It's You escrita por Malina


Capítulo 24
Tyler


Notas iniciais do capítulo

Como sempre eu não revisei, se tiver algum erro me avirem que eu arrumo imediatamente.
Boa leitura :*



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POV Maura

Quando Frost, Sam e Korsak se despediram eu percebi que seria uma ótimas hora para sair também, esperei ouvir o som do carro de Frost se afastar, e voltei até a sala onde Jane e Angela estavam. Elas assistiam ao jornal, algo que sempre faziam juntas depois de almoçar ou jantar, me aproximei delas mas congelei no caminho, na tela da TV ao lado da repórter que contava a notícia tinha uma foto de Tyler, sem desgrudar os olhos da TV eu sentei no sofá, ou caí sentada nele, eu estava um pouco que em choque.

– O que...? – não consegui terminar a frase.

– Um picador de gelo – Jane respondeu com a voz fraca.

Olhei pra ela sem saber o que dizer, nem o que sentir, Tyler morto era algo bom ou ruim? Acredito que bom, mas eu não entendo, eu apenas ameacei ele colocando Paddy na história, mas não conversei com meu pai, como ele descobriu? Foi realmente ele, ou apenas algum imitador como daquela vez? Tantas perguntas, nenhuma resposta.

– Como Paddy descobriu? – perguntei olhando para a TV.

– Como todo mundo provavelmente, pelo noticiário, ou então por algum de seus informantes.

– Pelo menos ele não vai mais incomodar vocês – Angela disse. Sempre tentando achar o lado bom.

Jane se levantou abruptamente e caminhou até a porta, saindo de casa. Angela ameaçou levantar-se, mas eu a impedi.

– Dê um tempo a ela.

– Eu não entendo, ela deveria estar feliz, não é?

– Muita coisa aconteceu, e isso voltou com tudo pra cima dela, deve ter trazido alguma má lembrança.

Angela nada disse, ela apenas concordou com a cabeça, bateu nos joelhos e se levantou.

– Eu vou terminar de limpar a cozinha...

– Eu vou dar uma volta, esfriar a cabeça.

– Okay, tome cuidado – Angela disse enquanto limpava um balcão.

Peguei as chaves do carro e fui para a garagem, entrei no meu automóvel, mas antes de dar a partida eu peguei meu celular e disquei o número do homem que tornara de minha vida um inferno. Combinei para encontrar com ele no Dirty Robber, e ele concordou. Sem pressa eu dirigi até o bar, agora que eu descobri seu informante tudo ficaria melhor, eu poderia cancelar minha viagem, e poderia ficar com Jane, não precisaria sair de Boston. Quando cheguei no Dirty Robber me sentei na mesa que sempre sentava quando e encontrava com Frank.

– Olá doutora.

– Frank, sente-se por favor – eu disse oferecendo o lugar em minha frente.

Ele sentou.

– Você disse que tinha algo para falar comigo – disse após chamar um garçom.

– Sim, eu queria falar que bem, eu já descobri quem é seu informante.

– E? – ele pareceu não se importar.

– Eu quero falar algo... – o garçom chegou e eu parei de falar, Frank fez seu pedido assim como eu – Você tinha conseguido entrar em minha cabeça e me convencer de que Jane ficaria melhor sem mim, mas agora eu percebi, e eu cansei de tentar mentir pra mim mesma, e eu estava realmente esperando para que não chegasse a esse ponto, mas você sabe muito bem quem meu pai é e o que ele faria com você. – Eu disse assim que o garçom se afastou de nossa mesa.

– O que ele faria comigo? Eu nem sequer toquei um dedo em você, muito menos te ameacei.

– Você não chama aquelas coisas de ameaça?

– Olha Maura, eu acho que seu pai me entenderia, afinal, eu só estou tentando proteger minha filha, o mesmo que ele faz com você.

– Ah! Então você resolveu se tornar o pai preocupado? Onde estava essa sua parte super protetora quando Jane mais precisava? Quando serial Killers estavam perseguindo ela?

Minha raiva simplesmente aumentou e eu já não conseguia controlar as palavras que saiam da minha boca, sentia dor nos meus dedos que apertavam com força as laterais da mesa. Por sorte estávamos sentados em um lugar afastado e tinha música ao vivo, assim minha voz alterada era ouvida apenas em nossa mesa.

– Jane sabe se cuidar, mas o que ela não sabe é fazer escolhas certas em relação ao amor, e você minha cara, você não é a escolha certa.

– E você é um grande exemplo em questão de amor não é? Traiu a esposa, abandonou a família e deixou todos pra pagar as suas contas! Você é um grande exemplo não?!

– Você não tem esse direito. – ele disse entredentes.

– E você não tem o direito de tomar as decisões de Jane.

– Diga o que quiser, mas entenda: você não é a pessoa certa para a minha filha.

– E quem é a pessoa certa? Detetive Boucher?

– Você não tem que se meter nisso.

Paramos de falar por um segundo quando o garçom chegou com as bebidas, sorrimos educadamente para ele e agradecemos. Quando o homem foi embora com a bandeja vazia eu olhei diretamente para Frank, travando o maxilar.

– Eu não vou desistir tão facilmente.

Ele sorriu torto.

– Eu acho que você vai.

– Por que eu desistiria?

