Só Para Manter O Jeito escrita por iRibeiro


Capítulo 4
4º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo narrado pela Annabeth, go go!



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Eu adorava essa ideia de ter um tempo com o Percy, um tempo só nosso. De poder planejar algo tão comum, como sair para comer, ver filme, ficar no apartamento, conhecer Nova York, ir à praia, e outros programas que fizemos desde o fim do verão. Esses meses após a Guerra tem sido de grande calmaria, poucos monstros e sem missões afinal o Oráculo de Delfos ainda não havia sido controlado por Apolo. Então tenho dividido meu tempo entre o colégio e Percy. Finalmente estávamos vivenciando coisas de namorados. Toda aquela bagunça com a perda de memória dele, a expedição no Argo II, a queda no Tártaro. Quase não tivemos tempo para nós.

Até que enfim o recesso de Inverno tinha chegado. O grupo dos 7 tinha resolvido reunir-se em Nova York, mais exatamente no meu apartamento para comemorarmos juntos o Natal e o Ano Novo. Serão dias ótimos, eles são as melhores pessoas, tenho a liberdade de dizer que somos uma família. Aquele período da missão nos aproximou tão rapidamente e o suficiente para sentir isso por eles.

Para começar bem o recesso, Percy e eu planejamos passar o final juntos. Sair para almoçar, patinar e depois apartamento. Resolvemos ir à pizzaria na qual já éramos fregueses. Lá é um lugar muito agradável e Mark, o garçom que já amigo, sempre nos atende com bom humor. Dessa vez além da pizza de ricotta, pedi uma salada também. Viver de Burger King do Percy e pouco treino não me torna uma meio-sangue em forma.

Quando Mark saiu com nossos pedidos percebi a mão do Cabeça de Alga junto da minha. Desde que saímos do Tártaro, o carinho era constante. O medo de não ter um ao outro era uma sombra que nos cercava. Fui de encontro aos seus lábios e então vi ele, o Percy, mas usava apenas bermuda caminhando na direção da nossa mesa. Era a bermuda que ele usava no final de semana que fomos à praia. Ele tinha ido à frente, quando o chamei, levantou-se da areia e me olhou tão intensamente, de longe dava para ver que seus olhos verdes estavam de um tom “mar do Caribe”. E esse era meu tom preferido. Ele estava perfeito, com o mar nas suas costas, um sorriso intenso, olhos no tom do mar, e com a bermuda que eu tinha comprado para ele. Foi um dos melhores finais de semana desde a Guerra.

Ao se aproximar estendeu a mão e uma cadeira surgiu. Sim, era um deus. No instante que tirei meu olhar, Afrodite personificou ali e sentou-se. O bobo do Percy continuou olhando-a, resolvi apertar sua mão e fazer minha melhor arqueada de sobrancelha para ele se tocar. Ele ficou sem graça, ainda bem Perseu. A deusa começou a falar e logo entendi que ela não veio para um papo à toa, algum pedido a nível olimpiano seria feito. E touché, Afrodite me vem com uma missão, até que é bastante simples, mas como veio dela e não do próprio Ares era muito suspeito. Olhei para o Percy esperando que ele tivesse entendido. Mas pelo jeito não, depois ele vai entender. Ela ainda mencionou uma ideia que meu namorado teve, estou bastante curiosa sobre isso, ele não mencionou nada para mim. E desde quando Percy desenvolvia ideias sem me consultar. Penso que tenha a ver com o programa do Grupo dos 7...

Logo que Afrodite foi embora, fomos também. Mas ainda tinha algo mais nessa missão, quando eu puder vou repensar em toda a conversa e descobrir o que é. Estávamos chegando à pista de gelo que ficava bem no meio do Central Park. Nenhum dos dois tinha patinado antes. Então, seria bem divertido. Percy pagou com os seus dracmas o aluguel dos patins. Quando estou com ele nunca pagava nada, aquele porta-treco deve fornecer dracmas infinitamente. Dava para ver o efeito da Névoa sobre os dracmas, eles mudavam para quantia que o mortal cobrava com o acréscimo de uma gorjeta, é claro.

