A Aposta escrita por Tia Vênus


Capítulo 2
A Aposta - Pré Flop e Flop


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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– Dapnhe tem razão... ela é difícil. – disse Damian enquanto eu fazia a tarefa de feitiços.

Blair estava treinando transfiguração, mas parecia completamente abalado.

– Meu olhar-levanta-saia falhou! – disse ele pela milésima vez – Ele nunca tinha falhado antes... o que está acontecendo com o mundo?

– E você, Draco? Algum avanço? – perguntou Damian.

– Sim... estou quase conseguindo fazer dessa vez. – disse fazendo minha pena escrever sozinha no pergaminho. Mas a letra estava tremida e ela escrevia tudo errado.

– Com a Weasley. – ralhou Damian.

– Ah... isso? Não. Nada. – murmurei – Mas eu nem comecei a tentar de verdade.

– O que vai fazer? – perguntou Blair.

– Isso é somente da minha conta.

–--

As semanas foram passando de maneira irritante, porém, divertida. Dois dos garotos mais bonitos da escola estavam loucos para tirar uma casquinha de mim. E por mais que fosse uma aposta, foi maravilhoso pro meu ego.

– Olá, Gina... – Damian e seus olhares travessos e seu senso de humor, sempre me dando presentes e olhando pra meu decote de maneira faminta...

– Hey, Delicinha... – Blair Zabini e seus sorrisos que faziam meus joelhos tremerem, sempre tentando tocar minha cintura ou me colocar contra a parede.

E tinha Draco.

– Oh, ruiva. Você está errada. Foi Jessebell Lothor em 1987 quem marcou mais gols em uma partida de quadribol que durasse menos de uma hora!

– Não! Foi Virginia Jing! – insisti – E é Gina, não ruiva!

Era chato ficar fazendo as rondas em silêncio, Draco não era de conversar, afinal ele não gostava de mim. Mas eu tinha descoberto como fazê-lo falar pelos cotovelos. Era só falar de quadribol...

– Estou dizendo que não foi! – insistiu ele com os olhos inflamados – Jessebel marcou trinta e sete vezes em cinquenta e dois minutos.

– Não pode ser! Eu tenho certeza que foi Virgínia.

E no dia seguinte eu levei meu exemplar de Quadribol Através dos Séculos só para constatar que realmente ele tinha razão.

– Eu disse! – riu ele pomposo.

– Não é possível! – resmunguei.

– Conforme-se, ruiva.

– É Gina!

E ele ria daquele jeito debochado dele.

E normalmente no final da ronda estávamos discutindo exaltados e todos achavam que a gente se odiava.

– Não, seu bossal! O time perfeito era o de 1970! Ganhamos praticamente tudo! Pare de ficar inventando história só porque gosta da Cammille Borges!

– Escute aqui, sua menininha obtusa! – rosnou Draco – Em 1998 Cammille Borges ganhou todos os prêmios possíveis do Quadribol e só perdemos pras Vespas porque fomos assaltados! Houve até uma investigação.

– Que não deu em absolutamente em nada! Vá estudar antes de falar besteira, Malfoy!

– Eu preciso estudar? Você conseguiu confundir Jessebel com Virgínia, ruiva!

– JÁ FALEI QUE ME CHAMO GINA!

E ele riu me olhando como se estivesse se divertindo às minhas custas.

– Terminamos a nossa ronda, Milles. Nenhuma transgressão. Falou... RUIVA.

– EU AINDA PERCO A PACIÊNCIA COM VOCÊ!

Meu irmão achava que eu estava para esganá-lo, mas na verdade era divertido. Eu era a única garota do meu ano viciada em quadribol e finalmente tinha alguém que era tão fissurado nas Harpias quanto eu.

Flop

Procurei Malfoy pelo castelo. O encontrei no andar da Sala Precisa, com o braço ferido. Ele sangrava feio, sujando a camisa de sangue e tentava estancar o ferimento, sem sucesso.

– Draco, o que houve? – perguntei assustada. Corri até ele e ele se sentou não chão com uma careta de dor. Saquei a varinha e comecei a curá-lo – Precisa ir até Madame Pomfrey. – disse assustada.

– Não... não preciso. Não quero. – disse ele suando e fazendo careta.

– Mas vai ficar uma cicatriz feia ai.

Mas ele tirou um pouco de dínamo do bolso, e jogou na ferida. Ele rosnou de dor, jogando a cabeça pra traz, com uma careta e então olhou furioso para o machucado, respirando rapidamente.

