane percebeu o quanto perdeu por ter se deixado levar e beijado Maura. Ela suspirou profundamente e pôs a foto de volta no criado mudo, mas dessa vez a fotografia estava virada para baixo.

*****

Maura estava deitando na cama quando ouviu o telefone tocar, guiou-se até o som e atendeu se olhar o número.

– Alô? – ela disse informalmente.

– Maura?

A legista assustou-se ao ouvir a voz do outro lado da linha.

– Paddy?

– Eu liguei pra saber como você está.

– Como eu estou? – ela disse rindo com um ar de deboche. – Bom, Tyler não é mais uma problema.

– Maura, por favor, eu fiz isso para o seu bem, para a sua segurança.

Maura nada disse sobre o que seu pai havia dito.

– Está tarde, eu tenho que acordar cedo amanhã. Boa noite – desligou sem esperar resposta.

Ela olhou para o relógio na parede da cozinha, eram quase 20:00, então voltou para seu quarto e pôs-se na cama se preparando para dormir, mas a cena de mais cedo não saia de sua cabeça, Jane com aquela mulherzinha, nem se deu o trabalho de me ligar, pensou Maura sobre a amiga, ela não se importa mesmo. Virou para o lado, agarrando o travesseiro extra e dormiu sem saber o que lhe esperava nos próximos dias.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que foi parado, mas o próximo promete.