Nada disse, apenas fez um sinal com a cabeça para que eu olhasse para trás. Olhei e vi Jane entrar no bar com Sam ao seu lado.

– Eles são amigos, isso não significa nada.

– Talvez. – ele se levantou – eu tenho mais o que fazer, com licença.

O observei passar pela porta saindo do bar, e voltei meu olhar para Jane que forçava um sorriso para Sam, eu disse para Frank que não desistiria, e não vou. Fui até o bar e pedi uma tequila, virei de uma vez só para criar um pouco de coragem, e caminhei até Jane. Ela me cumprimentou assim como Sam, eu sorri pra eles.

– Sam eu preciso falar com você – eu disse.

– Eu estou um pouco ocupado agora – ele respondeu sorrindo para Jane.

– Não tem problema, só vai levar um minuto.

– Tudo bem.

Fui até o outro lado do bar com Boucher me seguindo, chegando lá eu olhei pra ele e sorri dizendo.

– Finja estar sorrindo.

– O que?

– Eu já sei de tudo.

– Tudo? Do que você está falando?

– De Frank, pai da Jane.

– Não sei do que você está falando – mas eu sabia que ele estava mentido, pois ele se pôs em alerta quando mencionei o nome do homem.

– Sim, você sabe. E você também sabe o que ele fez até agora.

– Eu não quero te prejudicar doutora Isles, só quero estar com Jane.

– Então temos algo em comum. E não minta nem pra mim, nem para si mesmo, porque se você não quisesse me prejudicar você estaria correndo atrás de Jane, sem derrubar ninguém, você só está indo pelo caminho mais fácil. Você sabe que ela não sente o mesmo por você.

– Mas ela vai sentir, eu sei que vai.

– Eu vou falar a mesma coisa que eu disse para Frank... Um passo em falso e você estará na lista de Paddy Doyle.

– Você não teria coragem.

– Teste-me.

– O que você quer?

– Quero saber o que Frank quer comigo fora do jogo.

Senti ele hesitar por um segundo.

– Ele só quer ver a filha dele com alguém diferente.

– Não é só isso. Não pode ser só isso.

– Ele não aceita. – Sam disse depois de alguns minutos olhando ao redor – ele quer ver Jane com um homem.

– Isso é ridículo.

– Frank nunca me falou um motivo razoável, ele só me fez essa proposta, ele percebeu que eu gostava de Jane e disse que conseguiria que eu ficasse com ela, casasse, mas eu teria que fazer favores.

– Como...?

– Como ligar para meu ex tenente de Nova York. Eu sinto muito.

Eu olhei ao redor procurando por Jane, mas não a encontrei, lancei um olhar duro para Sam e fui para o banheiro feminino à procura de Jane, mas o mesmo estava vazio. Sai do bar, entrei no carro e fui para casa, já passava das 16:00 e eu tinha que falar com a detetive. Eu precisava deixar claro que ela poderia me fazer ficar, de que eu queria ficar. Cheguei em casa, e entrei em todos os cômodos, não havia ninguém, Angela me viu apressada andando pela casa, provavelmente estranhou e perguntou o que estava acontecendo, eu perguntei se Jane havia passado por aqui, mas ela negou, disse que estava esperando pela filha desde que a mesma saiu de casa.

Ainda com pressa eu me despedi, disse que precisava falar com a Jane urgentemente e pedi para que se ela visse Jane por favor avisá-la de que eu estava procurando ela. Novamente eu entrei no carro, e saí pelas ruas de Boston, o trânsito estava tranquilo, quase não tinha carros trafegando, mas eu dirigia com cuidado. No radio tocava um CD que Jane havia deixado no meu carro, eu não sei ao certo qual o nome da música, mas sei que é de uma banda chamada Led Zeppelin. Quando cheguei na rua do apartamento de Jane eu estacionei, respirei fundo, e desci do carro indo em direção ao prédio, eu não sabia ao certo o que eu ia falar, na verdade não tenho ideia do que vou falar, mas isso não me impediu, continuei a caminhar. Cumprimentei o porteiro que já me conhecia depois de tanto visitar Jane, entrei no elevador alisando meu vestido, tirei um espelho pequeno da bolsa e arrumei meu cabelo do melhor jeito que pude. Ouvi o som do elevador indicando que eu cheguei no andar desejado, guardei o espelho e andei em direção a porta de Jane. Respirei fundo, borboletas voavam nervosamente pelo meu estomago, mesmo sendo impossível, mas Jane me explicou que era jeito de falar e me ensinou quando usar, acho que se encaixa nesse momento, com as mãos suadas eu bati na porta, não tive resposta por alguns minutos, bati novamente e de novo o silencio, estava preparada para ir embora quando ouvi passos dentro do apartamento, a porta foi destrancada e aberta.

– Posso ajudar?

– Quem é você? – perguntei olhando a mulher de cima a baixo.

Ela é loira e usava um vestido preto justo levemente amassado, e os cabelos despenteados, o batom levemente borrado.

– Maura? – ouvi a voz de Jane, olhei por trás da mulher desconhecida e vi Jane enrolada em um lençol.

– Jane? – senti meu estomago embrulhar, um nó na minha garganta se formar e as lágrimas prontas para caírem.


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Notas finais do capítulo

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