– Pronto. – resmungou ele olhando a ferida se fechar de uma vez, deixando o lugar apenas levemente marcado onde a pele nova acabara de nascer.

– O que aconteceu? – perguntei surpresa – Porque não foi pro jogo? Você perdeu o clássico da escola. Grifinória e Sonserina.

– Eu... eu saí do time.

– Por que? Você sempre foi o melhor jogador! Quase derrotou o Harry duas vezes! Os únicos jogos que você perdeu foram contra o Harry, diga-se de passagem...

– Andou prestando atenção em mim, ruiva?

– Claro que sim. Você é um excelente jogador. – respondi sem corar. Era verdade. Ele podia ser mesquinho e nojento, mas era talentoso. Ninguém podia duvidar disso... – E eu já falei que é Gina Weasley. Me chame de Weasley!

Ele me olhou nos olhos e sorriu.

– Eu não me importo com o seu nome.

Por um momento achei que ele estava sendo grosseiro, mas o sorriso dele não era cruel nem desdenhoso, apesar de ter um pouco do típico deboche. Mas me perguntei se ele quis dizer apenas isso... que não ligava e que iria me chamar como quisesse...

Porque tinha parecido que ele tinha dito algo mais. Algo mais profundo... algo como se não se importasse com meu sobrenome. Fiquei sentada olhando para ele, me perguntando se estava imaginando coisas.

– Quem ganhou?

– Grifinória. – respondi. Ele soltou um suspiro.

– Queria ter visto você jogar... – resmungou ele – Mas não deu.

– O que estava fazendo? Porque não veio pro jogo?

– Eu estava...

– Gina. Por que está falando com ele?

Me levantei num pulo e me virei. Era Harry e ele não parecia nada feliz. Nós dois ainda estávamos com o uniforme de quadribol. Aparentemente ele tinha fugido da festa de comemoração logo depois de mim.

– Eu me machuquei e ela me ajudou, afinal é monitora. – respondeu Draco se levantando e olhando Harry com divertimento – Algum problema com isso?

– Não quero você conversando com o Malfoy! – ralhou Harry – O que o Rony iria pensar?

Eu estava para perguntar quem ele pensava que era pra dizer que não queria que eu conversasse com Draco, quando Draco se adiantou.

– Oh, Potter. Não seja infantil. Ela apenas cumpriu com o dever dela. Nada mais do que isso. – resmungou ele. Então ele me olhou e sorriu travesso novamente – Er... então... por isso... – ele apontou pro braço que estivera sangrando – Bem... você sabe...

– Está me agradecendo? – perguntei achando graça.

– Isso... pode ser. – resmungou ele meio sem jeito – Até mais, ruiva.

– É GINA! – Mas ele apenas riu e saiu. Olhei para Harry – Qual o problema dele me chamar de Gina? É tão fácil de lembrar! – resmunguei. Harry ainda me olhava de um jeito esquisito.

– Gina... não fique de papo com ele, ok? Ele não presta.

– Você não o conhece! – respondi severamente e saí deixando-o pra trás. Francamente, Harry estava muito chato. Ficava ao lado do Rony, falando com quem eu deveria ou ficar. Como se ele mandasse na minha vida. Fala sério...

Mas... mas será que era ciúmes?

–--

– Blair, me solte. – resmunguei quando ele me empurrou contra a parede, entrelaçando os dedos nos meus. Oh... ele era tão lindo... e aquele sorriso. Me fazia esquentar sem sombra de dúvida...

– Não consigo... você é tão sexy...

Virei o rosto quando ele tentou me beijar, mas ele aproveitou para me beijar no pescoço. Oh... os beijos no pescoço de Blair Zabini ainda vão me deixar maluca.

– GINA! – oh! Salva pelo meu irmão. Blair parou de me beijar para olhar Rony que vinha enfurecido – Ah, não. Isso não! Ele é da Sonserina!

– Ele está me agarrando! – murmurei com os olhinhos falsamente assustados.

Harry e Rony olharam de mim para Blair e sacaram as varinhas. Blair sacou a dele para se defender. Mas ele tava lascado. Harry estava furioso, afinal, eu sou a irmãzinha do melhor amigo dele...

– Eu mato você, Zabini! – ralhou Rony.

– Não, calma. – eu disse ficando entre eles – Por favor, Blair... apenas não faz isso de novo, ok? – e então eu sorri maldosamente pra ele.

Ele riu travesso pra mim e saiu andando.

– Francamente, Gina! Você precisa se defender desse povo! – ralhou Rony – Harry já me contou que ontem você estava de segredinhos com o Malfoy.