Meu namorado veio carregando os pares de patins, colocando eles no chão e ajeitou sua touca que estava deixando sua orelha de fora. Ele está lindo. Percebeu que eu estava o encarando e perguntou:

— Vai só olhar? Eu tô com frio, se puder chegar mais perto fica melhor.

Esse Cabeça de Alga não perdia uma, seu sorriso travesso indicava um chega mais pra cá. Aproximei dele e o abracei, olhei e lhe dei um beijo no queixo. E me aconcheguei por alguns segundos nesse abraço. E começamos a calçar os patins. Quando entramos na pista me agarrei à mureta, é muito fácil desequilibrar nesse negócio. Percy estava um pouco à frente, parecendo dominar a patinação. Ele então conseguiu se equilibrar e venho para perto de mim.

— Conseguiu dominar aí?

— Tá vendo que não, como faz?

—Bom primeiro fique reta né, ficar curvada não ajuda muito. E pode largar a mureta eu estou te segurando Sabidinha.

Ele segurou meu braço e começou a patinar devagar. Percebi seus movimentos e imitei. Logo consegui me equilibrar sozinha. E depois demos uma volta na pista bem devagar. Repetimos, dessa vez mais rápidos e com Percy fazendo graça. Ficamos lá cerca de meia de hora, parece que esfriou mais um pouco e o vento tinha aumentado. Olhei no meu relógio mágico já passava da três da tarde.

— Percy, vamos embora? Tá mais frio, e meu apartamento é tão quentinho.

— Vamos sim, meus dedos estão congelando.

Caminhamos juntos até o estacionamento enquanto Percy pagava observei um brilho no meu relógio e logo vi que era alguma mensagem divina. Dessa vez era de Hermes perguntando se eu podia projetar uma nova área de lazer no seu palácio. Fico imaginando essas festas dos deuses, vez ou outra algum deles pedia algum projeto de construção ou reforma para seus palácios, eles não sabiam se comportar nesses encontros divinos. Respondi que quando eu chegasse da minha missão eu faria o projeto. Depois de um tempo eu podia dar um prazo aos deuses, antes tinha que ser no momento que eles pediam, mimados.

Sobre o relógio, ele é bem útil. Foi dado pelo próprio Hermes, disse que era um agradecimento dos deuses, projetado por ele e Hefesto, com sugestões da minha mãe. Ele me fornecia os dados da região em que eu me encontrava no raio de 2 km, eu tinha um visão em satélite e terreno, informações de relevo e subsolo e exibia, na forma de ponto, qualquer ser mágico. Eu podia salvar meus projetos, feitos no Laptop de Dédalo, nele e então passava a ter uma visão em 3D deles. Tudo através de um holograma. Além de que ele se transformava em um escudo e também mostrava as horas, conforme o local que eu me encontrava, por causa do fuso. Eu amava esse relógio.

Percy deu partida então eu acordei dos meus pensamentos. O caminho para o meu apartamento foi bem mais rápido. Esperamos alguns segundos o elevador chegar. Se tinha uma coisa que me deixa sem jeito era elevadores. Mais propriamente quando só tem o Percy e eu nele. Uma espécie de tensão se instalava imediatamente, eu mal conseguia olhar para ele. No 5º andar não deu mais, virei para ele e parecia que já esperava por isso. Ele então passou a mão para a base da coluna e me puxou virando contra a parede. Coloquei minhas mãos no seu pescoço trazendo seu rosto para perto de mim. A viagem no elevador pareceu ficar mais lenta. Beijei-o com força, puxando aquela touca e bagunçando seus cabelos. Ele então apertou minha cintura e desceu seu beijo para o meu pescoço, senti aquele arrepio na nuca. Dizendo um “Percy...” involuntariamente. Droga, esse é o efeito que o Cabeça de Alga tinha em mim. Descontrolava-me em poucos segundos. Fomos tirados daquela tensão de batimentos descompassados com o bip! das portas se abrindo.

