Art Rebel, a arte do amor. escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 3
Capitulo 3




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Anteriormente em Art Rebel, a arte do amor

–O que tem nesse nada?- Perguntei.

–Não é nada. - Corrigiu ela bruscamente.

–Então o que é? - Tentei identificar algo notável na paisagem.

–Isso… - Ela aponta para o nada vago. - É o meu mundo, é como eu crio a minha música, a minha arte.

Fito seus olhos, de um castanho chocolate intenso. O vestidinho branco de renda que ela usa se mexe com a brisa morna em leves ondas. Ela parece absorver pequenos detalhes e transformá-los em melodias.

–Conte o que está pensando, ou melhor, cante.

Ela respira fundo, organizando melhor suas ideias e então solta a voz numa linda melodia. Não tenho palavras para descrever isso que ouço. Quando ela termina, me observa, tentando ler o que estou pensando, e ela provavelmente não falha. Pisca suavemente o olho direito em minha direção. Abraço-a, sem querer partir. Mas alguém bate na porta, interrompendo nosso abraço.

–Está esperando alguém? - Pergunto baixo.

–Não. - Ela responde no mesmo tom.

–Violetta! É o Diego! - Meu melhor amigo grita pela porta.

–Esconda-se. - Violetta me ordena.

Rolo para debaixo da cama enquanto ela abre a porta. Diego está parado na soleira, com um belo buquê de violetas nas mãos.

–Seja bem-vinda. - Ele estende as flores para ela, com um beijo no rosto.

Naquele momento tenho a certeza de que nada mais vai ser fácil nesse lugar. Ela faz de novo sua dança e coloca as flores num jarro alto com água. As flores podem ter sido apenas uma gentileza de Diego, já que ele tem namorada, ou talvez ele e Francesca já não estejam tão bem assim.

–Pode sair dai. - Ela autoriza.

Ergo-me de volta para a superfície e olho as flores. São bonitas, inofensivas, mas quem conhece as segundas intenções desse gesto? Ela não comenta sobre as flores, o que pode ser um sinal de que são apenas um presente de boas-vindas.

Dou um beijo em seu rosto, partindo. Não sei o que esperar do dia seguinte.

DIEGO

Deixo as flores com Violetta, e ela as aceita muito bem. Francesca me incentivou a dar as flores, para dizer um “obrigado” por ela ter aparecido. A verdade é que eu e Violetta nos damos muito bem. Ela tem uma aura resplancescente, que anima todos ao redor dela.

León gostou muito dela, diga-se de passagem. Francesca é a melhor amiga dela, e acho que sempre foi, desde que as duas moravam na Itália. Violetta não é italiana, e sim argentina, mas mudou-se para a Itália quando era pequena, acompanhada dos pais Germán Castillo e Maria Saramego Castillo, propietários da Castilo editora de livros.

Maria faleceu em um acidente de carro violento quando Violetta tinha dois anos de idade, e a família estava na Austrália. Depois de sair de Sydney, Germán e Violetta foram para Nova York, onde ficaram poucos meses, de férias. E então foram para a Califórnia, onde Violetta atuou em uma novela infantil.

Foi seu primeiro papel,aos três anos. Desde então, onde quer que estivesse, Violetta estava envolvida na música ou na atuação, até mesmo em ambas, dependendo do destino. Ela passara por cinco bandas antes dos dez anos, e chegara a gravar discos com algumas, os quais carregava para onde quer que fosse.

Alimentava uma carreira solo ao longo da vida, da qual cuidava melhor quando não estava envolvida com nenhuma banda. E é isso que quer fazer aqui, no Art Rebel.

Ela canta, dança e atua divinamente. Pode transformar qualquer palco em uma psica de dança de uma casa noturna, de tanta vitalidade que possui. meu pai adorou-a, por todas essas qualidades. Ele acha que se trabalhar com ela da maneira certa pode ensiná-la a escrever enredos muito bons também.

Como eu sei de todas essas coisas sobre uma garota que conheço há poucas horas apenas? Simples, andei prestando atenção nos falatórios de Francesca e também acabo de fazer uma pesquisa rápida no Google. Fran surge no corredor e vem em minha direção.

–Oi amor… - Ela cantarola, sinal de um falatório chegando - Você entregou as flores para a Vilu?

–Entreguei minha linda. - Tento beijar seu queixo e fazê-la parar de falar.

Ela cede ao meu carinho, o que me agrada. Ela beija meus lábios com ternura, e passa a mão por meu cabelo. Geralmente, chegamos a esse ponto quando estamos sozinhos nos corredores, e saimos trombando pelas portas até encontrar um armário em que possamos entrar.

Uma vez, meu pai havia saído e ia ficar fora por dois dias. Ela foi me ver na sala dele, e me deu apenas um beijo no pescoço, aquilo quase desencadeou um problema enorme.

Depois do beijo, eu acabei voando na parede e a levando comigo, e continuávamos a nos beijar febrilmente, como loucos. Ela jogou minha jaqueta do outro lado da sala e eu tirei sua camiseta, quase tirei seu sutiã, mas ela sussurrou em meu ouvido:

–Amor… Não.

–Não vou te desrespeitar. - Falei, com coragem.

Depois disso, coloquei a camiseta dela de volta no lugar e vesti a jaqueta. Tomamos o cuidado de nos despedirmos apenas com abraços e não contamos aquilo para ninguém. Isso mesmo, eu nunca me gabei com meus amigos por ter chego quase lá. Isso seria uma bobeira inútil, e eu não sou um babaca que faz esse tipo de coisa com as garotas só para contar vantagens em cima dos amigos.

Não mais é igual, mas eu não vou mudar.


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