– Oh. Por que não vai mastigar Lilá Brown e me deixa em paz? – perguntei zangada. E fiz questão de olhar Harry com censura. Fofoqueiro!

– Não quero você de romance com Malfoy. Ou melhor! Com nenhum Sonserino. – ralhou Rony – Se vai ficar se agarrando com todo mundo por ai, pelo menos...

– Oh! Cale a boca! Eu não estou me agarrando com todo mundo, seu idiota.

Discuti com ele um pouco e fui para a sala dos monitores. Draco já estava lá, estudando. Mas só ele que tinha chegado. Estava cedo ainda. Me sentei ao lado dele, ainda zangada e cruzei os braços.

– Posso te ouvir bufar das masmorras. – murmurou ele fechando o livro e me olhando.

– Aquele seu amigo, o Blair Zabini! Ele tentou me agarrar, meu irmão viu e ficou me enchendo o saco. – resmunguei – Rony é um idiota.

– Ele só se preocupa. – murmurou Draco sem me olhar.

– Se preocupa com que?

– Com sua reputação, talvez? – perguntou Draco dando de ombros – Todo mundo sabe o que Blair Zabini faz com as garotas.

– Eu sei muito bem. Ele as leva pra cama e depois nunca mais fala com elas. – resmunguei – Mas eu não caio na lábia dele. Meu irmão deveria saber disso.

Draco me olhou e sorriu.

– Não há nada de errado em querer proteger alguém que a gente gosta.

– Pera... você está defendendo o meu irmão? – perguntei entre a ira e o divertimento.

– Não. Ele é um idiota. – resmungou Draco. Então ele se deitou com a cabeça no meu colo.

– Oh. Folgado. Levanta daí.

– Daqui a pouco ele chega. Vai ter um troço. – riu ele. Sorri achando simplesmente maravilhoso.

Ele fechou os olhos e suspirou. Ele parecia um pouco cansado. Tinha algumas olheiras e o nó da gravata dele estava mal feito. E ele sempre estava impecavelmente arrumado... Era estranho ver um fio de cabelo sequer dele fora do lugar.

Toquei os cabelos dele e notei que eram muito macios e sedosos. Mais que os meus, inclusive... fiquei passeando os dedos pelos fios muito loiros e Draco deixou escapar um sorrisinho.

– Está gostando?

– Adoro quando fazem isso. – murmurou ele. Ele abriu os olhos e me olhou nos olhos. Senti meu rosto corar e levantei de uma vez. – Ei! – resmungou ele quase caindo do sofá – O que foi isso?

– Nada! – resmunguei olhando pra qualquer coisa além dele.

– Machucou meu pescoço. – resmungou ele. O olhei sem jeito.

– Desculpe... eu só...

Mas não consegui falar. O que eu iria falar? Que só tinha ficado constrangida quando ele me olhou daquele jeito?

Ele massageava o pescoço parecendo sem humor e se sentou no sofá, emburrado. Me sentei em outro sofá, sem saber o que falar. Logo Pansy Parkinson chegou e se sentou ao lado dele, segurando a mão dele de maneira carinhosa.

– O que foi, Draco? Por que está com essa cara? – perguntou ela alisando os cabelos dele.

– Porque Weasley quase quebrou o meu pescoço. – resmungou ele carrancudo.

– E o que vai fazer? – perguntei zangada, mas nem sei o porquê de estar zangada... – Vai avisar o papaizinho?

Ele me olhou furioso e se levantou.

– Draco. Calma. – pediu Pansy Parkinson parecendo em pânico. Mas ele não se acalmou e saiu. – Qual o seu problema?

– O que? Ele é um moleque mimado. Ele sempre diz que o papai vai ficar... sabendo... – mas então entendi... O pai dele estava preso...

Céus... que furada.

– Francamente, Weasley! Que gratuito! – ralhou Pansy Parkinson antes de sair atrás dele.

Minutos depois os dois voltaram de mãos dadas, Pansy ainda falando baixinho com ele. Mas Draco seguia zangado.

E quando fomos fazer nossa ronda, mesmo comigo falando sobre Quadribol, ele continuava zangado, e sem me olhar.

– Desculpe... – murmurei segurando a mão dele, mas ele a puxou. – Me desculpe... eu esqueci, ok? Não fique assim!

Ele me olhou zangado e respirou fundo, tentando se acalmar.

– Não fale do meu pai novamente.

– Não vou. Juro. – Então ele voltou a andar. Descemos as escadas, pois iríamos revistar as masmorras. – Então... você viu que...