Tirei o chaveiro da bolsa com a máxima calma possível. A temperatura do apartamento tava muito melhor que lá fora. Essa sensação até me fez esquecer daquele sujeito logo atrás de mim. Foi ai que ele veio por trás, colocando meu cabelo para frente e dando um beijo na nuca. Parece que mil volts me atingiram. Ele puxou a bolsa do meu ombro e colocou na poltrona ao lado.

— Posso tirar seu casaco?

Apenas acenei a cabeça.

Ele tirou o cachecol e o casaco puxando meus braços para trás e segurando meus pulsos.

— Vira pra mim.

Virei e busquei seus olhos que já me encaravam.

— Você manda então?

Levantei minha sobrancelha desafiando.

— Sou a favor da igualdade.

Ele disse abrindo os braços. Tirei o moletom junto com a blusa. E como o Percy era forte.

— Ei, eu disse igualdade.

Assim puxei ele para o meu quarto e apontei para a cama. Ele sentou e continuou me olhando desafiando a surpreendê-lo.

Tirei minha blusa.

— Iguais.

Ele balançou a cabeça sorrindo malicioso. Então levantou-se e pegou o botão da minha calça abrindo-o. Entendi. Levei minha mão para o seu cinto e comecei a tirar. Quando ele terminou me virou e com habilidade tirou meu sutiã. Fez com que eu me deitasse e me deu um beijo forte. Apertando meu seio. Arqueei meu corpo buscando o seu e inverti nossas posições. Sabia exatamente onde atacá-lo. Passei a mão na mexa branca que ele compartilhava comigo. Desci meus dedos para seu queixo que tinha uma barba rala. Beijei ele e subi pela curva do seu rosto.

— Annie...

— Iguais querido.

Então beijei logo atrás da sua orelha e para sua surpresa desci rapidamente para sua cueca. Ele é esperto, veio de cueca branca. Olhei para ele piscando como se dissesse "bom garoto". De repente ele virou e puxou minha calcinha sorrindo travesso. Ele mesmo se desfez da sua peça. E começou a me beijar descendo para meu colo. Apertou minha cintura puxando-a para ele e então penetrou rápido sem pausa. Não pude conter um gemido.

Essa brincadeira durou. O Percy é incrível. Sempre me levava ao ápice junto dele. Terminamos de mãos dadas e me acomodei em seu peito.

Acordei com alguém sussurrando "o amor não é medido por momentos como esse." Era uma voz fria, carregada de ironia.

Levantei-me deixando o braço do Percy de lado. Fui para o chuveiro. Adquiri o hábito de deixar a água escorrer e os pensamentos fluírem durante o banho. Repensei em toda a conversa com Afrodite e nessa voz. É como se estivessem desafiando a mim e o Percy. E que essa missão ia além de um resgate, como se ela fosse completar apenas com nós dois juntos e provando nosso amor.

Ouvi meu namorado chamando e apressei o banho. Passei direto para o closet que estranhamente foi preenchido por Afrodite em um dia qualquer. Vesti uma camisa do Cabeça de Alga, é ele também tinha uma parte no closet. Quando passei pelo quarto ele estava no banho.

Sentei na sala ligando a TV na tentativa de me concentrar no filme.

— No que está pensando Annie? Sempre que apoia a cabeça na mão e inclina pro lado você tá pensando em algo.

Ele sentou passando o braço sobre meus ombros e dando beijo na minha bochecha.

— Nessa missão. Tô sentindo que ela só será cumprida quando provarmos algo a deusa. Tenho medo dela nos levar ao limite.

— Da minha parte pode ter certeza: deusa nenhuma desafia o que sinto. Vamos buscar esse revoltado e pagar o táxi das irmãs para levá-lo. Tô mais preocupado em receber nossos amigos.

Amava essa determinação do Percy. Mas também sabia do quanto os deuses nos manipulam. Vou firmar nesse pensamento, ninguém desafia o que eu sinto.


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Notas finais do capítulo

E aí?



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