– Pare. – pediu ele – Eu não quero conversar com você.

– Qualé, Draco! – resmunguei – Foi um ato falho. Eu quis te chamar de mimado e não zoar o seu pai!

Ele me olhou zangado e me colocou contra a parede.

– Ah, é isso que você quis fazer?

– Era isso. – resmunguei.

– Pois vá. Me chame de mimado.

– Mimado.

– Sonsa.

E então ele me soltou. O olhei zangada.

– Como é?

– Você é uma sonsa. – resmungou ele.

– E por que mesmo?

– Porque é. – respondeu ele – Parece que não se tocar de coisas óbvias.

– Tipo o que? – perguntei zangada.

Ele me olhou e riu desdenhoso.

– Eu não vou facilitar pra você, Weasley. – disse ele de maneira arrastada e fria.

E então eu senti falta do “ruiva”.

–--

– Minha nossa. – riu Hermione. – São lindas, Gina.

Olhei aquele lindo buque de rosas vermelhas. Precisaram de cinco corujas para trazê-lo. Dino me olhava chocado.

– Quem te mandou isso? – perguntou Rony abraçado com Lilá Brown. Os lábios vermelhos de tanto se beijarem. – Malfoy?

– Aqui tem um cartão. – murmurei. Como se Draco fosse me mandar flores. Francamente, Rony. – Nop. Damian Burke.

– Sério? Outro sonserino? – perguntou Rony fechando a cara – Por que você tem essa necessidade de gostar dos caras maus?

– Eu não gosto dos caras maus. Eles quem gostam de mim! – respondi olhando as flores – O que eu faço com isso?

– Queima. Vai que tem algum tipo de veneno nisso. – disse Dino.

– Está com ciúmes? – perguntei fazendo biquinho. Ele corou e se levantou. Me senti horrível ao fazer aquilo... estava passando tempo demais com Draco. Me levantei e corri atrás dele. O segurei pelo braço – Desculpe. Desculpe. Eu fui infantil. – murmurei. Dino me empurrou contra a parede e me beijou. O olhei chocada, mas ele não parou de me beijar.

O empurrei de leve e virei o rosto. Não queria passar por aquilo de novo. Tinha sido horrível terminar com ele.

– Ok... fique com seu sonserino. – resmungou ele saindo. O olhei se afastar e soltei um suspiro.

Mais tarde, indo para a aula, Damian me encontrou.

– E então... gostou das flores? – perguntou ele.

– Olha, Damian... não estou com humor, ok? – perguntei zangada – Acabei de me desentender com meu ex namorado por causa delas.

– Hum... coração partido da parte dele? – perguntou Damian segurando minha mão. O olhei sem humor, mas ele sorria parecendo sem jeito – Desculpe, Gina... nunca quis te prejudicar... só queria te agradar... – ele me olhou parecendo culpado – Me desculpa?

Ele é bom...

– Oh... claro... – murmurei. Ele então sorriu contente.

– Ah. Que bom... bem... tenha uma boa aula então. Você precisa de espaço e eu respeito isso. – então ele me beijou na bochecha e saiu acenando charmosamente.

– Ele é bom... muito bom...

Mas Blair também era.

Antes do almoço ele me encontrou sozinha no corredor. Sério... como esses garotos sempre sabem quando eu estou sozinha?

Blair me olhou daquele jeito faminto dele e piscou pra mim. Então ele veio caminhando daquele jeito charmoso e sorriu daquele jeito que fazia meus joelhos tremerem.

– Olá, Gina. Está bonita hoje.

– Obrigada.

– Seu irmão ainda está zangado com você?

– Ele sempre está...

Ele piscou parecendo surpreso.

– Deve ser difícil ter irmãos... ser a caçula então... todo mundo deve tentar te “proteger”, não é?

– Exatamente! – eu disse zangada – Mas eu não sou mais uma garotinha! Quando eles vão entender isso?

Ele me olhou daquele jeito safado.

– Eu não sei como alguém ainda pode olhar pra você e ver uma garotinha...

Ok. Eu quero beijar esse garoto. Tenho que perguntar pra Daphne qual eram as regras da aposta...

– Obrigada, Blair! Você entende o que eu quero dizer!

– Não há de que. – riu ele – Bem... a gente se vê. Tenho aula de transfiguração agora.

– E eu feitiços. – disse casualmente. Ele pegou a minha mão e a beijou me olhando nos olhos e depois sorriu daquele jeito dele.

Céus... ele é lindo.

Então fui para aula, almocei e corri para a sala dos monitores. Draco estava lá, lendo o mesmo livro do outro dia, parecendo muito concentrado. A barba loira por fazer, a cara fechada, as mangas dobradas e a gravata folgada, com o cabelo caindo sob os olhos.

Ele nunca estivera tão desleixado...

– Olá. – murmurei pra ele. Ele piscou e olhou pra mim, fechando o livro de uma vez e o guardando na mochila.

– Olá, ruiva. – E eu não consegui não rir. – O que foi?

– Nada.

Respondi me sentando ao lado dele. Draco respirou fundo fechando os olhos e se encostando no encosto do sofá. Ele parecia muito estressado.

– O sexto ano está sendo difícil? – perguntei olhando a camisa dele, que estava para fora da calça apenas de um lado.

– Pode-se dizer que sim... – resmungou ele olhando pro teto com um ar um tanto preocupado.

– O que aconteceu? Você está uma lástima... – mas precisava admitir que ele ficava bonitão daquele jeito...

– Preocupado.

– Com o que?

– Minha mãe... – murmurou ele.

Pisquei olhando pra ele, surpresa.

– O que aconteceu com sua mãe?

– Meu pai está preso... ela está sozinha em casa... – ele me olhou de soslaio – Você sabe em que situação minha família se encontra... – O olhei com um pouco de angústia – O natal precisa chegar logo... não quero deixá-la sozinha... somos só nós dois agora e... – mas Rony chegou com Hermione. Podíamos ouvir os dois discutindo pelo corredor, soltando alfinetadas um no outro. – Deixa pra lá...

– É... – murmurei me afastando um pouco dele. Draco cruzou os braços olhando pro outro lado.

– ... aquele idiota do Comarc. – escutei meu irmão.

– Quem é você pra me julgar? Você e Lilá estão se agarrando violentamente por todo o castelo! – eles entraram discutindo e Draco revirou os olhos. Trocamos um olhar divertido enquanto os dois brigavam.

Logo os outros monitores chegaram e o monitor chefe apareceu com as tarefas.

– Ginevra e Draco. Eu quero que vocês enfeitem a sala dos professores. Os enfeites já estão lá. – disse Millers.

– Já vamos começar a decoração de natal? – resmungou Rony – Ainda estamos na metade de novembro!

– Eu sei. – resmungou Millers – Acredite, eu queria estar estudando pros N.I.E.M.s, mas... não sou eu quem decide isso.

Então eu e Draco fomos para a sala dos professores. Apenas o professor Slug estava lá.

– Gina, querida. Você certamente vai na minha próxima festinha, não é? Faço questão! – disse ele – Sabe quem vai estar lá? Gwenog Jones. Sei que você é uma grande fã das Harpias!

Draco deixou cair um anjinho de cristal e olhou o professor Slughorn com assombro. Não consegui não rir. Gwenog Jones era a capitã das Harpias.

– Eu vou ir. Prometo.

– Estupendo! – riu Slughorn enquanto Draco olhava dele pra mim. – Bem... eu preciso ir. Tenham um bom dia.

Assim que o professor saiu, olhei para Draco com um sorrisinho. Ele ficou vermelho e depois roxo, me olhando, enfrentando um dilema terrível, já que ele nunca tinha sido convidado para as reuniões do Slug. Mas então ele se virou e começou a arrumar a sala.

– Você quer ir, não quer?

Ele se virou pra mim com um sorriso empolgado.

– Está brincando? É Gwenog Jones! Ela desmaiou Kurt Vitvisgok com uma rebatida, sendo que ela estava do outro lado do campo!

– Nossa! Essa jogada foi épica! – eu disse empolgada.

– Sim! Entrou para a história como a rebatida mais forte de todos os tempos! – concordou Draco com os olhos brilhantes.

– Ok... Você... hum... quer que eu te leve?

– Sim! – disse ele sorrindo. Eu não consegui não sorrir. Ele nunca tinha sorrido daquele jeito pra mim. – Obrigado, Gina! – Senti um frio na espinha quando ele se aproximou e me beijou na bochecha. O olhei, corada, sentindo diabretes no estômago. Ficamos nos encarando, com expectativa. Ele segurou minhas mãos e encostou a testa na minha.

– Er... temos... temos tarefas a cumprir... – sussurrei.

– É... temos mesmo. – murmurou ele.

Ele suspirou e se afastou. Me senti um pouco decepcionada e isso me assustou.

Minha nossa... eu quis beijar Draco Malfoy...

Eu devo estar ficando maluca.


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Notas finais do capítulo

Comentem, plz ^~



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